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Na última quinta-feira (15), o portal norte-americano Deadline anunciou que o ator Antonio Banderas é o mais novo membro do elenco do próximo filme da franquia “Indiana Jones”. Assim como os outros integrantes que também vão estrelar na produção, ainda não foi divulgado qual será o papel do ator no longa-metragem. As gravações do filme do arqueólogo mais famoso do cinema começaram em junho, no Reino Unido e a previsão de estreia é para 29 de julho de 2022.

Banderas tem uma longa lista de filmes estrelados, desde os anos 1980 quando participou do longa “Labirinto de Paixões” (1982), obra que firmou sua parceria com o cineasta Pedro Almodóvar. A dupla continuou fazendo filmes, e recentemente o ator espanhol conquistou sua primeira indicação ao Oscar, por seu trabalho em “Dor e Glória” (2019), também dirigido por Almodóvar. E assim, ainda aos 60 anos de idade, Banderas continua protagonizando filmes e conquistando público e crítica.

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O quinto filme de Indiana Jones será o primeiro longa da franquia sem a presença de Steven Spielberg, e assim, o responsável pela direção será o cineasta James Mangold, que ficou conhecido no cenário de Hollywood por dirigir “Logan” (2017), e o recente “Ford vs. Ferrari” (2019), que foi indicado a quatro categorias no Oscar. Outros nomes conhecidos também integram o grupo de atores, como Mads Mikkelsen, ator protagonista da série “Hannibal” (2013 – 2015), e Thomas Kretschmann, que dá vida ao personagem Barão Von Strucker, no universo cinematográfico da Marvel.

Já quando se trata de elementos nostálgicos da franquia, a trilha sonora original deve estar no filme, uma vez que o compositor John Williams está de volta. O artista foi o responsável por criar diversos temas musicais de filmes que marcaram a história do cinema, entre elas, as trilhas instrumentais de: “Tubarão” (1975), “Star Wars: Uma Nova Esperança” (1977), “Superman – O Filme” (1978), “Indiana Jones: Os Caçadores da Arca Perdida” (1981) e “Jurassic Park – Parque dos Dinossauros” (1993).

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou, na última quinta-feira, dia 1º, uma lista de convidados para votar no Oscar. Entre os 395 nomes de 50 países, está o do ator Wagner Moura.

Outros profissionais brasileiros também estão na lista: Andrea Barata Ribeiro, Fabiano Gullane, Paula Barreto, Anna Van Steen, Carolina Markowicz, Karen Akerman e João Atala.

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A seleção ainda conta com nomes como Robert Pattinson, Andra Day e Emerald Fennell. Nesta lista, 46% dos nomes são de mulheres, 39% de etnias ou raças sub-representadas e 53% não são pessoas norte-americanas.

Além disso, 89 convidados já foram indicados ao Oscar e 25 já ganharam a estatueta.

A Academia responsável pelo Oscar anunciou que homenageará dois icônicos atores negros americanos, Danny Glover e Samuel L. Jackson, assim como a estrela norueguesa Liv Ullmann, musa de Ingmar Bergman.

Danny Glover, que primeiro fez seu nome em "A Cor Púrpura" de Steven Spielberg e depois estrelou ao lado de Mel Gibson a série "Máquina Mortífera", receberá o Prêmio Humanitário Jean Hersholt no Governor's Awards, em 15 de janeiro de 2022.

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O prêmio é um Oscar que a Academia concede ocasionalmente em reconhecimento a uma pessoa "cujo trabalho humanitário honrou a indústria cinematográfica".

"Danny Glover é um defensor da justiça e dos direitos humanos há décadas, uma prova de seu compromisso em reconhecer a humanidade que compartilhamos, tanto dentro quanto fora da tela", disse o presidente da Academia de Cinema americana, David Rubin, em um comunicado.

Samuel L. Jackson, Liv Ullmann e a atriz, roteirista e diretora Elaine May, por sua vez, receberão Oscars honorários em janeiro.

Um "ícone cultural" internacional de acordo com David Rubin, Samuel L. Jackson apareceu em filmes de Spike Lee ("Faça a Coisa Certa") e Quentin Tarantino ("Pulp Fiction: Tempo de Violência", "Jackie Brown", "Django Livre").

Ele também se tornou um personagem recorrente em muitos filmes da Marvel. No total, apareceu em mais de 100 filmes, incluindo a saga Star Wars, onde interpreta o cavaleiro Jedi, Mace Windu.

Liv Ullmann, de 82 anos, atriz norueguesa de teatro, ficou conhecida internacionalmente com seu papel em "Persona", de Ingmar Bergman, em 1967, antes de estrelar vários outros filmes do diretor sueco, com quem teve uma filha. Ela também dirigiu ("Sofie", e mais tarde "Faithless", entre outros) enquanto continuava a se apresentar nos palcos.

Já a americana Elaine May, de 89 anos, escreveu e dirigiu seu primeiro filme "A New Leaf" em 1971, bem como "Mikey e Nicky" e "Ishtar", mas foi principalmente como roteirista que se tornou conhecida, com "O Céu Pode Esperar" (1978) e "Segredos do Poder" (1998), que lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Ela também escreveu o roteiro de "Tootsie".

Neste mês de junho, completam-se 80 anos desde que “Cidadão Kane” (1941) chegou aos cinemas de todo o mundo. A figura principal por trás do projeto foi Orson Welles (1915 – 1985),  responsável pela direção e também por interpretar o protagonista da trama, Charles Foster Kane. O longa-metragem chegou a figurar entre os filmes de maior repercussão da época, foi indicado em nove categorias, mas ganhou apenas uma: melhor roteiro original.

De acordo com Philippe Leão, crítico de cinema e fundador do site Cineplot, existem elementos que se destacam no filme por estarem relacionados à forma como é organizada a narrativa. “São técnicas empregadas que já tinham sido usadas anteriormente, mas Cidadão Kane as emprega de maneira tal, que se estabelece como um cinema moderno e não mais o cinema clássico, como antes”. Leão ressalta que estes elementos são perceptíveis na comparação entre o primeiro e o segundo atos.

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O magnata Charles Foster Kane é apresentado no começo do filme em uma estrutura clássica. Já na segunda etapa do longa, o espectador passa a observar a história desse homem a partir de uma variação de elipses temporais, sem falar em outras estratégias narrativas.  “O uso do claro e escuro, os posicionamentos de câmera, angulação e profundidade de campo como uso de valor narrativo. Tudo isso já havia sido utilizado antes na história do cinema, mas Cidadão Kane passa a usar de maneira diferente, de forma narratológica”, explica o crítico de cinema.

Para Leão, a obra de Orson Welles demarcou a virada do cinema na era clássica para a era moderna e foi um dos responsáveis por contribuir com a Nouvelle Vague na França, movimento artístico que aconteceu entre as décadas de 1950 e 1960. “Cidadão Kane é esse lugar, que além de modificar as estruturas do próprio cinema na forma de contar histórias, fortifica a ideia do cinema de autor, que seria tão debatido nos anos seguintes”, conta.

Apesar desta contribuição histórica do filme para o cinema, o crítico comenta que “Cidadão Kane” foi um filme resgatado e mais valorizado ao longo do tempo. Precisou de uma averiguação temporal para que o filme fosse consolidado como um dos maiores do cinema de todos os tempos. “Quando a gente vê um filme que muda tanto as estruturas da forma, geralmente a gente não enxerga como um filme fruto de seu tempo, ele nos parece um filme muito diferente, e isso às vezes acaba sendo ruim para quem assiste na época”.

Segundo Leão, este foi o caso de “Um Corpo Que Cai” (1958), filme do cineasta Alfred Hitchcock, que na época de lançamento sofreu diversas críticas e hoje é considerado um dos maiores filmes da história. “Precisou também desse distanciamento temporal para perceber a importância desse filme. É mais ou menos o que aconteceu com Cidadão Kane, guardadas as devidas proporções”. O crítico acredita que o filme de Orson Welles extrapola os limites do seu tempo, no que se diz respeito às discussões que a obra é capaz de propor, em termos de conteúdo, de técnicas e de linguagem.

Como recomendação de outro filme que apresenta elementos estruturais semelhantes a “Cidadão Kane”, o crítico de cinema indica “Os Renegados” (1985), filme de Agnès Varda. “É um filme bastante interessante para perceber isso. O longa conta a história de uma mulher, a partir do ponto de vista de outras pessoas também. A diferença é que Cidadão Kane se trata de um magnata, um homem do capitalismo. Enquanto a personagem de "Os Renegados", Mona, é uma mulher pobre, viajante pelas estradas, que está buscando um rumo para a vida. A estrutura narrativa, ou seja, o como contar, é o mesmo”, ressalta.

 

Nesta quinta-feira (3) chega ao catálogo da Netflix um dos filmes mais conhecidos da carreira do diretor Spike Lee, “Infiltrado na Klan” (2018). A trama é baseada na história verídica do policial negro Ron Stallworth (John David Washington) que atua no estado Colorado, nos Estados Unidos e que consegue se infiltrar na organização terrorista conhecida como Ku Klux Klan (KKK), a fim de descobrir como a facção atua, e quais os integrantes diretamente ligados. 

O filme teve como inspiração o livro escrito pelo próprio policial Stallworth, “Infiltrado na Klan: Desmascarado o Ódio” (2014). Junto à referência do livro, Spike Lee foi um dos pilares para escrever o roteiro do filme, que venceu o Oscar de 2019 na categoria Melhor Roteiro Adaptado. O longa-metragem recebeu outras cinco indicações, mas não conseguiu conquistá-las: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição e Melhor Ator Coadjuvante. 

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Além do filme contar com a presença do filho de Denzel Washington no papel principal, o restante do elenco também tem papel fundamental na obra, como o ator Adam Driver, que fez o papel do policial Flip Zimmerman, personagem que ajuda no plano de infiltração da Klan. E Topher Grace completa o elenco como um os pilares da organização racista, responsável por inúmeros discursos preconceituosos no longa. O ator é conhecido por interpretar o vilão Venom/Eddie Brock em “Homem Aranha 3” (2007). 

O diretor Spike Lee tem 64 anos e desde a década de 80 é referência no cenário cinematográfico por trazer a temática racial como um dos pilares a serem tratados em suas obras. Um dos primeiros filmes de grande impacto sobre o tema foi “Faça a Coisa Certa” (1989), que também levou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, e “Malcolm X” (1993), com Denzel Washington no papel principal.

Por Thaiza Mikaella

A cerimônia do Oscar será adiada em um mês pelo segundo ano consecutivo, informou nesta quinta-feira (27) a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, que manterá a inclusão de filmes não exibidos em salas de cinema devido à pandemia.

A 94ª edição será realizada no dia 27 de março de 2022, um mês após a data prevista, e retornará ao seu local habitual, o Dolby Theatre, em Hollywood.

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Depois que a audiência caiu no incomum Oscar deste ano, que aconteceu em uma estação de trem de Los Angeles por causa da covid-19, o adiamento evita que a cerimônia seja realizada muito perto da data de eventos como o Super Bowl e os Jogos Olímpicos de Inverno.

O maior evento do futebol americano acontecerá em Los Angeles no próximo ano, em 13 de fevereiro, enquanto a competição mundial de esportes de inverno será realizada em Pequim, de 4 a 20 de fevereiro.

Mas o impacto do coronavírus, que transformou a última temporada de premiações de Hollywood, com cinemas fechados, o atraso de dezenas de filmes importantes e muitas cerimônias obrigadas a serem feitas pela internet, continuará presente no próximo Oscar.

Tradicionalmente, a Academia exige pelo menos sete dias de exibição nos cinemas de Los Angeles para que os filmes sejam elegíveis ao principal prêmio da indústria.

Com as salas fechadas, essas regras foram relaxadas no Oscar mais recente, no que foi amplamente visto como um impulso para filmes de plataformas de streaming como a Netflix e o Prime Video, da Amazon.

"Este ano, que ainda sofre o impacto da pandemia, os requisitos de elegibilidade para a 94ª edição dos Prêmios da Academia serão consistentes com as adições feitas para a 93ª temporada de prêmios", disse a Academia em um comunicado.

No entanto, com a reabertura de grande parte das salas de cinema nos Estados Unidos e a aceleração da produção cinematográfica, não se repetirá a decisão do ano passado de estender o prazo de lançamento dos filmes para que sejam indicados ao Oscar.

Assim, os títulos que quiserem se candidatar aos prêmios do próximo ano devem estrear antes de 31 de dezembro.

O adiamento anunciado pela Academia pode levar outros grandes eventos de premiação de Hollywood a seguirem o exemplo, em um efeito cascata.

A NBC, porém, já anunciou que o tradicional Globo de Ouro, que abre a temporada, não vai ao ar em 2022 devido a uma disputa em andamento a respeito do histórico dos organizadores em termos de diversidade e transparência.

A atriz Olympia Dukakis, ganhadora do Oscar pelo papel de uma mãe dominadora na comédia romântica "Feitiço da Lua", morreu neste sábado (1) aos 89 anos.

O falecimento desta veterana do teatro, que abriu caminho no cinema tarde em sua carreira, foi confirmada na conta privada de seu irmão, Apollo, no Facebook.

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“Minha amada irmã, Olympia Dukakis, faleceu esta manhã na cidade de Nova York", escreveu ele. "Após vários meses enfrentando problemas de saúde, ela finalmente está em paz, ao lado de seu [marido] Louis [Zorich]".

A causa da morte não foi imediatamente informada.

Dukakis ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por seu trabalho em "Feitiço da Lua" (1987) no papel da mãe desdenhosa de uma jovem viúva interpretada por Cher. O papel também rendeu a Dukakis um Globo de Ouro e uma indicação ao BAFTA, prêmio do cinema britânico.

"A parte divertida é que as pessoas passam por mim na rua e gritam falas dos meus filmes: de 'Feitiço da Lua', eles dizem, 'Sua vida vai descer pelo ralo'", disse Dukakis ao Los Angeles Times em 1991. "É realmente divertido", completou.

Dukakis também foi aclamada pelo papel da fofoqueira de um salão de cabeleireiro em uma pequena cidade da Louisiana em "Flores de Aço" (1989), no qual atuou ao lado de Julia Roberts, Shirley MacLaine, Sally Field e Daryl Hannah.

Já com o Oscar, em 1988, Dukakis se tornou um nome conhecido nos Estados Unidos por causa do prêmio e também porque seu primo, Michael Dukakis, obteve a indicação do Partido Democrata à Presidência.

Ela fez menção a ele em seu discurso de aceitação do Oscar, exclamando, "OK, Michael, vamos lá", ao concluir sua fala com a estatueta na mão.

Michael Dukakis acabou perdendo as eleições para o republicano George H.W. Bush, mas tanto ela quanto o primo permaneceram ativos na política.

Olympia Dukakis deixa filha e dois filhos que teve com Zorich, falecido em 2018.

Na noite do último domingo (25), aconteceu o Oscar 2021. E uma das surpresas da noite foi o fato de Anthony Hopkins ter ganhado a estatueta de melhor ator por sua atuação em Meu Pai. O veterano passou na frente de grandes nomes como Riz Ahmed, Chadwick Boseman, Gary Oldman e Steven Yeun.

Aos 83 anos de idade, o astro fez história ao se tornar o ator mais velho a conquistar o prêmio. Porém, mesmo com todo esse glamour, sabe onde ele estava quando venceu o prêmio? Dormindo. Pois é, segundo informações da People, Hopkins estava dormindo em sua cama e não tinha ideia que havia conquistado a estatueta.

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Jeremy Barber, agente do ator, deu os detalhes: "Tony estava no País de Gales, onde cresceu, e estava dormindo às quatro da manhã quando o acordei para lhe contar a novidade. Ele estava tão feliz e grato".

Barber ainda continua: "Depois de um ano em quarentena e tendo tomado as duas doses da vacina, ele finalmente conseguiu retornar ao País de Gales, e aos 83 anos foi um grande alívio após um ano tão difícil. Mas ele amou o papel em Meu Pai - é sua atuação de maior orgulho - e ser o ator vivo mais velho a vencer na categoria significa muito para ele".

Por não ter feito um discurso no momento da entrega do prêmio, Hopkins divulgou um vídeo na manhã desta segunda-feira (26), em que agradece pelo prêmio e ainda cita Chadwick Boseman, que morreu em agosto de 2020, e estava concorrendo na mesma categoria: "Quero prestar homenagem a Chadwick Boseman que nos foi tirado muito cedo e, novamente, muito obrigado a todos. Eu realmente não esperava por isso, então me sinto muito privilegiado e honrado".

Durante o último ano, as estrelas mais brilhantes da constelação hollywoodiana foram obrigadas a vestir suas roupas de gala em suas salas de estar para agradecer os prêmios ou vestiram pijamas de luxo. Nesse domingo (25), elas voltaram ao tapete vermelho do Oscar.

E embora as mulheres estivessem deslumbrantes como sempre, os homens - talvez inspirados pelo vestido-smoking do ator Billy Porter nos Prêmios da Academia há dois anos - eles tiraram do armário seus melhores trajes de gala.

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Confira alguns dados do tapete vermelho, o primeiro desfile de moda relativamente importante em Hollywood desde que a pandemia do novo coronavírus eclodiu, no começo de 2020.

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Do preto ao rosa intenso

Leslie Odom Jr, duplamente indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante e de melhor canção original por "Uma noite em Miami", tinha uma aparência similar à estatueta dourada que esperava levar para casa, com um reluzente terno Brioni de dupla abotoadura.

Daniel Kaluuya, ganhador do Oscar de melhor ator coadjuvante por sua interpretação do líder do Panteras Negras Fred Hampton em "Judas e o Messias Negro" vestiu camiseta preta e smoking de Bottega Veneta.

E Colman Domingo, que dividiu o protagonismo com as indicadas Viola Davis e o falecido Chadwick Boseman em "A Voz Suprema do Blues", acrescentou um toque de cor vestindo uma roupa cor-de-rosa intenso.

Paul Raci, indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante por seu trabalho em "O Som do Silêncio", pintou as unhas de preto.

Mulheres brilhantes

Odom não foi o único que optou pelo dourado no Oscar.

Carey Mulligan, indicada a melhor atriz por sua interpretação de uma estudante de medicina que se vinga do estupro sofrido pela amiga em "Bela Vingança", brilhou com um vestido dourado sem alça, com a barriga de fora e longa cauda.

E a cantora Andra Day, indicada na mesma categoria pelo retrato de Billie Hollyday em "The United States vs. Billie Holiday", optou por um atrevido vestido dourado com enorme fenda no centro.

Vestidas de branco

Juntamente com Mulligan e Day, Viola Davis aspirava ao prêmio de melhor atriz por "A Voz Suprema do Blues" e foi ao Oscar com um decotado vestido branco sem mangas de Alexander McQueen com cortes sensuais em todo o corpete.

A atriz búlgara Maria Bakalova, indicada pela primeira vez na categoria melhor atriz coadjuvante por "Borat 2: Fita de Cinema Seguinte", também apostou no branco, chegando à atmosfera vermelha com um vestido branco de princesa de Louis Vuitton com decote pronunciado e saia de tule.

Feixes de luz

Apesar dos muitos vestidos em branco, preto básico ou tons apagados, algumas atrizes apostaram no glamour da velha Hollywood em cores brilhantes.

Halle Berry, ganhadora do Oscar de melhor atriz em 2002 e apresentadora neste domingo, apareceu com os cabelos com novo corte curto e um vestido púrpura sem alças.

A apresentadora Angela Bassett surpreendeu com vestido vermelho brilhante com uma fenda na parte da frente e mangas bufantes que se uniam nas costas com um enorme laço.

"Isto é Natal em Hollywood", disse Bassett no tapete vermelho.

A sul-coreana Youn Yuh-jung ganhou neste domingo (25) o Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel da avó Soonja no drama familiar de coreanos migrantes nos Estados Unidos, "Minari".

A atriz veterana, que costuma interpretar personagens anticonformistas que, como ela, tentam sacudir os valores tradicionais profundamente arraigados na sociedade sul-coreana, superou Maria Bakalova ("Borat 2: Fita de Cinema Seguinte"), Glenn Close ("Era Uma Vez um Sonho"), Olivia Colman ("Meu Pai") e Amanda Seyfried ("Mank").

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"Como posso ganhar de Glenn Close?", perguntou Youn ao receber a estatueta em Los Angeles. "Interpretamos papéis diferentes. Não podemos competir uma com a outra. Esta noite tive um pouco de sorte".

Desde o início de sua prolífica carreira, há mais de meio século, Youn preferiu personagens femininos provocativos e singulares.

Em "Minari", também indicado ao Oscar de melhor filme, ela dá vida à avó de um adolescente que tenta se integrar no estado rural americano do Arkansas.

Bong Joon-hon, que venceu no ano passado o Oscar de melhor direção com "Parasita", acredita que foi "o personagem mais belo que interpretou" e a página americana especializada IndieWire qualificou sua atuação como "totalmente extraordinária".

"Minari" parece ter começado com o pé direito para conhecer o mesmo sucesso de "Parasita", a sátira corrosiva sobre as desigualdades sociais na Coreia do Sul, que no ano passado levou o Oscar de melhor filme em língua estrangeira.

Youn, que assegura que "não ama a competição", considera que "esta indicação tem tanto valor quanto o próprio prêmio".

"Estou feliz de que nos Estados Unidos se interessem pela senhora Youn. É um tesouro", disse no ano passado Lee Isaac Chung, diretor de "Minari" no festival de Busan.

Nascida em 1947 em Kaesong, cidade situada atualmente na Coreia do Norte, ela estreou no cinema em 1971 sob a direção do cineasta de vanguarda Kim Ki-young, cujo trabalho continua inspirando sul-coreanos como Bong.

Daniel Kaluuya ganhou neste domingo (25) o Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel de Fred Hampton, o falecido líder da organização política Black Panther, no filme "Judas e o Messias Negro".

Ele superou o coprotagonista no filme Lakeith Stanfield, assim como Sacha Baron Cohen ("Os 7 de Chicago"), Leslie Odom, Jr. ("Uma noite em Miami") e Paul Raci ("O Som do Silêncio").

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Confrontado com o racismo desde jovem, o ator se baseou em seu imenso respeito pelo líder dos Panteras Negras para interpretá-lo no cinema.

Encarnar aos 32 anos o carismático líder da luta pelos direitos civis lhe rendeu a estatueta dourada de melhor ator coadjuvante, em um momento em que a injustiça racial contra a qual lutaram os Panteras Negras na década de 1960 dá sinais de que não desapareceu.

"Fred Hampton era uma luz, um farol que iluminava tudo o que tocava com sua mensagem incrível", disse Daniel Kaluuya no mês passado após o anúncio de sua indicação ao Oscar, a segunda de sua carreira.

Emocionado por "representar um homem cujos princípios respeita profundamente", assegurou que queria "se tornar em um recipiente do espírito de Fred em um momento em que precisamos mais do que nunca do seu grito de guerra por igualdade e justiça".

A vitória de Kaluuya no Oscar por um papel que já lhe rendeu um Globo de Ouro foi um dos pontos altos da cerimônia um ano após o aparecimento do movimento Black Lives Matter.

Considerado uma estrela emergente do cinema americano, Kaluuya tinha sido indicado anteriormente aos prêmios da Academia para melhor ator em 2018 por seu trabalho no filme de terror "Corra!".

Nascido em Londres, Kaluuya cresceu em um bairro humilde da capital britânica, e foi criado apenas pela mãe, uma imigrante de Uganda, país onde ficou seu pai.

Após ver o filho escrever sua primeira peça de teatro aos nove anos, sua mãe decidiu matriculá-lo na escola de teatro local, na qual foi admitido após cinco anos de espera.

O ator estreou na série adolescente britânica "Skins", na qual também colaborou com a equipe de roteiristas.

Conseguiu, então, seu primeiro papel no teatro e em 2010 recebeu uma enxurrada de críticas favoráveis por seu papel em "Sucker Punch", no qual precisou emagrecer muito para interpretar um boxeador.

No mesmo ano, foi detido injustamente por policiais, que o tiraram de um ônibus em Londres e o jogaram no chão, suspeitando que fosse um traficante de drogas. Liberado pela justiça britânica por falta de provas, o ator processou a polícia.

Seu sucesso em "Sucker Punch" o tornou conhecido e lhe rendeu vários papéis na TV britânica, mas também em filmes como "O Retorno de Johnny English" (2011), "Kick-Ass 2" (2013), "Sicario: Terra de Ninguém" (2015) e "As Viúvas" (2018).

Mas foi o primeiro filme de Jordan Peele, "Corra!", que lançou o britânico para a carreira internacional, confirmada mais tarde por sua participação na superprodução da Marvel "Pantera Negra", o primeiro filme da franquia com um elenco majoritariamente negro.

A cineasta Chloé Zhao, nascida em Pequim, venceu no domingo Oscar de melhor filme e melhor direção por "Nomadland", mas seu triunfo não aparece nesta segunda-feira nas redes sociais chinesas.

Zhao se tornou a primeira asiática e segunda mulher a vencer o Oscar na categoria de melhor direção. "Nomadland" é um drama sobre pessoas com poucos recursos que percorrem os Estados Unidos em caminhonetes.

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"Nomadland" também rendeu o Oscar de melhor atriz para Frances McDormand.

Mas todas as publicações recentes com o seu nome e a menção a "Nomadland" desapareceram misteriosamente da rede social Weibo, o Twitter chinês, ao meio-dia desta segunda-feira.

A imprensa chinesa mantém o silêncio sobre sua vitória.

Inicialmente aclamada pela imprensa estatal pelo sucesso de seu filme, Zhao virou alvo de ataques de nacionalistas chineses nas redes sociais, que desenterraram entrevistas da diretora em que ela parece criticar o país natal.

Os cinemas chineses também adiaram a estreia do filme.

Chloé Zhao parece ter feito referência aos problemas no discurso em que aceitou o prêmio: "Pensei muito recentemente sobre como seguir adianta quando as coisas se tornam difíceis".

Antes da eliminação das publicações, o Weibo estava repleto na manhã de segunda-feira com mensagens que elogiavam Zhao, enquanto outras denunciavam a censura.

Apesar dos esforços da censura de Pequim, nas ruas da capital chinesa era fácil encontrar pessoas orgulhosas com o triunfo de uma cineasta do país na premiação do cinema americano.

"Ela é o orgulho do povo chinês (...) É muito raro que um chinês receba um Oscar", declarou à AFP Yan Ying, uma engenheira.

"Soul", uma comédia dramática da Pixar sobre o significado da vida, ganhou nesse domingo (25) o Oscar de melhor filme de animação.

O filme superou "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica", "A Caminho da Lua", "Shaun, o Carneiro: O Filme - A Fazenda Contra-Ataca" e "Wolfwalkers".

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Trata-se do 23º longa-metragem e a mais recente produção original da Pixar, casa da franquia superpopular "Toy Story", assim como de filmes premiados como "Ratatouille", "WALL-E" e "Os Incríveis".

Também é o primeiro filme da Pixar com um protagonista negro.

"Não tínhamos nem ideia do que o jazz podia nos ensinar sobre a vida. Assim como um músico de jazz, podemos transformar qualquer coisa que aconteça em algo de valor e algo de beleza", disse um dos diretores de "Soul", Pete Docter, ao receber o Oscar de melhor filme de animação.

"Soul" conta a história de Joe Gardner, um humilde professor de música do ensino médio em Nova York que quer ser um pianista de jazz.

Depois de conseguir tocar em um show que poderia ser sua grande chance, Joe - dublado pelo ator oscarizado Jamie Foxx - sofre uma grave queda e se vê preso entre a Terra e o além.

Depois, termina por engano no "Grande Antes", um mundo onde as almas não nascidas se preparam para a vida e obtêm seus traços de personalidade, bons e ruins, antes de ganhar um corpo humano.

Este universo abstrato, imaginado pelo lendário criador da Pixar Pete Docter, roteirista e diretor dos premiados com o Oscar "Up: uma aventura nas alturas" e "Intensa-mente", explora as profundidades da condição humana: nascemos com um propósito? A vida tem sentido? Precisamos encontrar esse significado?

O filme alterna entre as muito realistas ruas de Nova York e o universo fantástico do "Grande Antes".

Pixar, pioneira tanto no tema quanto no formato de filmes de animação, volta ao tema da morte, como fez com "Up: uma aventura nas alturas" e novamente com "Viva - A vida é uma festa".

"Soul" também pega emprestados elementos de "Intensa-mente", filme de 2015 que analisa o funcionamento da mente de uma menina introvertida.

Docter disse à publicação Deadline no começo deste ano que "Soul" é "uma pesquisa sobre o que realmente está acontecendo na vida e como se supõe que devemos viver".

Lista de indicados nas principais categorias da 93ª edição do Oscar, que acontece, neste domingo (25), em Hollywood.

"Mank" é o filme com mais indicações, 10. Outras seis produções receberam seis indicações cada.

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Melhor filme:

"Meu Pai"

"Judas e o Messias Negro"

"Mank"

"Minari"

"Nomadland"

"Bela Vingança"

"O Som do Silêncio"

"Os 7 de Chicago"

Melhor direção:

Chloe Zhao, "Nomadland"

David Fincher, "Mank"

Lee Isaac Chung, "Minari"

Emerald Fennell, "Bela Vingança"

Thomas Vinterberg, "Druk - Mais Uma Rodada"

Melhor ator:

Riz Ahmed, "O Som do Silêncio"

Chadwick Boseman, "A Voz Suprema do Blues"

Anthony Hopkins, "Meu Pai"

Gary Oldman, "Mank"

Steven Yeun, "Minari"

Melhor atriz:

Viola Davis, "A Voz Suprema do Blues"

Andra Day, "The United States vs. Billie Holiday"

Vanessa Kirby, "Pieces of a Woman"

Frances McDormand, "Nomadland"

Carey Mulligan, "Bela Vingança"

Melhor ator coadjuvante:

Sacha Baron Cohen, "Os 7 de Chicago"

Daniel Kaluuya, "Judas e o Messias Negro"

Leslie Odom, Jr., "Uma Noite em Miami"

Paul Raci, "O Som do Silêncio"

Lakeith Stanfield, "Judas e o Messias Negro"

Melhor atriz coadjuvante:

Maria Bakalova, "Borat 2: Fita de Cinema Seguinte"

Glenn Close, "Era Uma Vez um Sonho"

Olivia Colman, "Meu Pai"

Amanda Seyfried, "Mank"

Yuh-Jung Youn, "Minari"

Melhor filme internacional:

"Druk - Mais Uma Rodada" (Dinamarca)

"Shaonian de ni" (Hong Kong)

"Collective" (Romênia)

"The Man Who Sold His Skin" (Tunísia)

"Quo Vadis, Aida?" (Bósnia)

Melhor filme de animação:

"Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica"

"A Caminho da Lua"

"Shaun, o Carneiro: O Filme - A Fazenda Contra-Ataca"

"Soul"

"Wolfwalkers"

Melhor documentário:

"Collective"

"Crip Camp: Revolução pela Inclusão"

"El agente topo"

"Professor Polvo"

"Time"

Melhor roteiro original:

"Judas e o Messias Negro" - Will Berson e Shaka King

"Minari" - Lee Isaac Chung

"Bela Vingança" - Emerald Fennell

"O Som do Silêncio" - Darius Marder e Abraham Marder

"Os 7 de Chicago 7" - Aaron Sorkin

Melhor roteiro adaptado:

Borat 2: Fita de Cinema Seguinte" - Sacha Baron Cohen, Anthony Hines, Dan Swimer, Peter Baynham, Erica Rivinoja, Dan Mazer, Jena Friedman, Lee Kern

"Meu Pair" - Christopher Hampton e Florian Zeller

"Nomadland" - Chloe Zhao

"Uma Noite em Miami" - Kemp Powers

"O Tigre Branco" - Ramin Bahrani

Filmes com mais indicações:

"Mank" - 10

"Meu Pai" - 6

"Judas e o Messias Negro" - 6

"Minari" - 6

"Nomadland" - 6

"O Som do Silêncio" - 6

"O 7 de Chicago" - 6

Ele mede apenas 33 cm, pesa 3,85 kg e se chama Oscar: este careca musculoso, banhado a ouro e que se ergue sobre um rolo de filme, é o prêmio mais importante do mundo da sétima arte.

Ainda que o Urso de Ouro de Berlim ou a Palma de Ouro de Cannes tenham um enorme significado para seus cineastas e para a comunidade do cinema independente, há quase um século o Oscar é visto por milhares de pessoas ao redor do mundo como um dos eventos mais egocêntricos de Hollywood: repleto de estrelas com roupas glamourosas.

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O mistério da origem do nome tão comum, fato raro para um prêmio, é uma das lendas utilizadas para atrair mais a atenção.

A Academia das Artes e Ciências Cinematográficas criou o Oscar em 1927 para promover seus filmes e honrar o desempenho de atores, atrizes, diretores e outros realizadores, que competem em 24 categorias.

O diretor de arte do estúdio Metro-Goldwyn-Mayer, Cedric Gibbons, foi eleito para desenhar a estatueta: um cavaleiro desnudo e corpulento, com os braços cruzados segurando uma espada e parado sobre um rolo de filme.

A primeira cerimônia - simples e rápida - ocorreu no dia 16 de maio de 1929 no Hotel Roosevelt de Hollywood, a poucos metros de onde atualmente são entregues os prêmios, o Teatro Kodak.

Desde a primeira cerimônia, milhares de troféus foram entregues em uma festa que se tornou um evento pomposo.

O diretor de arte do estúdio Metro-Goldwyn-Mayer, Cedric Gibbons, foi escolhido para desenhar a estatueta. As primeiras estatuetas eram de bronze, mas durante a Segunda Guerra Mundial - devido à escassez de metais - os troféus começaram a ser feitos de gesso, sendo logo substituídos pelas atuais figuras banhadas a ouro e prata.

O troféu não foi sempre chamado de Oscar, mas sua forma não mudou desde seu nascimento, exceto quando foi acrescentado um pedestal, em 1945.

Uma lenda indica que a responsável pela biblioteca da Academia e eventual diretora-executiva Margaret Herrick achava a estátua muito parecida com seu tio Oscar. Então, seus funcionários começaram a se referir à estatueta como Oscar.

Um jornalista especializado em Hollywood, Sidney Skolsky, utilizou o nome em uma coluna de 1934 ao se referir ao prêmio de melhor atriz recebido por Katharine Hepburn, e a Academia começou a utilizar o "apelido" em 1939.

A primeira cerimônia durou 15 minutos e foram distribuídas 15 estatuetas. Hoje em dia é uma transmissão de mais de três horas vista por cerca de um milhão de telespectadores no mundo.

Divulgados inicialmente através de rádio, os prêmios da Academia foram transmitidos pela televisão em preto e branco pela primeira vez em 1953, passando para a transmissão em cores em 1966.

Neste domingo (24), serão conhecidos os vencedores do Oscar, a maior e mais importante premição do cinema mundial. Este ano, oito filmes competem pela preciosa estatueta: "Meu Pai", "Judas e o Messias Negro", "Minari", "Nomadland", "Bela vingança", "Sound of Metal", "Os 7 de Chicago" e "Mank".

Para rememorar grandes obras cinematográficas, uma lista mostra os vencedores do Oscar, na categoria de melhor filme, nos últimos 30 anos. Confira:

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2020 - "Parasita"

2019 - "Green Book: O Guia"

2018 - "A Forma da Água"

2017 - "Moonlight"

2016 - "Spotlight: Segredos Revelados"

2015 - "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)"

2014 - "12 Anos de Escravidão"

2013 - "Argo"

2012 - "O Artista"

2011 - "O Discurso do Rei"

2010 - "Guerra ao Terror"

2009 - "Quem Quer Ser um Milionário?"

2008 - "Onde os Fracos Não Têm Vez"

2007 - "Os Infiltrados"

2006 - "Crash - No Limite"

2005 - "Menina de Ouro"

2004 - "O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei"

2003 - "Chicago"

2002 - "Uma Mente Brilhante"

2001 - "Gladiador"

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Veja como são escolhidos os ganhadores do Oscar

Mais de 9 mil pessoas votaram este ano para eleger quem serão os ganhadores dos Oscar, prêmios mais aguardados do cinema americano, que serão entregues neste domingo (25). Quem são? De onde vêm? Como é organizada a votação?

Quem tem direito a votar?

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Todos os eleitores dos Oscar são membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, localizada em Los Angeles. Devem ser profissionais do cinema, de uma das 17 áreas da indústria (atores, estilistas, figurinistas, editores, produtores, diretores e roteiristas, além de outros).

Os candidatos a integrar a instituição devem ser indicados por pelo menos dois membros da Academia, com exceção dos indicados ao Oscar e ganhadores da estatueta, que podem se candidatar diretamente.

Após estudar cada caso, a decisão final recai sobre o Conselho de Governadores da Academia.

Os membros da Academia desfrutaram durante muito tempo do direito ao voto vitalício, mas em 2016 ele foi limitado a um período renovável de dez anos para evitar que os profissionais que abandonem a indústria do cinema possam continuar votando durante muito tempo.

Quem são?

A Academia sempre tratou com reserva da lista de votantes, ainda que nada impeça que esses privilegiados falem sobre sua condição nas redes sociais ou qualquer outro âmbito.

Em 2016, após vários anos de duras críticas sobre a composição de seus membros não refletir a diversidade da sociedade, a instituição disse em entrevista à AFP que seus 6.000 membros nesse momento eram 93% brancos e 76% homens. A idade média era de 63 anos.

A Academia anunciou então que duplicaria a quantidade de mulheres e membros de minorias étnicas. Em meados de 2020, anunciou que havia cumprido a tarefa: a Academia tem agora um terço de mulheres e 19% de pessoas de "minorias sub-representadas".

A organização também aumentou o número de membros estrangeiros. Agora, mais de 2.100 não são americanos.

Como são feitas as indicações?

A maioria dos indicados são eleitos pelos membros de sua área profissional: os atores votam em atores, os diretores em diretos e assim sucessivamente. Certas categorias como a de melhor filme em língua estrangeira e melhor animação são objeto de uma comissão especial.

Por outro lado, todos os membros de todas as áreas podem votar no melhor filme do ano.

Como são eleitos os ganhadores?

Em 23 das 24 categorias, quem consegue mais votos ganha. Mas a categoria "melhor filme", o prêmio mais importante dos Oscar, é uma exceção. Desde 2009, é feita através de um complexo sistema de votação "preferencial" com várias rodadas em que participam todos os eleitores.

Cada votante deve colocar por ordem de preferência os filmes concorrentes (oito nesse ano) mas, a menos que consigam a maioria absoluta de imediato, não ganha de forma automática o filme que reúne o maior número de primeiros lugares.

Após cada rodada de votação, o último filme é eliminado e os votos dos filmes restantes são reatribuídos de acordo com a "preferência" mais alta da lista.

O resultado desse sistema é que, muitas vezes, o filme que ganha é o que acaba em segundo ou terceiro lugar no maior número de cédulas, não no topo.

"A ideia desse voto 'alternativo' era refletir os desejos do maior número de votantes, pois do contrário existia o risco de terminar com um filme que 25% das pessoas adoraram mas que o resto não suportava", explicou Ric Robertson, diretor da Academia durante a reforma de 2009.

Em um ano em que as salas de cinema precisaram fechar por causa da pandemia de covid-19, oito filmes que chegaram às nossas telas impressionaram suficientemente os eleitores da Academia para competir pelo maior prêmio de Hollywood: o Oscar de melhor filme.

Os sucessos de bilheteria podem estar ausentes, mas uma variedade eclética de títulos integra a seleção: de uma esplêndida ode da Netflix à Era de Ouro de Tinseltown a um pequeno drama independente sobre imigrantes coreanos que ganham a vida em zonas rurais dos Estados Unidos.

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Confira a seguir os oito filmes que disputam o prêmio principal da Academia de Artes e Ciências de Hollywood, no próximo domingo (25):

- "Meu Pai" -

Protagonizado por Anthony Hopkins e adaptado pelo dramaturgo francês Florian Zeller de sua própria peça teatral, "Meu Pai" leva os espectadores a uma viagem assustadora pela demência.

O filme é ambientado em um apartamento londrino, onde o doente e obstinado pai Anthony (Hopkins) demite seu último cuidador, obrigando a filha, Anne (Olivia Colman) a procurar um substituto antes de ir para Paris.

Elogiado em sua estreia no festival de Sundance, em janeiro de 2020, o filme ganhou muitos admiradores, em particular pela atuação de Hopkins, embora não seja considerado um dos favoritos ao prêmio.

- "Judas e o Messias Negro" -

Em um ano com várias produções dirigidas e interpretadas por afrodescendentes, "Judas e o Messias Negro" foi o único filme que chegou à lista dos melhores da Academia.

Em uma guinada do filme biográfico tradicional, o longa conta a metade da história de Fred Hampton (Daniel Kaluuya), o líder assassinado dos Panteras Negras, da perspectiva de William O'Neal (Lakeith Stanfield), o informante do FBI que o traiu.

Produzido por Ryan Coogler, diretor do filme de super-heróis da Marvel "Pantera Negra", a fita é ambientada na Chicago da década de 1960 e narra os esforços de Hampton para impulsionar os ativistas contra a violência policial.

Último filme a entrar na corrida do Oscar, pois estreou para a crítica em fevereiro, o filme causou sensação com seis indicações, embora não seja uma aposta certa.

- "Mank" -

Nenhum filme tem mais indicações ao Oscar este ano do que "Mank", de David Fincher, um drama em preto e branco financiado pela Netflix que dramatiza, e em boa medida romanceia, a realização do filme "Cidadão Kane".

Concebido como uma ode regada a álcool à Idade de Ouro de Hollywood, o filme apresenta quem é quem dos titãs do cinema da época, incluindo David O. Selznick, Louis B. Mayer e o próprio criador do filme, Orson Welles.

A narrativa se concentra no veterano roteirista Herman Mankiewicz (Gary Oldman), enquanto escreve o que para muitos se tornará o melhor filme de todos os tempos, enfrentando os barões dos estúdios e políticos corruptos.

Apesar de sua grande aceitação e das credenciais genuínas, "Mank" divide amargamente críticos e eleitores, e suas esperanças poderiam seguir o caminho de Rosebud (última palavra proferida por Kane e que aparece impressa em um trenó de sua infância consumido pelas chamas).

- "Minari" -

O diretor coreano-americano Lee Isaac Chung estava prestes a abandonar a carreira cinematográfica para se dedicar ao magistério quando filmou "Minari", baseado em sua própria infância.

Filmado em inglês e em coreano, "Minari" é, em muitos sentidos, uma história americana: imigrantes que tentam abrir espaço, neste caso cultivando verduras coreanas no Arkansas dos anos 1980.

O filme - que reúne atores dos dois lados do Pacífico, incluindo o astro de "Walking Dead" Steven Yeun e a veterana atriz sul-coreana Youn Yuh-Jung - se concentra nas relações familiares no lugar de questões de raça ou etnia.

Quase universalmente admirado, é possivelmente o filme que gera menos divisões entre os indicados ao melhor filme e poderia ser um vencedor inesperado graças ao sistema de votação preferencial e classificado, usado pela Academia.

- "Nomadland" -

É raro que um filme domine os festivais e continue sendo o favorito indiscutível meses depois no Oscar, mas "Nomadland", de Chloe Zhao, ainda não fraquejou nesta temporada de premiações.

Mistura atrevida de 'road movie', 'western', drama e documentário, "Nomadland" descreve uma comunidade de americanos idosos que vivem fora do sistema em furgões deteriorados após perderem tudo na crise financeira global.

O elenco, que inclui vários "nômades" da vida real, interpretando versões de si próprios, é protagonizado por Frances McDormand, que ajudou a dar vida ao filme como uma de suas produtoras.

Poucos analistas consideram que outro filme será capaz de evitar que "Nomadland" leve o Oscar de melhor filme, assim como estatuetas em várias outras categorias em que é indicado.

- "Bela Vingança" -

Com sua trilha sonora pop, o colorido figurino rosado e uma diretora pouco conhecida, "Bela Vingança" é um filme atípico.

Primeiro longa-metragem de Emerald Fennell, o filme narra as peripécias do abandono de Cassie (a indicada Carey Mulligan) da faculdade de medicina, enquanto planeja se vingar dos ex-colegas, responsáveis pelo estupro de sua melhor amiga.

A fita tem cinco indicações e pode ser o vencedor inesperado da estatueta de melhor filme, embora o sistema de votação único da categoria tenda a não favorecer títulos polarizantes.

- "Sound of Metal" -

A campanha de prêmios para "Sound of Metal" vem sendo concebida há tempos: o filme estreou no festival de Toronto em 2019 e gradativamente gerou um boca-a-boca que lhe rendeu seis indicações.

Isso já é por si só impressionante para um filme independente de baixo orçamento sobre um tema fora de moda e potencialmente deprimente: Ruben, um baterista (Riz Ahmed) sofre com a perda da audição enquanto luta contra a dependência química.

Ruben faz malabarismos entre o desejo de recuperar a audição com os custosos implantes e a paz que encontra em sua nova comunidade de surdos.

Entre os filmes que têm menos chances de ganhar o Oscar de melhor filme, "Sound of Metal" atraiu atenção significativa da comunidade de deficientes auditivos e poderia ganhar nas categorias técnicas, inclusive som.

- "Os 7 de Chicago" -

Com uma conjunção espetacular de elenco, diretor-roteirista e lançamento oportuno durante os protestos multitudinários que antecederam as polarizadas eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos, não há dúvidas sobre as credenciais deste filme para faturar o Oscar.

Steven Spielberg pediu a Aaron Sorkin que escrevesse um roteiro sobre os protestos contra a guerra do Vietnã em 1968 que sacudiram Chicago, a violência policial que provocaram e o estranho julgamento que se seguiu.

Por fim, Sorkin, criador da série "West Wing", também assumiu a função de diretor e incorporou grandes figuras como Mark Rylance e Frank Langella junto com bons atores mais jovens, como Sacha Baron Cohen e Eddie Redmayne.

Se algum filme é capaz de desbancar "Nomadland", "Os 7 de Chicago" é o que tem mais chances, após levar o prestigioso prêmio do sindicato dos atores de Hollywood.

A Netflix, que tem vários filmes na disputa pelo Oscar neste domingo, impõe sua marca em todo o planeta e junto com a Disney é um dos poucos grupos de entretenimento capazes de criar referências culturais mundiais.

As duas séries mais pesquisadas no Google na Argentina em 2020? "Cobra Kai" e "Gambito da Rainha", duas produções da Netflix, que tem mais de 200 milhões de assinantes (mais de dois terços fora da América do Norte).

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Na Índia, outra série da plataforma, "La Casa de Papel", lidera, assim como na Nigéria, enquanto no Egito ocupa o quinto lugar.

No Brasil, segundo o site Omelete, a exibição da terceira temporada de "Cobra Kai" no início de janeiro provocou um aumento de 75% nas buscas por escolas de caratê. No Iraque, opositores do governo gravaram e transmitiram um vídeo vestidos com os macacões e máscaras popularizados por "La Casa de Papel".

Em todos os quatro cantos do globo, "a Netflix se tornou o destino número um para quem procura um novo título de sucesso no mundo", escreveu recentemente Oliver Skinner, chefe de marketing da empresa de dublagem Voices.

Capaz de transmitir em uníssono uma série traduzida para dezenas de idiomas, algo inédito, a Netflix conseguiu várias vezes nos últimos meses orientar a conversa dominante nas redes sociais sobre seu conteúdo, seja por meio da série de documentários "Tiger King" ou "Lupin".

No entanto, existe uma lacuna entre as séries da plataforma e seus filmes. Apesar das 35 indicações ao Oscar, nenhuma delas (nem "A Voz Suprema do Blues", nem "Mank" ou "Os Sete de Chicago") teve grande impacto popular.

Num universo televisivo teoricamente mais fragmentado do que nunca, "algumas séries da Netflix (...) têm a mesma influência cultural das três principais redes americanas" (ABC, CBS e NBC) até aos anos 1980, estima Gabriel Rossman, professor de sociologia com especialização na indústria do entretenimento na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).

"Dias Felizes" (1974-1984) ou "Dallas" (1978-1991) deram a volta ao mundo e marcaram uma geração de telespectadores, numa época em que as séries eram mais impostas do que escolhidas.

"Folclorização"?

A Netflix, que cresceu antes de seus concorrentes, mantém uma grande vantagem graças aos dados sobre hábitos de consumo de suas 207 milhões de contas, diz Aswin Punathambekar, professor da Universidade da Virgínia.

"Isso permite que entenda as tendências além da demografia e decida quais séries solicitar", explica.

A pegada deixada pelo grande N vermelho é sem precedentes? "Isso equivale a questionar se a influência cultural da Netflix é mais forte do que a da Disney. Não tenho certeza se esse é o caso no momento", pondera Louis Wiart, professor do Departamento de Ciências da Informação e Comunicação da Universidade Livre de Bruxelas.

"O certo é que esses novos mercados emergentes na Ásia e na América Latina são uma prioridade para a Netflix" devido ao surgimento de uma classe média "que acessa novos modos de consumo digital e cultural" e que tem "forte afinidade com esta plataforma", ressalta.

Para melhorar sua penetração no exterior e também atender à legislação local, a Netflix produz cada vez mais conteúdo local e pela primeira vez conseguiu fazer uma série espanhola ("La Casa de Papel") e uma série francesa ("Lupin") que se tornaram sucessos mundiais.

"A Netflix produz conteúdos locais, mas para o mercado global (...) que podem ser exportados para todo o mundo", aponta Wiart. "Isso implica um risco de padronização (...), mas também um risco de folclorização dos conteúdos, ou seja, de busca por obras que valorizam aspectos típicos do território".

"Estes conteúdos da Netflix têm um sotaque hollywoodiano muito forte. (A série de ficção sobrenatural que reimagina a Revolução Francesa) 'La Révolution' realmente faz você pensar em um blockbuster, por exemplo, e há muitos casos como este".

Para Gabriel Rossman, a Netflix atingiu seu auge. A plataforma deve agora enfrentar a ascensão de ofertas concorrentes da Disney+ ou Amazon Prime, que querem limitar sua hegemonia usando a mesma estratégia, com uma base de programas em inglês e séries produzidas localmente.

A Netflix divulgou na terça-feira resultados que dão os primeiros sinais de desaceleração, e espera ganhar apenas um milhão de assinantes no segundo trimestre, contra 10 milhões no mesmo período de 2020.

Um tapete vermelho "minúsculo", poderosos magnatas de Hollywood ausentes e um papel "central" para as máscaras. O Oscar presencial do próximo fim de semana não correrá riscos em termos de Covid-19, mas o evento ainda teria sido "impossível" apenas algumas semanas antes, disseram seus produtores neste sábado (17).

Os 93º Academy Awards, um espetáculo de três horas, "não serão como nada que já foi feito antes", segundo o coprodutor Steven Soderbergh. Adiada para 25 de abril, a cerimônia será realizada apenas uma semana após a Califórnia liberar as vacinas para todos acima dos 16 anos, com taxas de infecção despencando. Os cinemas estão até sendo reabertos.

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Questionado pela AFP sobre o impacto do adiamento de dois meses, Soderbergh disse: "Teria sido impossível fazer antes o que vamos fazer". Em coletiva de imprensa virtual, ele afirmou que sua experiência fazendo filmes durante a pandemia e seu thriller de 2011 "Contágio" se mostraram muito úteis.

A cerimônia acontecerá na grandiosa Union Station, em Los Angeles, com os indicados socializando ao ar livre e depois entrando e saindo do local durante a apresentação. O tradicional tapete vermelho será drasticamente reduzido e a lista de convidados será tão limitada que até mesmo o poderoso chefe da Disney, Bob Iger, "não estará lá", contou Soderbergh.

Ao falor do pátio do local - onde apenas os indicados, seus convidados e um punhado de apresentadores vão conversar e beber - Soderbergh disse que espera que o Oscar dê ao mundo "um vislumbre do que será possível quando a maioria das pessoas for vacinada, e testes rápidos, precisos e baratos forem a norma".

"As máscaras vão desempenhar um papel muito importante na história desta noite", acrescentou. "Se isso é enigmático, é para ser - mas esse tema é muito central para a narrativa."

'Um retrato dos filmes'

Soderbergh e seus colegas produtores Jesse Collins e Stacey Sher estão mantendo muitos detalhes em segredo, mas indicaram que a natureza incomum e "esperançosamente única" de um Oscar da era pandêmica "certamente abriu uma oportunidade para tentarmos coisas que nunca foram tentadas antes".

A cerimônia terá "a estética de um filme em vez da de um programa de TV", incluindo o uso de "tomadas por cima do ombro do público" semelhantes às do cinema e formatos widescreen de alta resolução, revelou Soderbergh.

A maioria dos indicados deve comparecer pessoalmente, com hubs preparados em Londres e Paris permitindo a participação de europeus que não possam viajar devido às restrições. Porém, apenas por meio de conexões de satélite no padrão da indústria, não por Zoom. Prêmios recentes foram criticados por seu intenso uso de videochamadas.

Seguindo o conceito de premiação como um filme, nenhum apresentador foi divulgado, mas os apresentadores - anunciados como o "elenco" da cerimônia - "representarão a si mesmos, ou... Uma versão de si mesmos". Harrison Ford, Brad Pitt e Reese Witherspoon são algumas das estrelas já anunciadas.

Os indicados serão convidados a compartilhar histórias pessoais, em um programa que terá muitas entrevistas. "As histórias têm sido incríveis, muito úteis para nós", afirmou Soderbergh. "E um arquivo maravilhoso - um retrato dos filmes em 2020."

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