Tópicos | MP 664

Mesmo já diante da reação de senadores do próprio PT, líderes governistas do Senado elogiaram o novo cálculo da aposentadoria introduzida pela Medida Provisória 676/2015, editada nesta quinta, 18, pela presidente Dilma Rousseff. Contudo, os líderes do governo, Delcídio Amaral (PT-MS), e do PT, Humberto Costa (PE), ressalvaram que caberá ao Congresso a decisão final sobre a fórmula da progressividade.

O Planalto editou uma MP hoje que assegura, para a aposentadoria integral, a regra de 85 pontos (idade+tempo de contribuição para mulheres) e 95 pontos (idade+tempo de contribuição para homens). Essa regra já havia sido aprovada pelo Congresso na MP 664, vetada por Dilma. A partir de 2017, no entanto, o cálculo de 85/95, de acordo com a nova MP, será alterado progressivamente. O texto diz que essas somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas em um ponto em "1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021; e 1º de janeiro de 2022".

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Delcídio Amaral destacou o fato de o governo ter compreendido e respeitado a decisão do Congresso, quando manteve a fórmula 85/95. Embora considere a progressão instituída como "absolutamente razoável", por levar em conta a expectativa de vida da população, ele disse que o Legislativo vai avaliar e discutir a nova fórmula, comparando até com o fator previdenciário.

O líder do governo admitiu que a tramitação da proposta não será fácil, mas espera que a medida seja aprovada. "Toda medida provisória não tem sido fácil, mas acho que essa MP tem toda uma lógica e respeita ao Congresso", disse ele.

Humberto Costa, por sua vez, considerou como uma "boa alternativa" a fórmula progressiva. Ele disse que é preciso ter acesso aos números que respaldaram a decisão do novo cálculo. "Mesmo sem conhecer os números que fundamentaram essa decisão, me parece uma proposta bastante razoável essa que veio do governo", avaliou o líder do PT, ao destacar que a nova fórmula consagrou a decisão do Congresso de acabar com o fator.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reiterou nesta quinta-feira, 18, o que disse mais cedo em defesa da proposta alternativa de mudança no fator previdenciário apresentada pelo governo na manhã de hoje. "É uma medida que dialoga muito bem com o Congresso, dá uma estabilidade, fixa por um longo período condições que podem ser muito estáveis", disse Levy, ao deixar o velório do ex-presidente da Câmara dos Deputados Paes de Andrade.

Levy afirmou que a proposta "dá sustentabilidade à inovação que o Congresso teve sem prejuízo de, muito mais à frente, ter outras medidas que tê de ser tomadas, mas aí dentro de um diálogo". Mais cedo, Levy participou de coletiva de imprensa sobre o tema no Palácio do Planalto.

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Hoje o governo federal publicou no Diário Oficial da União (DOU) a MP 676, como uma alternativa à proposta que havia sido aprovada pelo Congresso, mas vetada pela presidente Dilma Rousseff ao sancionar o texto que converteu a MP 664 em lei.

A nova MP mantém a fórmula 85/95 proposta pelos parlamentares, porém a torna progressiva a partir do ano de 2017. De acordo com o texto, o segurado que já tiver tempo de contribuição para se aposentar poderá optar pela não incidência do fator previdenciário quando a soma de sua idade e de seu tempo de contribuição for igual ou superior a 95, se homem, ou igual ou superior a 85, se mulher, observando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.

A partir de 2017, no entanto, esse cálculo de 85/95 será alterado progressivamente. O texto diz que essas somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas em um ponto em: "1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021; e 1º de janeiro de 2022".

O ministro da Previdência, Carlos Gabas, afirmou nesta quinta-feira (18) que a solução proposta pela presidente Dilma Rousseff para as alterações do fator previdenciário é "momentânea" e que a solução definitiva para as aposentadorias será definida durante fórum. "Não (resolve todos os desafios). Essa é uma solução momentânea. A definitiva deve ser debatida", disse durante coletiva para explicar as mudanças propostas pela presidente Dilma Rousseff após vetar mudanças no fator previdenciário na MP 664.

Ainda durante a explicação, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, reiterou que a proposta do 85/95 já havia sido feita pelo governo durante discussões para soluções para a Previdência Social.

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Sobre a economia que as mudanças promoverão no caixa, Barbosa informou que, com a inclusão da progressividade, a queda da despesa até 2030 será de R$ 50 bilhões e que essa alteração melhora a sustentabilidade da Previdência. Inicialmente, o ministro havia afirmado que a economia de R$ 50 bilhões seria até 2026. Ao ser perguntado sobre as projeções para o longo prazo, Barbosa afirmou que o valor vale até 2030 e, após este período, o melhor cálculo será baseado no impacto do PIB e que a mudança acarretará num impacto de 0,5 ponto porcentual do PIB.

As preocupações do governo com um possível aumento do número de aposentados decorrente das alterações feitas, Barbosa reafirmou que não é necessário ter pressa para a aposentadoria após as mudanças promovidas pelo governo. Segundo o ministro, "a proposta garante previsibilidade e ninguém precisa ter pressa".

O ministro da previdência fez questão de afirmar que a expectativa de vida não vai parar de crescer. "Remetemos discussão ao fórum pois a expectativa de sobrevida não vai parar de evoluir". Durante as explicações, os ministros ponderaram por diversas vezes que o objetivo do fórum é "estabelecer um quadro futuro para a previdência".

O ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, afirmou nesta quinta-feira (18) que o governo editou a Medida Provisória 676 devido à necessidade de uma discussão mais profunda a respeito da previdência e do fator previdenciário. O ministro disse que essa discussão precisa levar em conta a progressividade, a transição demográfica e a necessidade de adequar as regras previdenciárias a um fenômeno que acontece no Brasil e em todo o mundo.

O ministro disse que a população brasileira está vivendo mais, ao mesmo tempo em que a taxa de fecundidade das mulheres está diminuindo. "Para a sociedade, isso significa que teremos menos pessoas trabalhando e contribuindo em relação às pessoas idosas. É lógico que isso pressiona as contas da Previdência Social", afirmou Gabas.

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O ministro destacou que o aumento da expectativa de vida tem como consequência o fato de que os aposentados vão receber o benefício por mais tempo. "Aqui está o desafio da Previdência Social", disse. Entre 1998 e 2013, segundo cálculos apresentados pelo governo, a expectativa de sobrevida dos brasileiros com 50 anos de idade aumentou 4,6 anos. Em 1998, a expectativa de sobrevida dos brasileiros era de 75,2 anos, e, em 2013, subiu para 79,8 anos.

Segundo Gabas, a população de idosos é de 23,9 milhões atualmente. Em 2030, serão 41,4 milhões. O ministro disse ainda que, atualmente, o País tem 9,3 pessoas ativas para cada idoso, relação que, em 2030, cairá para 5,1. "Isso também impacta a Previdência Social", disse.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que é preciso que a sociedade se prepare para essa transição demográfica. "Não estamos falando de um negócio lá longe. A relação entre trabalhadores e aposentados vai cair pela metade, e isso não num horizonte longuíssimo. É um movimento que não para", afirmou. "Temos de olhar o que aconteceu nos últimos anos e olhar para frente."

Gabas reiterou que é preciso preparar a Previdência para essa nova realidade. "A sociedade ainda vê de maneira equivocada a Previdência, como uma organização que tem recursos, e o segurado quer buscar esses recursos, buscando uma maneira de se aposentar o mais rápido possível, sem levar em conta que o bolo desses recursos, o fundo, é de todos os trabalhadores e precisa ser cuidado", afirmou.

"É como se estivéssemos com um caminhão numa reta, mas mais à frente temos curva acentuada. Ou planejamos a curva, ou a carreta capota. É preciso entender que essa mudança demográfica alcança todos nós e é movimento constante no Brasil", acrescentou Gabas.

Segundo ele, foi com esse objetivo que a presidente criou um fórum para debater o assunto com centrais sindicais, entidades patronais e aposentados. "A partir dos mesmos diagnósticos, vamos elaborar uma proposta sustentável de Previdência Social que consiga perdurar e atravessar essa transição."

Além dos dispositivos que tratavam de mudança no fator previdenciário, a presidente Dilma Rousseff vetou outros pontos no texto que converteu em lei a Medida Provisória nº 664, editada para dispor sobre o acesso aos benefícios pensão por morte e auxílio-doença.

A presidente rejeitou, por exemplo, o trecho que classificava como beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado, "o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho de qualquer condição menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave, nos termos do regulamento". A medida, explica o governo nas razões do veto, acabaria por presumir a dependência econômica de filho emancipado, em conflito com a própria natureza do instituto da emancipação do direito civil. "Além disso, o veto não impede que eventual dependência seja reconhecida, desde que comprovada."

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Dilma também vetou a possibilidade de convênios entre o INSS e entidades privadas para realização de perícia médica, necessária no processo de concessão do auxílio-doença, além de outros dois pontos. Um refere-se ao prazo no qual a pessoa que estiver suspensa ou licenciada sem remuneração poderá ficar na condição de segurado do benefício do seguro-desemprego e o outro trata do salário-de-benefício do segurado que contribuir em razão de atividades concomitantes. Clique aqui e veja a nova lei e as respectivas razões dos vetos.

Depois de vetar a mudança no cálculo da aposentadoria prevista na Medida Provisória nº 664, a presidente Dilma Rousseff publicou hoje no Diário Oficial da União (DOU) uma nova MP para disciplinar o assunto. Trata-se da MP 676, que mantém a fórmula 85/95, aprovada pelos parlamentares, mas a torna progressiva a partir do ano de 2017. O texto que converteu a MP 664 em lei, com o veto à flexibilização do fator previdenciário, também está publicado no Diário Oficial desta quinta-feira, 18.

Editada como alternativa à proposta do Congresso, a nova MP tem o objetivo, segundo o governo, "de preservar a sustentabilidade da Previdência Social". De acordo com o texto, o "segurado que preencher o requisito para a aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as frações, na data de requerimento da aposentadoria, for: igual ou superior a noventa e cinco pontos, se homem; e igual ou superior a oitenta e cinco pontos, se mulher, observando o tempo mínimo de contribuição de trinta anos".

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A partir de 2017, no entanto, esse cálculo de 85/95 será alterado progressivamente. O texto diz que essas somas de idade e de tempo de contribuição serão majoradas em um ponto em: "1º de janeiro de 2017; 1º de janeiro de 2019; 1º de janeiro de 2020; 1º de janeiro de 2021; e 1º de janeiro de 2022".

A MP também prevê que, no caso de professores que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício de magistério na Educação Infantil e no Ensino Fundamental e Médio, serão acrescidos, a partir dessa nova fórmula, cinco pontos à soma da idade com o tempo de Contribuição. Ainda nesta quinta-feira, o Palácio do Planalto deve conceder entrevista coletiva à imprensa para comentar a medida.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, afirmou nesta quinta-feira (28) que a comissão ministerial criada pela presidente Dilma Rousseff para tratar do fator previdenciário apresentará cenários sobre o tema a partir da segunda-feira, dia 1º de junho, na reunião da coordenação política de governo.

Segundo Rossetto, só então a presidente tomará uma decisão sobre um possível veto à proposta que flexibiliza o fator previdenciário, aprovada na última quarta-feira, 27, pelo Senado, em emenda acoplada à Medida Provisória 664. "Portanto não há posição em relação a este tema de vetar ou não vetar", disse o ministro em Porto Alegre, antes de participar do Fórum Dialoga Brasil Regional, para debater o Plano Plurianual 2016/2016 do governo federal.

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De acordo com Rossetto, a decisão de Dilma será orientada por dois critérios: o respeito ao direito à aposentadoria e a sustentabilidade da Previdência Social. "Temos que estar atentos à solidez dos fundos previdenciários e às mudanças demográficas da população brasileira", afirmou. "Pensar o futuro do sistema previdenciário é pensar uma capacidade de financiamento frente a uma situação demográfica onde a população vive mais."

Ele também lembrou que a presidente tem 15 dias a partir de segunda-feira para se posicionar. "Vamos preservar um amplo diálogo com a sociedade, com o Congresso, com as centrais sindicais e criar um ambiente positivo frente a este tema", afirmou.

Instituído no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o fator previdenciário é alvo do bombardeio das centrais sindicais e sempre foi criticado no PT porque embute um mecanismo considerado prejudicial aos trabalhadores, que acabam tendo de adiar a aposentadoria. O fim do atual modelo, no entanto, diminuiria os efeitos do ajuste fiscal, principalmente no médio e longo prazos.

O vice-presidente Michel Temer, disse nessa quarta-feira (27) que a presidente Dilma Rousseff ainda não se manifestou se vai vetar ou não a alteração das regras do fator previdenciário aprovada pelo Senado, mas ressaltou que a decisão será tomada sob o foco “econômico e político”. Os senadores aprovaram a Medida Provisória (MP) 664, que altera a forma de concessão de benefícios previdenciários e estabelece novo cálculo para a concessão de aposentadoria.

De acordo com Temer, a presidente “jamais disse uma palavra” sobre o assunto, se vetaria a emenda incluída na Câmara, ou não. “A presidenta terá 15 dias ainda para examinar essa questão”, disse Temer, em referência ao prazo legal que o presidente da República tem para sancionar uma matéria aprovada pelo Congresso Nacional. “Esta é uma questão econômica e política", e a presidenta certamente examinará sob esses prismas, acrescentou.

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Temer disse concordar com a posição dos ministros da Previdência, Carlos Gabas, e do Planejamento, Nelson Barbosa, que a medida aprovada inviabiliza a Previdência no longo prazo, mas lembrou que o governo tem a preocupação de equacionar o fator previdenciário “de uma maneira que não crie problemas naturalmente para o governo, mas que não crie problemas para os aposentados”.

Pelo texto aprovado, fica valendo a chamada regra do 85/95. A alteração estabelece que o trabalhador receberá seus proventos integrais, quando, no cálculo da aposentadoria, a soma da idade com o tempo de contribuição for 85 para mulher e 95 para homem. Enquanto o prazo corre, Michel Temer disse que já está em andamento a comissão escalada para firmar uma posição de governo e apresentá-la no Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, que ainda será instalado.

“Em breve tempo, acho que haverá uma solução para o fator. A comissão está trabalhando ativamente e rapidamente. É uma revelação da preocupação do governo com o fator e especialmente com os aposentados”, declarou o presidente. Apesar da perspectiva de celeridade, ele não sabe se será possível uma solução nos 15 dias de prazo para sanção presidencial.

Michel Temer fez avaliação “positiva” da aprovação da MP no Senado, já que ela faz parte do ajuste fiscal que o governo busca promover nas contas públicas. “Eu tenho dito com muita frequência, embora com muita cautela, que as reuniões que temos feito com os líderes da Câmara e do Senado têm revelado apoio incondicional às teses do governo. Hoje, o Senado deu mais uma demonstração de apoio ao governo, de apoio às medidas necessárias ao Brasil para termos uma economia cada vez mais saudável”, ressaltou.

Desde abril, o vice-presidente assumiu a articulação política do governo, acumulando o comando da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência (SRI). Questionado por jornalistas se a posição contrária às medidas dos senadores petistas Paulo Paim (RS) e Lindbergh Farias (RJ) chegou a assustar o governo, Temer afirmou que as distensões em partidos políticos é uma coisa natural. “A divergência só é grave, digamos assim, quando ela impõe uma derrota às teses do governo", que governa muito com o apoio do Congresso Nacional. "É claro que não há unanimidade. Mas se tem a maioria, é o suficiente para prosseguir”, destacou.

 

O líder do PT no Senado, Humberto Costa, avaliou como “uma vitória do governo” a aprovação da segunda Medida Provisória (MP) do pacote do ajuste fiscal proposto pela presidente Dilma Rousseff (PT) na tentativa de reorganizar a economia do país. A MP n° 664/2014 passou pelos senadores, nessa quarta-feira (27), com 50 votos favoráveis, 18 contrários e três abstenções. 

A matéria, que segue agora para a sanção da presidenta Dilma Rousseff, estabelece regras mais rígidas para o acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença e também prevê o fim do fator previdenciário. Na terça (26), os senadores já haviam aprovado a MP nº 665/2014, que altera a forma de pagamento do seguro-desemprego, do abono salarial e do seguro defeso.

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O parlamentar destacou que a medida vai corrigir as distorções existentes na concessão dos benefícios. “A MP foi objeto de relatório de um companheiro do nosso partido e, no nosso entendimento, ele conseguiu eliminar qualquer possibilidade - que era inclusive algo dito pela oposição e até companheiros nossos - de gerar algum tipo de prejuízo aos trabalhadores brasileiros”, afirmou. Para Humberto, o texto da MP 664 tem condições de ser sancionado na íntegra. 

Entre as mudanças, por exemplo, está a regra 85/95, que modifica o fator previdenciário, permite que a mulher se aposente quando a soma de sua idade aos 30 anos de contribuição for de 85. No caso do homem, a soma da idade a 35 anos de contribuição deve somar 95. Com a regra, a aposentadoria seria integral em relação ao salário de contribuição.

Além disso, a MP º 664/2014 reduz de 24 para 18 meses, do prazo mínimo de contribuição para que a pensão por morte seja concedida para o cônjuge ou companheiro. A Lei de Benefícios da Previdência Social, alterada pela MP, não estabelecia tempo de carência.

A medida também exige um tempo mínimo de dois anos de casamento ou união estável para ter acesso à pensão. E se o segurado morrer antes de completar as 18 contribuições ou se o casamento tiver menos de dois anos, o parceiro terá direito a quatro meses de pensão. 

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) a Medida Provisória 664, que restringe as regras de acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença. Por 50 votos a favor, 18 contra e três abstenções, os senadores mantiveram a proposta, incluída pela Câmara dos Deputados, que acrescentou a alternativa ao fator previdenciário. A segunda MP do ajuste fiscal aprovada pelo Senado segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff, que ainda não se manifestou publicamente se irá manter ou vetar a fórmula alternativa ao fator.

O fator previdenciário atualmente em vigor reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos (nos casos de homens) ou 60 (mulheres). O tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é de 35 anos para homens e de 30 para mulheres. Essa regra, que acaba por adiar a concessão de uma aposentadoria integral, foi criada em 1999 pelo governo Fernando Henrique Cardoso como forma de conter o crescimento acelerado dos gastos da Previdência Social.

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A eventual adoção da fórmula de aposentadoria 85/95 (soma da idade e do tempo de contribuição, respectivamente para mulheres e homens) foi a principal matéria discutida na MP. Antes da votação, o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que, se Dilma vetar a alternativa ao fator, o Legislativo deve derrubá-la. Provocou-a também após a aprovação. "A presidente da República tem uma nova oportunidade (para não vetar). Se ela preferir vetar, estará preferindo dar uma pedalada no aposentado brasileiro", disse.

Durante o processo de votação, parlamentares da base e da oposição cobraram do governo o compromisso de não mexer no texto aprovado pelo Senado. O senador Paulo Paim (PT-RS), um dos principais entusiastas do fim do fator no Congresso, cobrou uma posição do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), quanto a este ponto. Delcídio orientou os aliados a votarem a favor da MP 664 da forma como veio da Câmara, mas preferiu não se referir a um eventual veto de Dilma. "Se a gente votar fazendo conjecturas do futuro, pelo amor de Deus, teremos que conjecturar sobre a eternidade da maçã", disse Delcídio.

O candidato derrotado do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), cobrou da presidente que não vete a alternativa ao fator. Na campanha, o tucano dizia que iria acabar com o fator, se eleito. Dilma, por sua vez, se colocou contra a ideia na ocasião e afirmou que seria "demagogia" prometer o fim do fator, cobrando dos adversários de onde tirariam recursos para bancar a proposta. "No momento em que houver o veto, e acredito que haverá, a oposição estará reunida no Congresso Nacional para derrubar o veto porque senão o que vai passar é um grande engodo", criticou Aécio.

Paulo Paim afirmou que o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o fim do fator previdenciário, em conversa recente que manteve com ele e com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas. "Ele (Lula) disse que cada um deveria votar com a sua consciência e que não havia nada no estatuto do PT que dissesse que eu deveria votar contra a minha consciência e contra os trabalhadores", disse Paim. "Ele disse que era uma bandeira importante: conseguir resolver uma vez por todas (o fim do fator) do fator. Disse que gostaria de não ter vetado (o fim do fator)."

Críticas

Embora favoráveis ao fator, manifestantes das galerias criticaram a aprovação do restante da MP. "Ô, Dilma, que papelão, roubando o povo para pagar o mensalão", entoaram os presentes. "PT, pode esperar, a sua hora vai chegar".

A MP foi editada no final do ano passado para, segundo o governo, evitar "fraudes e distorções" no pagamento dos dois benefícios. Entre as mudanças propostas, está, por exemplo, a exigência de ao menos dois anos de casamento ou união estável para ter direito a pensão por morte. A expectativa da equipe econômica era economizar cerca de R$ 2 bilhões com as mudanças, mas o texto foi modificado durante sua tramitação na comissão especial e na Câmara que reduziram significativamente essa economia.

A MP original acabava com a concessão da pensão por morte integral para os participantes do Regime Geral da Previdência, sendo que o valor ficaria limitado a 50% da aposentadoria do segurado falecido, acrescido por até cinco cotas de 10% para cada um dos seus dependentes. Mas esse artigo foi suprimido.

O relator da matéria, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), também removeu de seu relatório um item da MP enviada pelo Executivo que impedia a transferência das cotas dos dependentes que perdessem esse status para o beneficiário principal. O prazo de carência que o governo queria estabelecer para ao acesso à pensão também foi flexibilizado.

O presidente da República em exercício, Michel Temer, disse nesta quarta-feira, 27, que a presidente Dilma Rousseff ainda não definiu se vai vetar ou não a flexibilização do fator previdenciário, conforme previsto em emenda acoplada à medida provisória 664, aprovada nesta quarta no Senado Federal. Temer admitiu que o governo vê o tema com "preocupações", mas garantiu que Dilma analisará o tema "sob o foco" econômico e político.

"A presidente terá os 15 dias (prazo de 15 dias úteis para sancionar a medida, depois de o texto chegar ao Planalto) ainda para examinar essa questão. Ela jamais disse uma palavra sobre se vetaria ou não. Segundo ponto é que decidimos que se deveria constituir uma comissão técnica que já está instalada, está examinando essa questão do fator previdenciário", comentou Temer a jornalistas, logo depois do resultado da votação no Senado Federal. O vice-presidente assumiu temporariamente a Presidência da República em razão da visita de Estado de Dilma ao México.

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"O governo tem preocupações com o fator previdenciário, quer equacioná-lo, de uma maneira que não crie problemas naturalmente para o governo, mas que não crie problemas para os aposentados. Em breve tempo eu acho que haverá uma solução para o fator", disse Temer.

Questionado se o governo pretende apresentar uma proposta alternativa ao fator previdenciário antes do prazo de 15 dias para sancionar a medida, Temer disse que não sabia dizer se isso seria possível.

"A comissão está trabalhando ativamente e rapidamente, acho que pode ser que isso venha a acontecer (o anúncio de uma alternativa ao fator previdenciário antes da sanção da lei), ou seja, é uma revelação da preocupação do governo com o fator, especialmente com os aposentados", afirmou Temer.

"Eu volto a dizer que a presidente nada decidiu a respeito disso. Essa é uma questão econômica e política, a presidenta certamente examinará sob o foco econômico e sob o foco político."

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira a medida provisória 664, que restringe as regras de acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença. Por 50 votos a favor, 18 contra e três abstenções, os senadores mantiveram a proposta, incluída pela Câmara dos Deputados, que acrescentou a alternativa ao fator previdenciário. Dilma ainda não disse publicamente se irá vetar ou não a nova fórmula proposta.

Ajuste fiscal

Na avaliação de Temer, ao aprovar a MP 664, o Senado Federal deu "apoio incondicional às teses do governo". "O Senado deu mais uma demonstração de apoio ao governo, de apoio às medidas necessárias para o Brasil, para termos uma economia cada vez mais saudável no nosso País", afirmou.

O presidente da República em exercício minimizou as críticas feitas pelos senadores petistas Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Paim (RS) às medidas do ajuste fiscal.

"Isso é natural. Muitas vezes nos partidos políticos, você tem divergências, mas a divergência só é grave quando ela impõe uma derrota às teses do governo, porque o governo também, eu volto a dizer, governa muito com o apoio do Congresso Nacional. É claro que não há unanimidade, mas se tem a maioria é o suficiente pra prosseguir", afirmou Temer, que encerrou a coletiva de imprensa dizendo que já se podia começar a tomar caipirinha para comemorar o resultado da votação.

O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira, 27, a Medida Provisória 664, que restringe as regras de acesso à pensão por morte e ao auxílio-doença. Por 50 votos a favor, 18 contra e três abstenções, os senadores mantiveram a proposta, incluída pela Câmara dos Deputados, que acrescentou a alternativa ao fator previdenciário. A segunda MP do ajuste fiscal aprovada pelo Senado segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff, que ainda não se manifestou publicamente se irá manter ou vetar a fórmula alternativa ao fator.

O fator previdenciário atualmente em vigor reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos (nos casos de homens) ou 60 (mulheres). O tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é de 35 anos para homens e de 30 para mulheres. Essa regra, que acaba por adiar a concessão de uma aposentadoria integral, foi criada em 1999 pelo governo Fernando Henrique Cardoso como forma de conter o crescimento acelerado dos gastos da Previdência Social.

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A eventual adoção da fórmula de aposentadoria 85/95 (soma da idade e do tempo de contribuição, respectivamente para mulheres e homens) foi a principal matéria discutida na MP. Antes da votação, o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que, se Dilma vetar a alternativa ao fator, o Legislativo deve derrubá-la. Provocou-a também após a aprovação. "A presidente da República tem uma nova oportunidade (para não vetar). Se ela preferir vetar, estará preferindo dar uma pedalada no aposentado brasileiro", disse.

Durante o processo de votação, parlamentares da base e da oposição cobraram do governo o compromisso de não mexer no texto aprovado pelo Senado. O senador Paulo Paim (PT-RS), um dos principais entusiastas do fim do fator no Congresso, cobrou uma posição do líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), quanto a este ponto. Delcídio orientou os aliados a votarem a favor da MP 664 da forma como veio da Câmara, mas preferiu não se referir a um eventual veto de Dilma. "Se a gente votar fazendo conjecturas do futuro, pelo amor de Deus, teremos que conjecturar sobre a eternidade da maçã", disse Delcídio.

O candidato derrotado do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), cobrou da presidente que não vete a alternativa ao fator. Na campanha, o tucano dizia que iria acabar com o fator, se eleito. Dilma, por sua vez, se colocou contra a ideia na ocasião e afirmou que seria "demagogia" prometer o fim do fator, cobrando dos adversários de onde tirariam recursos para bancar a proposta. "No momento em que houver o veto, e acredito que haverá, a oposição estará reunida no Congresso Nacional para derrubar o veto porque senão o que vai passar é um grande engodo", criticou Aécio.

Paulo Paim afirmou que o próprio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o fim do fator previdenciário, em conversa recente que manteve com ele e com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas. "Ele (Lula) disse que cada um deveria votar com a sua consciência e que não havia nada no estatuto do PT que dissesse que eu deveria votar contra a minha consciência e contra os trabalhadores", disse Paim. "Ele disse que era uma bandeira importante: conseguir resolver uma vez por todas (o fim do fator) do fator. Disse que gostaria de não ter vetado (o fim do fator)."

Críticas

Embora favoráveis ao fator, manifestantes das galerias criticaram a aprovação do restante da MP. "Ô, Dilma, que papelão, roubando o povo para pagar o mensalão", entoaram os presentes. "PT, pode esperar, a sua hora vai chegar".

A MP foi editada no final do ano passado para, segundo o governo, evitar "fraudes e distorções" no pagamento dos dois benefícios. Entre as mudanças propostas, está, por exemplo, a exigência de ao menos dois anos de casamento ou união estável para ter direito a pensão por morte. A expectativa da equipe econômica era economizar cerca de R$ 2 bilhões com as mudanças, mas o texto foi modificado durante sua tramitação na comissão especial e na Câmara que reduziram significativamente essa economia.

A MP original acabava com a concessão da pensão por morte integral para os participantes do Regime Geral da Previdência, sendo que o valor ficaria limitado a 50% da aposentadoria do segurado falecido, acrescido por até cinco cotas de 10% para cada um dos seus dependentes. Mas esse artigo foi suprimido.

O relator da matéria, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), também removeu de seu relatório um item da MP enviada pelo Executivo que impedia a transferência das cotas dos dependentes que perdessem esse status para o beneficiário principal. O prazo de carência que o governo queria estabelecer para ao acesso à pensão também foi flexibilizado.

Os senadores devem retomar nesta quarta-feira (27) a votação da Medida Provisória 664, que propõe regras mais duras para o acesso a pensão por morte e auxílio-doença. A proposta faz parte do pacote do ajuste fiscal defendido pelo governo federal para promover o equilíbrio nas contas públicas.

Na noite de terça-feira (26), o Senado começou a votar as medidas do ajuste e aprovaram a MP 665, que restringe o acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial. Por acordo de lideranças, o plenário vai retomar a discussão da MP 664.

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O Planalto conta com a aprovação das medidas ainda nesta semana. As medidas provisórias entram em vigor quando propostas pelo governo, mas precisam ser aprovadas em até 120 dias, caso contrário, perdem a validade.

A Câmara já aprovou parte das MPs do ajuste na semana passada. Além da MP 664, o Senado precisa votar a MP 668, que aumenta as alíquotas de PIS e Cofins que incidem sobre importação de mercadorias.

As mudanças promovidas na Câmara reduziram a economia planejada pelo governo em quase R$ 3 bilhões. Com as MPs 664 e 665, Dilma pretendia deixar de gastar R$ 18 bilhões por ano.

Pensão por morte

Como é: Não há exigência de tempo mínimo de união estável ou casamento; não há tempo mínimo de contribuição do segurado; o pagamento equivale a 100% do benefício; a pensão para o cônjuge é vitalícia.

Proposta do governo: Prevê carência de 24 meses de contribuição para ter acesso à pensão por morte; serão exigidos pelo menos 2 anos de casamento ou união estável; será alterado o cálculo da pensão de 100% para 50% mais 10% por dependente, até o limite de 100%; acabará o benefício vitalício para cônjuges jovens.

Alterações no Congresso: Redução para 18 meses do prazo mínimo de contribuição para que a pensão por morte seja concedida para o cônjuge ou companheiro. A medida também exige um tempo mínimo de dois anos de casamento ou união estável, que foi mantido pelo relator - outra regra que não existia na lei.

Auxílio-doença

Como é: A empresa paga o auxílio-doença por período de 15 dias e depois o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) assume o pagamento do benefício; o valor pago é igual ao da última contribuição registrada; o trabalho de perícia é feito somente pelo INSS.

Proposta do governo: As empresas arcarão com o pagamento do benefício por período de 30 dias. Depois, o INSS assume a despesa; o valor passa a ser pago pela média das últimas 12 contribuições.

Alterações no Congresso: Mantém a obrigação de a empresa pagar ao seu empregado o salário durante os 30 primeiros dias de afastamento, o dobro do que previa a legislação anterior à Medida Provisória 664.

Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disseram nesta segunda-feira (25) que o governo reforçará esforços para garantir a aprovação das medidas do ajuste fiscal, que dependem de votações do Congresso.

O Senado tem que votar as medidas provisórias (MPs) 664, 665 e 668, que alteram as regras para concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas e elevam a tributação sobre as importações. Na Câmara, o governo quer aprovar o Projeto de Lei 863/2015, que reduz a desoneração da folha de pagamento das empresas.

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“Delongas não favorecem à retomada do crescimento”, disse Levy. “Para ter sustentabilidade na economia, temos que resolver a agenda do ajuste”, acrescentou.

Segundo ele, em relação à redução dos subsídios do governo para a folha de pagamento das empresas, o setor produtivo está preparado para a mudança. “Eles entenderam a necessidade de ajustes, se prepararam, respondendo à apresentação muito clara que a presidenta Dilma Rousseff fez, de qual era a estratégia para começar a reequilibrar as contas, e estão prontos, querem avançar”, argumentou.

Mercadante defendeu a importância da aprovação do chamado PL das Desonerações para o ajuste fiscal e admitiu que o governo está corrigindo “uma parte da desoneração que foi muito longe”, ao abrir mão de R$ 120 bilhões em receita com subsídios em diversas áreas.

“Isso vai ajudar a inflação a cair, a estabilizar a economia, a criar um ambiente em que a taxa de juros possa cair no futuro e a criar bases sólidas para a retomada do crescimento”, avaliou.

O chefe da Casa Civil minimizou as divergências internas da base aliada no Senado para votação das medidas, inclusive dentro do PT, e disse que espera um resultado positivo. “Tivemos pequenas dissidências de todas as bancadas, mas aprovamos as MPs com ampla margem de votos na Câmara e acho que isso vai se repetir no Senado,” previu o ministro.

Mercadante disse lamentar que haja dissidências na base aliada, mas que isso é normal no processo democrático. “É assim na democracia; as pessoas, às vezes, têm pequenas divergências. Mas acredito que temos um amplo apoio no Senado para aprovar as três MPs e estamos trabalhando para isso”.

O ministro anunciou a criação de uma comissão técnica de nível ministerial para discutir mudanças na Previdência, entre elas a definição de alternativas ao fator previdenciário.

A comissão definirá a posição do governo, que será levada ao Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, que vai incluir representantes das centrais sindicais, dos empresários e dos aposentados. Os representantes do governo serão os ministros Mercadante, Levy, e os ministros da Previdência, Carlos Gabas, do Planejamento, Nelson Barbosa; e das Comunicações, Ricardo Berzoini (ex-ministro da Previdência),

“Pretendemos, até a próxima semana, implantar o fórum e iniciar as discussões mais aprofundadas sobre o tema relacionado às relações de trabalho, à Previdência. A presidenta Dilma disse na campanha - e ela está cumprindo esse compromisso: o fator previdenciário só pode ser discutido dentro de uma perspectiva de sustentabilidade da Previdência e esse é um dos objetivos do fórum”.

O governo vai tentar reverter no fórum a derrota que sofreu na Câmara, durante a votação da MP 664, em que os deputados incluíram no texto uma emenda que estabeleceu uma nova fórmula de cálculo para a aposentadoria como alternativa ao fator previdenciário. A fórmula soma a idade ao tempo de contribuição até chegar a 85, para mulheres, e 95 para homens, e facilita o acesso ao teto da aposentadoria.

Além de Levy e Mercadante, participaram da reunião de coordenação política de hoje o vice-presidente, Michel Temer, e os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo e da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva; de Minas e Energia, Eduardo Braga, e da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha.

Além deles estiveram presentes os ministros das Cidades, Gilberto Kassab, da Justiça, José Eduardo Cardozo e da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto; das Comunicações, Ricardo Berzoini, e da Previdência, Carlos Gabas, e os líderes do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e no Senado, José Pimentel (PT-CE).

Responsável pela articulação política do Palácio do Planalto, o vice-presidente Michel Temer negou nesta segunda-feira, 25, que o governo queira deixar caducar a MP 664, que altera as regras de benefícios previdenciários.

As áreas política e econômica do governo federal entraram em divergência em relação ao destino da Medida Provisória 664, que tornou mais difícil o pagamento de pensões por morte e auxílio-doença - o governo pretendia obter uma receita de R$ 2 bilhões com a medida, mas as exigências acabaram afrouxadas pelos deputados.

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Para piorar o cenário, a Câmara incluiu na MP uma emenda que flexibilizou o fator previdenciário, algo que, de acordo com contas do próprio governo, deve gerar um gasto de R$ 40 bilhões na próxima década. Diante de um custo-benefício pouco favorável, a MP 664 deixou de ser prioridade.

"Não é o que o governo pensa (deixar caducar a MP 664), o governo quer levar até o final (o ajuste fiscal). Inclusive a (medida provisória) 664", assegurou Temer.

Questionado sobre se a perda de validade da MP 664 seria uma forma de eliminar o desgaste da presidente Dilma Rousseff com o eventual veto à flexibilização do fator previdenciário, o vice-presidente respondeu que a "presidente tem suficiente estatura para dizer se vai vetar ou não, embora esse tema não esteja na pauta".

Contingenciamento

Para o vice-presidente, o contingenciamento de R$ 69,9 bilhões anunciado pelo governo na última sexta-feira, 22, foi o "suficiente" e "necessário". Temer negou qualquer mal-estar com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que defendia um corte maior, da ordem de R$ 78 bilhões.

As áreas política e econômica do governo federal entraram em divergência em relação ao destino da Medida Provisória 664, que tornou mais difícil o pagamento de benefícios previdenciários - pensões por morte e auxílio-doença. Ontem, ao anunciar o decreto de contingenciamento orçamentário, a equipe econômica sinalizou que conta com a aprovação da MP. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, deixou claro que espera a aprovação das medidas provisórias no Senado.

Por outro lado, integrantes da cúpula do governo trabalham para colocar em prática, na próxima semana, uma manobra regimental que pode acarretar na perda de validade da Medida Provisória 664.

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Caso a proposta não seja votada no Congresso Nacional antes do próximo dia 1º de junho, ela "caduca", perdendo seus efeitos. Segundo relatos ouvidos pelo Estado, a avaliação dentro do governo é de que o texto original foi bastante alterado na discussão realizada na Câmara dos Deputados, tornando a economia menor do que a esperada pela equipe econômica.

O governo esperava obter inicialmente uma receita de cerca de R$ 2 bilhões. Após os parlamentares afrouxarem as novas exigências, acabou-se reduzindo essa economia a menos da metade, segundo cálculos do consultor de Orçamento da Câmara, Leonardo Rolim.

Além disso, quando passou pela Câmara, os deputados incluíram na medida provisória uma emenda que criou uma alternativa ao fator previdenciário, algo que, de acordo com contas do próprio governo, deve gerar um gasto de R$ 40 bilhões na próxima década.

Diante de um custo-benefício pouco favorável, a MP 664 deixou de ser prioridade. A perda de validade também eliminaria o desgaste da presidente Dilma Rousseff de ter que vetar o trecho que trata do fator previdenciário, defendido pela base aliada e pela cúpula do PT.

Embora a estratégia já esteja armada, o discurso oficial dos governistas deverá ser o de que a 664 será votada como veio da Câmara, ou seja, com o fator previdenciário. A previsão de gastos com o seguro-desemprego e o abono salarial foi reduzida em R$ 5 bilhões, alterados pela MP 665, já aprovada na Câmara.

Após duas derrotas na votação do texto-base da Medida Provisória 664, na noite de quarta-feira (13) o Planalto evitou na quinta-feira (14) a imposição de novas perdas na MP que torna mais rígidas as regras de acesso ao auxílio-doença e à pensão por morte. O governo derrotou, no voto, quatro destaques sugerindo mudanças no texto-base da MP 664. Entre elas, a proposta do DEM para que fosse suspensa a necessidade de comprovação de dois anos de casamento ou união estável para que cônjuges recebam pensão por morte. Essa regra ficou mantida.

O DEM também perdeu na votação de uma emenda aglutinativa que pretendia tornar a pensão por morte vitalícia ao cônjuge a partir dos 30 anos e conceder aumento de 25% no valor de pensões por invalidez, quando comprovada a necessidade de assistência permanente para o pensionista doente.

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O governo conseguiu apoio de 244 deputados contra uma emenda apresentada pelo PSDB vetando a terceirização da perícia médica do INSS. O Planalto defendeu a terceirização por meio de convênios com órgãos e entidades privadas. E conseguiu que o PDT retirasse de pauta um destaque no qual propunha que a pensão por morte seria vitalícia a pessoas acima dos 29 anos.

O PTB também aceitou retirar de pauta uma emenda que determinava um adicional de 25% no valor da aposentaria por idade nos casos em que o beneficiário comprovasse a necessidade de cuidados especiais em função de doença. A segunda medida provisória do ajuste fiscal deixou a Câmara em direção ao Senado, onde pode ser alterada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois da conclusão da votação da medida provisória 664, a segunda do ajuste fiscal do governo Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira, 14, que a definição de uma solução para o fator previdenciário deve ser feita por meio do Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho, Renda e Previdência. Temer disse que vai pedir que o fórum dê prioridade máxima à questão do fator previdenciário e encontre uma saída para o impasse dentro de um prazo de 60 dias.

Constituído por representantes dos trabalhadores, aposentados, empresários e governo, o fórum foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff no dia 30 de abril, na véspera do Dia do Trabalho. Conforme previsto em decreto, o fórum tem duração prevista de seis meses (180 dias), prazo que pode ser prorrogado.

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Ontem, depois de o texto-base da medida provisória 664 ser aprovado com uma vantagem de 99 votos, o Planalto se viu derrotado quando a Câmara incluiu na MP um dispositivo que cria uma alternativa à fórmula do fator previdenciário. Na tarde desta quinta-feira, a Câmara concluiu a votação da MP e, com isso, a medida segue para a apreciação do Senado Federal.

"Tem muito ainda pela frente. Primeiro o Senado Federal, depois tem prazo para sanção e, nesse entretempo, seguramente já estará funcionando aquela comissão que a presidente criou por decreto e é possível que até o momento da sanção ou logo depois seja possível ter uma solução por esse fórum", disse Temer, depois de acompanhar a conclusão da votação da MP 664 com os ministros da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, no quarto andar do Palácio do Planalto. Na avaliação de Temer, uma definição sobre o fator previdenciário por meio do fórum "é o melhor dos cenários".

"Eu vou sugerir que, na verdade, se faça (uma definição) num prazo de 60 dias mais ou menos. O governo há muito tempo pensa em fazer uma revisão do fator previdenciário. Segunda-feira vamos ter reunião do conselho político, vamos tratar desse assunto, é muito provável que logo seja instalado (o fórum) e, instalado, já comece a trabalhar", afirmou o vice-presidente.

Questionado se a saída via fórum seria uma forma de evitar um veto da presidente Dilma Rousseff à emenda aprovada na Câmara, Temer respondeu: "Isso eu não sei, a questão do veto é uma questão da presidente. Não estou dizendo que seja vetado ou sancionado, isso eu não sei dizer, mas o que é importante é que haja uma solução para o fator previdenciário."

Balanço

Para o vice-presidente, a reunião feita mais cedo com ministros e líderes da base na Câmara foi "muito positiva" e serviu para "ajustar todos os ponteiros".

"Vocês viram que o resultado foi muito positivo, né. Algumas emendas mais perigosas (à MP 664) foram retiradas, fruto do acordo entre os líderes. O balanço final é muito positivo", comentou. "Com a reunião que fizemos hoje, a base está pacificada."

O governo conseguiu evitar novas derrotas sobre o texto da medida provisória 664, cujo texto-base foi aprovado ontem pela Câmara dos Deputados. Foram até agora três vitórias que poderiam mudar sensivelmente a MP.

O governo conseguiu apoio de 244 deputados contra uma emenda apresentada pelo PSDB vetando a terceirização da perícia médica do INSS. O governo defendeu a terceirização por meio de convênios com órgãos e entidades privadas, o que foi mantido pela Câmara.

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O Palácio do Planalto conseguiu também que o PDT retirasse de pauta um destaque no qual propunha que a pensão por morte seria vitalícia a pessoas acima dos 29 anos. No texto aprovado ontem, o governo criou uma escala de idades e tempo de pagamento da pensão, sendo que ela se tornaria vitalícia para cônjuges acima do 44 anos.

O PTB também aceitou retirar de pauta uma emenda que determinava um adicional de 25% no valor da aposentaria por idade nos casos em que o beneficiário comprovasse a necessidade de cuidados especiais em função de doença comprovada em perícia médica.

As vitórias ocorreram um dia após o governo sofrer duas derrotas no plenário da Câmara, na sequência da vitoriosa aprovação do texto-base da MP 664. O governo foi vencido na noite de ontem no fator previdenciário e na tentativa de alterar a estrutura de pagamento do auxílio-doença pelas empresas.

O vice-presidente Michel Temer minimizou nesta quinta-feira (14) as derrotas sofridas pelo governo durante a votação das emendas à Medida Provisória (MP) 664, ontem (13), na Câmara dos Deputados. Uma das emendas criou uma alternativa para o cálculo das aposentadorias pelo fator previdenciário e criou uma nova regra, que soma a idade ao tempo de contribuição até chegar a 85, para mulheres, e 95, para homens.

A emenda foi incluída no texto à revelia do governo, que queria discutir as mudanças na Previdência em um fórum com a participação de centrais sindicais, empresários e parlamentares. Segundo Temer, a mudança aprovada pelos deputados não elimina o fator previdenciário e, apesar da emenda, o assunto continuará a ser debatido no grupo criado pelo Executivo.

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“A comissão certa e seguramente será instalada e trabalhará porque há bastante tempo o governo pensa em modificar o fator. Registro até que ele não foi eliminado, como se noticiou no dia de ontem, ele teve uma pequena adequação e uma adequação em favor dos aposentados, o governo não tem nada contra isso”, avaliou, ao chegar ao gabinete da Vice-Presidência, no Palácio do Planalto.

O governo também foi derrotado na votação da emenda que manteve em 15 dias (e não ampliou para 30) o tempo que as empresas têm que pagar ao trabalhador o auxílio-doença antes que os custos sejam arcados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Temer também minimizou esta derrota e disse que a medida não terá impacto significativo no corte de gastos do governo. “Não creio que isso vulnere o ajuste. Claro, cai uma certa porcentagem da arrecadação, mas não de modo a comprometer o ajuste fiscal”.

O vice-presidente, que também é o articulador político do governo, disse que a aprovação do texto principal da MP, em que o governo saiu vitorioso por 277 a 178 votos, foi o principal resultado da votação dessa quarta-feira e que a margem de votos garante ao governo vitória em outros pontos do texto.

“O importante foi aprovar o texto principal e esse foi aprovado com grande margem de votos da base do governo. Acho que as outras votações serão favoráveis, temos vários destaques a serem votados ainda hoje e partindo do pressuposto que o principal foi aprovado, nossa ideia é que essa margem de votos continuará ajudando na não aprovação de alguns destaques”, calculou.

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