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O diretor americano Spike Lee comentou nesta terça-feira (6) que o "mundo é governado por gângsters" em referência a Donald Trump, Jair Bolsonaro e Vladimir Putin, em suas primeiras declarações como presidente do júri do Festival de Cannes.

Lee também deplorou a brutalidade contra os negros em América.

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A tradicional coletiva de imprensa que antecedeu a abertura da maior competição de cinema do mundo imediatamente ganhou contornos políticos, em uma prévia do que pode ser a 74ª edição do festival, após seu cancelamento no ano passado devido à pandemia.

"Este mundo é governado por gângsters. O agente laranja (referindo-se a Trump), aquele cara no Brasil (Bolsonaro) e Putin são gângsters. Sem moral, sem escrúpulos. É o mundo em que vivemos", declarou o diretor americano, garantindo que o júri de Cannes não deve apenas ser "crítico dos filmes, mas do mundo e dos gângsters".

O diretor, de 64 anos, é o primeiro afro-americano a presidir o júri do Festival de Cinema de Cannes, que abre nesta terça-feira com o musical "Annette", estrelado por Adam Driver e Marion Cotillard.

Lee fez menção a ter exibido em Cannes, em 1989, o filme "Faça a Coisa Certa", sobre a violência contra os negros nos Estados Unidos.

"Quando vemos como o irmão Eric Garner e o rei George Floyd foram mortos, linchados... podemos pensar que depois de 30 malditos anos, os negros poderiam parar de ser caçados como animais".

Mas Lee não foi o único a associar o cinema à militância: os demais membros do júri também usaram da palavra nesse sentido.

O diretor brasileiro Kleber Mendonça Filho lembrou a pandemia que vive o país, com mais de meio milhão de mortes por covid-19.

"Segundo dados técnicos, se o governo tivesse feito a coisa certa, 350 mil vidas teriam sido salvas".

Lamentou também o "fechamento há mais de um ano da cinemateca brasileira, com 90 mil títulos (...) e todos os técnicos e especialistas demitidos".

"É uma forma muito clara de reprimir a cultura e o cinema", afirmou Kleber Mendonça, que considera que "uma das formas de resistir é passar a informação e falar sobre ela".

Já as mulheres do júri, que são a maioria, exigiram mais igualdade na indústria.

"Mesmo dentro de uma cultura tão masculina, fazemos filmes diferentes, explicamos as histórias de uma outra maneira. Vamos ver o que acontece" com um júri de cinco mulheres e quatro homens, observou a atriz americana Maggie Gyllenhaal.

O diretor americano Spike Lee, que presidirá o júri de Cannes este ano, trará ao festival seu olhar único, exigente e divertido que se destacou no cenário cinematográfico por mais de três décadas e abriu caminho para muitos outros artistas afro-americanos.

Cannes "sempre terá um lugar importante no meu coração", disse em março o cineasta de 64 anos, confirmando mais uma vez seu apreço pelo prestigioso festival que o reconheceu desde o início de sua carreira ao selecionar seu primeiro longa-metragem "Ela Quer Tudo" (1986), para ser exibido na Quinzena de Diretores.

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Era um filme modesto em preto e branco, rodado em duas semanas no auge do verão de 1985, graças às economias de sua avó. Mas o impacto que causou é sentido até hoje.

Com esse longa de estreia, premiado em Cannes com o Prêmio da Juventude, "quebrou o teto de vidro" dos cineastas negros "e abriu as portas a todos que o seguiram", afirma Michael Genet, ator e roteirista, autor do roteiro de "Elas me odeiam, mas me querem"(2004).

O diretor "Ryan Coogler não seria o que é hoje com 'Pantera Negra', se Spike Lee não tivesse feito o que fez", acrescenta Genet sobre este diretor que, em 2019, ganhou o Oscar de melhor roteiro adaptado por "Infiltrado na Klan".

Até então, havia recebido apenas um Oscar honorário, fora de competição, em 2016.

Shelton Jackson Lee - seu nome verdadeiro - nasceu na Geórgia em 1957, mas cresceu no Brooklyn, no bairro de Fort Greene, onde ainda estão os escritórios de sua produtora, 40 Acres and a Mule.

Pequeno e com um olhar determinado por trás de seus óculos redondos característicos, também interpretou o papel do atrevido mensageiro Mars Blackmon em "Ela Quer Tudo".

"Era reservado, mas o chamei de homem das ideias", disse Herbert Eichelberger, que foi seu professor de cinema na Clark University em Atlanta e a quem Spike Lee se refere como seu mentor.

"Desde o início já era um grande contador de histórias", disse o professor, que considerou que estava predestinado a fazer documentários.

O primeiro veio apenas em 1997, "Quatro Meninas - Uma História Real", indicado ao Oscar e seguido por muitos outros.

No percurso, foi delineando seu cinema, muitas vezes claramente político, com filmes como "Faça a Coisa Certa", "Febre da Selva", ou "Malcolm X", produzidos à margem de Hollywood para ter a última palavra na distribuição e edição.

- "Ter voz" -

"Um dia perguntei por que ele se incomodava em escrever", lembra Michael Genet. "E ele me respondeu: sou acima de tudo um autor".

Mas, embora nunca tenha sido sucesso de bilheteria, esse torcedor do time de basquete New York Knicks é considerado nos Estados Unidos, apesar de tudo, um diretor para o grande público.

"Quando voltamos de Cannes (em 1986), o filme ('Ela Quer Tudo') havia sido lançado em Nova York, e eu não conseguia mais andar nas ruas", lembra o ator John Canada Terrell, um de seus protagonistas.

Sua carreira deu outro salto quando, em 1987, a Nike lhe confiou a produção de uma série de comerciais para os tênis Air Jordan.

As curtas peças em preto e branco, apresentando Michael Jordan e o próprio Spike Lee no papel de Mars Blackmon, transformaram para sempre o marketing esportivo.

Mais tarde, Lee filmou spots para diferentes marcas, bem como videoclipes. E também filmes mais clássicos, como "O Plano Perfeito" (2006), um thriller que continua a ser seu maior sucesso de bilheteira.

Mesmo assim, os anos passam, e ele se mantém fiel à sua independência, sempre se concentrando nas histórias contadas por negros e negras.

Como em "Infiltrado na Klan", que antes do Oscar lhe rendeu o Grande Prêmio de Cannes e que conta a experiência real de um negro infiltrado nas fileiras da Ku Klux Klan.

Ou em "Destacamento Blood", lançado na Netflix em 2020, em que enfatiza o papel dos negros nos conflitos que os Estados Unidos travaram, uma contribuição que muitas vezes é esquecida, ou minimizada.

"Entre 1985 e hoje, é o dia e a noite", disse Spike Lee em 2018 sobre a presença negra no cinema durante o programa "Desus & Mero", do canal Viceland.

"Mas não podemos ficar satisfeitos. Não se trata apenas de fazer um filme. Precisamos estar nessas posições-chave para ter voz no que acontece", disse ele.

Cinco mulheres e quatro homens integram o júri do Festival de Cannes de 2021, que acontecerá de 6 a 17 de julho.

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- Spike Lee, o presidente -

O diretor americano, de 64 anos, será o primeiro afro-americano a desempenhar a função de presidente do júri.

Lee apresentou sete de seus filmes no Festival de Cannes, como "Ela Quer Tudo", "Faça a Coisa Certa" e "Febre da Selva".

Em 2018, ele foi premiado com o Grande Prêmio por "Infiltrado na Klan", baseado na história real de um policial negro que se infiltrou na Ku Klux Klan.

Lee é uma figura importante da luta contra a discriminação racial nos Estados Unidos e apoiou a carreira de muitos cineastas afro-americanos.

- Kleber Mendonça Filho -

O diretor brasileiro, de 52 anos, disputou a Palma de Ouro pela primeira vez em 2016 com "Aquarius", protagonizado por Sonia Braga. Na ocasião, a equipe do filme protestou no tapete vermelho para denunciar um "golpe de Estado" contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.

Três anos mais tarde, seu filme "Bacurau", codirigido por Juliano Dornelles, venceu o Prêmio do Júri em um empate com o francês "Os Miseráveis".

O cineasta também integrou o júri do Festival de Berlim em 2020 e presidiu a Semana da Crítica de Cannes em 2017.

- Mati Diop -

A diretora franco-senegalesa, de 39 anos, disputou a Palma de Ouro em 2019 com seu primeiro longa-metragem "Atlantique", que venceu o Grande Prêmio.

Ela é sobrinha do grande diretor senegalês Djibril Diop Mambéty ("Touki Bouki") e se declara admiradora do cinema onírico do tailandês Apichatpong Weerasethakul, que retorna este ano a Cannes com "Memoria".

- Mylène Farmer -

Conhecida como a "Madonna francesa", Mylène Farmer, de 59 anos, é uma cantora que já vendeu 35 milhões de álbuns e se tornou um ícone entre a comunidade homossexual.

Em 2018, a artista, que já colaborou com grandes cineastas para seus videoclipes como Peter Lindbergh e Abel Ferrara, participou do filme de terror "Ghostland".

- Mélanie Laurent -

A atriz e diretora francesa, de 38 anos, trabalha na França e nos Estados Unidos, onde integrou o elenco do filme "Bastardos Inglórios", de Quentin Tarantino.

Ela codirigiu o documentário "Demain", uma reflexão sobre os desafios do meio ambiente enfrentados pela humanidade. O trabalho se tornou uma referência no tema.

- Maggie Gyllenhaal -

Maggie Gyllenhaal, de 43 anos, foi revelada ao grande público com "Donnie Darko" (2001).

Ela foi indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por seu papel em "Coração Louco" (2009). Também atua no teatro e na série "The Deuce", da HBO, sobre a indústria do pornô na década de 1970 e 1980, do qual também é produtora. Atualmente, trabalha em seu primeiro filme como diretora, baseado em um dos livros da escritora italiana Elena Ferrante.

- Song Kang-ho -

Ator fetiche de Bong Joon-ho, o sul-coreano interpretou o pai da família de "Parasita", que venceu a Palma de Ouro em 2019 e o Oscar de melhor filme em 2020.

Em sua carreira, já atuou em 40 filmes, como "Memórias de um Assassino" e "O Hospedeiro".

Em 2020, o jornal americano The New York Times o incluiu na lista dos "25 melhores atores do século XXI".

- Tahar Rahim -

O ator francês, de 39 anos, foi indicado ao Globo de Ouro e ao Bafta por seu papel de detento na prisão de Guantánamo no filme "O Mauritano".

Ele foi revelado em 2009 com "O Profeta", de Jacques Audiard, drama recompensado com o Grande Prêmio do Festival de Cannes. Pelo filme, venceu as categorias de melhor ator e de ator revelação no César, a grande premiação do cinema francês.

- Jessica Hausner -

A diretora austríaca, de 48 anos, participou do Festival de Cannes em 2019 com o filme "Little Joe", que rendeu o prêmio de melhor atriz para Emily Beecham.

A ex-estudante de Psicologia fundou uma produtora, Coop 99, pela qual lançou filmes como "Lovely Rita" e "Lourdes".

Fotos: Ilya S. SAVENOK, Charly TRIBALLEAU, Jonathan BROWN, Anne-Christine POUJOULAT, Yohan BONNET, Christophe SIMON, John LAMPARSKI, Frazer HARRISON, Kazuhiro NOGI

Nesta quinta-feira (3) chega ao catálogo da Netflix um dos filmes mais conhecidos da carreira do diretor Spike Lee, “Infiltrado na Klan” (2018). A trama é baseada na história verídica do policial negro Ron Stallworth (John David Washington) que atua no estado Colorado, nos Estados Unidos e que consegue se infiltrar na organização terrorista conhecida como Ku Klux Klan (KKK), a fim de descobrir como a facção atua, e quais os integrantes diretamente ligados. 

O filme teve como inspiração o livro escrito pelo próprio policial Stallworth, “Infiltrado na Klan: Desmascarado o Ódio” (2014). Junto à referência do livro, Spike Lee foi um dos pilares para escrever o roteiro do filme, que venceu o Oscar de 2019 na categoria Melhor Roteiro Adaptado. O longa-metragem recebeu outras cinco indicações, mas não conseguiu conquistá-las: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Trilha Sonora, Melhor Edição e Melhor Ator Coadjuvante. 

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Além do filme contar com a presença do filho de Denzel Washington no papel principal, o restante do elenco também tem papel fundamental na obra, como o ator Adam Driver, que fez o papel do policial Flip Zimmerman, personagem que ajuda no plano de infiltração da Klan. E Topher Grace completa o elenco como um os pilares da organização racista, responsável por inúmeros discursos preconceituosos no longa. O ator é conhecido por interpretar o vilão Venom/Eddie Brock em “Homem Aranha 3” (2007). 

O diretor Spike Lee tem 64 anos e desde a década de 80 é referência no cenário cinematográfico por trazer a temática racial como um dos pilares a serem tratados em suas obras. Um dos primeiros filmes de grande impacto sobre o tema foi “Faça a Coisa Certa” (1989), que também levou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, e “Malcolm X” (1993), com Denzel Washington no papel principal.

Por Thaiza Mikaella

O diretor americano Spike Lee presidirá o júri do Festival de Cinema de Cannes de 2021, tornando-se a primeira personalidade negra a assumir esse papel, confirmaram os organizadores nesta terça-feira.

Lee ocuparia a presidência do júri em 2020, mas a pandemia forçou o cancelamento da competição de cinema.

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Este ano, o festival, que costuma acontecer em maio, foi adiado pelo mesmo motivo e está programado para acontecer de 6 a 17 de julho.

O americano é "um dos maiores diretores de sua geração", disse um comunicado oficial. "Há 30 anos, o incansável Spike Lee traduz com precisão as questões de sua época de uma forma resolutamente contemporânea que nunca deixa o entretenimetno de lado", diz a nota.

Se as condições sanitárias permitirem, o Festival de Cannes será o primeiro grande festival do ano a ser realizado presencialmente, já que a maioria dos concursos migrou para formatos híbridos ou online, como o Sundance e Berlinale.

Artistas negros americnaos - como a cineasta Ava DuVernay em 2018 e o ator Will Smith em 2017 - já foram membros do júri do Cnnaes, mas esta é a primeira vez que um negro é presidente.

Sendo assim, os sinais de que a sétima arte começa a dar mais espaço para a diversidade racial estão se multiplicando, como também evidenciado nas indicações ao Oscar de nove atores "não brancos", anunciadas na segunda-feira.

Junto ao seu júri, cuja composição será revelada em junho, Spike Lee enfrentará a difícil tarefa de buscar um sucessor para "Parasita", do sul-coreano Bong Joon-ho, Palma de Ouro 2019 e grande vencedor dos Oscar 2020.

Lee vai substituir o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, presidente do júri em 2019.

O canal HBO anunciou uma parceria com o diretor Spike Lee para produzir uma série documental sobre os efeitos dos ataques de 11 de Setembro em Nova York (EUA). A obra será transmitida pelo canal e na plataforma de streaming HBO Max, que chega ao Brasil em junho.

A produção conta com mais de 200 entrevistas e investiga a forma como a cidade reagiu ao ataque às Torres Gêmeas, como os cidadãos sofreram e como a tragédia ainda comove a população, após quase 20 anos. Em uma postagem nas redes sociais, Lee exaltou a região e garantiu que, apesar do desastre e da pandemia, a cidade nunca vai cair.

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As coprodutoras de documentários da HBO, Lisa Heller e Nancy Abraham, comemoraram a colaboração do diretor, que já havia relatado outro evento histórico no cinema: o furacão Katrina, em um documentário lançado em 2006, que teve continuação em 2010. As produtoras comentaram a capacidade do diretor de contar histórias, enquanto presta homenagem às vítimas do desastre.

Spike Lee tem 63 anos, é considerado um dos diretores mais influentes de sua geração e foi responsável por trazer obras que contam como o racismo é presente na sociedade. Em 1989, o cineasta conquistou o Oscar de Melhor Roteiro Original em "Faça a Coisa Certa", e, recentemente ganhou, o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado por "Infiltrado na Klan" (2018), onde mostra a história real do primeiro detetive negro da cidade de Colorado Springs, que se infiltrou em uma organização racista.

Um dos mais aclamados realizadores desta geração, Spike Lee, vai estrear no mundo dos musicais. Lee vai dirigir um filme, que ele promete ser muito “dançante e cantante” sobre o surgimento do Viagra, medicamento para impotência sexual masculina. A produção ainda não tem título definido mas já tem alguns colaboradores confirmados. 

O musical será baseado em um artigo publicado na revista Enquire, em 2018, intitulado ‘Todos de Pé’, que falava sobre os criadores do remédio.. A produção terá roteiro coassinado por Lee e será musicada pelo compositor Mark Stewart, responsável pela trilha do musical da Broadway Passing Strange, trabalho que lhe rendeu uma indicação ao Tony.

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Em comunicado enviado à revista Variety, Spike Lee falou sobre a nova empreitada. Ele responsabilizou a mãe por fazê-lo chegar ao mundo dos musicais e se disse ansioso por esse trabalho. “Durante muito tempo eu odiei musicais, mas minha mãe me ensinou a gostar desses filmes cantantes e dançantes e, depois de quase quarenta anos nessa indústria, finalmente resolvi rodar um. Finalmente, chegando em minha quarta década como cineasta, eu irei dirigir um musical dançante e cantante. Mal posso esperar, minha mãe está esperando também”. 

Na última semana, a luta contra o racismo tem pautado os debates e manifestações tanto nas redes sociais quanto fora delas. A hasthag #blacklivesmatters (vidas negras importam) tem sido amplamente compartilhada, por anônimos e famosos, chamando atenção para a causa e motivando reflexão.

O cinema também pode ser uma poderosa ferramenta na disseminação de conteúdo e informação a respeito das questões raciais. O LeiaJá preparou uma lista com algumas indicações de diretores pretos que se debruçam sobre o tema. 

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NEGRUM3 - Diego Paulino

O filme versa sobre negritude em cima do movimento afrofuturista, mostrando a ida do povo negro para um lugar melhor e distante de preconceitos e injustiças.

KBELA - Yasmin Thayná

Cineasta e roteirista, Yasmin recebeu o prêmio de Melhor Curta-Metragem da Diáspora Africana da Academia Africana de Cinema pelo curta KBELA. O filme conta como é ser mulher no Brasil e se entender enquanto negra.

Cores e botas - Juliana Vicente

A pequena Joana compartilha do sonho da maioria das meninas da década de 1980: ser paquita. No entanto, a menina é negra e não encontra representatividade no meio com o qual tanto sonha. 

Faça a coisa certa - Spike Lee

O longa aborda a violência policial a partir de um caso bem parecido com o assassinato recente de George Floyd. O diretor lançou, recentemente, o curta 3 Brothers, mesclando imagens da prisão e assassinato de Floyd com cenas do clássico Faça a Coisa Certa, de 1989. 

O ódio que você semeia - George Tillman Jr.

Uma adolescente negra presencia o assassinato do melhor amigo. O assassino, um policial branco. 

Selma - Uma luta pela igualdade - Ava DuVerney

O filme que retrata a luta do ativista político Martin Luther King Jr. e seus seguidores pelos direitos civis da população negra nos Estados Unidos da América.

O cineasta Spike Lee lançou um curta-metragem que expõe a brutalidade e o abuso de poder de policiais para com homens negros. Intitulado "3 brothers", o filme reúne cenas das prisões e assassinato de George Floyd e de Eric Garner, traçando um paralelo entre os dois casos de assassinato, em conjunto com cenas de seu filme de 1989 "Do The Right Thing’" ("Faça a coisa certa"), onde o personagem Raheem morre após ser sufocado por policiais.

O curta-metragem está disponível do Twitter do cineasta. Sobre os protestos que eclodiram nos EUA, em entrevista à CNN, o cineasta demonstrou seu apoio aos manifestantes e questionou os que não simpatizam: "como as pessoas não conseguem entender por que as pessoas agem dessa maneira?" ele disse.

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"Isso não é novidade, vimos com os distúrbios nos anos 60, o assassinato do dr. King, toda vez que algo salta e não obtemos nossa justiça, as pessoas estão reagindo da maneira que sentem que precisam ser ouvidas", afirmou Lee.

“Isso não é novo. Vimos isso de novo e de novo e de novo. As pessoas estão cansadas da degradação, da morte de corpos negros. É sobre isso que este país se baseia”, declarou.

Floyd morreu na última segunda-feira (25 de maio) em Minneapolis, EUA, depois que o policial Derek Chauvin se ajoelhou no pescoço de Floyd por nove minutos, ignorando seus gritos de que não conseguia respirar. Chauvin e os outros três policiais envolvidos na prisão foram demitidos, e Chauvin foi preso por suspeita de assassinato e homicídio culposo em terceiro grau - os outros policiais não foram acusados.

Garner foi morto durante sua prisão em Staten Island, Nova York, em 2014. O policial envolvido, Daniel Pantaleo, também não foi acusado.

No último final de semana, o cineasta Spike Lee participou, em Nova York, de uma sessão especial do documentário Democracia em Vertigem, da brasileira Petra Costa. Em um vídeo que circula no Twitter, Spike Lee questionou: "O mundo quer saber: quem mandou matar Marielle Franco?".

Exigindo respostas sobre o assassinato da vereadora, morta em março de 2018, ele afirmou durante o evento no Museu de Arte Moderna da cidade que o filme "dá um outro olhar sobre a escalada do fascismo". No cinema, Spike Lee é conhecido pelos sucessos Malcom X, Uma Família de Pernas pro Ar e Faça a Coisa Certa.

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Confira:

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O diretor Spike Lee pede que as produtoras de Hollywood deixem a Geórgia por causa de uma lei que proíbe o aborto após a detecção de um batimento cardíaco fetal, por volta da sexta semana de gravidez.

A maioria dos estúdios que comentaram o caso disseram que estão esperando para ver se a chamada lei heartbeat realmente entrará em vigor no próximo ano, ou se os tribunais irão bloqueá-la. Mas na linha de chegada do tributo às realizações da American Film Institute, de Denzel Washington, nesta quinta-feira, Lee disse que agora é hora de as produções da Geórgia "fecharem" e boicotarem a indústria cinematográfica em expansão.

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Lee reconheceu que um êxodo em massa poderia prejudicar a subsistência da região, mas citou os motoristas de ônibus negros afetados pelo boicote da era do Movimento dos Direitos Civis em Montgomery. "Eu sei que vai afetar o sustento das pessoas. Mas é assim que as coisas mudam", disse Lee. "Você tem que estar do lado certo da história, e do estado da Geórgia e dos outros estados, eles estão errados", acrescentou. A economia da Geórgia recebe atualmente um incentivo anual de US $ 9,5 bilhões do setor.

Nas últimas semanas, Universal, Netflix, Disney e Warner ameaçaram não rodar mais gravações no estado da Geórgia se a lei entrar em vigor.

"Temos muitas mulheres trabalhando em produções na Geórgia, que terão seus direitos severamente restringidos por essa lei", disse o diretor de conteúdo da Netflix, Ted Sarandos. "Eu acho que muitas pessoas que trabalham para nós não vão querer trabalhar na Geórgia, e nós teremos que respeitar suas posições", declarou Bob Iger, diretor-executivo da Disney.

O presidente Donald Trump acusou nesta segunda-feira o veterano cineasta Spike Lee de ter lançado um "ataque racista" em seu discurso de agradecimento após ganhar um Oscar, no qual ele pediu uma mobilização para a próxima eleição.

Lee levou para casa o prêmio de melhor roteiro adaptado por "Infiltrado na Klan", uma história sobre um policial negro que conseguiu se infiltrar nos estratos mais altos da organização Ku Klux Klan.

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Em um discurso em que ele reviu a história da escravidão nos Estados Unidos, Lee lembrou de sua avó, que foi para a faculdade, "apesar do fato de que ela era uma escrava" e - sem mencionar Trump - pediu aos eleitores que se posicionem "no lado direito da história".

"Seria bom se Spike Lee pudesse ler suas anotações - ou melhor ainda - não ter que usar qualquer anotação enquanto fazia esse ataque racista contra seu presidente", afirmou Trump em um tuíte.

Trump defendeu-se dizendo que "fez mais pelos afro-americanos" do que qualquer outro presidente na história, citando a reforma da justiça penal, o desemprego em um mínimo histórico e os cortes fiscais.

Em seu discurso no domingo, Lee fez um apelo para que os americanos votem.

"A eleição presidencial de 2020 está próxima. Vamos nos movimentar, vamos ficar do lado certo da história, vamos fazer a escolha moral entre o amor e o ódio, vamos fazer a coisa certa!", exclamou.

Por mais de 30 anos, Lee cativou o público - e algumas vezes enfureceu - com seu retrato provocativo dos Estados Unidos, com uma mistura de entretenimento, ativismo e raiva.

Muitos de seus filmes têm um ângulo marcadamente político, como "Faça a coisa certa" e "Malcom X".

Os filmes "BlacKKKlansman" do americano Spike Lee e "Le livre d'image", do franco-suíço Jean-Luc Godard, foram selecionados para disputar a Palma de Ouro do Festival de Cannes, assim como as novas produções do dissidente iraniano Jafar Panahi e do russo sob prisão domiciliar Kirill Serebrennikov.

A organização do festival anunciou nesta quinta-feira (12), ao revelar a lista de filmes da mostra oficial, que enviará uma carta às autoridades iranianas para que Panahi possa comparecer ao festival e apresentar o filme "Three faces".

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Os organizadores também convidaram Serebrennikov para apresentar o filme "Leto".

O cineasta e ator americano Spike Lee pediu nesta quarta-feira (20) a criação de cotas para os indicados ao Oscar, premiação da qual estão ausentes, pelo segundo ano consecutivo, atrizes e atores negros. Lee afirmou que não pede um boicote à cerimônia marcada para 28 de fevereiro, mas adiantou que não comparecerá ao evento.

"Eu jamais utilizei o termo 'boicote'", lembrou em uma entrevista na rede ABC, depois de ter circulado na imprensa americana a notícia de que o cineasta boicotaria a premiação. Perguntado se isso favorece a criação de cotas para a indicação ao Oscar, Lee respondeu: "Sim, não se pode usar sempre a velha desculpa: não podemos encontrar candidatos qualificados... São bobagens".

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A falta de diversidade entre os atores indicados ao próximo Oscar gerou polêmica em Hollywood. A polêmica chegou a seu ponto máximo quando a presidente da Academia, a afro-americano Cheryl Boone Isaacs, expressou sua decepção na noite de segunda-feira. A Academia é formada por 6.000 membros. Entre eles 94% são brancos e a maioria homens, enquanto os negros e os hispânicos representam cerca de 2%, segundo o jornal Los Angeles Times.

Spike Lee, o autor de "Malcolm X", dirigirá o primeiro filme produzido exclusivamente pela Amazon: um drama que tem no elenco super estrelas como Wesley Snipes, Jennifer Hudson, Samuel L. Jackson, Angela Bassett e John Cusak.

A filmagem de "Chi-Raq", título provisório do filme, terminou na semana passada em Chicago (Illinois), informou nesta quarta-feira a gigante do comércio online em um comunicado.

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O roteiro, coescrito por Lee e Kevin Willmott, tem como cenário os bairros violentos e carentes de Chicago.

"Seria impossível encontrar um melhor diretor para inaugurar nosso estúdio", comentou Ted Hope, diretor de produção cinematográfica da Amazon Studios. O filme "talvez seja o melhor de Spike Lee e, sem dúvida alguma, o mais ousado".

Lee também comentou, citado no comunicado, que se sente honrado de "participar de um filme da Amazon que tocará em um tema importante". O diretor, um dos grandes nomes do cinema mundial desde seu início há 40 anos, se destacou em particular por "Do the Right Thing" ("Faça a coisa certa", 1989) e "Malcom X" (1992), ambos indicados a dois Oscars.

A divisão Amazon Original Movies da loja on-line busca adquirir e produzir filmes que serão lançados nas salas de cinema tradicionais, mas após um período de difusão exclusiva em Amazon Prime, o serviço pago de vídeos online do grupo.

Oldboy é um filme que virou clássico instantâneo, venerado por muitos. É parte de uma trilogia sobre vingança dirigida pelo sul coreano Chan-wook Park (mesmo diretor do recente Segredos de Sangue). Na história do original, de 2003, um executivo é capturado e confinado em um quarto de hotel por 15 anos. Nesta versão hollywoodiana, o personagem é aprisionado por 20 anos, sem ter noção de quem o confinou. Quando é finalmente libertado, luta para compreender os motivos do que se passou. Oldboy original é extremamente violento, por isso talvez, algumas das cenas mais difíceis não foram repetidas.

Josh Brolin aceitou o desafio. "Precisei pensar muito antes de aceitar este papel, por motivos diferentes de outros como George W Bush. Eu me perguntei se queria realmente fazer isso. Queria ter certeza que não faria esse papel à toa. Eu sabia que seria difícil. Cheguei a ligar para o diretor do filme original e pedir sua aprovação. Ele achou legal", revela o ator americano de 46 anos. "Eu achei que seria legal ver a perspectiva de outra pessoa sobre essa história. O filme de 2003 é a visão de Chan Park para o mangá", defendeu ele, acrescentando que é fã do original. "Mesmo depois de fazer este eu o assisti e percebi como é incrivelmente bem dirigido. Tudo ali tem uma razão de ser", diz ele. O remake foi dirigido pelo diretor americano Spike Lee (de Malcom X).

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"Neste filme eu fui muito mais ator que em qualquer outro filme que eu já fiz", explica Brolin, que costuma se envolver na produção de seus filmes. "Eu dei várias ideais para o Spike Lee, e algumas cenas foram improvisadas, como aquela em que estou preso no quarto do hotel. O Spike ligou uma música e me disse ‘Vai’. Eu disse; ‘Vou aonde?’. E nós filmamos por onze minutos sem cortar. Ele pediu que eu fizesse o que quisesse: me masturbar, chorar, tentar me matar, ficar pelado. Ganhei 12 quilos em dez dias e perdi 9 em dois. Mas foi tudo peso líquido. Não poderia ser gordura. Eu comi bastante sal, massas e então tomei um diurético para perder peso, mas, olhando para trás, me arrependo de ter tomado", diz o ator, que começou a carreira em outro clássico, Os Goonies.

Antes de se tornar ator, Brolin era corretor da bolsa de valores. "Eu não parei totalmente, só parei de fazer diariamente, pois não tenho mais tempo. Eu fazia isso todo dia", diz ele, acrescentando que há semelhanças do antigo ofício com o trabalho de ator. "Quando eu olho para gráficos, tudo que vejo é medo e ganância.

Eu vejo um comportamento sociológico. E a atuação é feita de comportamento, de ação e reação. Se você quiser criar um drama, você tem que criar uma situação e na bolsa de valores isso acontece por meio do noticiário. As notícias podem até ser de mentira, mas você precisa observar as reações. A maioria das pessoas que pensam saber sobre a bolsa acabam perdendo dinheiro", explica ele.

Em um momento Lobo de Wall Street, ele confessa; "É muito ego. O homem que me ensinou como funciona a bolsa me explicou que o mais importante é a disciplina. No momento em que você conclui que está pronto, chegou a algum lugar, você está perdido. E, no cinema, é o mesmo principio. Quando você pensa que pode fazer muito dinheiro e se tornar uma estrela de cinema, está acabado", diz, defendendo a escolha de papéis como este.

Oldboy não termina da melhor maneira possível para o personagem principal e Brolin confessa que não foi este o motivo que o atraiu para o papel. "Se eu quisesse um filme para ficar bem visto eu não faria este com certeza. Eu soube de gente que tomou doses de vodca antes de assisti-lo", afirma. "Mas eu gostei desse personagem por causa do confrontamento que ele vive a cada momento. Como ator você se identifica com essa ideia, de confrontar suas emoções e seus diferentes aspectos, sua insegurança provocada pelas pessoas que o criticam. Devo eu acreditar quando alguém me diz ‘O que aconteceu com o Josh? Ele era tão bom’", admite. "Em um filme que fiz em 2010, Jonah Hex, minhas intenções eram tão boas, mas quando eu fui assisti-lo eu quase não acreditei. Você nunca sabe como o filme sairá."

Oldboy originalmente é um longa ultra violento, difícil de assistir por suas cenas de violência explícita, mas não espere ver as cenas mais marcantes do original nesta adaptação. "Nós deixamos para o original as cenas mais icônicas, como aquela em que ele corta a língua ou come o polvo. Queríamos criar os nossas próprios momentos. Mas a famosa luta principal nós repetimos", explica o ator. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vídeo clipe Mais uma vez (festa brasileira) estreou na última quinta-feira (26), sendo parte da maior campanha institucional da LG Electronics do Brasil. 

Em período de Copa do Mundo, a ideia surgiu após a LG ter conhecido uma música de autoria de Seu Jorge a qual traduz o conceito da campanha de transformar a casa dos brasileiros em arenas.  Além de Seu Jorge, o diretor de cinema Spike Lee (Faça a coisa certa) foi convidado para dirigir o vídeo clipe por causa de sua admiração pela música e arte brasileiras.

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O diretor Steven Soderbergh - de Crash e Terapia de Risco - doou US$ 10 mil para a campanha que Spike Lee) - de Faça a Coisa Certa e Malcolm X - faz para arrecadar US$ 1.25 milhão e realizar seu novo projeto, um filme sobre "o vício por sangue". O financiamento coletivo (crowdfunding, em inglês) está online no site KickStarter.

Em contrapartida, Soderbergh ganhou um jantar e o direito de ir a um jogo dos New York Knicks, no Madison Square Garden, em companhia de Lee. O prazo para levantar a quantia se encerra em 21 de agosto, e, até ontem, 24, o projeto havia recebido US$ 143 mil.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Exibidos em 2012, ano eleitoral nos Estados Unidos, os os grandes favoritos da 83ª edição do Oscar têm um forte componente político, o que pode influenciar o caminho para a conquista do prêmios mais ambicionado por Hollywood.

Coincidência ou não, as críticas que defensores de um maior controle sobre o porte de armas fizeram contra o sangrento "Django Livre" e as discussões sobre as torturas feitas pela CIA, tema de "A hora mais escura", alimentaram calorosos debates políticos.

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Mas o filme mais político a caminho da glória nos prêmios da Academia no próximo domingo é "Lincoln", de Steven Spielberg, elogiado pelo ex-presidente americano Bill Clinton durante aparição surpresa na premiação dos Globo de Ouro, em janeiro passado.

Clinton usou o embate político por Lincoln no filme para fazer alusão ao confronto entre democratas e republicanos do governo Barack Obama.

"Uma dura batalha para aprovar uma lei numa câmara de representantes muito dividida", disse Clinton. "Para ganhar, o presidente precisou chegar a muitos acordos desagradáveis... eu não sei nada disso", ironizou.

Em "Lincoln", o 16º presidente americano busca o apoio do Congresso para implementar a 13ª emenda constitucional, que pôs fim à escravidão.

"Lincoln" chega à 85ª edição da entrega dos Oscar com a maior quantidade de indicações (12). Mesmo assim - e com o ilustre apoio de Clinton - não tem vitória garantida na cerimônia, que se tornou a mais imprevisível dos últimos tempos.

Já o thriller político "Argo", que conquistou quase todos os prêmios pré-Oscar da temporada, conta a história de como a CIA, com a ajuda de Hollywood, resgatou seis diplomatas americanos escondidos na embaixada do Canadá em Teerã durante a revolução iraniana de 1979.

O desastre diplomático dos Estados Unidos poderia ter decidido definitivamente o destino do então presidente democrata Jimmy Carter.

Lembrar os eleitores americanos desta débacle talvez não tenha ajudado muito os democratas ano passado, já que o filme focaliza a audácia do corpo operacional da CIA e salva a pele do presidente Carter.

Um filme indicado ao Oscar que definitivamente serve para melhorar a imagem de Obama é definitivamente "A hora mais escura", história de Kathryn Bigelow sobre os 10 anos da busca ao chefe da Al-Qaida, Osama Bin Laden.

Na verdade, o risco de que fosse considerado propaganda política era tanto (o clímax se passava no maior trunfo militar de Obama: a emboscada ao esconderijo de Bon Laden no Paquistão), que o filme só estreou em 6 de novembro, depois que as eleições presidenciais terminaram.

Mas logo teve início um caloroso debate sobre a descrição feita pelo filme das "técnicas melhoradas de interrogatório" - ou tortura - e especificamente sobre o papel desempenhado por elas na descoberta de Bin Laden.

O chefe da CIA e muitos congressistas criticaram o filme por fazer crer que a tortura foi a chave para chegar até Bin Laden, acusação que a vencedora do Oscar Bigelow desmentiu repetidas vezes.

"Acredito que Osama Bon Laden foi encontrado graças a um engenhoso trabalho de investigação. A tortura foi, contudo, e como todos nós sabemos, usada durante os primeiros anos desta busca. Isso não significa que tenha sido fundamental", afirmou a diretora.

Seja como for, o debate pode ter diminuído as possibilidades do filme ganhar o Oscar de melhor filme, já que o júri poderia resistir a votar em um filme tão político.

Contudo, a controvérsia política mais evidente chegou pelas mãos de "Django Livre", de Quentin Tarantino.

Com o toque pessoal do diretor, o filme sobre um escravo libertado por um caçador de recompensas nos anos que antecederam a Guerra Civil mostra quase três horas de caos sangrento.

Dias antes da estreia, o massacre de 20 crianças em uma escola da cidade de Newtown, Connecticut, levou os americanos a debaterem novamente o tema da violência no cinema, o que levou Tarantino a adiar em uma semana o lançamento do filme.

O diretor Spike Lee qualificou o filme de "desrespeitoso". Vários bonecos que representavam os personagens da trama acabaram sendo retirados do mercado.

Tarantino, que está acostumado a defender a violência de seus filmes, disse à rádio NPR: "Sim, estou muito chateado". O filme não tem nada a ver com o massacre da escola, afirmou.

"Isto é um desrespeito à memória das crianças. O tema deve ser o controle de armas e a saúde mental", disse Tarantino.

Apesar dos argumentos, "Django" teve as possibilidades de levar a estatueta dourada reduzidas subitamente.

Acompanhado pela Paranoid, empresa de Heitor Dhalia e Tatiana Quintella escolhida para produzir seu novo documentário, o diretor norte-americano Spike Lee volta ao Brasil para fazer mais entrevista para o Go, Brazil Go que tem previsão de estreia para 2014, antes da Copa, no festival de Cannes.

O diretor, que já esteve em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília entrevistando várias personalidades importantes, como a própria presidente Dilma Roussef e o ex-presidente Lula, aporta dessa vez em Salvador. Em sua nova visita ao Brasil, Lee conversa com políticos de diferentes forças partidárias, artistas da nova cena musical brasileira, líderes de diferentes movimentos políticos e sociais e representantes do Candomblé, como Ivete Sangalo, o presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, Antonio Carlos Magalhães Neto, Jacques Wagner, Daniela Mercury, Carlinhos Brown e Mãe Stella de Oxóssi. 

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Spike Lee escolheu retratar o Brasil em seu novo projeto por acreditar que o país vive um momento decisivo e transformador, pautado, Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016, por uma economia aquecida e um fato histórico na política: Dilma Roussef como primeira mulher a comandar o país.

O diretor ainda deve retornar mais quatro vezes ao Brasil, para falar com pessoas comuns e concluir a agenda de personalidades selecionadas.

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