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A vereadora transsexual de Belo Horizonte Duda Salabert (PDT) sofreu novas ameaças de morte de grupos neonazistas e disse que irá discutir com seu partido um pedido para que a Polícia Federal (PF) investigue o caso. A Câmara de Belo Horizonte colocou o seu serviço de segurança e inteligência também à disposição da vereadora.

Salabert, que concorre a uma vaga na Câmara dos Deputados em outubro, disse que pedirá para ela e sua família. "Recebi outra ameaça de morte do grupo neonazista que frequenta fóruns e ambientes virtuais", disse Salabert, na segunda-feira, 2.

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Na mensagem, os criminosos fazem diversos xingamentos e ameaças de morte à vereadora e sua família. Em 2021, Salabert já havia sido alvo de ataques de neonazistas em redes sociais, e foi obrigada a deixar seu emprego de 13 anos como professora de português no colégio Bernoulli, um dos mais prestigiados da capital mineira.

"Por causa desses nazistas perdi meu emprego ano passado, pois eles enviaram na época e-mails para a escola onde eu trabalhava dizendo que transformariam a escola em um mar de sangue caso eu continuasse dando aula lá. Agora esse grupo nazista me envia este e-mail me ameaçando e ameaçando minha família", afirmou Salabert.

A vereadora explicou que a a assinatura da mensagem, com os números 14/88, é uma alusão a elementos nazistas e o nome do autor da mensagem, Willian Maza dos Santos, é de um frequentador de fóruns virtuais e que já ameaçou estuprar uma jornalista.

Salabert disse acreditar que a nova ameaça é feita pelas mesmas pessoas que, em 2021, prometeu fazer "um mar de sangue" no colégio Bernoulli. Ela foi demitida da escola dois meses depois.

Desde então, os neonazistas tinham parado de enviar e-mails. Mas, na quinta-feira, 28, Salabert recebeu uma nova ameaça. "Perder seu emprego foi só o começo, na próxima vez você vai perder sua vida", diz o texto assinado pelo mesmo William Maza dos Santos.

"Após ser demitida, não recebi mais nenhum e-mail. Agora, recebi este, que foi enviado na quinta-feira. Antes, a ameaça era só ao meu ambiente de trabalho, agora é à minha família", disse a parlamentar. Salabert lembra ainda que recebe mensagens de ódio diariamente, mas não ameaças diretas de morte.

Prefeito de Belo Horizonte diz ter ficado indignado

Nesta terça-feira, 2, o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), se solidarizou com a vereadora. Por meio de rede social, Nomam afirmou ter ficado indignado com a ameaça de morte à parlamentar.

"Fico indignado, pois essa é uma violência não só contra ela mas também contra a própria democracia e isso não podemos aceitar. Coloquei a Guarda Municipal à disposição para que a vereadora possa continuar exercendo com tranquilidade e segurança a função para que foi eleita", afirmou o prefeito.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Câmara informou nesta terça-feira, 2, que solidariza-se com Salabert e que os serviços de segurança e inteligência da Casa estão à disposição da vereadora, "caso essa demande apoio institucional para assegurar o pleno exercício do mandato".

O Estadão ligou, por diversas vezes, desde o início da manhã desta terça-feira (2), para os telefones do gabinete da vereadora na Câmara Municipal de Belo Horizonte, além dos celulares da assessoria de imprensa de Salabert, mas as ligações não foram completadas.

O FBI prendeu nesta quinta-feira (16) três homens suspeitos de serem membros de um grupo neonazista, incluindo um ex-reservista do Exército canadense, que mantinha um arsenal e planejava viajar para um comício pró-armas na próxima semana, em Richmond, Virgínia.

De acordo com a polícia federal dos EUA, os homens planejavam um massacre para iniciar um conflito racial no Estado. O canadense estava nos EUA ilegalmente, de acordo com as autoridades. Os outros membros do grupo agora devem ser investigados. (Com agências internacionais).

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A polícia de Washington estabeleceu neste domingo um perímetro de segurança em volta da Casa Branca, ante a marcha de centenas de neonazistas e supremacistas brancos, um ano depois dos distúrbios em Charlottesville, Virginia, que deixaram uma mulher morta e 19 feridos.

No aniversário de um ano daqueles incidentes, a rede de extrema direita Unite the Right protagoniza a nova concentração em Washington.

Esta organização, que esteve por trás da manifestação de Charlottesville (Virginia), obteve autorização para reunir 400 pessoas na praça Lafayette, em frente à residência presidencial, a partir de 17H30 locais e durante apenas duas horas.

Um importante dispositivo policial foi implementado no local, com várias ruas fechadas para veículos, especialmente para impedir qualquer contato entre os neonazistas e manifestantes contrários, que também devem comparecer à praça Lafayette.

Grupos antirracistas se reuniram de forma pacífica a partir de meio-dia em frente à Casa Branca, com cartazes que diziam "Não aos nazistas, não ao KuKlux Klan, e não a um Estados Unidos Fascista".

Alguns "dizem que a melhor estratégia é ignorar os supremacistas brancos, que não devemos lhes dar muita atenção. Mas nós realmente acreditamos que seria um erro enorme deixar que os fascistas pisem forte no solo da capital do país, sem oposição", disse à AFP Kei Pritsker, de 22 anos, integrante da Answer Coalition, um grupo antirracismo.

Em uma mensagem em seu site, a Unite the Right disse a seus partidários que "certamente haverá provocadores que tentarão conseguir uma reação de sua parte". "Não respondam com ira", aconselharam os organizadores.

Promotor da manifestação do ano passado, Jason Kessler havia pedido autorização para marchar de novo em Charlottesville, mas as autoridades da cidade a negaram.

A pequena cidade de Virginia, situada a menos de 200 km ao sul de Washington, não queria reviver os eventos de 12 de agosto de 2017.

A rede ultraconservadora obteve naquele momento autorização para uma concentração em Charlottesville, em protesto contra um projeto da prefeitura de retirar uma estátua do general confederado Robert E. Lee.

Após o fim da marcha houve confrontos entre os supremacistas brancos e os contra-manifestantes.

Um simpatizante neonazista avançou com seu carro na direção dos manifestantes contrários ao racismo, matando Heather Heyer, de 32 anos, e deixando 19 feridos.

- "Não são bem-vindos" -

Em uma entrevista à rádio pública NPR transmitida na sexta, Jason Kessler expressou seu desejo de que o evento de domingo seja "afastado" e tome distância pública do movimento neonazista.

"Não quero nenhum neonazista no evento", indicou. "Não são bem-vindos".

As autoridades tentarão impedir que os dois grupos entrem em contato, com um grande dispositivo policial.

O presidente Donald Trump expressou no sábado seu repúdio a todo o tipo de racismo.

"Os distúrbios em Charlottesville de um ano atrás causaram mortes insensatas e divisão", escreveu em sua conta de Twitter.

Trump foi criticado no ano passado por não ter condenado claramente os manifestantes neonazistas, após os incidentes que deixaram em evidência o avanço da extrema direita branca.

"Devemos estar unidos como nação. Condeno todo o tipo de racismo e ato de violência. Paz para TODOS os americanos", acrescentou em sua mensagem anterior à manifestação deste domingo.

Jim, um homem negro que estava contra o protesto e não quis dar seu nome completo, disse que sente que os Estados Unidos é mais racista sob o governo de Trump.

Antes "era sutil, agora não é sutil, é na sua cara, é como a Alemanha Nazista", acrescentou.

Os organizadores pediram para carregar só bandeiras dos Estados Unidos e dos Estados Confederados, e evitar emblemas neonazistas.

Todas as armas de fogo foram proibidas no local do protesto em Washington, inclusive para os que têm licença para portá-las.

Manifestantes neonazistas e antifascistas são esperados no domingo (12) diante da Casa Branca para uma tensa manifestação, um ano depois dos violentos protestos que demonstraram o crescimento da extrema-direita nos Estados Unidos.

As autoridades reforçaram a segurança na capital americana para a marcha convocada em nome dos "direitos cívicos dos brancos" e organizada pela Unite the Right. Esta é a mesma rede supremacista que convocou o protesto do ano passado em Charlottesville, na Virgínia, que terminou em sangue.

Grupos antifascistas também planejam uma contramanifestação na mesma área, e muitos temem um novo confronto.

"O objetivo da polícia é manter os grupos separados", declarou o chefe da Polícia de Washington.

Em 11 de agosto de 2017, centenas de simpatizantes neonazistas, acompanhados de homens portando fuzis e tochas acesas e gritando frases racistas, marcharam pelas ruas de Charlottesville, em uma cena que lembrou as marchas da Ku Klux Klan no sul dos Estados Unidos antes do movimento pelos direitos civis dos negros.

O grupo protestava contra a remoção de estátuas de líderes da Confederação, o conjunto de estados americanos que lutou para manter a escravidão durante a Guerra Civil no final do século XIX.

No dia seguinte, houve enfrentamentos entre simpatizantes neonazistas e antifascistas do grupo Antifa.

De repente, um elemento neonazista jogou seu carro contra a multidão de manifestantes antifascistas, matando Heather Heyer, de 32 anos, e ferindo outras 19 pessoas.

- Os EUA de Trump -

Cerca de 400 simpatizantes da Unite the Right serão admitidos no pequeno parque Lafayette, diante da Casa Branca, e os contramanifestantes também estão autorizados a se reunir no mesmo local. Todas as armas estarão proibidas no perímetro, mesmo para quem possui permissão de portá-las.

Os manifestantes de extrema-direita começam a se reunir na tarde de domingo em uma estação de metrô no centro da cidade antes de marchar para a Casa Branca.

Lecia Brooks, analista do Southern Poverty Law Center (SPLC), um observatório de monitoramento de grupos extremistas, disse à AFP que a marcha reflete "a crescente ousadia dos nacionalistas brancos neste país".

Vários candidatos abertamente racistas buscam entrar no Congresso, nas eleições de novembro, incluindo Arthur Jones, um nazista declarado que se apresenta em Illinois pelo Partido Republicano, ou Paul Nehlen, figura da extrema-direita que lidera a corrida dos republicanos em Wisconsin.

Alguns veem essas expressões como o reflexo de uma tácita aquiescência do presidente Donald Trump, ao não condenar abertamente os grupos neonazistas pela violência em Charlotesville.

"Ninguém deve estar surpreso. Este são os Estados Unidos de Trump. Estas são as forças que ele desencadeou", afirmou o presidente do grupo que luta contra o ódio no Southern Poverty Law Center, Richard Cohen, em uma carta aberta.

"Em vez de tentar unir o país depois de Charlottesville, em vez de examinar o impacto de sua própria retórica e ações, Trump dobrou a aposta na xenofobia tóxica e na semente de terror que alimentou sua vida política", acrescentou.

Para a marcha de domingo, a Unite the Right pediu a seus simpatizantes que levem bandeiras americanas, ou confederadas, consideradas um símbolo racista.

Do outro lado do parque, estará a Answer Coalition, um grupo que convocou uma ação em massa para protestar contra quem se descreve como racista, fascista, neonazista e supremacista branco.

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