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O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, agradeceu nesta sexta-feira (20) o "discurso poderoso" de seu homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden, que pediu na quinta-feira mais apoio de Washington ao país que está em guerra contra a Rússia.

"O investimento dos Estados Unidos na defesa da Ucrânia garantirá a segurança da Europa e do mundo a longo prazo", afirmou Zelensky na rede social X.

Biden anunciou na quinta-feira em um discurso que solicitará ao Congresso que aprove em caráter de urgência financiamentos de ajuda para Israel e Ucrânia.

Os Estados Unidos estarão mais seguros "por gerações" se ajudarem esses dois países em guerra, insistiu o presidente americano em uma mensagem incomum à nação direto do Salão Oval da Casa Branca

"O Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas têm algo em comum: ambos querem aniquilar completamente uma democracia vizinha", acrescentou.

Desde que a Rússia iniciou a invasão em fevereiro de 2022, Estados Unidos e União Europeia são apoios cruciais para a Ucrânia e forneceram bilhões de dólares em ajuda financeira e militar.

No campo de batalha, o Exército ucraniano afirmou nesta sexta-feira que impediu um novo ataque russo na cidade industrial de Avdiivka, leste do país, que as tropas de Moscou tentam controlar há vários dias.

"O inimigo reiterou os ataques e não abandona as tentativas de cercar Avdiivka", anunciou o Estado-Maior ucraniano no Facebook.

"Nossos soldados resistem de maneira firme nas linhas de defesa", acrescentou. O Exército russo perdeu quase 900 homens e 150 veículos blindados foram destruídos na região nas últimas 24 horas, acrescentou o Estado-Maior ucraniano.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, visitou nesta terça-feira (20) a cidade de Bakhmut, que as tropas russas tentam controlar há vários meses e que representa um ponto crítico da frente de batalha no leste do país.

O chefe de Estado "se reuniu com militares, conversou com eles e condecorou nossos soldados", informou a Presidência, sem revelar mais detalhes.

A cidade é cenário há vários meses de combates violentos, nos quais a Rússia supostamente recorreu a mercenários, réus conscritos e jovens recrutas que são enviados em ondas para lutar contra as posições ucranianas.

A brutal guerra de trincheiras e artilharia destruiu áreas inteiras da cidade e de seus arredores, antes conhecidos pelos vinhedos e minas de sal.

"Me parece que os heróis de Bakhmut devem receber o que todo o mundo recebe", declarou Zelensky, de acordo com a imprensa estatal.

"Gostaria que houvesse luz, mas a situação é tão difícil que há luz e depois não há", disse, em referência aos cortes de energia elétrica provocados pelos bombardeios russos.

O presidente ucraniano já visitou diversos pontos da frente de batalha. Em novembro ele compareceu a Kherson (sul), após a retirada das tropas russas, e no início de dezembro viajou a Sloviansk, a algumas dezenas de quilômetros da frente leste.

Mas esta viagem parece a mais perigosa de todas que ele fez desde o início da guerra, pois as tropas russas reivindicaram a captura de vilarejos e áreas próximas de Bakhmut, embora a cidade permaneça sob controle de Kiev.

"Bakhmut é a fortaleza leste da Ucrânia", afirmou a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, que visitou a cidade, que tinha 70.000 habitantes antes da guerra, com Zelensky.

- Putin reconhece situação "difícil" -

Algumas horas antes, o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu que a situação é "extremamente difícil" nos quatro territórios que Moscou alega ter anexado.

Putin anunciou em setembro a anexação das regiões de Lugansk e Donetsk, no leste, e de Kherson e Zaporizhzhia, no sul, após referendos organizados pelas autoridades designadas por Moscou, votações que Kiev e o Ocidente chamaram de farsa.

As tropas russas, no entanto, em nenhum momento controlaram os territórios por completo, como ficou demonstrado com a retirada de Kherson após meses de contraofensiva ucraniana.

"A situação nas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e nas regiões de Kherson e Zaporizhzhia é extremamente difícil", declarou Putin ao Serviço Federal de Segurança.

O chefe de Estado se dirigiu em particular aos agentes de segurança que vivem nas "novas regiões da Rússia".

As pessoas que moram nestas regiões, os cidadãos da Rússia, dependem de vocês, da sua proteção", declarou.

Putin também disse que precisa da "máxima compostura e concentração das forças" nas operações de contraespionagem da Rússia.

"É necessário suprimir rigorosamente as ações dos serviços de inteligência estrangeiros, identificar rapidamente os traidores, espiões e sabotadores", acrescentou.

- Com um olho em Belarus -

O presidente russo viajou na segunda-feira a Belarus para sua primeira visita em muitos anos a esta ex-república soviética, onde se reuniu com o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko, que permitiu a entrada de tropas russas na Ucrânia a partir de seu território no início da invasão, em fevereiro.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, minimizou a importância do encontro e o definiu como "outro baile" de Putin e Lukashenko.

"De acordo com as informações disponíveis, não foram tomadas decisões críticas no encontro. Independente do que aconteça, estamos preparados para qualquer cenário", disse Kuleba.

O comandante das forças conjuntas da Ucrânia, Sergiy Nayev, afirmou que o "nível de ameaça militar (a partir de Belarus) aumenta gradualmente" e destacou que o país monitora "de perto" a transferência de armas a partir da Rússia.

Putin negou ter planos para absorver Belarus durante a visita de segunda-feira, mas os países defenderam o aumento da cooperação militar.

O governo ucraniano afirmou que ataques russos em seu território provocaram cinco mortes, incluindo três na região de Donetsk, onde fica Bakhmut.

A guerra teve um impacto significativo na economia da Ucrânia. O FMI aprovou na segunda-feira um plano que ajudará Kiev a arrecadar fundos de doadores.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viajou nesta quarta-feira para Izium, uma cidade de valor estratégico na região de Kharkiv (leste), em sua primeira visita aos territórios reconquistados dos russos graças à contraofensiva das últimas semanas.

Zelensky participou na cerimônia de hasteamento da bandeira ucraniana, informou no Facebook a 25ª brigada aerotransportada, que publicou fotos do presidente em Izium.

"Nossa bandeira azul e amarela está hasteada sobre Izium", disse o presidente ucraniano em sua conta no Telegram, em uma mensagem acompanhada por uma foto ao lado de militares.

A Ucrânia anunciou ter recuperado o controle de milhares de quilômetros quadrados no leste e sul, áreas que os russos ocupavam desde a invasão iniciada em 24 de fevereiro.

O exército russo informou nesta quarta-feira que bombardeou as tropas ucranianas na região de Kharkiv, que as tropas de Moscou cederam a uma contraofensiva relâmpago da Ucrânia.

"Aconteceram ataques em larga escala nas regiões de Dvoritchna, Balaklia e Kupiansk contra as forças e equipamentos das 14ª e 93ª brigadas motorizadas das Forças Armadas ucranianas", disse o ministério da Defesa russo em seu relatório diário.

Depois de uma ofensiva relâmpago, a Ucrânia reconquistou em duas semanas quase toda a região de Kharkiv, na fronteira com a Rússia, em particular as cidades de Balaklia, Kupiansk e Izium.

Estas duas últimas eram centros logísticos cruciais para as forças russas que, desde então, recuaram, segundo Moscou, para a província de Donetsk, uma das duas regiões separatistas do Donbass comandadas pela Rússia em território ucraniano.

A Ucrânia executa uma contraofensiva paralela no sul do país, na região ocupada de Kherson.

O país também reivindica avanços na regiãs, porém menores que os registrados no nordeste do país.

O exército russo está atacando áreas civis, denunciou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, ao mesmo tempo que elogiou o "heroísmo" de seus compatriotas diante da invasão e afirmou que as tropas estão fazendo "todo o possível" para defender o país.

"Eles dizem que os civis não são um alvo. Mas esta é outra mentira deles. Na realidade, eles não fazem distinção entre as áreas em que operam", disse Zelensky em um vídeo.

"Esta noite começaram a bombardear bairros civis. Isto nos recorda (a ofensiva nazista de) 1941", completou na mensagem, divulgada nas redes sociais.

Duas fortes explosões foram ouvidas na madrugada desta sexta-feira (25) no centro de Kiev. O exército da Ucrânia relatou "disparos de mísseis" contra a capital e a destruição de dois deles pelos sistemas de defesa.

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, informou que três pessoas ficaram feridas, uma delas em estado crítico, em um bairro residencial ao sudeste da capital.

"Os ucranianos estão demonstrando heroísmo", afirmou Zelensky. Ao iniciar a invasão na quinta-feira, os russos "pensavam que nossas forças estavam cansadas, mas não estamos cansados".

"Nossas forças estão fazendo todo o possível" para defender a Ucrânia, destacou.

Zelensky também afirmou que a Rússia terá que falar com a Ucrânia em algum momento para encerrar os combates.

"A Rússia terá que falar conosco, mais cedo ou mais tarde. Conversar sobre como acabar com os combates e parar esta invasão. Quanto mais cedo a conversa começar, menores serão as perdas, inclusive para a Rússia", declarou o chefe de Estado ucraniano.

Em uma mensagem aos russos que protestaram contra a guerra na quinta-feira, incluindo centenas que foram detidos, ele declarou: "Aos cidadãos da Federação da Rússia que estão saindo para protestar, nós os observamos vocês. E isto significa que vocês nos ouviram. Isto significa que vocês acreditam em nós. Lutem por nós. Lutem contra a guerra".

A invasão russa começou na madrugada de quinta-feira, depois do reconhecimento na segunda-feira da independência dos territórios separatistas rebeldes da região leste da Ucrânia por parte de Vladimir Putin.

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovytch, sofre uma "doença respiratória aguda", em plena crise política no país após dois meses de protestos nas ruas, anunciou nesta quinta-feira (30) a presidência.

"O presidente está de baixa por uma doença respiratória aguda acompanhada de febre alta", informou a assessoria de imprensa da presidência, dois dias depois da renúncia do gabinete de governo.

O movimento de protesto nasceu em resposta à decisão de Yanukovytch de não assinar um acordo de associação com a União Europeia (UE) e de privilegiar uma aproximação com Rússia, que concedeu um crédito de 15 bilhões de dólares a Kiev e uma redução do preço do gás.

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