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O diretor Abdellatif Kechiche anunciou que irá leiloar sua Palma de Ouro para bancar seu próximo filme. O prêmio máximo do Festival de Cannes foi ganho pelo tunisiano em 2013, pelo filme ‘Azul é a Cor Mais Quente’. A decisão foi tomada pois o seu novo projeto ‘Mektoub, My Love’, ainda sem título em português, parou em fase de pós-produção por falta de dinheiro.

Segundo Kechiche contou ao The Hollywood Reporter, o banco que financiava o filme bloqueou abruptamente sua linha de crédito, obrigando o longa a parar a pós-produção. O banco em questão é o Cofiloisirs, que não se pronunciou publicamente explicando o porquê do bloqueio.

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Em nota, foi dito que "para aumentar os fundos necessários para a conclusão da pós-produção sem atrasos adicionais, a empresa francesa de produção e distribuição Quat'Sous está leiloando recordações de filmes relacionadas ao trabalho de Kechiche. Os itens a serem oferecidos vão desde a Palma de Ouro até pinturas a óleo que desempenharam um papel central em 'Azul é a Cor Mais Quente'."

O porta voz do cineasta não revelou exatamente quanto é necesário para concluir 'Mektoub, My Love'. 

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O júri do 70º Festival de Cannes, presidido pelo espanhol Pedro Almodóvar, dividiu os críticos ao atribuir a Palma de Ouro à comédia sueca "The Square", uma decisão surpreendente e ousada, em detrimento de "120 Battements par Minute" e "Loveless", que eram considerados favoritos.

- Una Palma que divide -

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Ao premiar "The Square", o júri comandado por Almodóvar provocou surpresa. A comédia, uma sátira feroz ao mundo da arte, provocou muitas risadas no festival, mas poucos imaginavam que poderia levar a Palma de Ouro.

"O júri de Pedro Almodóvar seguiu pelo caminho fácil", lamenta a revista cultural francesa Télérama.

Satisfeito, o jornal francês Le Figaro comemorou porque "uma vez, críticos, cinéfilos e júri estão na mesma onda".

A opinião mais calma veio da revista francesa Les Inrockuptibles: "A Palma de Östlund não é escandalosa, mas nossa preferência era "120 battements par minute", um filme menos sedutor à primeira vista, mas, no entanto, mais profundo e comprometido".

A imprensa internacional também estava dividida.

Para Todd McCarthy, do Hollywood Reporter, "'The Square' merecia o prêmio", enquanto Peter Bradshaw, do jornal britânico The Guardian, considerou "uma escolha honrosa, mas decepcionante que o júri não tenha apoiado o formidável 'Loveless'", do russo Andrei Zviaguintsev.

- Uma edição perversa -

Apesar de ter premiado uma sátira que provoca a reflexão sobre a covardia do ser humano, a edição 2017 do Festival de Cannes foi marcada, sobretudo, pela perversidade.

Não faltaram motivos para o desespero diante da grande tela: da história de um avô que pede à neta que o ajude a morrer em "Happy end", passando pelas crianças sacrificadas em nome da lei de talião ("The killing of a Sacred Deer"), abusadas sexualmente ("You were never really here") ou simplesmente esquecidas por pais centrados em suas próprias vidas ("Loveless").

Neste ambiente, a figura do vingador invadiu a Croisette, de Joaquin Phoenix no filme de Lynne Ramsay ("You were never really here") a Diane Kruger no longa-metragem de Fatih Akin ("In the fade"). Os dois foram premiados por suas interpretações.

Apesar de maltratadas, as crianças apareceram como portadoras da esperança, com uma grande determinação em filmes como "Okja" e "Wonderstruck". E, apesar do indivíduo não aparecer muito bem nos filmes em competição, o coletivo é homenageado em "120 battements par minute", um panorama sobre a luta contra a aids e o trabalho da associação Act Up (o filme levou o Grande Prêmio do Júri).

A tribulação poética sobre as estradas da França de Agnès Varda e o artista JR, "Visages, villages", levou o prêmio de melhor documentário.

- Netflix, fim da polêmica? -

Depois de provocar uma grande polêmica em sua chegada a Cannes, a plataforma de streaming Netflix deixa o festival em meio à indiferença geral.

Seu pequeno posto, que ficava consideravelmente afastado do Palácio dos Festivais, ficou vazio muito antes do anúncio dos prêmios e seus diretores foram muito mais discretos.

A exibição na mostra competitiva, pela primeira vez, de dois filmes produzidos pela empresa ("Okja" e "The Mayerowitz Stories") provocou polêmica, depois que o Netflix se recusou a ceder para uma exibição dos longas-metragens nas salas de cinema francesas.

Logo na entrevista com os integrantes do júri, antes da projeção dos filmes da mostra oficial, Almodóvar afirmou que seria paradoxal premiar filmes que não seriam exibidos em salas de cinema. Para completar a controvérsia, nos últimos dias surgiram boatos de que o espanhol estaria preparando uma série justamente para o Netflix, notícia que o diretor negou rapidamente no Twitter.

Ausente na premiação apesar dos elogios ao sul-coreano "Okja", o Netflix terá que aceitar uma nova regra se deseja retornar à disputa pela Palma de Ouro: a partir de 2018 todos os filmes em competição devem ter o compromisso de estrear em salas de cinema.

Mas o debate sobre a posição do Netflix no mundo do cinema está longe do fim.

Contrariando todas as expectativas, o filme "The Square", do sueco Ruben Ostlund, levou a Palma de ouro do Festival de Cannes, anunciou o presidente do júri da mostra francesa, o cineasta espanhol Pedro Almodóvar.

Participando da mostra competitiva pela primeira vez, o diretor de "Força Maior" (Snow Therapy, 2015), faz, em seu novo filme, uma crítica em tom de sátira da burguesia ocidental e do mundo da arte contemporânea.

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A mostra francesa, que se encerra neste domingo, atribuiu, ainda, os prêmios de melhor interpretação masculina e feminina, respectivamente ao americano Joaquin Phoenix e à alemã Diane Kruger, enquanto a cineasta americana Sofia Coppola levou o prêmio de melhor direção.

Phoenix, de 42 anos, foi reconhecido por sua atuação em "You Were Never Really Here", da britânica Lynne Ramsay.

Neste suspense psicológico, o ator é um veterano da Guerra do Vietnã, traumatizado e violento, que tem que resgatar uma adolescente de uma rede de prostituição.

Já Diane Kruger foi premiada por seu primeiro grande papel em uma produção germânica, "In the fade", do diretor Fatih Akin.

Neste filme, a ex-modelo vive uma mãe de família que busca se vingar da morte de seu marido, de origem turca, e de seu filho, em um atentado cometido por neonazistas.

A americana Sofia Coppola, por sua vez, ganhou o prêmio de Melhor Direção por seu filme "O Estranho que Nós Amamos", uma adaptação do romance de Thomas Cullinan que já foi levada aos cinemas em 1971 por Don Siegel, com Clint Eastwood como protagonista.

O filme francês "120 battements par minute", de Robin Campillo, que revive os anos da Aids em Paris, foi contemplado com o Grande Prêmio da mostra.

Em sua 70ª edição de aniversário, o Festival de Cannes atribuiu, ainda, um prêmio especial à atriz americana Nicole Kidman.

A seguir, todos os premiados nesta 70ª edição:

- Palma de Ouro: "The square", do sueco Ruben Östlund

- Grande Prêmio: "120 battements par minute", do francês Robin Campillo

- Melhor Direção: a americana Sofia Coppola por "O estranho que nós amamos"

- Melhor Roteiro: o grego Yorgos Lanthimos por "The killing of a sacred deer", 'ex aequo' com a britânica Lynne Ramsay por "You were never really here"

- Prêmio do Júri: "Loveless", do russo Andrei Zvyagintsev

- Melhor Interpretação Feminina: a alemã Diane Kruger por "In the fade"

- Melhor Interpretação Masculina: o americano Joaquin Phoenix por "You were never really here"

- Prêmio Especial pelo 70º aniversário: a atriz americana Nicole Kidman

- Câmera de Ouro: "Jeune Femme", da francesa Léonor Serraille

- Palma de Ouro para curta-metragem: "A Gentle Night", do chinês Qiu Yang

Os tambores ressoam em Cannes, enquanto o júri de Pedro Almodóvar decide em conclave qual filme será neste domingo Palma de Ouro, num 70º Festival confrontado às novas maneiras de exibição de obras cinematográficas.

A história de uma associação francesa de luta contra a aids em "120 battements par minute", o drama de um casal russo com um filho que não deseja ("Loveless") e o thriller de um herói perturbado e brutal que resgata menores de idade das garras da prostituição ("You were never really here") são os favoritos dos críticos para o Graal da sétima arte.

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Com Almodóvar, primeiro espanhol a presidir o júri do Festival, quatro homens e quatro mulheres, incluindo os americanos Will Smith e Jessica Chastain, a alemã Maren Ade e o italiano Paolo Sorrentino, isolaram-se do mundo em um palácio cuja localização é mantida em segredo.

Eles devem entrar em consenso sobre a entrega dos palmares depois de terem assistido os 19 filmes selecionados pelos organizadores do evento. ,

"I, Daniel Blake", do britânico Ken Loach, uma crítica feroz ao liberalismo, foi coroado em 2016.

- Telefonema aos vencedores -

Em meio a tanto sigilo, os laureados sabem pouco mais do que o público. Durante o dia, receberão um telefonema convidando-os para a cerimônia de encerramento. Saberão que ganharam, mas não qual prêmio. E só vão ser contactados aqueles que estiveram em Cannes ou a algumas horas de distância de avião.

Por isso, muitas vezes, há grandes ausências no momento da entrega dos palmares.

Nos filmes favoritos da crítica também se destacam os preferidos para os prêmios de atuação: o jovem argentino Nahuel Pérez Biscayart em "120 battements par minute", do francês Robin Campillo, o americano Joaquin Phoenix em "You were never really here", assim como o britânico Robert Pattinson, que interpreta um criminoso no filme de ação "Good Time", dos irmãos nova-iorquinos Josh e Ben Safdie.

Entre as atrizes, a luta é travada entre Maryana Spivak, de "Loveless", do russo Andrei Zvyaguintsev; Nicole Kidman, aplaudida em dois papéis em "O estranho que nós amamos", de Sofia Coppola e "The Killing of a Sacred Deer", do diretor grego Yorgos Lanthimos, e a alemã Diane Kruger ("In the Fade", do turco-alemão Fatih Akin) .

- Opções para Netflix? -

"Seria um enorme paradoxo" premiar um filme que não será exibido nos cinemas, declarou Almodóvar na abertura do Festival, referindo-se às duas obras em disputa do Netflix, que decidiu não liberá-las na França em razão de uma regulamentação nacional, que estimou que o penalizava.

Com estas palavras, Almodóvar pareceu excluir o triunfo da sul-coreana "Okja" e da americana "The Meyerowitz Stories", com Dustin Hoffman, mas depois afirmou que suas palavras tinham sido mal interpretadas de acordo com um jornalista do site especializado Indiewire.

Mas o debate sobre as plataformas como Netflix, que não seguem necessariamente os canais de distribuição tradicionais, está servido e a maioria dos cineastas no tapete vermelho em Cannes expressaram sua opinião sobre a questão, defendendo, em geral, um terreno de entendimento.

"Todas as opções devem coexistir (...) Não há problema um gigante com um monte de dinheiro produzir conteúdo, o problema é quando Netflix diz que não se preocupa com as salas de cinemas e depois vem a Cannes para se beneficiar daquilo que os cinemas têm dado a Cannes", expressou à AFP o cineasta brasileiro Kleber Mendonça ("Aquarius"), presidente da Semana da Crítica, uma seção paralela.

Para a próxima edição, o Festival introduziu uma nova regra, que, em princípio, exclui Netflix: para competir em Cannes primeiro deve comprometer-se a divulgar o filme nos cinemas franceses.

Dezenove produções estão na competição pela Palma de Ouro da 70ª edição do Festival de Cannes, que será entregue neste domingo (28), pelo júri presidido por Pedro Almodóvar.

- "O estranho que nós amamos", da americana Sofia Coppola, com Nicole Kidman e Colin Farrell, é uma adaptação de um romance de Thomas Cullinan que já foi levado ao cinema em 1971, com Clint Eastwood no papel principal. Em plena Guerra da Secessão, a vida em um internato feminino se vê alterada com a chegada de um soldado ferido.

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- "Nelybuov" ("Loveless"), do russo Andrei Zvyaguintsev, também diretor de "Leviatã", aborda o drama familiar de um casal em fase de divórcio que deve se reconciliar para encontrar seu filho de 12 anos que desapareceu durante uma de suas brigas.

- "Good Time", dos irmãos americanos Benny e Josh Safdie, cineastas independentes de Nova York. O ator Robert Pattinson encarna um assaltante que é preso e tenta escapar durante uma noite carregada de adrenalina.

- "The Square", do sueco Ruben Ostlund, vencedor do Prêmio do Júri em Cannes em 2014 por "Força Maior", é sobre um diretor de museu que prepara uma grande exposição, estrelado por Dominic West e Elizabeth Moss.

- "You Were Never Really Here", da britânica Lynne Ramsay, diretora de "Precisamos falar sobre Kevin", com Joaquin Phoenix. Um veterano de guerra tenta resgatar jovens envolvidas em uma rede de prostituição.

- "L'Amant Double", do francês François Ozon, suspense erótico com Marine Vacth e Jeremie Renier, sobre uma jovem que namora seu psicanalista antes de descobrir que ele escondeu parte de sua identidade.

- "Jupiter's Moon", do húngaro Kornél Mandruczó, vencedor do Prêmio Un Certain Regard em 2014 por "White God", é um filme fantástico sobre um jovem migrante ferido por tiros que descobre que tem um estranho poder de levitação.

- "In the Fade", do germano-turco Fatih Akin, diretor de "Contra a Parede", com Diane Kruger. Nesta história de vingança no seio da comunidade turca, a atriz dá vida a uma mulher que perdeu o marido e o filho em um atentado.

- "The killing of a sacred deer", do grego Yorgos Lanthimos, diretor de "O Lagosta", com Colin Farrell e Nicole Kidman. Neste suspense, um cirurgião decide tomar conta de um adolescente perturbado, mas a relação começa a piorar.

- "Hikari", da japonesa Naomi Kawase, diretora de "Uma pastelaria em Tóquio", é um drama sobre um romance entre um fotógrafo que perde lentamente a visão e uma jovem.

- "The day after", do sul-coreano Hong Sang-soo. Filme em preto e branco com Kim Min-hee, musa do cineasta, sobre um dia na vida de um editor que traiu sua esposa com a empregada.

- "Le redoutable", do francês Michel Hazanavicius, diretor de "O Artista", fala sobre o lendário cineasta Jean-Luc Godard, estrelado por Louis Garrel, baseado no romance de sua ex-esposa Anne Wiazemsky. Ambienta-se no contexto de maio de 1968 na França.

- "Wonderstruck", do americano Todd Haynes, diretor de "Carol". Esta adaptação de um livro para crianças, com Julianne Moore, narra a história de dois jovens surdos.

- "Happy End", do austríaco Michael Haneke, duas vezes vencedor da Palma de Ouro com "A fita branca" e "Amor", fala sobre uma família burguesa do norte da França que vive próximo a um acampamento de imigrantes, com Jean-Louis Trintignant e Isabelle Huppert.

- "Rodin", do francês Jacques Doillon, com Vincent Lindon e Izia Higelin, aborda a história do célebre escultor, de quem neste ano comemora-se o centenário de sua morte, e a relação com sua aluna Camille Claudel.

- "120 battements par minute", do francês Robin Campillo, diretor de "Meninos do Oriente", trata sobre o dia a dia da associação Act Up no início dos anos 1990 para sensibilizar a sociedade sobre a epidemia da aids, com Adèle Haenel.

- "Okja", do sul-coreano Bong Joon-Ho, com Tilda Swinton e Jake Gyllenhaal, é um filme fantástico sobre a amizade de uma menina com um grande animal, que uma multinacional tenta se apropriar. O filme foi financiado e produzido pela Netflix.

- "The Meyerowitz Stories", do americano Noah Baumbach, diretor de "Frances Ha", com Dustin Hoffman, é sobre o reencontro de uma família nova-iorquina. A Netflix adquiriu os direitos do filme.

- "A gentle creature", do ucraniano Serguei Loznitsa, diretor de "Na neblina", é a adaptação livre de uma obra fantástica de Dostoiévski sobre uma mulher que quer visitar seu marido preso por um crime que não cometeu.

Dezoito filmes disputam o prêmio Palma de Ouro que será entregue no 70º festival de cinema de Cannes em 28 de maio.

Veja a lista de filmes em competição:

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- "Loveless", de Andrey Zvyagintsev

- "Good Time", de Benny Safdie e Josh Safdie

- "You were never really Here", de Lynne Ramsay

- "L'Amant double", de François Ozon

- "Jupiter's Moon", de Kornél Mandruczo

- "A gentle creature", de Sergei Loznitsa

- "The Killing of a sacred deer", de Yorgos Lanthimos

- "Radiance", de Naomi Kawase

- "Le jour d'après", de Hong Sangsoo

- "Le Redoutable", de Michel Hazanavicius

- "Wonderstruck", de Todd Haynes

- "Happy end", de Michael Haneke

- "Rodin", de Jacques Doillon

- "O estranho que nós amamos", da americana Sofia Coppola

- "120 battements par minute", de Robin Campillo

- "Okja", de Bong Joon-Ho

- "In the Fade", de Fatih Akin

- "The Meyerowitz stories", de Noah Baumbach

Dezoito filmes disputam o prêmio Palma de Ouro que será entregue no 70º festival de cinema de Cannes em 28 de maio.

Veja a lista de filmes em competição:

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- "Loveless", de Andrey Zvyagintsev

- "Good Time", de Benny Safdie e Josh Safdie

- "You were never really Here", de Lynne Ramsay

- "L'Amant double", de François Ozon

- "Jupiter's Moon", de Kornél Mandruczo

- "A gentle creature", de Sergei Loznitsa

- "The Killing of a sacred deer", de Yorgos Lanthimos

- "Radiance", de Naomi Kawase

- "Le jour d'après", de Hong Sangsoo

- "Le Redoutable", de Michel Hazanavicius

- "Wonderstruck", de Todd Haynes

- "Happy end", de Michael Haneke

- "Rodin", de Jacques Doillon

- "O estranho que nós amamos", da americana Sofia Coppola

- "120 battements par minute", de Robin Campillo

- "Okja", de Bong Joon-Ho

- "In the Fade", de Fatih Akin

- "The Meyerowitz stories", de Noah Baumbach

"I, Daniel Blake', uma implacável narrativa sobre a injustiça social na Inglaterra, do diretor britânico Ken Loach, levou neste domingo (22) a Palma de Ouro, prêmio máximo do Festival de Cannes. "Outro mundo é possível e necessário!", disse o diretor de 79 anos, ao receber a recompensa, a segunda Palma de Ouro de sua longa carreira dedicada ao cinema social.

Em seu discurso de agradecimento ao festival e a toda a sua equipe, Loach aproveitou a oportunidade para fazer uma crítica enérgica aos riscos do neoliberalismo. "O mundo em que vivemos está em uma situação perigosa, à beira de um projeto de austeridade que chamamos de neoliberal, que corre o risco de nos levar à catástrofe", disse. "Deve-se dizer que outro mundo é possível e, até mesmo, necessário", prosseguiu, falando em francês e em inglês, após ter alertado contra o retorno da extrema direita.

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Vários filmes são considerados favoritos a ganhar a Palma de Ouro que será atribuída neste domingo, entre eles o brasileiro "Aquarius", de Kleber Mendonça Filho, encerrando uma edição da mostra francesa, marcada por surpresas muito aplaudidas e vaias a diretores que decepcionaram.

"Toni Erdmann", de Maren Ade, que pertence à nova geração de cineastas alemães, conquistou antecipadamente os corações na Croisette. Falta ver se o júri de nove membros, comandado pelo diretor de "Mad Max", o australiano George Miller, confirma o veredicto dos aplausos e das boas críticas.

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A reta final da competição trouxe novos competidores e, segundo a maioria dos assistentes, após a projeção deste sábado de "Elle", do holandês Paul Verhoeven, último dos 21 filmes em disputa, o jogo ficou indefinido.

Entre os outros favoritos, a poesia de "Paterson", do americano Jim Jarmusch, cativou Cannes; mas também o cinema romeno encantou com dois filmes muito elogiados: "Sieranevada", de Cristi Puiu, e "Bacalaureat", do e Cristian Mungiu, já premiado em 2007.

O universo feminino de "Julieta", de Pedro Almodóvar, uma Sonia Braga combativa em "Aquarius", do brasileiro Kleber Mendonça Filho, o amor interracial de "Loving", de Jeff Nichols, e o cinema social de Ken Loach em "Yo, Daniel Blake", arrancaram aplausos.

O cinema brasileiro já comemorou neste sábado o Olho de Ouro de melhor documentário, concedido a "Cinema Novo", de Eryk Rocha, sobre o movimento cinematográfico surgido nos anos 1960 no Brasil e liderado pelo pai do diretor, Glauber Rocha. Já vários diretores de primeiro plano decepcionaram com seus filmes, a começar por Sean Penn e sua ridicularizada história de amor entre voluntários na África, contada em "The Last Face", o filme mais vaiado da competição.

A comédia familiar "It's only the end of the world", de Xavier Dolan, foi apedrejada pela crítica internacional, mas agradou a francesa. Também dividiram opiniões o thriller erótico e canibal do dinamarquês Nicolas Winding Refn, em "The Neon Demon", "Personal Shopper" de Olivier Assayas, e "American Honey" de Andrea Arnold.

'Last, but not least'

"Elle", thriller mordaz de Paul Verhoeven - que assina "Instinto Selvagem" -, e "The Salesman", um drama social iraniano, encerraram neste sábado com chave de ouro a 69ª edição do Festival de Cannes. No longa do cineasta holandês, Isabelle Huppert, de 63 anos, interpreta uma mulher violentada que pouco a pouco entra em um jogo perigoso e perverso com seu agressor.

À imprensa, Huppert disse não se preocupar com a reação que os espectadores podem ter ao descobrir a relação particular que ela terá com seu estuprador, a quem não denuncia ou afasta de sua vida quando descobre sua identidade. "Não é um proclame sobre uma mulher violentada, que acaba aceitando-o. Não quer dizer que aconteça com todas as mulheres do mundo. Acontece com essa mulher em particular como indivíduo", disse Huppert.

A atriz, que para muitos críticos atuou no papel de sua vida, é apontada como uma das favoritas ao prêmio de interpretação feminina, que já ganhou em duas edições anteriores. O filme também obteve boas críticas da imprensa. O jornal francês L'Express aplaudiu "a ambiguidade perversa" deste thriller, que chegou a arrancar risadas dos espectadores. Já em "The Salesman", o iraniano Asghar Farhadi conta a história de um casal de atores de teatro que ensaiam a peça "Morte de um caixeiro viajante", de Arthur Miller, e precisa, deixar o apartamento em que vivem em Teerã, que ameaça desabar.

O diretor se questiona, através desta história marcada pela vingança, sobre a violência, que o protagonista considera estar no direito de exercer. "Há tempos queria fazer um filme sobre uma peça de teatro", explicou à AFP Asghar Farhadi, de 44 anos, ganhador de um Oscar com "A Separação" (2011). "Há um paralelismo muito forte entre a atuação na peça de teatro e o que está em jogo para os personagens do filme", disse o diretor.

Julia Roberts descalça e outras musas de Cannes

Da constelação que passou pelo tapete vermelho, uma das imagens que ficará gravada será a de uma deslumbrante Julia Roberts subindo descalça e desafiadora a escadaria do Palácio dos Festivais. Também abriu caminho uma nova geração de atrizes, de Kristen Stewart a Elle Fanning, passando por Blake Lively e a cubana Ana de Armas, assim como veteranas, como Sonia Braga, sorridente e bem resolvida aos 65 anos.

Em um registro mais rebelde que o de Julia Robers, os roqueiros 'bad boys' Iggy Pop e Jim Jarmusch também desafiaram o protocolo do tapete vermelho, fazendo gestos obscenos com o dedo médio ao posar para as câmeras.

Crise brasileira na Croisette

Ao lado de Sonia Braga, o elenco de "Aquarius" aproveitou a exposição mundial em Cannes para protestar com cartazes contra o governo do presidente interino Michel Temer. Os demais cineastas brasileiros presentes ao festival, cujo cinema foi em boa parte subvencionado pelos governos anteriores, se somaram ao protesto contra o que denominaram de "golpe de Estado" de Temer e a extinção do ministério da Cultura.

A política chilena também marcou presença na Croisette com "Neruda", de Pablo Larraín, sobre a perseguição ao poeta em seus anos de militância comunista, nos anos 1940. Já o chileno Alejandro Jodorowsky apresentou em Cannes um aplaudida "Poesía sin fin", a segunda parte de sua saga autobiográfica.

Almodóvar, Luis XIV e a volta por cima da Espanha

A Espanha fez um retorno retumbante nesta 69ª edição, com a quinta participação de Almodóvar na disputa pela Palma de Ouro.

Mas o destaque ibérico não se limitou ao consagrado diretor de "Julieta", que conseguiu superar sem maiores danos a má fase por sua citação no escândalo dos "Panama Papers". A nova geração também defendeu as cores da Espanha, especialmente na participação do galego Oliver Laxe, grande prêmio da Semana da Crítica, com sua aventura épica e espiritual em "Mimosas".

O catalão Albert Serra cativou Cannes com "La muerte de Luis XIV", trazendo o lendário ator francês da Nouvelle Vague Jean-Pierre Léaud na pele do Rei Sol, uma escolha elogiada pela imprensa, do New York Times à mídia francesa, que se referiu ao filme como uma obra-prima.

Um conto sobre a degradação social no isolamento da França rural e um drama romeno que explora a complexidade dos laços familiares abriram nesta quinta-feira a disputa pela Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Com um cinema cru, que inclui animais estripados, um parto em primeiro plano, sexo explícito e uma cena de eutanásia e outra de sodomia, o francês Alain Guiraudie surpreendeu com "Rester vertical", filmado nas paisagens isoladas de Lozer, assim como em Poitou e com algumas cenas urbanas no porto de Brest.

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O longa-metragem conta a história de Leo (Damien Bonnard), um jovem roteirista um pouco perdido na vida que conhece uma jovem pastora com a qual tem um filho que ela se recusa a criar.

Em uma trama que termina por relacionar vários personagens - inclusive do ponto de vista sexual -, todos são infelizes e solitários.

Guiraudie, premiado em 2014 na mostra Um Certo Olhar por "Um Estranho no Lago", explicou à imprensa que seu filme permite "distintas portas de entrada".

Criação artística e paternidade, sexualidade no mundo rural ou a relação com o selvagem e primitivo de uma sociedade que perde suas referências são apenas algumas delas.

O elemento selvagem é representado no filme por um lobo, animal ameaçador que obrigou o homem a "permanecer erguido" para enfrentá-lo, expressão que explica o título do filme e que, segundo Guiraudie, também tem uma conotação sexual.

"O sexo é algo que dá medo, mas não queria apresentá-lo de maneira grave ou solene", disse Guiraudie sobre o filme, que tem elementos oníricos e algumas citações bíblicas.

O clima de degradação social na França permeia o filme à medida que o protagonista perde a razão até o momento em que precisa adotar uma mudança radical para se reerguer.

"Com a decadência de Leo, quis falar de algo que ameaça a todos", disse o cineasta de 51 anos.

"Há poucas pessoas na França que podem dizer que viverão de modo tranquilo o resto de seus dias", concluiu.

Dissecando a família

Do diretor e roteirista romeno Cristi Puiu, o drama "Sieranevada" explora as tensões, angústias e rancores nas relações familiares.

O filme, que se desenvolve praticamente em um único lugar - o apartamento de uma família em Bucareste -, conta a história de Lary, um médico de 40 anos, que acompanha a mulher em um almoço para recordar o pai falecido.

Mas o evento fúnebre não acontece do modo previsto e gera uma sucessão de atos absurdos.

O longa-metragem foi inspirado no funeral do pai de Puiu, que faleceu em 2007 quando ele participava como jurado na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

"Voltei para a Romênia imediatamente e o primeiro encontro, pouco depois do funeral, aconteceu de forma muito estranha. Havia pessoas que eu não conhecia, amigos do meu pai com quem bebíamos, assim como vizinhos. Lembro que tive uma discussão com um amigo da minha mãe sobre a história do comunismo", explicou o diretor.

"As histórias que são parte da minha história pessoal são fictícias. Eu sou o criador da ficção", disse Puiu.

Com uma indústria cinematográfica ainda hesitante, a Romênia consegue a façanha de ter dois filmes entre os 21 na competição em Cannes.

Cristi Puiu, vencedor da mostra Um Certo Olhar em 2005 por "A Morte do Sr. Lazarescu", disputa a Palma de Ouro pela primeira vez.

Os olhares se voltam agora para seu compatriota, Cristian Mungiu, que apresentará em 19 de maio "Bacalaureat" ("Bacharelado"), um filme sobre a corrupção no sistema de ensino.

Mungiu já venceu a Palma de Ouro, em 2007, por "4 Meses, 3 Semanas, 2 Dias", um filme sobre o aborto ilegal na Romênia dos anos 1980.

A disputa pela Palma de Ouro nunca foi fácil, mas a 69º edição do Festival de Cannes, que começa nesta quarta-feira, tem uma seleção particularmente competitiva de alguns dos melhores cineastas do mundo.

O cartaz oficial do evento, que reproduz uma imagem da Vila Malaparte em Capri, retirada de "O Desprezo" (1963) de Jean-Luc Godard, foi espalhado por toda a Croisette, incluindo uma versão gigante na fachada do Palácio dos Festivais.

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A cidade balneária mediterrânea dava os últimos retoques nos preparativos e no dispositivo de segurança, com centenas de policiais. Depois dos atentados de 2015 em Paris, as autoridades citaram um "nível de risco mais elevado que nunca".

Do irlandês Ken Loach, de quase 80 anos, ao "menino prodígio" canadense Xavier Dolan, de apenas 27 - ambos adorados em Cannes -, a nata da sétima arte mundial se reunirá até 22 de maio para duas semanas do melhor cinema disponível no planeta.

De um total de 1.869 filmes enviados desde o início do ano, o diretor artístico Thierry Frémaux e seus auxiliares selecionaram 21 longas-metragens para a mostra oficial.

O festival começa na quarta-feira à noite com a exibição de "Café Society", o filme mais recente de Woody Allen, com Kristen Stewart e Jesse Eisenberg, sobre a idade dourada de Hollywood.

A edição de 2016 marca o retorno do Brasil à disputa da Palma de Ouro, com o filme "Aquarius", segundo longa-metragem do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, ex-crítico de cinema.

O filme tem como protagonista a atriz Sonia Braga, no papel de uma aposentada que resiste às mudanças a seu redor.

Candidatos insistentes

Alguns diretores já venceram o Oscar e ambicionam a Palma de Ouro, como o iraniano Asghar Farhadi ("A Separação"), que apresenta "The Salesman", a história de dois atores cuja relação passa por problemas durante a interpretação da peça de Arthur Miller "A Morte do Caixeiro Viajante".

Outros já venceram a Palma de Ouro duas vezes, caso dos irmãos belgas Luc e Jean-Pierre Dardenne, que sonham com a terceira vitória com "La fille inconnue", a história de uma jovem médica que tem que lidar com a culpa.

O sentimento de culpa também é o protagonista invisível - a mãe que pensa no que deixou de fazer pela filha - de "Julieta", de Pedro Almodóvar, quinta tentativa do espanhol de vencer a Palma de Ouro, apesar de o diretor afirmar que pode viver sem a mesma.

O mais assíduo pretendente - 10 tentativas - é o americano Jim Jarmusch, considerado um filho do festival, que o viu conquistar a fama em 1984 com o prêmio Camera D'Or por "Estranhos no Paraíso". Ele apresenta desta vez "Paterson", com Adam Driver no papel de um motorista de ônibus poeta.

A Palma de Ouro será definida por um júri presidido pelo australiano George Miller e integrado por outros quatro homens e quatro mulheres.

A mulher protagonista

Muitos apontam como marca distintiva desta edição a forte presença feminina em todas as mortas do festival, com filmes com temas que apontam o protagonismo da mulher.

O holandês Paul Verhoeven apresentará "Elle", uma história de reafirmação feminina diante de uma situação violenta. O filme levará mais uma vez ao tapete vermelho a atriz mais assídua de Cannes nos últimos anos, a francesa Isabelle Huppert.

Em "The neo demon", o dinamarquês Nicolas Winding Refn apresentará uma variação do gênero de vampiros ao redor da atriz Elle Fanning, que interpreta uma modelo cuja beleza é cobiçada por outras mulheres de Los Angeles.

A francesa Nicole García apresentará "From the land of the moon" e a alemã Maren Ade "Toni Erdmann".

O sul-coreano Park Chan-Wook explora outros labirintos do universo feminino com "The maidmen", uma suspense com pitadas de crueldade, atração lésbica, traição e loucura.

Talvez para compensar o cardápio com um pouco de testosterona, a organização programou a exibição do filme "Dois Caras Legais", de Shane Black, ambientado nos anos 1970, com Ryan Gosling e Russel Crowe.

Fora de competição também serão exibidos em Cannes os novos filmes de Jodie Foster ("Jogo do Dinheiro"), Steven Spielberg ("O Bom Gigante Amigo") e Robert de Niro ("Hands of Stone").

O Festival de Cannes anunciou nesta terça-feira que a Palma de Ouro honorária de 69ª edição vai premiar a trajetória do francês Jean-Pierre Léaud, ator-fetiche de François Tuffaut e protagonista de "La muerte de Luis XIV", do espanhol Albert Serra.

Leaud, de 71 años, interpreta o rei sol em seu ocaso no filme de Serra, que será exibido em Cannes em 19 de maio em uma sessão especial do programa oficial do festival.

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Ícone da Nouvelle Vague, Léaud atuou pela primeira vez para Truffaut ainda adolescente em "Os Incompreendidos" (1959) e acompanhou o mestre francês em outros grandes filmes ao longo da carreira.

O ator receberá o prêmio durante a cerimônia de encerramento do festival em 22 de mayo. Léaud "faz parte da lenda de Cannes", afirma a organização em um comunicado.

"Este jovem extrovertido e turbulento desembarcou em 1959 na Croisette aos 14 anos e sua espontaneidade encarna o vento de liberdade que a Nouvelle Vague fez soprar sobre a sétima arte".

O personagem de Antoine Doinel, interpretado por Léaud, voltou a aparecer nos filmes de Truffaut Antoine e Colette (1962), Beijos Proibidos (1968), Domicílio Conjugal (1970) e O Amor em Fuga (1979), recorda a organização do festival, que começa na quarta-feira.

Léaud também atuou para Jean-Luc Godard em "Alphaville" (1965), O Demônio das Onze Horas (1965), "Masculino-Feminino" (1965) e "A Chinesa" (1967). Também trabalhou com Bernardo Bertolucci ("O Último Tango em Paris", 1972), Jacques Rivette, Aki Kaurismaki, Olivier Assayas e Philippe Garrel, entre outros.

O curta-metragem "A moça que dançou com o diabo", de João Paulo Miranda, vai representar o Brasil na disputa pela Palma de Ouro do Festival de Cannes.

A produção, de 14 minutos, está na lista de 10 curtas-metragens da mostra oficial, anunciada nesta quarta-feira pela organização do festival. O diretor brasileiro integra uma lista que inclui produções da Espanha, Colômbia, Tunísia, Reino Unido, Filipinas, França, Romênia, Itália e Suécia.

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O comitê de seleção informou que recebeu 5.008 candidaturas, 458 a mais que em 2015. Um júri presidido pela japonesa Naomi Kawase anunciará a Palma de Ouro de curta-metragem em 22 de maio, no dia de encerramento do festival, mesma data do anúncio do vencedor entre os longas-metragens.

O festival de Cannes começará no dia 11 de maio. A seleção oficial de longas-metragens será anunciada na quinta-feira.

A 68ª edição do Festival de Cannes revelou os premiados neste domingo (24). Dheepan, filme do cineasta francês Jacques Audiard sobre a imigração ilegal e o asilo político, foi o grande vencedor da Palma de Ouro. O filme, que não estava entre os favoritos para levar o principal prêmio do festival, conta a história de um ex-guerrilheiro do grupo Tigres de Libertação da Pátria Tamil do Sri Lanka que chega a França com um passaporte falso, ao lado de uma jovem e de uma criança que se passam por sua família.

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O filme Saul Fia, do jovem cineasta húngaro Laszlo Nemes, ficou com o Grande Prêmio. A história conta o drama de um prisioneiro em um campo de concentração que tenta salvar o corpo de um menino morto nas câmaras de gás por acreditar que é seu filho.

O taiwanês Hou Hsiao-Hsien recebeu o prêmio de melhor diretor pelo filme The Assassin, sobre uma assassina na China da dinastia Tang. Ambientado no século IX, o filme conta a história de uma criança de 10 anos sequestrada para ser treinada na arte de matar.

O ator francês Vincent Lindon venceu o prêmio de interpretação masculina por seu papel de desempregado no filme La loi du marché "(A lei do mercado"), do diretor francês Stéphane Brizé. No filme, que faz um retrato demolidor das consequências do capitalismo selvagem, Lindon interpreta Thierry, um homem desempregado há muito tempo, pai de um filho deficiente, que encontra um trabalho de segurança em um supermercado no qual deve espionar os empregadoss para que, após qualquer falha, eles sejam demitidos.

A americana Rooney Mara (Carol) e a francesa Emmanuelle Bercot (Mon Roi) foram anunciadas como as vencedoras do prêmio de melhor atriz.  decisão do júri pegou quase todos de surpresa, já que muitos apostavam em um prêmio para a australiana Cate Blanchett, que interpreta a mulher que se apaixona pela personagem de Rooney Mara no filme Carol, do americano Todd Haynes. O júri, presidido pelos irmãos Joel e Ethan Coen, decidiu dividir o prêmio entre Mara e Bercot, protagonista do filme Mon Roi, da diretora francesa Maiwenn.

O filme Chronic do mexicano Michel Franco, impactante retrato de um enfermeiro que cuida de pacientes em estado terminal interpretado pelo britânico Tim Roth, venceu o prêmio de melhor roteiro. Rodado em inglês, Chronic era o único filme da América Latina na mostra oficial este ano em Cannes, onde o cineasta mexicano de 35 anos foi premiado em 2012 na mostra Um Certo Olhar com Después de Lucía.

O filme introspectivo La tierra y la sombra do colombiano César Acevedo, sobre as relações de uma família em uma plantação de açúcar, foi o vencedor da prestigiosa Caméra d'Or, que premia o melhor filme de um diretor estreante no Festival. Exibido na Semana da Crítica, o filme já havia recebido o Grande Prêmio desta mostra paralela.

O filme "Chronic", o primeiro longa-metragem em inglês do diretor mexicano Michel Franco, disputará a Palma de Ouro no Festival de Cannes, anunciou a organização do evento nesta quinta-feira.

O filme, que é protagonizado por Tim Roth no papel de um enfermeiro que ajuda pacientes em estado terminal a morrer, foi incluído na lista oficial do festival, que acontecerá de 13 a 24 de maio.

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Outro filme selecionado para a mostra oficial foi "The Valley of love", do francês Guillaume Nicloux, com Gérard Depardieu e Isabelle Huppert.

Na semana passada, o comitê de seleção anunciou 17 filmes para a mostra oficial da Palma de Ouro. A lista definitiva fechou com o total de 19 filmes.

Leia também: Curta brasileiro na Semana da Crítica de Cannes

A Palma de Ouro do Festival de Cannes foi atribuída neste sábado a "Winter Sleep", do diretor turco Nuri Bilge Ceylan, de 55 anos. Rodado em um povoado da Capadócia coberto de neve, no centro da Anatolia, "Winter Sleep" é protagonizado por três personagens que debatem longamente sobre a moral e a vida.

"Este ano, é o centésimo ano do cinema turco. É uma bela coincidência", disse o diretor.

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O clima era de suspense em Cannes nesta sexta-feira, véspera do anúncio do vencedor da Palma de Ouro e após a aparição, na reta final, de dois fortes competidores: "Mommy", de Xavier Dolan, de 25 anos, e "Leviathan", do russo Andrei Zvyagintsev.

Outros filmes com fortes chances de levar o prêmio, segundo os críticos de Cannes, são o drama turco "Kis Uykusu" ("Sonho de inverno"), de Nuri Bilge Ceylan, "Deux jours, une nuit", dos irmãos Dardenne, sobre a precariedade econômica, uma biografia sobre o pintor Turner, do britânico Mike Leigh, e "Timbuktu", do mauritano Abdehrrahmane Sissako.

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Mas o suspense está prestes a acabar: após 12 dias de projeções, festas às margens do mar, anúncios e rumores, o júri do 67º Festival de Cannes presidido pela neozelandesa Jane Campion e integrado, entre outros, pelo mexicano Gael García Bernal, anunciará os prêmios na noite de sábado, depois de deliberar em um local nas alturas de Cannes mantido em segredo.

A um dia do veredicto, os críticos do mundo que viajaram a Cannes para o maior evento cinematográfico do planeta fazem suas próprias previsões, e muitos apostam em "Mommy", o filme do jovem prodígio canadense.

Dolan surpreendeu Cannes com uma produção inovadora e forte sobre a relação de uma mãe solteira com um filho com problemas emocionais, que caiu como um raio sobre este Festival.

Se Dolan conquistar a Palma de Ouro - aspirada por 18 filmes, entre eles "Adieu au langage", do octogenário Jean-Luc Godard, e "Relatos salvajes", uma comédia de humor-negro do argentino Damián Szifrón - será o segundo diretor mais jovem a receber o prêmio máximo, depois do francês Louis Malle, que levou a Palma aos 23 anos, em 1956, com "O mundo do silêncio", um documentário sobre Jean-Jacques Costeau.

A última surpresa veio da Rússia

A última surpresa da competição foi "Leviathan", de Zvyagintsev, que retorna a Cannes três anos depois de participar da sessão oficial Um Certo Olhar com "Elena".

Este drama sobre a Rússia contemporânea, rodado em uma pequena aldeia às margens do mar de Barents (norte), foi muito aplaudido na sessão reservada à imprensa, e foi classificado de obra-prima pelo crítico do jornal britânico The Guardian, Peter Bradshaw.

"Meu filme fala do que conheço, a realidade da sociedade russa contemporânea", declarou em Cannes o diretor russo de 50 anos.

Antes da chegada de "Mommy" e do filme russo à competição - que apresentou desde dramas sobre a guerra na Chechênia, como "The Search", do francês Michel Hazanavicius, com Berénice Bejo, a uma sátira das estrelas de Hollywood, de David Cronemberg, nenhum dos quais seduziu a crítica - os apontados como vencedores eram o turco "Kis Uykusu" (Sonho de Inverno), a biografia sobre Turner e o filme dos Dardenne.

Produções de Turquia, Grã-Bretanha e Bélgica entre as favoritas

O drama longo e meditativo de Ceylan, que capta a grandiosidade da paisagem do centro de Anatolia, e a produção dos Dardenne, "Deux jours, une nuit", com Marion Cotillard, lideravam nesta sexta-feira a lista da publicação especializada Le Film Français.

Na revista Screen lidera o filme "Mr Turner", de Mike Leigh, de 77 anos, sobre o pintor britânico considerado precursor dos impressionistas, cujo protagonista, o grande Timothy Spall, mereceria levar o prêmio de melhor ator, para a publicação.

Os críticos também citam como forte concorrente "Timbuktu", no qual Sissako faz uma denúncia do obscurantismo religioso.

Visualmente muito bonito, o filme sobre a guerra santa lançada há dois anos contra a lendária cidade de Timbuktu, no norte do Mali, é uma das duas produções políticas que competem em Cannes. O outro é "Jimmy's hall", do britânico Ken Loach, que denuncia, como o de Sissako, o fundamentalismo religioso, neste caso na Irlanda nos anos 1930.

Este filme, que foi bem recebido pela crítica, não aparece nas listas de fortes concorrentes à Palma de Ouro, mas pode receber outro prêmio.

Filmes premiados não costumam ser sucesso de bilheteria

As projeções do concurso oficial serão concluídas na noite desta sexta-feira, com "Sils Maria", do francês Olivier Assayas, com Juliette Binoche, Kristen Steward e Chloé Grace Moretz, sobre uma atriz no topo de sua carreira que enfrenta a questão da idade, e que recebeu aplausos calorosos entre a imprensa nesta manhã.

No entanto, seja qual for a decisão de sábado do júri de Canes, será uma que o público normalmente não costuma concordar, como se reflete nas bilheterias: o jornal Nice Matin lembrava nesta sexta-feira que "Pulp Fiction", produção com a qual Quentin Tarantino obteve a Palma de Ouro em 1994, é o único filme entre os coroadas neste Festival que também fez sucesso entre o grande público. É seguido por "Apocalypse Now", de Francis Ford Coppola, premiado em 1979.

O Festival de Cannes, que já vaiou Jean-Luc Godard, rendeu-se nesta quarta-feira (20) ao reverenciado cineasta de 83 anos, com aplausos emocionados a "Adieu au langage", que compete pela Palma de Ouro. "Godard forever" (Godard para sempre), gritou um espectador antes do início da exibição no Grande Teatro Lumière do Palácio dos Festivais.

Desde que começou na quinta-feira passada, o evento teve vaias e protestos, mas nesta quarta à tarde apenas aplausos foram ouvidos. "É puro Godard!", foi dito ao final da exibição em 3D do filme, abstrato e experimental. É a quinta vez que o veterano diretor disputa a Palma de Ouro, prêmio que nunca conquistou. "A projeção foi um acontecimento, algo histórico, que eu não perderia por nada neste mundo", exclamou um fã do cineasta.

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Godard, membro da escola francesa "Nouvelle Vague", inventou uma nova maneira de se fazer cinema, em filmes como "Acossado" (1960) e "O demônio das onze horas" (1965). "Adieu au langage" contém vários elementos que marcaram sua carreira: os movimentos de câmera, o som não sincronizado com a imagem, uma narração que deixa a impressão de não ser o elemento mais importante no filme.

Apesar de não ter viajado a Cannes, o diretor enviou uma mensagem em vídeo de nove minutos ao presidente do Festival, Gilles Jacob, e ao diretor artístico, Thierry Frémaux, em que classifica seu filme como "uma valsa". Nas palavras de Godard, seria sua melhor obra. "Deixou de ser um filme, apesar de ser o meu melhor, é uma simples valsa", afirmou. O vídeo contém diversos trechos de filmes seus, como "Rei Lear" (1987) e "Alemanha nove zero" (1991).

Em entrevista de uma hora e 20 minutos divulgada nesta quarta pela rádio France Inter, o diretor resume a trama de seu último trabalho. "É uma história simples: uma mulher casada e um homem solteiro se encontram. Se amam. Brigam... Um cachorro vaga entre a cidade o campo. As estações passam. O homem e a mulher se encontram novamente. O cachorro encontra os dois", explicou, dando margem a interpretações.

Nas redes sociais, os comentários têm sido positivos, em sua maioria. O crítico da revista "Les Inrock" qualificou o filme como "o mais brilhante que viu em Cannes". "O filme é uma tela abstrata e experimental", diz um comentário no Twitter.

Segundo o jornal "Le Figaro", alguns "riram do absurdo filme, confessando não ter entendido nada". Já Peter Bradshaw, crítico do jornal britânico "The Guardian", classificou o filme como "errático, excêntrico, exasperante e louco".

A diretora japonesa Naomi Kawase retorna a Cannes com "Futatsume no mado", uma ode à natureza e ao amor contemplativo e cheio de ternura. A história ganha vida na exuberante ilha de Amami Oshima, no sul do Japão, terra da bisavó da cineasta.

Durante uma noite, o jovem Kaito (Nijiro Murakami) encontra, boiando no mar, o corpo sem vida de um desconhecido com um dragão azul tatuado em suas costas. Acidente ou assassinato? Ninguém sabe. O estudante, indeciso e retraído, e sua amiga Koiko (Jun Yoshinaga) partem em busca da verdade e, ao mesmo tempo, descobrem o amor.

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Juntos, nas belas e por vezes aterrorizantes paisagens da ilha sub-tropical, os jovens convivem com a morte e a separação, com o falecimento da mãe de Koiko. Esta é também uma oportunidade para Kaito recuperar os laços com seus pais, muito ausentes, assim como os pais biológicos da diretora, criada por seu tio-avô e tia-avó, explicou Naomi Kawase durante coletiva de imprensa.

A relação com a natureza e os deuses que a habitam, de acordo com as crenças da ilha, é onipresente, assim como a ligação com a morte. "Na ilha Amami, as pessoas não têm uma atitude negativa em relação a morte, que inspira uma sensação de segurança".

De acordo com a jovem atriz estreante Jun Yoshinaga, a diretora deu poucas indicações aos atores, que foram instruídos a "sentir e experimentar a beleza da paisagem". "Este é o mais bem sucedido filme que já fiz, minha grande obra", reiterou a diretora, que revelou recentemente à imprensa o desejo de conquistar a Palma de Ouro.

A cineasta venceu o prêmio Câmera de Ouro em 1997 por "Moe no Suzaku" ("Suzaku") e recebeu o Grand Prix em 2007 por "Mogari no mori" ("A Floresta dos lamentos"). Habituada aos degraus da Croisette, ela foi no ano passada a primeira japonesa a integrar o júri no Festival de Cannes, presidido por Steven Spielberg.

Uma sátira de Hollywood e uma exploração do mundo da luta livre observada por meio de uma das famílias mais ricas dos Estados Unidos, os Du Pont, entraram nesta segunda-feira (19) na disputa pela Palma de Ouro em Cannes. Map to the stars, do canadense David Cronenberg, de 71 anos e que retorna a Cannes pela quarta vez, é uma obscura e delirante viagem à meca do cinema, protagonizada por Robert Pattinson, Julianne Moore, Mia Wasikowska e John Cusak.

Através do retrato de uma família hollywoodiana rica, mas com angústias, inveja e à beira da implosão, Cronenberg disseca uma sociedade obcecada pelo dinheiro e por celebridades. Também desnuda as ambições desmedidas e o oportunismo que reinam em uma cidade repleta de predadores de todo tipo.

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Mas o cineasta - que há dois anos exibiu em Cannes Cosmopolis, também com Pattinson -, advertiu que o filme não é uma crítica à 'cidade dos sonhos', na Califórnia. "Acontece o mesmo em Wall Street, no Silicon Valley, em todos os lugares onde existem pessoas desesperadamente ambiciosas", afirmou o diretor.

Baseada no romance de Bruce Wagner, que também escreveu o roteiro, o filme de Cronenberg - que venceu o Prêmio do Júri em 1996 com Crash - Estranhos Prazeres - não deixa de evocar a sátira ferina sobre Hollywood do americano Robert Altman, O Jogador.

Foxcatcher, uma história real

Em Foxcatcher, o diretor americano Benett Miller vai além na exploração do impacto do dinheiro e da ambição, ao transportar o espectador para uma história verdadeira e trágica: a do herdeiro de uma das maiores fortunas do mundo, John Du Pont. Mas a história serve a Miller apenas como ponto de partida para construir um filme fascinante que, sem lições ou mensagens políticas, convida a uma reflexão sobre o poder do dinheiro na sociedade moderna. "Mais do que contar uma história, o que me interessava era fazer uma observação sobre o que está por baixo da história", explicou o diretor "Capote" e "Moneyball".

O filme conta a história de um assassinato: filantropo e grande amante do esporte, John Du Pont (Steve Carell), que levado pelo desejo de ganhar o respeito da mãe (a grande atriz britânica Vanessa Redgrave), constrói um milionário centro de treinamento em Foxcatcher, a magnífica propriedade da família, na região da Filadélfia.

Com a cabeça voltada para os Jogos Olímpicos de Seul-1988, o excêntrico bilionário convida para o local o campeão olímpico de luta livre Mark Schultz (Channing Tatum) e seu irmão Dave (Mark Ruffalo), também campeão olímpico e treinador. A história acaba com o assassinato de um dos irmãos por Du Pont, o que levou o herdeiro da família, que possui a maior indústria química do mundo, a terminar a vida na prisão.

O diretor e os atores contaram em Cannes que para fazer o filme mergulharam no mundo da luta livre por vários meses. Também realizaram um trabalho de "jornalismo investigativo". O filme foi uma "exploração, uma aventura", no qual "cada cena é apenas a ponta do iceberg", disse Miller, que pela primeira vez tem um filme na mostra oficial do principal festival de cinema do mundo.

Dezoito filmes disputam a Palma de Ouro. Ainda restam quatro dias de exibições, mas a crítica já aponta alguns favoritos, como Timbuktu, sobre a guerra santa nesta cidade do Mali, e Winter sleep, do turco Nuri Bilge Ceylan, um drama íntimo rodado no centro de Anatolia.

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