Tópicos | Pastor Sargento Isidório

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) entrou com uma representação contra o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), conhecido como "Deputado da Bíblia". O parlamentar protagonizou falas transfóbicas contra a psolista esta semana, durante um debate na Câmara dos Deputados. Mesmo sabendo que Erika é uma mulher trans, e tendo sido avisado sobre o "equívoco" ao se referir à deputada, Isidório seguiu se referindo à legisladora no masculino. A ação é estimada em R$ 3 milhões. 

O episódio aconteceu na quarta-feira (20), enquanto a Comissão de Previdência, Assistência Social e Família votava o Projeto de Lei que busca anular reconhecimento de uniões homoafetivas no Brasil. 

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O deputado, que usou seu tempo de fala para proferir passagens bíblicas e reafirmar que Deus fez "homem e mulher", carregava uma bíblia nas mãos quando ofendeu a colega. Ele afirmou que a identidade de gênero transexual, transgênero e travesti é uma "fantasia", referindo-se a pessoas que realizam procedimentos de redesignação sexual. 

"Deus criou naturalmente homem e mulher, que é igual a filhos. Dois homens ou duas mulheres em uma ilha não vai encontrar nada", afirmou o Pastor Sargento Isidório, o que iniciou uma discussão. 

Em documento em que a Marie Claire teve acesso, a deputada aponta que a fala do político se enquadra na prática de crime de homotransfobia e tinha a intenção de se utilizar de uma data importante, que era a votação para “se projetar politicamente a partir de um discurso criminoso, que ofende e vulnerabiliza ainda mais as minorias de gênero”. 

Na representação, o pedido de indiciamento pelo crime de transfobia está previsto no artigo 20, Lei nº 7.716/89, como também como aos crimes relativos à violência política de gênero, previstos nos artigos 359-P do Código Penal e 326-B, do código Eleitoral, praticados, em tese, por parlamentar detentor de foro com prerrogativa de função. 

Um discurso do deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) arrancou risos dos parlamentares que participavam da sessão plenária na Câmara dos Deputados nessa terça-feira (21). Ao se colocar contra medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), ele disse que era hora da Casa conversar com o presidente e se colocou como uma pessoa ideal para tal articulação porque, segundo ele, “para conversar com doido só outro doido”.

“É chegada a hora de buscar uma interlocução. Essa Casa precisa tirar uma comissão ou um parlamentar para conversar com o presidente da República. Pelo perfil dele me sinto preparado para ir até ele, se for necessário, porque venho da Bahia, sou conhecido com o doido e para conversar com um doido só outro doido”, declarou o parlamentar no momento.

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Ao discursar, o deputado argumentava que era contra o decreto que flexibiliza o porte e a posse de armas assinado por Bolsonaro e ponderou ainda acreditar que o diálogo com o presidente seria uma forma de “pacificar nossa nação”.

No vídeo da própria Câmara, em que o discurso é registrado, é possível ver a surpresa dos parlamentares. Entre eles, está a deputada Sâmia Bomfim (PSOL). Ao repercutir a fala, ela publicou no Twitter: “A Câmara quase sempre é um ambiente desgastante, mas de vez em quando a gente dá umas risadas”.

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados proíbe o uso indiscriminado da palavra “Bíblia” ou da expressão “Bíblia Sagrada” em publicações impressas ou eletrônicas. Segundo o texto, essas palavras só poderão ser usadas para se referir aos livros, capítulos e versículos considerados sagrados pelas religiões cristãs.

Pela proposta, o descumprimento da medida sujeitará o infrator às penas previstas para os crimes de estelionato (reclusão de 1 a 5 anos) e ofensa a culto religioso (detenção de 1 mês a 1 ano).

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Autor do projeto, o deputado Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) afirma que a proposta pretende evitar que alguns segmentos sociais, "intolerantes com a manutenção da verdade religiosa", passem a utilizar as palavras “Bíblia” e “Bíblia Sagrada” para se referir aos seus próprios livros de ética.

“Queremos prevenir mais uma violência contra os cristãos brasileiros. É o caso da polêmica do livro em edição que se especula chamar bíblia gay. Há indícios de que tal livro pretende tirar referências que condenam o homossexualismo. Seria uma verdadeira heresia e total desrespeito às autoridades eclesiásticas”, diz o deputado.

Pastor Sargento Isidório afirma que esse tipo de publicação abriria precedente para o surgimento de outros livros apelidados de bíblia para segmentos como “homicidas, adúlteros, prostitutos e mentirosos”. “Ou seja, livros chamados de bíblia para livrar todo tipo de pecadores”, diz o parlamentar.

O projeto será analisado pelas comissões de Cultura; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Depois, seguirá para o Plenário da Câmara.

*Da Agência Câmara

Deputado federal mais votado pelo Estado da Bahia, o pastor da Assembleia de Deus e sargento da Polícia Militar Manoel Isidório (Avante) declarou que não vai compor as bancadas evangélica e da segurança pública na Câmara Federal. O motivo, de acordo com ele, é o apoio da maioria à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência. Isidório, que no primeiro turno esteve aliado ao Cabo Daciolo (Patriota), já declarou voto a Fernando Haddad (PT) e disse ter sido enganado por fake news na campanha do 1º turno.

Na ótica do sargento, a fé cristã não pode ser conciliada com o discurso de Bolsonaro. “Quem lê a Bíblia sabe que Jesus disse 'amai-vos uns aos outros'. Não tem lugar nenhum Jesus dizendo para matar. Tem um bocado de evangélico defendendo isso”, criticou em entrevista ao site Congresso em Foco.

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“Existe a possibilidade de ganhar a eleição quem está pregando que polícia que não mata não é polícia, derramamento de sangue e tortura. Estou preocupado. Duvido que os oficiais do Exército, Marinha e Aeronáutica queiram voltar para a ditadura”, completou.

Já em publicação nas redes sociais, o pastor explica que tinha ressalvas em relação a Haddad, mas mudou ao procurar informações e ver que estava sendo vítima de fake news.

“O que eu sabia era que o Haddad era viado. Depois meu filho descobre que ele é casado há 30 anos, pai de família e foi quem mais fez pela educação. Aí eu paro para analisar e lembrei que antigamente um bocado de pastores antigos diziam que Lula ia fechar as igrejas. Passou Lula e Dilma, o PT governou, e ninguém viu kit gay, nem liberar drogas, o aborto ou fechar igrejas… Jesus não disse armai-vos, mas amai-vos. Gay, lésbica, quem usa droga ou fez aborto não pode sofrer descarte. Esta nação é de Jesus, precisa de paz”, justificou.

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