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O PMDB paulista vai utilizar um apelo mais popular nas inserções políticas na televisão, a partir de amanhã, no Estado de São Paulo, uma estratégia já adotada anteriormente e repetida pelo aliado PT. O PMDB optou ainda por regionalizar a campanha, com a gravação de vários filmes, distribuídos pelo Estado, sempre com a presença de uma liderança local.

No filme principal, ao qual a Agência Estado teve acesso, os personagens são uma professora, um rapaz negro, um construtor civil e até mesmo um metalúrgico. Este último tem a mesma profissão do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva. Estrela máxima do PT, Lula foi um dos articuladores da ida do PMDB para o governo e do paulista Michel Temer (PMDB) como candidato a vice-presidente na vitoriosa campanha que elegeu Dilma Rousseff (PT) sua sucessora na presidência.

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No programa, todos os personagens passam mensagens positivas: "cuidar da educação é a garantia de um futuro melhor", diz a professora e "é gente competente, fazendo o dever de casa", emenda o metalúrgico. Ao final, o presidente do PMDB paulista, deputado estadual Baleia Rossi, afirma que "no PMDB, você pode confiar" e encerra com o bordão do partido no Estado. "PMDB, forte no Brasil, forte em São Paulo".

Além dessa inserção geral, foram feitas outras com a participação dos principais políticos e pré-candidatos do PMDB paulista, que pretende lançar ao menos 400 nomes para encabeçar chapas às prefeituras do Estado em 2012. Entre eles estão o dos deputados federais Gabriel Chalita, pré-candidato a prefeito de São Paulo, e Edinho Araújo, que tentará retornar à prefeitura de São José do Rio Preto.

Participam ainda, entre outros, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e prefeitos recém-chegados ao PMDB, como Reinaldo Nogueira, de Indaiatuba e Gustavo Reis, de Jaguariúna. "Principalmente nas cidades que têm retransmissoras de televisão, achamos importante que a liderança local apareça. É uma forma de dar visibilidade", informou Rossi. Já nas inserções de rádio a pulverização foi ainda maior e foram gravadas cerca de 100 participações de políticos locais, segundo ele.

O PT e o PMDB anunciaram uma aliança para concorrer à Prefeitura do Rio de Janeiro em 2012. Segundo o acordo, o atual prefeito, Eduardo Paes (PMDB), vai disputar a reeleição tendo como candidato a vice o vereador petista Adilson Pires. Na atual gestão, Paes tem como vice Carlos Alberto Muniz (PMDB). A oficialização da aliança, porém, deve ocorrer apenas em junho.

Durante a reunião promovida ontem pelo diretório municipal do PT no Rio para anunciar a aliança, porém, o acordo foi questionado pelo deputado federal Alessandro Molon, candidato do PT à prefeitura em 2008. "O PMDB quer usar o PT como burro de carga, como ferramenta para manter o poder. O PT não vai ter nenhuma participação nas decisões e não pode se submeter a isso", diz Molon, que pretende mobilizar militantes contra a aliança. "Muita água ainda vai rolar, não há nenhuma garantia de que essa aliança realmente será firmada".

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Em 2008, PMDB e PT também cogitaram uma aliança, que teria Molon como cabeça de chapa e o presidente estadual do PMDB, Jorge Picciani, como candidato a vice. Mas o PMDB acabou lançando Eduardo Paes, que venceu. "Molon tem direito de questionar e discutir isso, mas não acredito que consiga reverter essa posição do partido, porque a posição dele é solitária", afirma o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ). "A concretização da aliança depende de duas outras coisas: da flexibilidade do PMDB para incluir propostas do PT em seu programa de governo e de acordos em outros municípios", disse.

"Caso a aliança seja feita, será a primeira vez desde que as eleições municipais voltaram a ser promovidas, em 1985, que o PT não terá candidato próprio no Rio. Então, em outros municípios, como São Gonçalo, os candidatos petistas devem ser apoiados pelo PMDB", disse Palmares, ele mesmo pré-candidato a prefeito na cidade da região metropolitana do Rio.

O novo programa do PMDB que vai ao ar em cadeia nacional de rádio e televisão na próxima quinta-feira (24) privilegia os pré-candidatos a prefeito e as mulheres do partido. O deputado Gabriel Chalita, pré-candidato a prefeito de São Paulo, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, pré-candidato à reeleição, dividem a cena no programa com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e a vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (ES).

Por falta de espaço, os cinco ministros da legenda ficaram fora do programa, o que levou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a telefonar para o presidente da sigla, senador Valdir Raupp (RO), reclamando da exclusão. Caberá ao ator Milton Gonçalves, filiado ao partido, gravar uma homenagem especial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desejando-lhe plena recuperação do câncer na laringe.

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O projeto inicial do PMDB era contar com a participação da presidente Dilma Rousseff, exaltando a aliança nacional entre as duas legendas. Mas depois de uma consulta ao departamento jurídico, o partido desistiu da convidada especial - por ser filiada ao PT, Dilma não pode aparecer na propaganda do PMDB, sob pena de o aliado sofrer sanção da Justiça Eleitoral, perdendo o direito a um dos programas em 2012, em pleno ano de eleições municipais.

Relator do novo Código Florestal, o senador Luiz Henrique (PMDB-SC) ganhou uma participação no programa, arrebatando do companheiro de bancada e ex-governador do Amazonas Eduardo Braga o espaço da "fala ambiental". A família Sarney foi contemplada em dose dupla no filme: Roseana representa as mulheres e os governadores da sigla, enquanto o senador José Sarney (AP) desponta como presidente do Senado. Os principais caciques não ficaram de fora: o vice-presidente Michel Temer; o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, deputado Eliseu Padilha (RS); o presidente da CCJ, Eunício Oliveira (CE); e os líderes do partido na Câmara, Henrique Alves (RN); no Senado, Renan Calheiros (AL); e o presidente da sigla, Valdir Raupp.

O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse hoje que a presidente Dilma Rousseff terá o "apoio total" do partido para enxugar a máquina administrativa do governo, reduzindo os 38 Ministérios hoje existentes. Raupp passou a defender a diminuição do total de pastas há cerca de dois meses, quando circulou a ideia de unir o Ministério do Trabalho ao da Previdência.

Ele disse ter tratado do assunto com os principais integrantes da cúpula do PMDB - o vice-presidente da República, Michel Temer; o presidente do Senado, José Sarney (AP); e os líderes na Câmara e no Senado, deputado Henrique Eduardo Alves (RN) e Renan Calheiros (AL) - e que houve unanimidade da parte deles no apoio a um possível enxugamento na máquina pública.

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O senador afirmou que a posição é a mesma com relação à informação divulgada pela revista Veja, de que a presidente Dilma, quando da reforma ministerial, em fevereiro, vai reunir as secretárias de Direitos Humanos, de Igualdade Racial e das Mulheres no Ministério de Direitos Humanos, além de subordinar os ministérios da Pesca e dos Portos aos ministérios da Agricultura e dos Transportes, como era no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Achei muito positivo, muito bom, é coerente agregar algumas pastas", afirmou o senador. "Quando defendi a ideia, recebi muitas manifestações de apoio do partido e hoje eu posso dizer que a presidente Dilma tem toda a nossa inteira confiança na iniciativa de levar a iniciativa adiante", afirmou.

Valdir Raupp se disse ciente de que a "mexida" poderá implicar redução das pastas do PMDB, que hoje controla cinco Ministérios - Agricultura, Minas e Energia, Assuntos Estratégicos, Previdência e Turismo - para acomodar o recém-criado PSD. Com 13 ministérios, o PT é o partido que mais será atingido pelo "encolhimento" da máquina, mas, ainda assim, ficará à frente dos demais integrantes da base aliada no controle das pastas. E provavelmente, deverá manter os Ministérios de maior peso, como Fazenda, Educação, Comunicação, Justiça e Saúde.

O vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), dão hoje a arrancada à pré-campanha do candidato do partido a prefeito de São Paulo, o deputado Gabriel Chalita, num encontro na cidade com 200 pré-candidatos a vereador. Raupp prevê que a saída da senadora Marta Suplicy (PT-SP) da disputa vai manter o seu candidato "na cabeça". "Estamos confiantes , ele está muito bem, com apoio em todos os setores de São Paulo", afirmou.

O presidente do PMDB prevê que, nas próximas eleições, o partido deslanchará, elegendo "de 8 a 10 parlamentares federais". No ano passado, foi apenas um: o ex-prefeito de São José do Rio Preto Edinho Araujo.

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Ainda hoje, Temer e Raupp seguirão para o Espírito Santo, onde se encontrarão com o candidato a prefeito de Vitória, o ex-governador Paulo Hartung, e lideranças locais. O senador disse que a situação de Hartung é tranquila para a reeleição, com 63% de vantagem apurada nas pesquisas. Ele e Temer concluirão em dezembro a "rodada" de entendimento com os peemedebistas nas visitas ao Amazonas, Amapá, Pará e Roraima, únicos Estados em que os correligionários ainda não foram ouvidos pessoalmente.

A presidente Dilma Rousseff cancelou a gravação de sua participação no programa do PMDB que vai ao ar no dia 24. Ela gravaria sua mensagem aos peemedebistas amanhã, mas desistiu de fazê-lo por orientação das assessorias jurídicas do PMDB e do Palácio do Planalto.

O presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO), informou ao Planalto que o PMDB correria o risco de ser punido por incluir uma personalidade de uma outra legenda em seu programa partidário.

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Pela lei, o PMDB tem direito a 10 minutos por semestre para exibir programa em cadeia de rádio e televisão. A penalidade que o partido quer evitar abrindo mão da participação da presidente é a perda dos 10 minutos a que terá direito no primeiro semestre de 2012, ano de eleições municipais.

A presidente Dilma Rousseff deve gravar hoje sua participação no programa de dez minutos que o PMDB vai exibir em cadeia nacional de rádio e televisão no dia 24. Convidada a estrelar o programa do maior partido aliado em almoço no Palácio da Alvorada ontem, com o vice-presidente Michel Temer e o líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), Dilma aceitou e agradeceu o apoio do PMDB ao governo.

O encontro ocorreu no embalo dos votos dados na madrugada, pela bancada na Câmara, para a aprovar a Desvinculação das Receitas da União (DRU), permitindo ao governo gastar como quiser 20% das receitas vinculadas a setores essenciais, como a saúde. Para os peemedebistas, essa foi a primeira "longa e boa conversa" da presidente com o líder Henrique Alves, candidato a suceder o PT na presidência da Câmara em 2013.

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O almoço foi agendado a pedido do vice e também contou com a presença da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Um dirigente do PMDB diz que o objetivo do encontro foi "aparar as possíveis arestas" e promover uma aproximação do líder com a presidente. Deu certo. Alves saiu do Alvorada contando que a conversa não poderia ter sido melhor, sobretudo por Dilma ter destacado que teria sido a "primeira de muitas que virão".

O que mais agradou o líder foi ela ter destacado a importância da palavra e dos acordos nas relações políticas. Nos bastidores, os peemedebistas temem que o PT rompa o acerto de revezamento entre os dois partidos no comando da Câmara. Mas o assunto que mais tomou tempo ao longo duas horas e meia de conversa foi a instabilidade econômica que ameaça a Europa.

Dilma fez uma ampla exposição sobre a crise internacional que está preocupando muito o governo brasileiro. Foi nesse contexto que ela pontuou a importância de a Câmara aprovar a DRU pelo período de quatro anos, e não dois como queria a oposição e alguns setores da base aliada. Ela explicou que, em nível internacional, o que prevalece é o raciocínio a médio e longo prazos.

Nesse cenário, a limitação da DRU poderia passar um sinal de instabilidade no Brasil, criando dificuldades ao País. Daí os agradecimentos ao PMDB. O líder peemedebista aproveitou para destacar que sua bancada foi, proporcionalmente, a que mais votos deu à DRU - cuja PEC para prorrogação está sendo votada na Câmara ainda em primeiro turno. Todos os deputados presentes votaram a favor da proposta e apenas dois não compareceram, por motivo de doença.

O governo satisfez hoje, formalmente, o desejo da bancada do PMDB na Câmara, para assegurar a aprovação da emenda constitucional que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU). Portaria do Ministério do Turismo, publicada no Diário Oficial da União, nomeia Suzana Dieckmann Jeolás para o cargo de assessora especial do ministro e Fábio Rios Mota para secretário nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo.

Suzana era escolha do ministro Gastão Vieira para assumir a secretaria. Mas a bancada do PMDB na Câmara queria Fábio Mota no cargo. Os peemedebistas rebelados ameaçaram boicotar a votação da DRU. A solução encontrada foi desidratar a secretaria, transferindo para a gestão direta do gabinete do ministro a área de cursos de profissionalização e capacitação técnica.

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O PMDB - ameaçado de perder 30% de suas prefeituras - e o DEM - que corre risco de sumir do mapa político brasileiro - começam a lançar pontes, um em direção ao outro, em pelo menos uma dezena de Estados. Pavimentam, assim, o caminho da sobrevivência nas eleições de 2012, e quem sabe até um plano B para a sucessão presidencial de 2014.

De um lado, o PMDB queixoso dos maus-tratos do governo e do PT busca na oposição alternativas para manter seu cacife político nos Estados. De outro, líderes do DEM, insatisfeitos com o PSDB, se empenham em mostrar que têm opção. Se tudo der errado, o PMDB surge como alternativa para uma fusão futura.

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Foi com esse cenário que as cúpulas dos dois partidos, tendo à frente o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o senador José Agripino (DEM), iniciaram a negociação de parcerias fora das alianças nacionais com petistas e tucanos. A dobradinha é o recurso de ambos para se fortalecerem na briga pelas prefeituras, a partir de São Paulo e Rio Grande do Norte. Também há conversas na Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Pernambuco, Amapá, Ceará e Espírito Santo.

"O PSDB é nosso interlocutor preferencial, mas compulsório, não", diz Agripino, satisfeito com a aliança refeita com o PMDB potiguar em torno da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). "Como já estamos juntos no governo estadual, vamos tentar compor no maior número possível de municípios", anima-se o deputado Henrique Alves (PMDB-RN). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Principais lideranças do PMDB na Bahia, o ex-ministro da Integração Nacional e atual vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal, Geddel Vieira Lima, e seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima, afirmam estar sendo vítimas de escutas telefônicas ilegais na Bahia.

Geddel recebeu a informação de que ele e o irmão estavam sendo "grampeados" na quarta-feira. Segundo Lúcio, a informação partiu de uma fonte de dentro da Secretaria de Segurança Pública.

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No dia seguinte, o ex-ministro postou, em sua conta no Twitter: "Senhor secretário de Segurança Pública, o senhor é jovem, mas se lembra do escândalo dos grampos telefônicos na Bahia. Cuidado, outro agora vai ser ainda mais devastador. O senhor sabe do que estou falando."

Geddel referia-se ao escândalo dos grampos telefônicos ilegais que foi descoberto pela Polícia Federal em 2003, depois de uma denúncia feita, segundo Geddel, pela mesma fonte.

A acusação do ex-ministro, de que um novo esquema de escutas ilegais estaria funcionando no Estado, sacudiu a política baiana. A SSP rapidamente negou o que chamou de "insinuações" de Geddel. "Não insinuei, compartilhei informação", rebateu o ex-ministro, pelo Twitter, na sexta-feira. "Surpresa seria se eles confirmassem. Vou pedir à PF que investigue."

O governador também desqualificou as acusações, chamando-as de "tentativa de bate-boca". "O ministro não precisa ter trauma, porque quem o grampeou não está no governo", disse. "Comando um governo respeitador da lei."

A resposta de Wagner provocou reação de Geddel, que apontou para o vice-governador, Otto Alencar (PSD). Ele era o vice de Borges quando as escutas ilegais foram feitas e havia assumido o governo quando o escândalo dos grampos chegou ao auge - Borges havia se afastado para disputar uma vaga ao Senado.

Otto, presidente do recém-criado PSD na Bahia, rebateu fortemente a acusação. Disse que as denúncias são fruto de "falta de compostura e de equilíbrio emocional" de Geddel, que o ex-ministro está "inconformado" por seu partido ter perdido três deputados estaduais para o PSD e que as denúncias são "coisa política".

O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim disse hoje que duvida que a proposta defendida por PT, PDT, PSB e PCdoB para a reforma política tenha o apoio integral de seu partido, o PMDB. "Vai ser difícil, acho muito difícil", afirmou Jobim, após debate sobre a reforma do código eleitoral, promovido hoje pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na última sexta-feira, em encontro promovido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os quatro partidos decidiram que vão defender no Congresso o financiamento público de campanha e a manutenção do sistema proporcional. Os líderes das quatro legendas devem buscar o apoio do PMDB nesta semana.

O encontro da Fiesp reuniu, além de Jobim, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e José Antonio Dias Toffoli, juristas e advogados. Os debatedores chegaram à conclusão de que o sistema eleitoral atual está esgotado, mas levantaram dúvidas sobre a questão do financiamento público de campanha e o voto proporcional. A maioria defendeu o voto em lista e o voto distrital. "O sistema atual está esgotado e o financiamento público com deputados uninominais vai empurrá-lo para a ilegalidade", concluiu Jobim ao defender a criação de um sistema misto, com votação em lista fechada e distrital. Na palestra, o ex-ministro relatou as mazelas do atual sistema, em que os partidos buscam puxadores de voto e não candidatos com identidade partidária. "O que nos interessa no Brasil é a consistência partidária", afirmou o peemedebista.

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De acordo com ele, o eleitor também tem responsabilidade nas brechas que favorecem a corrupção no atual sistema. "O eleitor também é um grande demagogo, porque é comum ele pedir vantagens e o candidato não o atender. É uma relação promíscua em alguns casos. Em eleição para vereador, por exemplo, é muito comum", disse o ex-ministro, exemplificando pedidos de doação de camisas de futebol por eleitores.

A presidente Dilma Rousseff disse hoje que ainda não se encontrou com o ministro do Turismo, Pedro Novais, e que, portanto, não ouviu as explicações dele sobre as últimas denúncias envolvendo seu nome. "Primeiro a gente pede as explicações cabíveis. Eu voltei de São Paulo e hoje nós vamos encaminhar isso, avaliar a situação e tomar as medidas cabíveis de forma muito tranquila", disse a presidente, antes de participar da abertura de seminário sobre gestão de compras governamentais em Brasília. Questionada se o ministro já havia dado as explicações a ela, disse: "Ele não me deu explicação, até porque eu não estava aqui".

Novais deve entregar ainda hoje à presidente Dilma a sua carta de demissão. Hoje pela manhã, lideranças do PMDB decidiram que o partido não mantém mais apoio à permanência de Novais na pasta. Desde que assumiu a pasta, em janeiro, o ministro virou foco constante de denúncias. Na última, publicada hoje pelo jornal "Folha de S.Paulo", o Planalto soube que o ministro usa um servidor da Câmara, Adão dos Santos Pereira, como motorista particular da mulher dele, a aposentada do serviço público Maria Helena de Melo.

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O ministro do Turismo, Pedro Novais, entregou hoje à noite sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, que aceitou o pedido, mas ainda não há nome para substituí-lo no Ministério. A definição de quem ocupará o cargo sairá entre hoje e amanhã.

Em uma conversa na manhã de desta quarta-feira (14), envolvendo o ministro do Turismo, Pedro Novais, e as lideranças do PMDB, ficou decidido que o partido não mantém mais apoio à permanência de Novais na pasta. Ele deve entregar ainda hoje à presidente Dilma Rousseff a sua carta de demissão.

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Desde que assumiu a pasta, em janeiro, Novais virou foco constante de denúncias. Na última, publicada hoje pelo jornal Folha de S.Paulo, o Planalto soube que o ministro usa um servidor da Câmara, Adão dos Santos Pereira, como motorista particular da mulher dele, a aposentada do serviço público Maria Helena de Melo.

Adão servia no gabinete de Novais, quando ele era deputado federal pelo PMDB do Maranhão. Quando deixou o cargo para assumir o Turismo, o motorista foi transferido, em um jogo cruzado de favores políticos e fisiológicos comum no Congresso, para o gabinete do deputado Francisco Escórcio (PMDB-MA) - Novais e Escórcio são aliados incondicionais do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Em encontro com o vice-presidente da República, Michel Temer, ontem à noite, parte do PMDB defendeu a saída do ministro Pedro Novais (PMDB-MA) da pasta do Turismo. Na avaliação de peemedebistas, o ministro trouxe mais desgaste para o partido ao defender o ex-secretário Executivo da pasta Frederico Costa, um dos presos pela Operação Voucher, da Polícia Federal. Na semana passada, Novais disse em depoimento na Câmara que Fred, como é conhecido, foi uma indicação sua. "Ele (Novais) causou um constrangimento muito grande para a bancada. Ele tirou um problema do colo do PT e pôs no do PMDB", reclamou um dos 15 deputados, que participou da reunião com Temer.

Temer promoveu ontem à noite um encontro com parte da bancada do PMDB que está descontente com o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). O estopim para a insatisfação é a escolha do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para relatar o Código Civil. "O Henrique está alimentando a cisão na bancada. Acho impossível ele (Henrique) ser o presidente da Câmara com o PMDB dividido", alertou um outro participante do encontro com Temer. Apesar das pressões, Henrique estaria disposto a manter Eduardo Cunha na relatoria.

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Ontem, cinco organizações - a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), a Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), a Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM) e a Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT) - enviaram ofício para o vice-presidente Temer e o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), reivindicando que a relatoria do Código seja preenchida "um deputado federal com formação jurídica compatível com a profundidade e complexidade da matéria".

Para debelar mais um foco de insatisfação na base aliada, o vice-presidente Michel Temer se reuniu na noite desta segunda-feira (22) por quase três horas com os insatisfeitos do PMBD e com o líder da legenda na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), cuja liderança está sendo questionada. Deputados rebeldes têm contribuído para desestabilizar o ministro do Turismo, Pedro Novais, um peemedebista patrocinado pelo líder.

Depois do encontro, questionado sobre a permanência do ministro do Turismo, Osmar Terra (RS) disse que a questão "vai depender dos próximos dias". "Contra ele não tem nada, mas isso também tem uma questão política junta que precisa ser resolvida. Vamos ver como isso vai se comportar nos próximos dias", afirmou Osmar Terra. Para Henrique Eduardo Alves, esse assunto "não está em questionamento".

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Após a reunião, Alves admitiu que é preciso "ouvir mais" e prometeu mais "diálogo" com os correligionários para evitar novas distensões dentro da legenda e da base aliada. Parte da bancada do partido pressionava por não ter sido agradada na composição do segundo e terceiro escalões da máquina federal. A demora levou o grupo a até ameaçar a apoiar a instalação de uma CPI da Corrupção para investigar os escândalos do próprio governo - há também críticas à atuação do próprio Henrique Eduardo Alves, por falta de consultas à bancada na hora de fazer decisões.

Participaram ainda da reunião Danilo Forte (CE), Teresa Surita (RR), Renan Filho AL), Lúcio Vieira Lima (BA), Rose de Freitas (ES), Darcísio Perondi (RS) e Manuel Júnior (PB).

O vice-presidente Michel Temer oferece nesta terça-feira um jantar para a presidenta Dilma Rousseff, em nome do PMDB, no Palácio do Jaburu. O encontro vai reunir deputados, senadores e ministros do partido e é mais uma oportunidade de ajustar os canais com o PMDB, aparar as arestas e de aproximação com a presidenta, que está se movimentando mais, estreitando os laços com os partidos. A previsão é de que esta semana a presidenta Dilma permaneça em Brasília e mantenha contato com outros partidos aliados também.

Nas reuniões com dirigentes estaduais e municipais do PMDB Brasil afora, o presidente interino do partido, senador Valdir Raupp (RO), insiste em dizer que todos devem estar preparados para a possibilidade de trabalhar por um candidato da legenda à sucessão da presidente Dilma Rousseff.

"Nós temos de construir nomes para a sucessão em 2014", disse Raupp. "Temos vários, mas outros podem surgir." Os peemedebistas, que já se movimentam para 2014, têm três nomes neste momento. Um deles é o do vice Michel Temer (SP). Os outros são os do ex-ministro Nelson Jobim (Defesa) e do governador do Rio, Sérgio Cabral.

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Por trás dessa defesa da candidatura própria há dois recados do PMDB. Um, dirigido aos peemedebistas descontentes com a forma como julgam estar sendo tratados pelo PT na aliança, com denúncias de corrupção nos ministérios em que atuam. O outro recado é destinado à presidenta Dilma Rousseff, uma esfinge que o partido não consegue decifrar.

De acordo com dirigentes do PMDB, o que o partido hoje pergunta é se Dilma é capaz de chefiar uma aliança como a que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu. Será Dilma uma parceira confiável para a manutenção da aliança? Ou será preciso construir alternativas? O PMDB tem queixas quanto ao peso do que seus dirigentes chamam de "chicote do PT". O partido sempre reivindicou um lugar no conselho político da presidente, para influenciar no dia a dia do governo. Mas não conseguiu. Quis a divisão do governo em partes iguais, mas o PT não aceitou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Parlamentares de PMDB e PT foram os que mais destinaram emendas individuais ao Ministério do Turismo durante a elaboração do Orçamento de 2011. Os dois partidos estão no centro da Operação Voucher da Polícia Federal, que investiga desvio de recursos na pasta decorrentes justamente de uma emenda parlamentar apresentada pela deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP).

A área de Turismo é tradicionalmente das mais infladas no Congresso. No ano passado, o Executivo propôs gastos de R$ 862 milhões no setor, mas os congressistas elevaram esse montante para mais de R$ 3,5 bilhões.

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Levantamento feito pela assessoria técnica do PSOL com exclusividade para o jornal O Estado de S. Paulo mostra que deputados e senadores do PMDB destinaram R$ 285,8 milhões de suas emendas individuais para a área. O PT ficou com a segunda posição, com R$ 230,6 milhões. Somados, petistas e peemedebistas representam 36,5% do montante total de R$ 1,411 bilhão de emendas individuais apresentadas no setor do Turismo. Comissões temáticas e bancadas estaduais destinaram ainda mais R$ 1,3 bilhão para a área.

No ano passado, quando foram elaboradas as emendas, o PMDB tinha a maior bancada. Mas não apenas esse dado tornou o partido líder do ranking do Turismo. Dividindo o valor destinado pelo partido pelo número de parlamentares observa-se que os peemedebistas destinaram à área mais de 20% do total de emendas individuais a que tinham direito. Foram R$ 2,671 milhões, em média, por peemedebista.

O mesmo acontece no PT, que em 2010 era o segundo em tamanho no Congresso. Os petistas, na média, destinaram R$ 2,652 milhões cada para a área. Cada parlamentar pode destinar livremente R$ 13 milhões no Orçamento do ano passado.

Depois dos maiores partidos da base aparece uma legenda da oposição na lista por volume de recursos. Parlamentares do DEM destinaram R$ 177 milhões para a área. Na sequência aparecem PR, com R$ 130,7 milhões, PSDB, com R$ 126,7 milhões, e PTB, com R$ 113,3 milhões. Proporcionalmente, a bancada o PTB ocupa a primeira posição. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, negou nesta quinta-feira, em Curitiba, que haja qualquer crise envolvendo partidos aliados, particularmente o PMDB, ou que as acusações de corrupção estejam interferindo no trabalho normal do Governo Federal. "Não há qualquer crise, não vim aqui tratar de crise", afirmou. "Não há crise nos ministérios, os ministros continuam trabalhando, o PAC, o Minha Casa Minha Vida estão funcionando", acrescentou.

Falcão esteve na capital paranaense para participar de uma plenária, em que se discutiu o planejamento para as eleições municipais do próximo ano. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff está agindo de forma correta em relação às denúncias de corrupção, assim como já teria feito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos oito anos anteriores.

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"Todas as denúncias de corrupção têm sido apuradas", salientou. "Não só apoiamos as iniciativas de apuração como as ações estão coerentes com a trajetória do PT". Falcão acentuou que isso só é possível porque desde o governo anterior a Polícia Federal e a Receita Federal passaram a ser valorizadas, além de os ministérios contarem com seus próprios instrumentos de inteligência. "Há mais mecanismos de controle para cuidar que os recursos públicos sejam bem aplicados", disse.

Assim como o ministério de Dilma Rousseff - do qual já saíram Antonio Palocci, Alfredo Nascimento e Nelson Jobim, todos oriundos da administração anterior -, também o segundo escalão do governo passa por um processo de "deslulização".

No final de fevereiro, dois meses após a posse de Dilma, o caráter continuísta do governo era evidenciado pela composição da elite dos cargos de confiança na Esplanada dos Ministérios. Nada menos que 70% dos cargos DAS 6 - reservados para secretários, diretores e assessores especiais - eram ocupados por funcionários herdados da gestão Lula.

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Agora, o panorama é outro. Passados pouco mais de sete meses desde a mudança do governo, levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostra que a proporção de funcionários "herdados" caiu de 70% para 40%. A maioria dos 204 cargos da elite - os de remuneração mais alta - é agora ocupada por nomes novos, recém-chegados ao governo federal ou que estavam em outros cargos anteriormente.

Os números não são indicativo de ruptura, mas de um processo de renovação no seleto grupo encarregado de colocar em práticas as políticas públicas e tocar o dia a dia dos ministérios.

No início do governo, foi a própria presidente quem impôs um ritmo lento de mudanças no segundo escalão. Alguns ministros não conseguiram montar sua equipe da forma como queriam até receber sinal verde do Palácio do Planalto.

Em um primeiro momento, as nomeações foram brecadas por causa da votação do salário mínimo. O governo queria aprovar o valor de R$ 545, enquanto a oposição e as centrais sindicais pressionavam por cifras mais elevadas - o que elevaria os gastos públicos e comprometeria as metas fiscais de Dilma.

O segundo escalão entrou na barganha pela "fidelidade" dos partidos aliados - só quem seguisse a orientação do governo ganharia autonomia para preencher as vagas.

A pressão deu resultado. No primeiro teste do governo no Congresso, os deputados rejeitaram por 376 votos a 106 e por 361 a 120 as emendas da oposição. O destaque foi o comportamento da bancada do PMDB: 100% de fidelidade. No Senado, os oposicionistas tiveram pouco mais de 20 votos e também perderam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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