Tópicos | PEC do voto impresso

Na manhã desta quinta (11), após o resultado da votação que arquivou a PEC do Voto Impresso, Jair Bolsonaro voltou a falar sobre fraudes nas urnas eletrônicas. Em declaração à apoiadores, no ‘cercadinho’ do Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), o presidente reafirmou ter havido desvio de votos em 2018, porém, alegou não ter provas. O mandatário chegou a repetir, por algumas vezes, não ter como comprovar a suposta fraude. 

Bolsonaro conversou durante quase 12 minutos com seus apoiadores e voltou a falar que assim como houveram fraudes em 2018, elas se repetirão em 2022. “Sinalizamos uma eleição em que não vai se confiar no resultado da apuração. Não tem explicação o que estão fazendo. O que estão fazendo é eleger uma pessoa na fraude, uma pessoa que esteve aqui à frente do Executivo, não vamos chamar de presidente”.

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Além disse, o mandatário mencionou os “hackers” que teriam sido contratados para desviar votos em 2018, porém, frisou não ter provas concretas disso. "A questão que houve, foi o hacker que denunciou, que ninguém sabe quem é esse hacker. Esse cara ficou oito meses lá dentro e a história que se aproxima da verdade - repito, não tenho provas. Esses hackers foram contratados e teriam que desviar 12 milhões de votos, repito: não tenho provas". 

Um ato em defesa da Democracia uniu parlamentares de diversos campos políticos, após o desfile de tanques militares na Esplanada dos Ministérios. A oposição na Câmara dos Deputados marcou posição contra as ameaças e ataques ao Estado brasileiro. O líder do PSB, Danilo Cabral, afirmou que o Parlamento não vai aceitar de forma nenhuma as ameaças do governo Bolsonaro contra a democracia.

“Estamos unidos para defender a democracia e as Forças Armadas como instituição que não pertencem a governo nenhum, mas ao Brasil. A gente gostaria de estar tratando de temas urgentes para o país como a compra de vacinas, o auxílio emergencial, o emprego, mas estamos aqui tendo que defender a nossa democracia. Temos que defender a imprensa livre, o judiciário. Fora Bolsonaro! Ditadura nunca mais!”, declarou.

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A decisão do presidente Bolsonaro de participar nesta manhã de um desfile de tanques e blindados da Marinha ocorreu justamente no dia em que o presidente da Câmara, Arthur Lira, colocou na pauta do Plenário a PEC do voto impresso, defendida pelo presidente. Para Danilo Cabral, a maior resposta às ameaças do presidente será a derrubada da proposta de emenda à Constituição no Plenário da Casa.

De acordo com o líder da Minoria na Câmara, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), o momento é grave. O socialista reforçou que deveriam estar votando o fortalecimento do SUS, a disponibilidade de vacinas para todos, a recuperação econômica, mas terão que votar a PEC do voto impresso no mesmo momento em que o presidente ameaça a democracia com o desfile de blindados em frente ao Congresso.

“Mais uma vez Bolsonaro faz mal à sociedade e às Forças Armadas. A resposta é a unidade de todo no Congresso exigindo democracia. A melhor resposta às ameaças sistemáticas é dentro da Câmara derrotando a PEC do voto impresso”, disse Freixo.

Para o líder da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), a ampla mobilização de parlamentares de diversos espectros políticos mostra que a Câmara não aceita ameaças, chantagens e intimidações. “Não aceitamos as desculpas de que o desfile no mesmo dia da votação foi uma coincidência. Nunca houve desfiles como esse desde a redemocratização. Essa foi a forma de constranger a Câmara para aprovar o voto impresso e a melhor resposta será a reprovação da proposta com amplo placar”, afirmou.

Bolsonaro vem ameaçando a realização das eleições de 2022 em diversos discursos e entrevistas caso o voto impresso não seja aprovado pelo Congresso e implementado.

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