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A Justiça Federal recebeu nesta quarta-feira (21) a segunda denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tornando-o réu em nova ação relativa à Operação Monte Carlo, que trata de um esquema criminoso de exploração de jogos em Goiás. O juiz que recebeu a denúncia, contudo, não analisou os pedidos de prisão preventiva de Cachoeira, o que fará após manifestação das defesas dos réus.

A Justiça, porém, já determinou o recolhimento do passaporte de Cachoeira e de outros cinco acusados, a proibição de viagens ao exterior e a proibição de viagens a cidades fora de onde vivem sem comunicação ao Judiciário - se quiser viajar, por exemplo, para Anápolis, cidade onde vive seu pai, Cachoeira tem de pedir autorização judicial.

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A nova denúncia foi oferecida pelo MPF após informações colhidas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Distrito Federal. Segundo o procurador Daniel de Resende Salgado, o grupo de Cachoeira continuava a agir mesmo após a prisão do contraventor. "O grupo criminoso continuava atuando da mesma forma que atuava antes da Operação Monte Carlo. Entendemos que houve uma reiteração da atividade criminosa." Após a operação, uma nova busca e apreensão encontrou máquinas caça-níqueis com componentes contrabandeados do exterior em pontos investigados pela Monte Carlo.

Conforme o procurador, alguns áudios de escutas policiais - realizadas dias após a deflagração da operação que prendeu Cachoeira em 29 de fevereiro - revelaram que membros da organização diziam poder abrir novamente as casas de jogos porque a polícia não faria um trabalho de enfrentamento constante.

De acordo com Salgado, após a prisão de Cachoeira uma parte do grupo parou de atuar em Goiânia e passou a trabalhar o jogo em Brasília. "Houve uma migração de parte da organização criminosa, e de forma mais intensa para a capital federal." Ele afirmou ainda que a Monte Carlo promoveu "uma desarticulação do grupo, mas ela não foi total". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

A CPI do caso Carlinhos Cachoeira, paralisada há quase dois meses, só retomará as atividades no próximo dia 30 de outubro, devido ao segundo turno das eleições municipais. Enquanto os líderes dos partidos que compõem a CPI aguardam o término do período eleitoral, Carlinhos permanece preso.

A decisão de esperar o encerramento das eleições em todo o País foi definida pelos líderes dos partidos dos parlamentares que compõem a CPI do Cachoeira. Eles determinaram que no próximo dia 30 de outubro, se reunirão novamente para definir o prazo de prorrogação dos trabalhos da comissão, que está prevista para se encerrar no dia 4 de novembro.

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Os partidos PSDB, DEM, PPS, PSOL e PDT já expuseram o desejo de aumentar o prazo de trabalho da comissão em mais 180 dias (seis meses). Já PT e PMDB preferiram não se manifestar sobre qual período defendem a prorrogação.

Para definição do prazo são necessárias assinaturas de um terço dos membros da Câmara e do Senado – 171 deputados e 27 senadores –  mas, até agora, apenas dois deputados e 17 senadores assinaram o documento.

Até o momento há mais de 500 requerimentos aguardando votação, inclusive pedidos de quebra de sigilo de 29 empresas apontadas pelo Coaf  (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) como laranjas da construtora Delta.

CPI do Cachoeira - A CPI investiga as informações obtidas pela Polícia Federal, por meio das operações Vegas e Monte Carlo, sobre um suposto esquema montado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o ‘Carlinhos Cachoeira’, com agentes públicos e privados. Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro de 2012 acusado de vários crimes, entre os quais exploração de jogo de azar, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e contrabando.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta quarta-feira que ainda é muito cedo para fazer qualquer afirmação em relação às causas e autoria do assassinato do agente da Polícia Federal Wilton Tapajós Macedo. Ontem à tarde, o "agente Tapajós", que trabalhou nas investigações da operação Monte Carlo, levou dois tiros na cabeça e morreu dentro do cemitério Campo da Esperança, em Brasília. Os assassinos fugiram no carro de Tapajós, um Volkswagen Gol. Um coveiro presenciou o crime e avisou a polícia.

Cardozo afirmou considerar prematuro relacionar o crime com a atuação do agente na operação Monte Carlo. "Neste momento é precipitado tirar qualquer conclusão sobre as causas e a autoria desse crime brutal. Mas a PF está se empenhando e seguramente nós vamos encontrar os responsáveis por esse ato perverso que vitimou um dos nossos agentes", declarou. A operação Monte Carlo revelou as atividades do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

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O ministro disse ter determinado à PF rigor nas investigações e informou que uma equipe de peritos está atuando com prioridade no caso. "Seria leviano fazer qualquer apreciação ou ilação neste momento. Vamos aprofundar a investigação e, a partir do que for apurado, tomar as medidas devidas", afirmou. Uma das linhas de investigação considera que Tapajós teria marcado um encontro com um informante dentro do cemitério.

O ministro da Justiça concedeu entrevista após a solenidade na qual deu posse aos novos titulares da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Juliana Pereira; e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Vinícius Marques de Carvalho. A Senacon foi criada em maio de 2012 e coordena o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC). Já o Cade, autarquia ligada ao Ministério da Justiça, começou a funcionar com novas competências em 29 de maio, em virtude a nova lei que reformulou o Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC).

Brasília - Um agente da Polícia Federal que trabalhou nas investigações da operação Monte Carlo foi assassinado na tarde desta terça-feira (17) no cemitério Campo de Esperança. Wilton Tapajós Macedo, o "agente Tapajós" levou dois tiros na cabeça e morreu na hora. A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal investigam o assassinato. A operação Monte Carlo revelou as atividades do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Uma das linhas de investigação considera que Tapajós tenha marcado um encontro com um informante dentro do cemitério. Os assassinos fugiram no carro de Wilton, um Volkswagen Gol. Um coveiro presenciou o crime e avisou a polícia. Até o início da noite, peritos da PF estavam no local.

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Wilton foi encontrado próximo ao túmulo de seus pais. Os policiais que investigam o caso não sabem ainda se ele estava visitando o túmulo ou se foi morto em uma emboscada, ao ter marcado o encontro nesse local. A diretoria geral da PF ainda não se posicionou sobre o caso e não informou se há alguma ligação com as atividades da operação Monte Carlo.

Wilton tinha 54 anos, 24 anos na Polícia Federal, onde trabalhava no núcleo de inteligência. Atuou na CPI da pedofilia e também em investigações sobre tráfico de drogas. Deixa três filhos e esposa.

Pessoas ligadas à Monte Carlo já foram alvo de ameaças. O juiz Paulo Augusto Moreira Lima, que comandava o inquérito da operação na 11ª Vara de Justiça Federal de Goiás, deixou o comando do inquérito em junho, depois de comunicar ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que sua família estava correndo risco e sofrendo ameaças veladas. A procuradora da República Léa Batista de Souza, que também atuou na Monte Carlo, igualmente recebeu ameaças.

A Corregedoria-Geral do Ministério Público de Goiás (MPE) instaurou processo disciplinar contra o ex-senador Demóstenes Torres. De acordo com nota publicada na sexta-feira no site do órgão, será investigada uma "eventual infringência de dever funcional" do procurador, que teve o mandato de senador cassado pelo Congresso na quarta-feira.

O Ministério Público goiano quer que Demóstenes explique "fatos trazidos a lume pela chamada Operação Monte Carlo". Requerimento para ter acesso a documentos do Senado e da Procuradoria-Geral da República já foi enviado para Brasília. Ainda segundo a nota oficial do órgão, o procedimento tem caráter sigiloso e visa à "coleta criteriosa de elementos seguros para delimitar o objeto da apuração".

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Após ser cassado pelo plenário do Senado, Demóstenes reassumiu nesta sexta-feira suas funções de procurador de Justiça no MP - o ex-senador estava licenciado desde 1999, quando deixou o Ministério Público para ocupar o cargo de secretário de Segurança Pública e Justiça de Goiás.

Licença

Mas Demóstenes Torres ainda não apareceu para trabalhar na sua antiga sala, no terceiro andar. Ele pediu licença de cinco dias, para fazer a mudança de Brasília. Demóstenes também vai usar esse período para estudar um possível recurso no Supremo Tribunal Federal e tentar reaver seu mandato no Senado.

No Ministério Público - com 300 funcionários, entre promotores e procuradores -, há três linhas de avaliação sobre o futuro do senador cassado: destituição do cargo; manutenção de seus direitos; ou uma advertência, sem perda da função de procurador de Justiça.

O Estado solicitou à assessoria de imprensa do MP informações oficiais sobre outros benefícios a que Demóstenes terá direito, mas não obteve resposta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Britto, afirmou serem de "gravidade incomum" e "qualificada" as ameaças veladas feitas ao juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que comandava o processo contra o contraventor Carlinhos Cachoeira, e que o levaram a abandonar o caso. "Não se pode ameaçar do ponto de vista físico, moral ou psicológico nenhum julgador e sua família", afirmou.

A corregedora Nacional de Justiça, Eliana Calmon, afirmou que ouvirá o juiz Moreira Lima e questionará o Tribunal Regional Federal da 1ª Região se foram adotadas providências para proteger o magistrado ou se o tribunal simplesmente aceitou seu afastamento do cargo.

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"Não podemos ter juízes covardes, juízes ameaçados. Não podemos aceitar que ameaças veladas impeçam a magistratura de exercer suas funções", afirmou a ministra. "No dia que aceitarmos tal precedente, não teremos magistrados independentes", acrescentou.

À corregedora, o juiz federal Moreira Lima afirmou que, além das ameaças veladas, seu trabalho era contestado pelos colegas de tribunal, especialmente a legalidade das provas obtidas no curso das investigações.

De acordo com Eliana Calmon, Moreira Lima disse que seu trabalho estava sendo desqualificado pelo TRF. "Se minhas provas estão sendo desqualificadas, se estou me sacrificando à toa, eu estou saindo do processo", afirmou o juiz conforme Eliana Calmon.

O juiz federal que herdaria o caso, Leão Aparecido Alves, tem ligações pessoais com um dos investigados. Por isso, em entrevista à TV Anhanguera, ele afirmou que se declarou impedido e que não assumirá os rumos da investigação.

O juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, que estava a frente das investigações contra o contraventor Carlinhos Cachoeira, foi afastado do caso. A troca de comando, às vésperas do recesso do Judiciário em julho e no curso da investigação, pode atrasar o andamento do processo e retardar o julgamento do caso.

Lima foi o magistrado que determinou a prisão de Cachoeira e autorizou a Polícia Federal a grampear os telefones de pessoas suspeitas de integrar o esquema de exploração ilegal de jogos montado pelo contraventor. Escutas que foram colocadas em dúvida pelos advogados de Cachoeira, mas que foram consideradas legais nesta segunda pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região por dois votos a um.

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O magistrado estava na 11ª Vara Federal em Goiás e foi remanejado para a 12ª Vara. De acordo com a assessoria do tribunal, Lima é juiz substituto, o que permite seu remanejamento caso seja necessário preencher outros postos. Conforme o tribunal, como magistrados sairão de férias, foi necessário remanejá-lo. O juiz que assumir o caso terá de se inteirar de todo o processo - que já conta com 53 volumes - antes de dar seguimento ou tomar qualquer decisão.

Na tentativa de acelerar o julgamento do caso, Lima havia marcado para o dia 1 deste mês as audiências de instrução do processo, que envolve 81 pessoas. Seria a primeira vez que Carlinhos Cachoeira falaria sobre caso, conforme seu advogado Márcio Thomaz Bastos. Cachoeira ficou em silêncio durante o depoimento à CPI do Congresso. Bastos afirmou que à Justiça Federal seu cliente falaria.

No entanto, por decisão do juiz federal Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, as audiências foram canceladas. De acordo com Tourinho Neto, as audiências só poderiam ocorrer depois que algumas diligências solicitadas pela defesa de Cachoeira.

No pedido de adiamento que fez à Justiça, a defesa de Cachoeira argumentou que foi impedido pelo juiz Paulo Augusto Moreira Lima de se reunir a sós, por quatro horas, com seus advogados antes do depoimento. Os advogados também não teriam recebido a transcrição dos depoimentos testemunhas e os extratos de ligações telefônicas grampeadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça.

Carlinhos Cachoeira está preso desde o dia 29 de fevereiro e pode ser solto nesta semana. Na sexta-feira passada, Tourinho Neto deu nova decisão favorável a Cachoeira. Desta vez, determinou que fosse solto, pois o grupo que explorava jogos ilegais já não existiria mais. Não haveria, então, razão para mantê-lo preso.

Os advogados tentam, para garantir a liberdade de Cachoeira, reverter a decisão relativa à operação Saint-Michel, que desbaratou um esquema que visava a fraudar licitação da bilhetagem eletrônica no transporte público do DF.

Escutas telefônicas da Polícia Federal mostram a preocupação do senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido) em esconder sua relação com a Delta Construções. Segundo a PF, o parlamentar era uma espécie de "sócio oculto" da empresa. Em 8 de maio de 2011, o senador liga para Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e menciona uma possível doação legal que teria recebido da empreiteira nas eleições de 2010 e demonstra estranhamento e preocupação.

"Eu acho que eles fizeram uma doação oficial para mim", diz, referindo-se à construtora Delta, de acordo com relatório da PF. O contraventor tranquiliza o senador: "Fez não. Você tá doido?!" Demóstenes então completa: "É. Fez não, né? O João Gualberto que me ligou aqui. Se não fez é melhor ainda. Vou dar uma checada nisso." Cachoeira volta a negar a doação. "Fez não, moço." Minutos depois, Cachoeira liga para o senador. "Foi uma outra empresa." Demóstenes comemora. "Ok. Beleza. Maravilha."

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A apreensão é tanta que o contraventor liga novamente após dois minutos. "É uma usina de álcool. Uma usina não sei o quê", diz. Aliviado, o senador responde que agora é hora de trabalhar para segurar qualquer investigação no Congresso. "A semana vai ser quente, mas depois esfria."

A prestação de contas apresentada pelo senador ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que ele recebeu R$ 390 mil de cinco usinas de álcool.

A conversa ocorreu durante uma crise envolvendo a empreiteira após reportagem da revista Veja, que abordava contratos de consultoria da Delta Construções com o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT). Os parlamentares da oposição cobravam a presença de Fernando Cavendish, então presidente da Delta, no Congresso. As escutas da PF mostram que Demóstenes cumpriu a promessa e atrapalhou o andamento das apurações e preservou a Delta, a pedido do contraventor.

Orientação

Depois de conversar com o senador, Cachoeira liga para Cláudio Abreu, então diretor da Delta Centro-Oeste, e passa orientações. "Tá triste, Cláudio? Levanta a cabeça. Passa. Demóstenes ligou e falou que a imprensa nacional está atrás dele. Fala para o Fernando (Cavendish) que o Álvaro Dias (senador do PSDB) vai pedir a convocação dele, mas que não tem. O máximo que sair é convite. Ele vai se quiser, (fala) que é para ele não se preocupar." E completa: "A oposição vai subir em cima. Ele (Demóstenes) quer que a Delta se adiante. Põe uma nota amanhã cedo, na parte da manhã. O mais rápido possível para não dar muita moral para esse fato. Não alastrar".

Nesta terça, Demóstenes prestará depoimento no Conselho de Ética do Senado para apresentar sua versão. O script de sua defesa está traçado: a intenção é destacar sua biografia técnica, contribuições nas comissões temáticas, passando ao largo das declarações polêmicas. O senador pretende, ainda, ressaltar os votos obtidos em Goiás e se deter nos argumentos levantados pelo relator do caso na comissão, senador Humberto Costa (PT-PE). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Definido pela mulher como "preso político", o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preparava uma ofensiva política em Goiás. Conversas interceptadas pela Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo mostram Cachoeira negociando a compra de um partido.

Os áudios da PF indicam que seria a seção goiana do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), cujo presidente nacional Levy Fidelix é citado em diversas escutas.

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As conversas sobre a compra do partido começam em maio de 2011, quando Cachoeira questiona um aliado sobre a direção da legenda em Goiás. A ideia era tirar do cargo Santana Pires, presidente regional da sigla. Dois dias depois, o contraventor pede a Wladimir Garcêz que envie uma mensagem para alguém, cujo codinome entre o grupo é "nosso maior", questionando se valia a pena "pegar" o PRTB.

A PF identificou que o sargento aposentado da Aeronáutica, Idalberto Matias Araújo, o Dadá, também fazia parte da negociação. Em um grampo, Dadá diz a Cachoeira que falou com o advogado (possivelmente do partido) e que ele teria pedido R$ 300 mil. "Já aumentou aquele valor que falei para você. Falou que era R$ 200 mil, passou para R$ 300 mil", diz Dadá. "Tá roubando. Que garantia que tem?", pergunta Cachoeira. "Disse que faz na hora. O presidente vem e faz tudo e vai para o TRE. Resolve tudo", explica o araponga.

Cachoeira então quer saber quanto custa a manutenção anual do partido e Dadá diz que ele não falou sobre o assunto. "Falou que fica com o Estado todo na mão e nomeia os municípios." Cachoeira anima-se e diz que é para fechar o negócio por R$ 150 mil: "Até R$ 200 mil dá para fazer. Fecha logo, mas tem que ter garantia".

Segundo a PF, em agosto o grupo continuava discutindo o assunto. No início do mês, Dadá liga para Cachoeira perguntando se ele ainda estava interessado "naquele negócio do partido?" Ele confirma e pergunta qual era a legenda. Dadá responde que é o mesmo partido do Levy, o PRTB. No dia 11, Cachoeira liga para Dadá e questiona: "E o negócio do partido lá, o que deu?". O araponga responde: "Uai, tá naquele lenga, lenga, o cara quer, tá lá em São Paulo, hoje mesmo ligou, querendo os nomes, mas eu sugeri aquilo que você me falou, 'ó meu irmão, é, vamos visitar lá o 01 do Estado', aí ele falou 'não', que ele ficou de ver com o cara o seguinte: se a gente mandasse um emissário nosso com os nome e se lá o cara quiser trazer a nominata, beleza, entendeu?. Agora entregar os nomes e pegar a nominata no outro dia, eu falei que não tava certo. Aí ele ficou de ver lá com o Levy Fidelix, pra ver se fazia assim, pra mim te falar e mandar mensageiro lá, mandar o negão lá com esses nomes".

Cachoeira mostra-se satisfeito com a resposta e pede que Dadá verifique o andamento das negociações. Três dias depois, Dadá informa que levaria os nomes para o pessoal do partido. Cachoeira insiste para que o araponga marque uma conversa com Fidelix para "desenrolar" o assunto. As investigações não revelam se a negociação prosperou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Senadores que integram o Conselho de Ética reuniram-se nesta terça com o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). Lewandowski é o relator do inquérito que apura as suspeitas de envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com o empresário do ramo de jogos de azar Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

No encontro, ocorrido na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é presidido por Lewandowski, os senadores pediram ao ministro que garanta a eles acesso às gravações de conversas que foram feitas durante a operação Monte Carlo. Um pedido semelhante foi rejeitado recentemente pelo ministro sob a alegação de que o material tem informações sigilosas.

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O paulista Thomaz Bellucci e o mineiro Bruno Soares já conheceram os seus adversários na primeira fase do torneio Masters 1000 de Monte Carlo, em Mônaco. O sorteio foi realizado neste sábado (14).

Bruno Soares será o único brasileiro na disputa de duplas, atuando ao lado do norte-americano Eric Butorac. Eles vão encarar os austríacos Olivier Marach e Alexander Peya na estreia. Na segunda partida, o brasileiro e seu companheiro vão jogar contra algum cabeça de chave. Ao que tudo indica, se passarem para as oitavas de final, eles devem enfrentar o tcheco Frantisek Cermak e o eslovaco Filip Polasek, considerados a equipe mais fraca entre os cabeças de chave.

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Já Thomaz Bellucci terá um caminho mais complicado pela frente. Além de nunca ter vencido jogando no saibro de Monte Carlo, ele vai encarar, na estreia, o sul-africano Kevin Anderson, que já conquistou o título do ATP 250 de Delray Beach neste ano. Caso o paulista avance às oitavas, ele pode encarar o desafio frente ao espanhol David Ferrer, que é o atual vice campeão do Masters 1000 e número 5 do mundo.

A situação complica ainda mais se o brasileiro avançar às quartas de final, já que o provável adversário será o sérvio Novak Djockovic, líder do ranking da Associação de Tenistas profissionais (ATP).

Até o momento, Bellucci tem um histórico negativo em monte Carlo. Ele disputou a competição em duas oportunidades, em 2010 e 2011, sendo eliminado na primeira partida nas duas edições.

O PT e partidos aliados ameaçam representar contra o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, caso não encaminhe ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para investigar o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e outros parlamentares citados na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por suposto envolvimento com a máfia dos caça-níqueis.

A investida para pressionar Gurgel foi acertada hoje e é o primeiro passo de uma articulação para a abertura de processo no Senado contra o senador, que poderia resultar na cassação de seu mandato. A partir de uma denúncia formal ao STF, o PT e partidos aliados teriam fundamento para pedir ao Conselho de Ética da Casa que avalie a situação de Demóstenes.

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O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (PT), anunciou que enviará representação a Gurgel pedindo que denuncie os parlamentares. "Se não houver resposta, vamos representar contra o procurador. Ele precisa cumprir a parte dele", avisou ontem, acrescentando que só aguarda uma conversa com senadores do PSB e do PDT para preparar o documento. "De posse disso (as informações enviadas ao Supremo), a gente vai julgar se há quebra de decoro no caso de Demóstenes", adiantou.

O petista diz que, na última segunda-feira, o Ministério Público Federal (MPF) em Goiás já denunciou, com base na Operação Monte Carlo, 80 suspeitos de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis no Estado. "Se isso já foi feito, não há mais nenhuma ação da Polícia Federal em relação à Monte Carlo. Não há mais motivo para não tocar isso adiante", cobrou.

Demóstenes é citado nas investigações por manter relações estreitas e receber presentes do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, apontado pela PF como o chefe da organização criminosa de jogos de azar. Ele teria trocado mais de 300 telefonemas com o contraventor e admitiu ter recebido dele um celular especial para as conversas. Também estariam envolvidos com o empresário, preso em 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, os deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB), Jovair Arantes (PTB), Rubens Otoni (PT) e Sandes Júnior (PP).

Grampos de uma operação mais antiga da PF revelaram que Demóstenes pediu ao contraventor que lhe custeasse despesas de táxi-aéreo e vazou informações oficiais a ele. Apesar de ter recebido as gravações em 2009, a PGR não tomou providências a respeito, argumentando que aguardava a conclusão de investigações paralelas. Pinheiro disse ontem que o encaminhamento de uma denúncia ao STF também possibilitaria esclarecer se a demora de Gurgel foi "coisa normal do processo ou prevaricação".

Na última terça-feira, PT, PSB e PDT já haviam enviado a Gurgel pedido de abertura de investigação com o senador.

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