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O exército de Ruanda atuou no leste da República Democrática do Congo (RDC), diretamente e em apoio a grupos armados, a partir de novembro de 2021, afirma um relatório de especialistas enviados à região pela ONU.

O exército ruandês "fez intervenções militares contra grupos armados congoleses e posições das Forças Armadas congolesas" de novembro de 2021 até junho de 2022, informa o relatório enviado ao Conselho de Segurança e ao qual a AFP teve acesso.

Os especialistas afirmam que Kigali também "forneceu reforços de tropas ao M23 para operações específicas, especialmente se estavam destinadas a tomar cidades e zonas estratégicas".

O M23 (Movimento 23 de Março) é um antigo grupo rebelde de maioria tutsi derrotado em 2013, que retomou as ações armadas no fim do ano passado para exigir a aplicação de um acordo assinado em Kinshasa.

Desde o fim de março, a frequência e a intensidade dos combates aumentaram de forma drástica e o M23 conquistou zonas do território de Rutshuru, dezenas de quilômetros ao norte de Goma, a capital provincial de Kivu Norte.

O relatório dos especialistas da ONU derruba as negativas das autoridades de Ruanda e prova o envolvimento do país "unilateralmente ou conjuntamente com os combatentes do M23" no leste da RD Congo.

Em comunicado, o governo ruandês negou as acusações da ONU e disse que eram "alegações invalidas".

"Ruanda tem o direito legítimo e soberano de defender sue território e seus cidadãos e não apenas esperar até que aconteça uma catástrofe", declarou Yolande Makolo, porta-voz do governo.

O embaixador da Itália em Kinshasa morreu nesta segunda-feira (22) depois de ser atingido por tiros em um ataque contra o comboio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), durante uma visita à região de Goma, leste da República Democrática do Congo (RDC), informaram fontes diplomáticas.

O embaixador Luca Attanasio "morreu em consequência dos ferimentos", declarou à AFP uma fonte diplomática de primeiro escalão em Kinshasa. A Itália confirmou a morte de Attanasio, 43 anos, e que estava no posto desde o início de 2018.

Outras duas pessoas morreram no ataque, informou à AFP o major Guillaume Djike, porta-voz do exército na região de Kivu do Norte, sem revelar as identidades das vítimas. Estas vítimas seriam o motorista e o segurança do embaixador, de acordo com várias fontes.

Gravemente "ferido por um tiro no abdômen", o embaixador foi levado para um hospital de Goma "em estado crítico", disse a fonte diplomática à AFP. "As Forças Armadas congolesas estão na região para encontrar os criminosos", anunciou o exército.

O ataque contra o comboio do PMA aconteceu ao norte de Goma, a cidade mais importante da província de Kivu do Norte, cenário de atos de violência de grupos armados há mais de 25 anos.

A região abriga o parque nacional de Virginia, joia turística ameaçada, que também é cenário de conflitos entre os grupos armados que disputam o controle de suas riquezas naturais.

Pelo menos 15 pessoas morreram e outras 21 ficaram feridas, neste domingo (11), em Kinshasa, quando uma partida de futebol entre os times ASV Club e Tout Puissant Mazembe, duas equipes populares, terminou em violência, segundo um balanço provisório oficial. "O balanço no momento atual" é de "15 mortos e 21 feridos", declarou a imprensa ao governador de Kinshasa, André Kimbuta, que se encontrou com o ministro do Interior, Richard Muyej, no hospital Mama Yemo, aonde 14 mortos e 11 feridos foram levados.

Os torcedores do ASV Club ficaram agitados ao ver sua equipe perder, reportou a Rádio Okapi, criada pela ONU. "Eles começaram a atirar projéteis no campo, forçando o árbitro a interromper a partida repedidamente", prosseguiu o informe da rádio. A partida terminou com uma chuva de pedras, atiradas das arquibancadas, onde uma briga começou, acrescentou a TV nacional.

A polícia atirou bombas de gás lacrimogênio na direção da multidão, houve correria nas arquibancadas "e nesta confusão, um muro do estádio desabou", emendou a Rádio Okapi. O Tout Puissant Mazembe vencia por um gol quando a confusão começou.

A causa exata das mortes não foi revelada imediatamente. Um inquérito foi aberto para investigar a tragédia "para identificar os responsáveis", disse Kimbuta. Antes da partida, dezenas de policiais foram mobilizados para o entorno do estádio Tata Raphael, após o registro de confusões em partidas anteriores entre os dois times.

O ASV Club é um clube de futebol muito popular em Kinshasa. Várias vezes campeão, o TP Mazembe fica baseado em Lubumbashi, no sudeste do país, e é vinculado ao empresário Moise Katumbi, governador da rica província mineradora de Katanga, da qual Lubumbashi é a capital.

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