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Vários distritos de Pequim pediram aos moradores que trabalhem de casa nesta quinta-feira (5), no primeiro dia útil desde 1º de maio, para evitar a propagação da covid na capital da china.

Os distritos de Chaoyang, o mais populoso de Pequim com quase 3,5 milhões de moradores, e Tongzhou solicitaram que os habitantes adotem o teletrabalho após o feriado prolongado no país.

Apesar do número de contágios relativamente pequeno - apenas 50 novos casos registrados em 24 horas -, a capital chinesa segue a estratégia 'covid zero' e adotou várias restrições para conter as infecções.

As autoridades fecharam dezenas de estações de metrô, proibiram comer dentro dos restaurantes e suspenderam as atividades nas academias.

As restrições provocaram uma queda de 40% - na comparação com o ano passado - da receita nos locais turísticos da cidade nos cinco dias de feriado por ocasião do Dia do Trabalhador.

O gigante asiático enfrenta há algumas semanas um surto de covid, que tem epicentro em Xangai, cidade que registrou mais de 4.600 novos casos nesta quinta-feira, apesar do longo confinamento aplicado na capital econômica chinesa.

Quarenta cidades na China estão aplicando confinamento total ou parcial, ou medidas de restrição aos deslocamentos. Além disso, metrópoles como Hangzhou ou Pequim ordenaram testes em larga escala da população.

Algumas medidas, no entanto, estão sendo flexibilizadas. As autoridades anunciaram na quarta-feira a redução da quarentena para passageiros de voos internacionais de 21 para 10 dias em uma instalação do governo e sete dias em casa.

O porta-voz do governo, Xu Hejian, justificou a mudança pelas características da variante ômicron, com um período de incubação mais curto e sintomas menos graves.

Na área econômica, a draconiana política de luta contra a covid fez a China perder "grande parte da atratividade" para várias empresas europeias, afetadas pela ruptura nas cadeias de abastecimento e o freio na atividade econômica, afirma um estudo.

Os confinamentos em dezenas de cidades chinesas provocaram "grandes problemas", afirma um relatório da Câmara de Comércio da União Europeia na China

"A guerra (na Ucrânia) teve impacto nas empresas europeias presentes na China, mas a covid-19 representa um desafio muito mais imediato e provocou uma queda considerável na confiança empresarial", acrescenta o estudo, que ouviu mais de 370 membros da Câmara no fim de abril.

Quase 25% das pessoas entrevistas cogitam um deslocamento dos investimentos, em curso ou programados, da China para outros mercados, número que dobrou em dois meses.

Quase 60% reduziram as previsões de faturamento para o ano

A maioria das empresas também registra impacto nas cadeias de suprimentos, com dificuldades na aquisição de matérias-primas e componentes, ou para receber produtos.

"O mercado chinês perdeu muito da sua atratividade para várias pessoas entrevistada", destaca a Câmara de Comércio europeia.

Pequim reforçará as medidas para lutar contra a Covid-19, com a obrigatoriedade de um exame para que a pessoa tenha acesso a vários locais públicos, anunciaram as autoridades da capital da China.

A decisão foi anunciada no primeiro dia de um fim de semana prolongado pelo Dia do Trabalho, uma época que os chineses geralmente aproveitam para viajar, mas que este ano frustrou os planos de milhares de pessoas. Muitos moradores devem permanecer em suas casas devido ao surto mais grave de covid na China desde que o país detectou o vírus no fim de 2019 e enfrentou a primeira onda da doença no início de 2020.

Para combater a variante ômicron, que é muito contagiosa, as autoridades chinesas reforçaram a política "covid zero", que consiste em testes em larga escala e confinamentos quando são detectados os primeiros casos.

As medidas rígidas provocaram uma desaceleração da economia do país e uma frustração crescente entre a população.

Pequim anunciou que, depois de cinco dias de recesso pelo feriado, o acesso ao espaço público será limitado e que a partir de 5 de maio será obrigatório apresentar um teste negativo de covid feito na última semana para entrar em "vários locais públicos e para utilizar os transportes públicos".

A notícia foi divulgada na conta do aplicativo WeChat da capital chinesa.

Para atividades como eventos esportivos ou viagens em grupos será necessário apresentar um exame de covid de menos de 48 horas, além de um certificado de vacinação completo.

A China registrou neste sábado 10.700 novos casos de covid, a maioria em Xangai, capital econômica do país.

Esta metrópole, na região leste do país, está em confinamento há quase um mês e é o maior foco ativo da doença no país, com quase 10.100 casos. O número, no entanto, está em queda e representa quase metade da incidência registrada no início de abril.

Em Pequim foram registrados 54 casos nas últimas 24 horas, segundo a Comissão Nacional da Saúde.

Após a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, na China, os olhos do mundo dos esportes gelados voltam-se para a Itália, que será o país-sede da próxima edição do megaevento esportivo pela terceira vez na história.

As Olimpíadas de Cortina d'Ampezzo e Milão de 2026, duas cidades localizadas no norte do país no Vêneto e na Lombardia, respectivamente, envolverão ainda outros municípios localizados nas regiões - e no Trentino-Alto Ádige.

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Enquanto a abertura será realizada no estádio San Siro, casa da Inter e do Milan, na capital da Lombardia, a cidade de Verona - inspiração de William Shakespeare para "Romeu e Julieta" - será a responsável pela cerimônia de encerramento, que ocorrerá na famosa Arena, o anfiteatro romano mais bem preservado do país.

De acordo com a programação das Olimpíadas, Milão sediará as competições indoor, como hóquei sobre o gelo, patinação artística e patinação de velocidade em pista curta. Cortina d'Ampezzo, popularmente chamada de "Pérola das Dolomitas", receberá as provas de curling, bobsled, trenó, skeleton e esqui alpino feminino.

Além das duas cidades que carregam o nome da candidatura italiana, o pequeno município de Livigno, um vale lombardo na fronteira com a Suíça, vai sediar as etapas de snowboard e esqui estilo livre, enquanto a vizinha Bormio terá provas do esqui alpino masculino.

Diversas cidades do extremo-norte da Itália estarão envolvidas nos Jogos de 2026. Na província de Bolzano, Anterselva receberá o biatlo; já na província de Trento, Tesero terá o esqui de fundo e Predazzo contará com provas do salto com esqui. Por fim, Baselga di Pinè sediará a patinação de velocidade.

Tirando Milão e Verona, todas as outras sedes das Olimpíadas de Inverno estão localizadas na Cordilheira das Dolomitas, uma das regiões mais bonitas e visitadas da Itália.

No total, os Jogos de 2026 terão 16 modalidades olímpicas e outras seis paralímpicas. Os custos da próxima edição serão de cerca de 1,3 bilhão de euros, sendo que 400 milhões vão ser encaminhados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

O megaevento esportivo, previsto para os dias 6 e 22 de fevereiro de 2026, acontecerá pela terceira vez em solo italiano. A primeira foi na própria Cortina d'Ampezzo, em 1956, e a segunda foi disputada em 2006, em Turim. 

Da Ansa

A imagem do esquiador Manex Silva conduzindo a bandeira brasileira no Ninho do Pássaro, durante a cerimônia de encerramento dos Jogos de Inverno de Pequim, colocou o ponto final em uma participação animadora do Brasil na competição. Sem tradição nos esportes de gelo e neve, o país conseguiu marcas importantes e resultados inéditos, o que gera boa expectativa para 2026, quando os Jogos serão disputados em Milão e Cortina D'Ampezzo, na Itália.

Na cerimônia, assim como na abertura, apenas quatro profissionais do Time Brasil desfilaram. Além de Manex, estavam lá a também esquiadora Eduarda Ribera, o chefe de missão Anders Pettersson e o fisioterapeuta Ronaldo Aguiar. Todas as delegações participaram com poucas pessoas, em razão dos protocolos de prevenção contra a Covid-19.

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A lista de feitos importantes do Brasil começa pelo porta-bandeira. Aos 19 anos, Manex Silva foi o primeiro representante do país a completar quatro provas em uma mesma edição dos Jogos de Inverno, após participar das disputas de esquiatlo, sprint, 50 km e 15 km.

Manex é um dos atletas que geram expectativa para a próxima edição. O grupo de jovens promissores ainda tem nomes como Eduarda Ribera, de 17 anos, Sabrina Cass, de 19, e Michel Macedo, de 23. Cass teve o melhor desempenho sul-americano da história na prova de moguls, encerrada por ela no 26ª lugar.

"Saímos daqui com a sensação de dever cumprido. Realmente, é um investimento pro futuro. Os atletas de menos de 20 anos ainda não atingiram o seu ápice e vão estar melhor ainda em Milão-Cortina 2026. Fazer um atleta de alto nível é um trabalho de formiguinha e acredito que o COB e as Confederações de Gelo e Neve estão investindo da maneira certas nos atletas que merecem", analisou Anders Pettersson, chefe da Missão Pequim 2022.

Quando o assunto é rendimento, a grande estrela brasileira em Pequim foi Nicole Silveira, que terminou a prova de skeleton em 13º e se tornou a melhor latino-americana da história da modalidade em Jogos Olímpicos. Além disso, foi a segunda melhor colocação entre atletas do Brasil, atrás apenas do nono lugar de Isabel Clark no snowboard, em 2006, e a melhor do país em esportes no gelo.

Outra pessoa que viveu momentos especiais em Pequim foi a esquiadora Jaqueline Mourão, que também acumula participações no ciclismo MTB dos Jogos de Verão. Na soma dos dois tipos de olimpíada, ela chegou à sua oitava edição olímpica, superando nomes como a jogadora de futebol Formiga, o velejador Robert Scheidt e o cavaleiro Rodrigo Pessoa.

Poucas horas antes da cerimônia de encerramento, o Brasil celebrou outra marca expressiva. O time de bobsled 4-man conseguiu disputar a descida final pela primeira vez em cinco participações nos Jogos e fez história ao terminar em 20º lugar, melhor resultado brasileiro na história da disputa masculina da modalidade.

Até então, o posto mais alto alcançado era o 23º de 2018, na edição passada, em Pyeongchang. Na ocasião, a equipe era formada por Edson Bindilatti, Edson Martins, Odirlei Pessoni e Rafael Souza. Na edição atual, a única mudança foi a ausência de Pessoni, que morreu em um acidente de moto no ano passado e foi lembrado pelos companheiros neste domingo. O substituto dele é Erick Vianna, e a equipe também conta com Jefferson Sabino como reserva.

DESPEDIDA - O país que mais celebrou durante a disputa dos Jogos de Pequim foi a Noruega, líder do quadro de medalhas com 16 ouros, oito pratas e 13 bronzes. Por isso, a delegação norueguesa foi a primeira a desfilar na cerimônia de encerramento, seguida pelas outras. Alemanha e China ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente.

Na sequência, foram feitas as últimas premiações. Em mais um momento de destaque para a Noruega, Therese Johaug recebeu sua terceira medalha de ouro após ser campeã dos 30 km do esqui cross-country. A prata foi colocada no pescoço da norte-americana Jessie Diggins e o bronze ficou com a finlandesa Kerttu Niskanen.

Após alguns atos e homenagens, imagens divulgando a próxima edição do evento tomaram os telões do Ninho do Pássaro e autoridades realizaram seus discursos. Na parte final, as luzes foram apagadas e anéis olímpicos foram erguidos enquanto um coral de crianças cantava, antes de um show de fogos de artifício encerrar os Jogos.

O Comitê Organizador dos Jogos de Inverno de Pequim afirmou que 380 pessoas ligadas ao evento já foram diagnosticadas com a Covid-19 em apenas um mês. A cerimônia de abertura dos jogos aconteceu nesta sexta-feira (4) no Ninho do Pássaro.

Os organizadores do evento divulgaram que só nesta quinta-feira (3), houve 21 confirmações de infectados com coronavírus. Desses, 14 eram recém chegados do aeroporto e sete que estavam dentro da ‘bolha’ que foi criada nos jogos. 9 são atletas.

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Do dia 4 de janeiro ao dia 3 de fevereiro foram 380 casos registrados com pessoas envolvidas nos jogos que vai contar com a passagem de 3 mil atletas de 15 modalidades diferentes.

A cidade de Pequim registrou neste domingo 20 novos casos de Covid, o maior número em um ano e meio, a apenas cinco dias da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno na capital chinesa.

Os dados divulgados pela Comissão Nacional da Saúde representam um recorde desde junho de 2020 em Pequim, onde as autoridades determinaram o confinamento de vários complexos residenciais com moradores infectados e organizam testes de diagnósticos com dois milhões de pessoas no distrito de Fengtai, cenário da maioria dos contágios.

Desde o início da pandemia, a China aplica uma estratégia rígida de "covid zero", com restrições nas fronteiras e quarentenas prolongadas para as pessoas que chegam do exterior, além de confinamentos direcionados e testes em larga escala quando um caso é detectado.

A abordagem permitiu ao país manter um nível de infecções muito reduzido na comparação com outras grandes economias. Mas nas semanas que antecedem os Jogos Olímpicos, a China teve que enfrentar surtos locais em várias cidades e até na chamada "bolha olímpica".

Este sistema implica que os atletas, delegações e trabalhadores envolvidos no evento esportivo se deslocarão apenas em um circuito fechado, completamente afastado do restante da sociedade chinesa para minimizar o risco de infecção para outras áreas.

As quase 60.000 pessoas envolvidas com os Jogos Olímpicos devem ser submetidas a um teste de covid a cada dia.

O comitê organizador anunciou nos sábado 34 casos de covid-19 na bolha, o que eleva para mais de 200 o total de infectados desde a separação foi estabelecida em 4 de janeiro.

Os novos contágios afetam, entre outros, 16 pessoas que são atletas ou integrantes das delegações, que testaram positivo ao chegar ao aeroporto ou depois que estavam dentro da bolha.

Em todo o país, a Comissão Nacional da Saúde registrou 54 novos casos no domingo.

Este é um dos períodos mais complicados na China para controlar os contágios devido à celebração do Ano Novo Lunar na terça-feira, uma data que implica o deslocamento de milhões de pessoas para suas cidades de origem para celebrar a festa com suas famílias e amigos.

A cidade de Pequim registrou neste domingo (30) 20 novos casos de Covid-19, o maior número em um ano e meio, a apenas cinco dias da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno na capital chinesa.

Os dados divulgados pela Comissão Nacional da Saúde representam um recorde desde junho de 2020 em Pequim, onde as autoridades determinaram o confinamento de vários complexos residenciais com moradores infectados e organizam testes de diagnósticos com dois milhões de pessoas no distrito de Fengtai, cenário da maioria dos contágios.

Desde o início da pandemia, a China aplica uma estratégia rígida de "covid zero", com restrições nas fronteiras e quarentenas prolongadas para as pessoas que chegam do exterior, além de confinamentos direcionados e testes em larga escala quando um caso é detectado.

A abordagem permitiu ao país manter um nível de infecções muito reduzido na comparação com outras grandes economias. Mas nas semanas que antecedem os Jogos Olímpicos, a China teve que enfrentar surtos locais em várias cidades e até na chamada "bolha olímpica".

Este sistema implica que os atletas, delegações e trabalhadores envolvidos no evento esportivo se deslocarão apenas em um circuito fechado, completamente afastado do restante da sociedade chinesa para minimizar o risco de infecção para outras áreas.

As quase 60.000 pessoas envolvidas com os Jogos Olímpicos devem ser submetidas a um teste de covid a cada dia.

O comitê organizador anunciou nos sábado 36 casos de covid-19 na bolha, o que eleva para mais de 100 o total de infectados desde 23 de janeiro.

Em todo o país, a Comissão Nacional da Saúde registrou 54 novos casos no domingo.

Este é um dos períodos mais complicados na China para controlar os contágios devido à celebração do Ano Novo Lunar na terça-feira, uma data que implica o deslocamento de milhões de pessoas para suas cidades de origem para celebrar a festa com suas famílias e amigos.

A cidade de Pequim anunciou, neste domingo (23), que testará hoje todos os habitantes de um bairro, após a descoberta de um foco de covid-19, menos de duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno na capital chinesa.

A cidade relatou o primeiro caso da variante altamente contagiosa ômicron no último fim de semana em uma pessoa que recebeu uma carta do Canadá, que as autoridades disseram ter vestígios do vírus.

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No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera baixo o risco de infecção por superfícies contaminadas.

Um segundo surto está ligado à cepa delta do coronavírus. O bairro afetado é o de Fengtai, localizado ao sul de Pequim.

Como medida preventiva, os cerca de dois milhões de habitantes do distrito vão ser testados neste domingo, indicou a prefeitura, que proíbe a saída de pessoas em risco de Pequim.

"Devemos fazer todos os esforços para conter a propagação (do vírus) o mais rapidamente possível, tomando medidas firmes, rigorosas e decisivas", justificou perante a imprensa um responsável, Xu Hejian.

Desde o último fim de semana, cerca de quarenta casos de covid foram identificados em Pequim, a maioria da cepa delta.

- Desconfinamento em Xi'an -

As autoridades aplicam desde o início da pandemia uma estratégia de "covid zero", com restrições aos deslocamentos e confinamentos direcionados, de forma a limitar ao máximo o aparecimento de novos casos.

No entanto, rebotes esporádicos têm ocorrido regularmente nos últimos meses e o país está dobrando sua vigilância com a aproximação dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim (4 a 20 de fevereiro).

O distrito de Fengtai está localizado a cerca de 20 km do local que sediará os eventos olímpicos de esqui freestyle e snowboard.

Fengtai é o bairro onde está localizado o mercado de Xinfadi, que em 2020 havia sido o epicentro de um foco epidêmico anterior.

Traços de vírus em uma tábua de corte de salmão importado foram descobertos neste mercado.

Desde então, a China tem sido particularmente meticulosa com a cadeia de frio, temendo a contaminação com covid-19 por meio de produtos vindos do exterior.

A hipótese de alimentos congelados por trás do surgimento da epidemia no país foi, porém, derrubada pela OMS.

Por sua vez, a cerca de mil quilômetros de Pequim, a cidade de Xi'an (norte) deve suspender seu confinamento na terça-feira, segundo anunciaram no sábado as autoridades locais.

A metrópole foi, no final de dezembro, epicentro da epidemia na China.

Por esta razão, Pequim havia imposto a seus 13 milhões de habitantes as medidas de quarentena mais rígidas desde Wuhan (centro), a primeira cidade do mundo a ser confinada há exatamente dois anos no início da pandemia.

Os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 (Pequim), que acontecem entre os dias quatro e 20 de fevereiro de 2022, devem reunir atletas de mais de 90 países em 15 modalidades, com o programa prevendo a realização de 109 finais. A expectativa é que a delegação brasileira seja formada por até 14 pessoas.

O ranking olímpico das principais modalidades fecha no dia 16 de janeiro. Até o momento, o país já tem garantidas quatro vagas. No esqui cross country são duas mulheres e um homem. No masculino, Manex Silva e Steve Hiestand atingiram resultados que os colocam como prioridades na participação. No feminino, Bruna Moura, Eduarda Ribera e Jaqueline Mourão estão na lista de prioridades de participação.

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Já no esqui alpino, Michel Macedo, maior nome brasileiro da modalidade, venceu a prova de Slalom na Proctor Ski Area, nos Estados Unidos, no último final de semana, e deve ficar com a vaga. No feminino Isabella Springer ainda pode se garantir. Porém, ela precisa completar mais quatro provas com pontuação abaixo dos 160 pontos de acordo com a Federação Internacional (FIS). Até o momento, ela tem uma prova dentro desses critérios, que foi completada em 22 de dezembro.

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Além disso, existem boas chances de classificação no skeleton feminino. Na modalidade, Nicole Silveira alcançou a 9ª colocação na 5ª etapa da Copa do Mundo em Altenberg (Alemanha). Foi a melhor colocação de um atleta brasileiro na história. Na 6ª etapa, em Sigulda (Letônia), ficou na 24ª posição. Nesta sexta-feira (7), ela disputa a 7ª etapa em Winterberg e fecha as competições com a 8ª etapa em St. Moritz no dia 14.

No bobsled masculino, nas provas de 4-man (quatro homens) e 2-man (dois homens), os brasileiros estão bem encaminhados. E no monobob feminino, com Marina Tuono, as chances são muito grandes também. O time masculino do Bobsled finalizou as competições de 2-man, 4-man e monobob (um homem) da North American Cup (NAC) em Lake Placid (Estados Unidos), em dezembro, conquistando importantes resultados para pontuação no Ranking Olímpico.

No feminino, Marina participa da 7ª etapa da Copa do Mundo em Winterberg na próxima sexta-feira (7) e fecha as competições com a 8ª etapa em St. Moritz no dia 15 de janeiro. O masculino também participará dessa etapa nos dias 15 e 16. Todos ficam treinando na Europa, antes de viajar para a China.

A modalidade do esqui estilo livre tem Sabrina Cass representando o país. A brasileira disputa a prova no estilo moguls, corrida cronometrada de esqui livre em um percurso ingrime. Ela está na zona de classificação para Pequim 2022 e compete em Tremblant (Canadá) também na próxima sexta (7). Cinco dias depois busca os últimos pontos no ranking em Deer Valley (Estados Unidos) e fecha a temporada de competições antes dos Jogos Olímpicos em Chiesa in Valmalenco (Itália). No naipe masculino, os irmãos Dominic e Sebastian Bowler buscam a vaga na prova de halfpipe. Eles competiram na Copa do Mundo em Calgary (Canadá) no último final de semana. Sebastian teve o melhor desempenho com o 24º lugar e 37.50 pontos FIS. A próxima etapa será em Mammoth Mountain, Estados Unidos, entre os dias seis e oito de janeiro. Eles também competirão no Slopestyle, em que Dominic já tem mais de 50 pontos FIS, mas precisa obter um top 30.

No snowboard somente Augustinho Teixeira, no halfpipe, ainda tem chances de se classificar. Ele disputa mais duas provas nos próximos dias. Estará em Mammoth Mountain na quinta-feira (6) e em Laax (Suíça) no dia 13. O atleta, de apenas 16 anos, já alcançou o top 30, um dos requisitos para a vaga Olímpica de 2022.

Falta pouco mais de um mês para o início dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, na China, e o Comitê Olímpico Internacional (COI) está preocupado com a disseminação da variante Ômicron, da Covid-19, entre os atletas que vão disputar a competição.

A ideia da entidade é não ter "desfalques" em Pequim por causa de casos de Covid-19 entre os competidores. Nesta segunda-feira, o diretor do COI, Christophe Dubi, revelou um certo receio com o aumento considerável de casos positivos.

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"Minha principal preocupação é o aumento do número de casos entre atletas. Obviamente, não gostamos de perder alguns atletas semanas antes das Olimpíadas, após eles se prepararem por muitos meses", disse Dubi, à RTS, da Sérvia. "Queremos organizar um evento incrível, com a presença de todos os grandes atletas do mundo", enfatizou.

Apesar do temor por caso da nova onda que assola o mundo, Dubi deu voto de confiança às autoridades chinesas após ouvir do governo chinês que a covid-19 está "controlada" e a segurança para a competição será uma das maiores da história no quesito. Os Jogos de Inverno serão realizados entre 4 e 20 de fevereiro.

"O governo chinês nos lembrou em várias ocasiões, e novamente na sexta-feira passada, que estamos avançando no combate à Covid-19. Eles estão muito confiantes. Eles montaram uma bolha sanitária extremamente sofisticada que mantém todos os participantes dentro dela. Os atletas praticamente não terão contato com o mundo exterior e farão um teste PCR todos os dias."

Pequim acaba de autorizar o uso comercial dos primeiros táxis autônomos, que parecem automóveis normais - param na calçada para pegar passageiros, mas não têm motorista.

Equipados com sensores no teto, esses táxis só podem transportar dois passageiros de cada vez e um humano sempre está sentado no banco da frente, pronto para tomar o volante em caso de imprevisto.

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Esta frota de 67 automóveis brancos só está em serviço em Yizhuang, nos subúrbios meridionais da capital chinesa, a cerca de dez quilômetros do centro da cidade.

E é provável que passem anos antes que os automóveis possam circular sem qualquer intervenção humana, já que a plena autonomia tropeça em obstáculos técnicos e jurídicos.

Mas o sinal verde concedido na quinta-feira ao gigante chinês da internet Baidu e à empresa emergente Pony.ai, que conta como acionista ao fabricante de automóveis Toyota, já é por si só um avanço significativo.

A reserva do táxi sem motorista é realizada por meio do celular. Com a ajuda de um aplicativo, os passageiros indicam o trajeto que desejam realizar. Depois, encontram um veículo cheio de eletrônicos, que também possui um radar rotativo.

No ambiente às vezes anárquico das ruas da capital, o veículo acelera, freia e faz as curvas com segurança.

Os passageiros que usam esses carros chamados "Apollo Go" podem ser buscados e transportados de ou até 600 pontos fixos.

O preço de uma viagem de seis quilômetros durante o período de teste atual é de 2 yuanes (menos de 31 centavos de dólar), contra 38 yuanes (6 dólares) aproximadamente em um táxi clássico.

Pequim decretou o fechamento de um importante centro comercial e o confinamento de vários complexos residenciais nesta quinta-feira (11), em resposta a um recente foco de Covid-19 na capital da China.

Embora o nível de infecções seja muito reduzido na comparação com a maioria dos países do mundo, a China adota uma estratégia de tolerância zero com o vírus, com a imposição de severas restrições e testes em larga escala quando alguns casos são detectados.

Na capital do país, onde acontece uma sessão plenária do Comitê Central do Partido Comunista, foram registrados seis novos casos nos distritos centrais de Chaoyang e Haidian, informou a imprensa local.

Todos estão vinculados a contatos de pessoas infectadas recentemente na província de Jilin (nordeste).

O centro comercial Raffles City, no centro da capital, foi fechado na quarta-feira à noite, depois que um contato próximo de uma pessoa infectada visitou o local, informou o jornal Beijing Youth Daily.

As saídas foram bloqueadas e trabalhadores e clientes só deixaram o local depois que foram submetidos a um teste de detecção do coronavírus. O centro comercial permanecia fechado nesta quinta-feira.

Além disso, quatro complexos residenciais, uma escola do ensino básico e um prédio comercial entraram em confinamento nesta quinta-feira, com dezenas de milhares de pessoas impedidas de sair e forçadas a passar por exames.

A imprensa local exibiu imagens de funcionários com trajes de proteção nas áreas confinadas. Eles entregaram alimentos aos moradores bloqueados.

Enquanto outros países flexibilizam as medidas contra a Covid-19, a China mantém a estratégia para tentar erradicar completamente a doença, com medidas rígidas e restrições à mobilidade.

A última onda de casos provocou o confinamento de milhões de pessoas e a limitação dos deslocamentos internos, com vários voos e viagens de trens cancelados.

O governo chinês disse nesta sexta-feira (7) que o risco de que o foguete fora de controle após se separar da estação espacial de Pequim causar danos à Terra é "extremamente baixo", depois que os Estados Unidos alertaram sobre um possível perigo.

Especialistas militares americanos disseram na véspera que o foguete Long March 5B poderia atingir a superfície entre sábado (8) e domingo (9). Mas Pequim quis minimizar os riscos.

"A probabilidade de causar danos (...) é extremamente baixa", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Wang Wenbin.

"A maioria dos componentes vai-se destruir" ao entrar na atmosfera, afirmou, acrescentando que as autoridades "informarão sobre a situação de maneira oportuna".

Na quinta-feira, a China lançou o primeiro dos três elementos de sua estação espacial, a CSS, que foi impulsionado por um foguete Long March 5B. É o corpo deste foguete que aterrissará nos próximos dias.

Após a separação do módulo espacial, o lançador começou a orbitar o planeta em trajetória irregular, perdendo altitude lentamente. Isso torna quase impossível qualquer previsão sobre seu ponto de entrada na atmosfera e, portanto, seu ponto de queda.

O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, disse esperar que o objeto caia em um local desabitado "onde não prejudicará ninguém" e insinuou que foi negligência, por parte da China, deixar o corpo do foguete sair de órbita.

- Disputa espacial -

A China investiu bilhões de dólares em seu programa de exploração espacial, para refletir seu crescente perfil global e poder tecnológico, seguindo os passos de Estados Unidos, Rússia e Europa.

Assim, o espaço se tornou o mais recente cenário de enfrentamento entre China e Estados Unidos.

O lançamento do primeiro módulo da estação espacial chinesa "Palácio Celestial" em abril passado, com equipamentos de suporte de vida e espaço habitacional para astronautas, representou um marco nos ambiciosos planos de Pequim de estabelecer uma presença humana permanente no espaço.

O presidente Xi Jinping disse se tratar de um passo fundamental na "construção de uma grande nação de ciência e tecnologia".

Com a aposentadoria da Estação Espacial Internacional (ISS), prevista para depois de 2024, a instalação da China será a única estação espacial na órbita terrestre.

As autoridades espaciais chinesas dizem que estão abertas a receber colaboração estrangeira, embora não tenham deixado clara a extensão dessa cooperação.

A Agência Espacial Europeia enviou astronautas para a China para treinamento, que lhes permita trabalhar na estação espacial chinesa quando ela começar a funcionar.

Em março deste ano, a China também anunciou planos de construir, junto com a Rússia, uma estação lunar separada.

Planejada para a superfície, ou órbita da Lua, esta instalação estará equipada para fazer pesquisas experimentais e será o maior projeto de cooperação espacial da China até o momento.

O foguete Long March 5B não é o primeiro, em que a China perde o controle de um componente espacial que retorna à Terra.

Seu laboratório espacial Tiangong-1 se desintegrou ao reingressar na atmosfera em 2018, dois anos depois de ter deixado de funcionar. À época, as autoridades chinesas negaram terem perdido o controle da espaçonave.

Na última segunda-feira (15), a China teve parte da região norte e da capital afetada por uma tempestade de areia. O ocorrido provocou o cancelamento de mais de 400 voos nos dois principais aeroportos de Pequim, por conta dos ventos fortes e o perigo da baixa visibilidade. Segundo o Centro Meteorológico Nacional, o fenômeno foi o mais intenso da última década.

A tempestade chegou sem previsão e atingiu cidadãos que estavam nas ruas. Com a visão debilitada, eles se protegeram como puderam, precisaram usar óculos para proteger a visão e conseguiam enxergar até 300 metros à frente. Os prédios no centro de Pequim não podiam ser vistos, e até o sol ficou com o brilho opaco diante da quantidade de areia que o fenômeno carregava.

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O fenômeno começou no deserto de Gobi, na divisa da região norte da China com a região sul da Mongólia. A área está entre os cinco maiores desertos do mundo, com uma extensão de aproximadamente 1.125.000 km², onde as tempestades costumam ocorrer com frequência na primavera.

Ainda está em pauta quanto a poluição tem influência sobre esse fenômeno. Nos últimos anos, o Partido Comunista da China tenta reduzir a emissão de gases carbônicos, seja em Pequim ou em outras regiões. Segundo a organização, uma meta foi estipulada para que nos próximos cinco anos haja queda de 18% na taxa de emissão. De acordo com dados divulgados pelo Global Carbon Atlas, a China é o país com maior índice de emissão de dióxido de carbono desde 2007.

O Instituto Butantan, na capital paulista, deverá receber na quarta-feira (10) um novo lote de insumos, vindos da China, para a produção da vacina CoronaVac, contra a covid-19. Segundo informou neste domingo (7) o governo do estado de São Paulo, a carga está no aeroporto de Pequim pronta para o embarque.

O lote tem 5,6 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), produzido na China pela biofarmacêutica Sinovac, parceira do Butantan no desenvolvimento da vacina. A matéria-prima permitirá a produção em São Paulo de mais de 8,7 milhões de doses do imunizante, que serão destinadas ao Plano Nacional de Imunizações (PNI). 

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Na quarta-feira, 5,4 mil litros de IFA foram recebidos em São Paulo da mesma fornecedora, suficientes para a produção de 8,6 milhões de doses da vacina Coronavac. Somadas, as cargas permitirão a fabricação de 17,3 milhões de doses de imunizantes, que começarão a ser entregues ao Ministério da Saúde a partir do final deste mês. A previsão do instituto é que a produção de vacinas contra a covid-19 alcance até 600 mil doses diárias com as duas remessas de matéria-prima.

Em janeiro, segundo o governo de São Paulo, o Butantan entregou 8,7 milhões de vacinas CoronaVac ao Ministério da Saúde. Foram 6 milhões de doses no dia 17, 900 mil no dia 22 e 1,8 milhão no dia 29. 

Milhares de pessoas formaram filas em Pequim para receber a vacina contra a Covid-19 em uma campanha para inocular milhões de habitantes antes da temporada de viagens por ocasião do Ano Novo chinês em fevereiro.

Mais de 73.000 pessoas receberam a primeira dose da vacina nos últimos dois dias na capital da China, informou a imprensa estatal no domingo, incluindo trabalhadores comunitários e motoristas de ônibus.

As autoridades de saúdes aprovaram de maneira "condicional" no último dia de 2020 a vacina do grupo chinês Sinopharm, que tem eficácia 79%, segundo o laboratório.

O canal público de televisão CCTV exibiu imagens de filas em hospitais e centros comunitários de saúde. As pessoas aguardavam para ler os formulários de consentimento e ter a temperatura medida antes da aplicação da vacina.

As autoridades anunciaram que academias e estabelecimentos comerciais vazios serão transformados em centros de vacinação.

A China prevê vacinar milhões de pessoas até meados fevereiros, por ocasião do Ano Novo chinês.

Pequim administrou 4,5 milhões de doses de vacinas durante a fase de testes, a maioria em trabalhadores e outros funcionários estatais que trabalham no exterior, segundo as autoridades.

Mas a China planeja agora uma campanha gradual de vacinação, começando por grupos considerados de alto risco, como funcionários dos portos e do setor de logística, além de pessoas que planejam retomar os estudos no exterior.

A China - onde surgiu o novo coronavírus no fim de 2019 - controlou o vírus dentro das fronteiras com base em confinamentos draconianos e testes de diagnóstico em larga escala quando algum caso era detectado.

A Santa Sé e a China comunista se preparam para renovar um acordo histórico assinado há dois anos, que dá ao papa a última palavra na nomeação de bispos chineses, despertando a ira do governo americano.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump usa a repressão religiosa na China como um argumento para a campanha presidencial.

Seu secretário de Estado, Mike Pompeo, partiu para o ataque frontal ao Vaticano ao publicar no final da semana um tuíte e uma coluna denunciando as "horríveis" perseguições de crentes de todas as religiões na China que "revoltam" muitos países.

"Mais do que nunca, o povo chinês precisa do testemunho moral e da autoridade do Vaticano", disse ele na revista religiosa americana "First Things". Acrescentando que "o acordo entre a China e o Vaticano não protegeu os católicos contra as ações do partido".

O papa Francisco certamente acostumou os fiéis a denunciarem explicitamente muitas perseguições no planeta, mas adotou uma atitude diplomática de pequenos passos com Pequim, para unir uma Igreja chinesa dividida.

Os cerca de 12 milhões de católicos chineses - uma minoria muito pequena neste país de quase 1,4 bilhão de pessoas - estão divididos há décadas entre uma Igreja "patriótica" controlada pelo regime comunista e uma chamada Igreja "clandestina" que reconhece o autoridade do papa e muitas vezes é perseguida como tal.

Em 22 de setembro de 2018, o Vaticano selou um acordo "provisório" histórico com o regime comunista de Pequim, resultado de negociações intermináveis, cujo conteúdo exato nunca foi publicado.

O único ponto tangível anunciado na época: o papa Francisco reconheceu imediatamente oito bispos chineses nomeados por Pequim sem sua aprovação.

Dois anos depois, os resultados não são brilhantes para a diplomacia do Vaticano, mas dois novos bispos foram nomeados na China com o endosso final do líder dos 1,3 bilhão de católicos no planeta.

Antes, eles tinham que se tornar membros da Igreja Patriótica oficial, o que muitos antigos prelados perseguidos no passado ainda se recusam veementemente a fazer.

Em todo o mundo, é o papa quem decide sobre a nomeação dos bispos, homens que ele mesmo conheceu ou que lhe são recomendados pelas conferências episcopais nacionais.

Momento histórico em fevereiro de 2020: "ministros" das Relações Exteriores da China e do Vaticano se encontraram publicamente em um evento internacional, fato inédito em sete décadas.

As relações diplomáticas entre Pequim e a Santa Sé foram rompidas em 1951, dois anos depois que os comunistas chegaram ao poder.

O Vaticano também continua a manter relações diplomáticas com Taiwan. Um impasse, pois esta ilha de 23 milhões de habitantes é considerada por Pequim como uma província chinesa à espera da reunificação.

- Autorização do papa para renovar acordo -

O papa Francisco acaba de autorizar a renovação do acordo, ainda em modo "experimental" por mais dois anos, disse à AFP uma fonte próxima ao assunto.

Uma discreta troca de notas com a China deve ainda ser selada "em outubro".

Questões espinhosas, como a de padres católicos chineses que desaparecem repentinamente de suas paróquias por semanas "a convite" das autoridades, estão sendo levantadas por diplomatas do Vaticano, assegura este especialista.

São alvo de críticas recorrentes do cardeal Joseph Zen de Hong Kong, ou mesmo do padre italiano Bernardo Cervellera, ex-missionário na China, que publica em seu site AsiaNews depoimentos de católicos chineses muito insatisfeitos com o acordo.

"Nosso interesse atual com a China é normalizar ao máximo a vida da Igreja", explicou em meados de setembro o cardeal Pietro Parolin, braço direito do papa Francisco e principal arquiteto do acordo, ao admitir que os primeiros resultados do acordo "não foram particularmente notáveis".

Quatro dias antes, Zhao Lijian, porta-voz do chanceler chinês, falou positivamente do acordo bilateral, "implementado com sucesso".

Um elogio para um Partido Comunista Chinês que questiona qualquer organização, especialmente religiosa, que possa ameaçar sua autoridade.

Pequim observa há vários anos uma política de "sinização" das religiões, com o objetivo de adequá-las aos objetivos do poder comunista.

A China do presidente Xi Jinping, que assumiu o poder em 2012, também aumentou sua vigilância sobre todos os cultos. Igrejas foram destruídas, cruzes retiradas de campanários e creches religiosas fechadas.

Um estudante australiano de 21 anos, com pouca atividade nas redes sociais e que nunca pisou na China, tornou-se surpreendentemente alvo das críticas de Pequim, em um momento em que as relações entre os dois países se deterioram.

Quando um porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores atacou Drew Pavlou, pessoalmente, em uma coletiva de imprensa, a campanha contra ele ganhou uma dimensão enorme.

Este jovem de 21 anos entrou na mira de Pequim ao organizar um pequeno protesto contra as políticas praticadas pelo governo chinês em julho de 2019, na universidade australiana de Queensland, onde estudava.

Desde então, "The Global Times", um tabloide nacionalista chinês, publica uma série de artigos contra o rapaz. Descrito como um "encrenqueiro contra a China", ele é apresentado como a personificação do racismo contra os chineses na Austrália.

O estudante de Filosofia afirma ter sido alvo de ameaças de morte, após ser rotulado de "separatista" por representantes chineses em seu país.

Em agosto passado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China perguntou a ele sobre uma foto que viralizou na Internet, na qual um diplomata chinês caminha sobre as costas de habitantes do Kiribati, um pequeno país insular do Pacífico. Pavlou foi acusado de ter divulgado a imagem.

"Esta pessoa sempre esteve contra a China por razões políticas", disse o porta-voz, embora o jovem não tenha sido o autor da foto, nem o primeiro a divulgá-la.

O estudante afirma estar "profundamente chocado" com essas declarações.

"É muito estranho que uma superpotência aponte para um estudante australiano de 21 anos, um australiano que é fundamentalmente muito estúpido e faz muitas estupidezes", disse Pavlou à AFP.

Ele também foi acusado de racismo depois de ter postado, no início da pandemia de coronavírus, em frente ao Instituto Confúcio de sua universidade - financiado pela China -, uma imagem segurando um cartaz que dizia "risco biológico covid-19".

- Ponto sensível -

Hoje, Pavlou diz que se arrepende da postagem, mas sustenta que não entende por que permanece na mira de Pequim.

Uma explicação seria que o jovem tocou em um ponto sensível.

Além de acusar Pequim de repressão em Hong Kong, Xinjiang e Tibet, Pavlou também colocou os holofotes nas relações entre universidades australianas e chinesas.

Esses laços agora estão sob investigação por parte das autoridades australianas, que temem que o fluxo de dinheiro chinês possa ter comprometido o interesse nacional.

A diretora da seção australiana da Human Rights Watch (HRW), Elaine Pearson, destacou que isso atraiu mais a atenção de Pequim, particularmente "sensível", sobre o jovem.

Em maio passado, após uma audiência a portas fechadas, Pavlou foi expulso da universidade por dois anos. Em apelação, este prazo foi reduzido para até o final de 2020.

O estudante decidiu processar a universidade, seu reitor e vice-reitor, exigindo 3,5 milhões de dólares australianos (cerca de US$ 2,61 milhões) pela ruptura do contrato e por difamação.

A universidade tem sido muito criticada por sua gestão deste caso. O ex-primeiro-ministro Kevin Rudd chegou a afirmar que é como "se ajoelhar diante de Pequim".

Em 2019, cerca de 182.000 estudantes chineses se matricularam em universidades australianas, o que representa uma verdadeira e inesperada fonte de renda para a economia do país.

Uma porta-voz da Universidade de Queensland negou qualquer "motivação política" nas ações contra Pavlou.

Este último, que não parece sentir-se intimidado por Pequim, afirma que nunca "quis ser um ativista político" e se limitou a organizar uma única manifestação "para perturbar o campus".

A China nesta sexta-feira deu seu apoio ao filme da Disney "Mulan", alvo de convocação de boicotes por ter cenas filmadas na região chinesa de Xinjiang, onde Pequim é acusada de violar direitos humanos.

Este filme, com um orçamento de 200 milhões de dólares, inspira-se numa lenda popular, a de uma mulher da China antiga que se disfarçou de homem para poder lutar, substituindo o seu velho pai.

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Lançado na China na sexta-feira, é objeto de polêmica recente, principalmente no Ocidente, com a Disney agradecendo ao governo, à segurança pública e ao Partido Comunista Chinês de Xinjiang (noroeste) no final do filme.

Numerosas associações de defesa dos direitos humanos têm criticado as filmagens de cenas nesta região, devido ao tratamento recebido pela minoria muçulmana de uigures.

Por muito tempo castigado por ataques perpetrados por integrantes dessa etnia, o governo chinês aplica mão de ferro a Xinjiang. Mais de um milhão de pessoas foram internadas em campos, de acordo com organizações de direitos humanos.

A China garante que se trata de centros de formação profissional, destinados a ajudar a população a encontrar trabalho e a afastar-se da tentação do extremismo religioso.

"Há algo mais normal para o filme agradecer ao governo de Xinjiang pela ajuda que trouxe?", questionou Zhao Lijian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, na sexta-feira.

"Mulan" já havia sido objeto de polêmica no ano passado. A protagonista do filme, a atriz americana de origem chinesa Liu Yifei, expressou seu apoio à polícia de Hong Kong diante da violência em meio às manifestações a favor dos protestos na ex-colônia britânica.

"Para mim, é a Mulan de hoje", disse Zhao Lijian em referência à hostilidade que sofreu após seus comentários. "Ela é uma verdadeira chinesa!".

Em seu primeiro dia nos cinemas chineses, este blockbuster recebeu críticas negativas dos telespectadores, que deram uma nota de 4,7 em 10 na plataforma de referência chinesa Douban.com.

O filme "Mulan", que acaba de ser lançado na plataforma de streaming Disney+, é objeto de uma campanha de boicote para protestar contra algumas cenas filmadas na região chinesa de Xinjiang, onde Pequim é acusada de violações aos direitos dos uigures.

A superprodução da Disney de 200 milhões de dólares, baseada na lenda de uma guerreira chinesa, já havia sido objeto de polêmica no ano passado.

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Liu Yifei, estrela chinesa-americana que protagoniza a história, expressou na ocasião apoio à polícia de Hong Kong, acusada pelo campo pró-democracia de reprimir suas manifestações.

Mas recentemente surgiu uma nova polêmica. Na semana passada, durante a exibição na plataforma Disney+, ao final do filme, nos créditos, a Disney dirigia "um agradecimento especial" às autoridades governamentais da região de Xinjiang, noroeste da China.

Entre estas aparece a agência responsável pela segurança pública de Turpan, uma cidade ao leste de Xinjiang e que abriga vários campos de reeducação política de uigures, de acordo com associações de defesa dos direitos humanos.

O departamento do Partido Comunista Chinês na região também recebeu um agradecimento.

Antes da nova polêmica, ativistas de Taiwan, Hong Kong e da Tailândia já haviam iniciado um movimento nas redes sociais com a hashtag #BoycottMulan.

Batizado de "Milk Tea Alliance", o movimento é resultado da associação de ativistas que denunciam o autoritarismo de Pequim.

Filme problemático

O grupo destacava especialmente a semelhança entre o ator Tzi Ma, que interpreta o pai de Mulan, e o presidente chinês Xi Jinping. E apresentou como "verdadeira Mulan" a ativista Agnes Chow, que foi detida em agosto.

Desde o lançamento do filme no Disney+, o fenômeno aumentou, sobretudo nos Estados Unidos e Europa.

No Twitter, Joshua Wong, que encarna para a opinião pública internacional o movimento pró-democracia, pediu às "pessoas que amam a liberdade" que boicotem "Mulan".

A Anistia Internacional afirma que a superprodução foi rodada em uma região da China onde os uigures são internados em campos.

Grupos de defesa dos direitos humanos, jornalistas e acadêmicos denunciam a internação de membros da minoria muçulmana uigur, assim como detenções em larga escala e esterilizações forçadas.

Para Isaac Stone Fish, da Asia Society, um centro especializado nas relações entre Estados Unidos e China, o filme é "sem dúvida o longa-metragem mais problemático da Disney" desde "A Canção do Sul".

Quando foi lançado em 1946, o filme recebeu muitas críticas pela divulgação de clichês racistas e por pintar de maneira idílica as plantações onde os escravos eram obrigados a trabalhar no sul dos Estados Unidos.

Em Melbourne, Badiucao, um artista chinês dissidente que mora na cidade australiana, trabalha em um desenho que representaria Mulan como a guardiã de um dos campos de reeducação de Xinjinang.

"Isto é um problema real e não há desculpas", disse à AFP, destacando a existência de "provas que demonstram o que acontece em Xinjiang".

Baduicao acusa a Disney de adotar um "discurso duplo", aderindo a movimentos contra a injustiça social no Ocidente, como MeToo e Black Lives Matter, enquanto fecha os olhos para a forma como a China viola os direitos.

A nova versão de "Mulan" - que chegou aos cinemas na versão desenho animado em 1998 - já enfrentou outros incidentes.

A estreia nos cinemas, prevista para março, foi adiada devido à pandemia de coronavírus. Após meses de dúvidas, a Disney decidiu lançar o filme de maneira exclusiva, a partir de 4 de setembro, em sua plataforma de streaming, mas com uma cobrança à parte.

O filme será lançado esta semana nos cinemas da China, onde o Disney+ não está disponível.

Em agosto, Hollywood foi acusada, em um relatório publicado pela organização Pen America, de autocensura para permitir que seus filmes entrem no gigantesco mercado chinês.

Procurada pela AFP, a Disney ainda não respondeu ao pedido de comentários.

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