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Presidente estadual do PSDB paulista, o deputado estadual Pedro Tobias surpreendeu o partido na noite dessa segunda-feira, 25, e apresentou sua carta de renúncia durante uma reunião da executiva da sigla na capital.

Seu substituto será o ex-deputado Miguel Haddad, que é o 1° vice presidente do partido.

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"Não agradei à cúpula. O presidente do PSDB não pode ser 'office boy' de governador e prefeito. Juntou o pessoal do João Doria e do Bruno Covas e eu fiquei fora. Estavam me isolando ", disse Tobias ao Estado.

Ainda segundo Tobias, o PSDB virou uma "zona total" e reuniões foram convocadas pelo WhatsApp sem que ele fosse informado. Com apoio do governador João Doria, o ex-deputado e secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, deve ser eleito em maio o novo presidente do PSDB paulista.

O presidente do PSDB-SP, deputado Pedro Tobias, afirmou que seu colega de partido o senador Aécio Neves deveria "colocar o pijama e voltar pra casa". "Ele não está ajudando nada", disse a jornalistas durante a convenção estadual do partido na manhã deste domingo, dia 12 de novembro, em São Paulo.

Tobias respondeu questões sobre a declaração de Aécio feita no sábado, dia 11, sobre o partido "sair pela porta da frente" do governo de Michel Temer (PMDB). Para ele, a entrada do PSDB no governo Temer foi errada e sair agora é tarde demais: "estrago foi enorme". Tobias disse que se o partido não desembarcar logo "pode comprar o caixão", afirmando que isso seria o fim dos tucanos.

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Tobias reafirmou também seu apoio a Geraldo Alckmin como candidato a presidência em 2018 e disse que só ele pode pacificar o PSDB.

A empresa Campanhas Comunicação Ltda., do jornalista Luiz González, responsável pelas campanhas presidenciais do PSDB em 2006 e 2010, cobra do partido na Justiça uma dívida de R$ 17 milhões referente aos serviços prestados em favor do hoje senador José Serra na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 2012. A ação foi iniciada em setembro, depois que o presidente estadual da legenda, o deputado Pedro Tobias, eleito para o cargo em julho, decidiu não cumprir um acordo verbal fechado com a gestão anterior, que pagaria a dívida em 25

O valor original das notas era de R$ 8 milhões e chegou a R$ 17 milhões devido a multas, atualização monetária, juros de mora e honorários advocatícios. O dirigente reconhece a dívida, mas alega que a sigla está enfrentando uma grave crise financeira e com dificuldade até para pagar funcionários e o aluguel de sua sede. "O problema é que não temos dinheiro para pagá-lo. Estou com o Fundo Partidário cortado até julho do ano que vem. O trocadinho que estamos gastando agora é o que sobrou da campanha do Geraldo (Alckmin) para governador", disse Tobias. Procurado pela reportagem, o marqueteiro preferiu não se pronunciar.

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Já em 2012, quando presidia o partido pela primeira vez, o deputado tentou impedir que o diretório estadual assumisse a dívida da campanha. "Essa dívida não é do estadual, é de campanha municipal. O diretório não devia ter assumido", afirmou. Em caráter reservado, ex-integrantes da direção tucana reconhecem que havia sido feito um acordo com o marqueteiro.

A "penúria" do partido, segundo Tobias, se deve a erros contábeis em prestações de contas que levaram o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a proibir o diretório estadual de receber repasses do Fundo Partidário do PSDB nacional, no início da década de 2010. "Prevejo muito pouco dinheiro na campanha do ano que vem. Quem doava ou está preso ou está quebrado. Ninguém vai ajudar a gente. Quem vai pagar a campanha de TV na capital? Caixa 2 é perigoso", declarou Tobias.

O assunto da dívida foi tratado em um encontro entre Tobias e o secretário de Transporte e Logística de São Paulo, Duarte Nogueira, ex - presidente do PSDB paulista. Ao ser questionado sobre o tema, o atual dirigente afirmou que o partido teria de demitir funcionários e corria até o risco de ser obrigado a deixar sua sede, um casarão na Avenida Indianópolis. No final da conversa, Tobias acrescentou que esperava "a qualquer momento" a visita de um oficial de Justiça.

O imbróglio acabou gerando um mal-estar entre o diretório nacional do PSDB, presidido pelo senador Aécio Neves (MG), e o braço paulista da legenda. "Tendo aumentado em três vezes o Fundo Partidário do diretório nacional, seria razoável que eles colaborassem com São Paulo à altura da importância do partido no Estado", comentou Luís Sobral, tesoureiro da campanha de José Serra em 2012.

"O serviço foi efetivamente prestado, por isso contamos com a ajuda do nacional para pagá-lo", completou Felipe Sigollo, tesoureiro do PSDB paulista à época. Como estão impedidos de transferir recursos do Fundo Partidário, a "colaboração" poderia acontecer com pagamento de fornecedores ou até mesmo do aluguel da sede em São Paulo. O diretório nacional preferiu não se pronunciar sobre o assunto.

Essa é a terceira vez que González aciona a Justiça para receber dívidas de campanha. A cinco meses do início do período eleitoral gratuito no rádio e na televisão de 2014, o PSDB recebeu uma cobrança de R$ 8,7 milhões que opôs Aécio e Serra.

O valor era a atualização de uma dívida que o marqueteiro cobrou na Justiça por trabalho prestado à campanha de Serra à Presidência em 2010. Esse déficit foi pago em 12 prestações, sendo que a última parcela estava prevista para ser paga este mês, cinco anos depois.

A outra dívida, de R$ 4 milhões, se referia à campanha de 2006 e já foi paga em 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O deputado estadual Pedro Tobias foi eleito neste domingo (14) presidente estadual do PSDB de São Paulo, em convenção realizada na Assembleia Legislativa. Evandro Losacco, seu único adversário, desistiu da disputa em troca de uma das vice-presidências.

Ao discursar, Tobias lançou Alckmin à presidência da República. O resultado da eleição interna consolida o poder do governador no partido. Depois de uma disputa fratricida rachar o diretório municipal do PSDB paulistano, Alckmin agiu para evitar polêmicas na escolha do diretório estadual e montou uma direção executiva mais próxima do Palácio dos Bandeirantes.

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A costura foi feita durante uma viagem de Alckmin a Brasília na quarta-feira, quando ele se reuniu com a bancada de deputados federais da legenda. Tobias, que já presidiu o diretório estadual do PSDB entre 2011 e 2013, comandará a montagem dos palanques municipais para as eleições de 2016. O desempenho dos tucanos no Estado será um indicador da influência de Alckmin no eleitorado e deve posicioná-lo como eventual candidato à Presidência da República - cargo também cobiçado pelo mineiro Aécio Neves, que em 2014 perdeu para Dilma Rousseff em seu próprio Estado, mas venceu em São Paulo com desempenho superior ao de candidatos tucanos em eleições anteriores.

Eleições 2016

Os tucanos comandam hoje 177 dos 645 municípios paulistas. A meta, segundo o atual presidente, o secretário estadual de Logística e Transportes Duarte Nogueira, é conquistar 200 prefeituras. O foco central, porém, será a disputa pela capital. Os tucanos avaliam que o petista Fernando Haddad tem poucas chances de se reeleger. No panorama interno, há consenso no partido que o candidato será um nome "novo" - desde a fundação do PSDB, apenas Alckmin e o senador José Serra disputaram o cargo.

Um dos nomes apresentados como o "novo" na lista de pretendentes a vaga de candidato, o deputado Bruno Covas, ex-secretário de Alckmin, foi eleito ontem para a secretaria-geral do PSDB. Homem de confiança do governador, o secretario de Planejamento do governo, Marcos Monteiro, foi aclamado tesoureiro da sigla na convenção.

A escolha do novo diretório estadual ocorre sem que tenha se encerrado a disputa pelo comando do diretório paulistano. O diretório estadual terá que intervir para acabar com o racha entre os grupos do vereador Mario Covas Neto - eleito novo presidente do PSDB paulistano - e o primeiro suplente de senador José Aníbal.

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