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O Banco Central apresentou nesta quarta-feira, 23, o ponto de partida para, finalmente, cumprir a meta de levar a inflação a 4,5% em 2017. Segundo o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro, o IPCA encerrará 2017 em 4,8% pelo cenário de referência e em 4,9% pelo de mercado. É bom lembrar que a margem de tolerância para desvios de rota naquele ano será menor de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo - até 2016, a banda é de 2 pp.

Essa primeira referência sobre o que projeta o BC para o IPCA de aqui a dois anos é que calibrará a confiança dos agentes econômicos nos discursos e na probabilidade de entrega dessa tarefa pela instituição. Neste ano, como já adiantou o presidente Alexandre Tombini, ele terá de escrever uma carta ao Ministério da Fazenda para justificar os motivos que levaram ao descumprimento dessa missão.

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Pela abertura do Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, os analistas do setor privado passaram a projetar um aumento da taxa básica Selic, atualmente em 14,25% ao ano, já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Até 15 dias antes, o consenso era o de que a Selic ficaria estável ao longo de todo 2016. Este RTI será fundamental para afinar as apostas.

Pelos discursos mais recentes do BC, a inflação do ano que vem deverá se situar entre o centro de 4,5% e o teto de 6,5%. A deste ano, ficará em dois dígitos. Além de contar com uma forte desinflação em 2016, a instituição também espera uma colaboração da atividade econômica, em recessão, para proporcionar alívio dos preços. Pelos cálculos da autoridade monetária, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter queda de 3,6% em 2015 e de 1,9% em 2016. De acordo com a Focus da última segunda-feira, o mercado projeta uma queda de 3,70% para este ano e de 2,80% para o próximo.

O detalhamento do RTI será feito pela primeira vez pelo novo diretor de Política Econômica, Altamir Lopes, às 11 horas. Durante a divulgação do Boletim Regional no início de novembro, ele foi o primeiro a dizer de forma clara que o foco do BC para a convergência da inflação para a meta passou de ser 2017 - até então, a comunicação do BC trazia a expressão "horizonte relevante para a política monetária".

Na última edição do RTI, em setembro, o presidente Tombini surpreendeu a todos ao aparecer de surpresa para a divulgação. No dia da divulgação do RTI do terceiro trimestre, o mercado financeiro estava em polvorosa, ainda sentindo os efeitos do primeiro rebaixamento do Brasil pela agência de classificação Standard & Poors, no dia 9 daquele mês. O dólar era comercializado a R$ 4,20 e, após o discurso de Tombini, diminuiu a tensão nos negócios naquele dia.

A inflação ao consumidor aumentou desde setembro até agora, conforme constatou o Banco Central por meio de documento divulgado a jornalistas nesta terça-feira (23), enquanto o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, começou a fazer uma apresentação para comentar o Relatório Trimestral de Inflação. Ele usa como parâmetro de comparação o intervalo entre as divulgações dos relatórios.

Desde então, conforme a apresentação impressa, os preços nos mercados atacadistas seguem pressionados - em particular, os agrícolas. No documento, há menção também ao avanço da correção de preços relativos (dos preços internos em relação aos internacionais e dos administrados em comparação com os livres). Na avaliação do BC, a inflação tende a se elevar no curto prazo e permanecer elevada em 2015.

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A expectativa, porém, é de que, ao longo do próximo ano, a inflação adquira uma composição mais sustentável e entre em "longo período de declínio". Isso se dará, de acordo com o documento, por conta da elevação da taxa Selic, da política fiscal, que tende a ser mais contida, e moderação nas concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito.

Além disso, a apresentação destaca que os processos de realinhamento de preços tendem à exaustão ao longo do horizonte de projeção do BC (dois anos) e que as expectativas de inflação estão mais favoráveis no final desse horizonte. O papel traz ainda a perspectiva de moderação salarial.

De acordo com Carlos Hamilton, a redução dos preços do petróleo no mercado internacional sugere inflação contida no curto prazo, mas com tendência de que ela tenha uma elevação no médio prazo especialmente em 2016. No entanto, no cenário doméstico, ele acredita que a ampliação da produção interna de petróleo, além da depreciação do real e maior crescimento global, contribuirá para reverter o déficit na balança comercial.

Hamilton afirmou que os riscos para a estabilidade financeira global tendem a permanecer elevados e há perspectivas de que a atividade global fique mais intensa, apesar da heterogeneidade da distribuição entre os principais blocos econômicos. Para o BC, é provável também que se observe novas rodadas de tensão e de volatilidade nos mercados de moedas.

No cenário doméstico, ele destacou que os dados do terceiro trimestre de 2014 indicaram moderada recuperação da atividade econômica, com destaque para o crescimento da indústria e dos investimentos. Ressaltou também que a utilização da capacidade instalada (UCI) está em ligeiro declínio e o mercado de trabalho opera com estreita margem de ociosidade, com baixa taxa de desemprego. Segundo ele, a atividade no Brasil entrará em trajetória de recuperação no segundo semestre de 2015.

O diretor do BC salientou ainda a importância da política fiscal na condução da política monetária, mas frisou que são ações na área de juros que vão ter efeitos reais sobre a inflação. "É importante que fique claro: são as ações de política monetária que vão trazer a inflação para baixo", disse.

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, defendeu nesta quinta-feira, 27, durante apresentação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a atuação da autoridade monetária no sentido de tentar levar a inflação para o centro da meta e elencou a política fiscal expansionista dos últimos anos como um dos fatores que levaram a alta de preços para os patamares atuais.

"Sempre trabalhamos com foco em levar inflação para o centro da meta, mas a inflação responde a diversos estímulos que não necessariamente estão sob o controle do BC", argumentou o diretor. Hamilton citou a apreciação da taxa de câmbio nos últimos anos como um desses fatores. "Os movimentos da taxa de câmbio são determinados pelas forças de mercado e não pelo BC. Houve bastantes mudanças no cenário global que justificaram esse movimento", acrescentou.

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O diretor lembrou que a inflação estava em 4,9% em junho de 2012, mas alegou que houve "problemas" depois que impactaram os preços, como a seca que atingiu produtores de commodities e o excesso de chuvas gerou um choque de alimentos in natura. "Além disso, tivemos uma política fiscal expansionista nesses anos, e temos um mercado de trabalho apertado com salários crescendo acima dos ganhos de produtividade", destacou.

Ele ressaltou ainda que a autoridade monetária tem feito o que "está ao seu alcance" e lembrou a alta de 350 pontos na Selic desde abril do ano passado. "Apesar dos ventos contrários - que fazem parte, porque não precisamos só ter ventos favoráveis -, a inflação em 12 meses medida por quase todos os indicadores recuou. O nosso cenário indica uma projeção de inflação recuando no horizonte com o qual trabalhamos", concluiu.

O governo tem mais um argumento para explicar parte da alta da inflação durante o mandato da presidente Dilma Rousseff, a realização da Copa do Mundo de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Pelos cálculos do Banco Central, esses dois eventos vão adicionar cerca de dois pontos porcentuais ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre 2007 e 2017. O período considera que o efeito sobre os preços começa no ano do anúncio de que o Brasil sediará a Copa, sendo desinflacionário até 2010 e puxando a inflação para cima a partir de 2011.

Os cálculos do BC são baseados em estudos internacionais que utilizam dados sobre 179 países entre 1948 a 2012. Nesse período, foram realizados 16 Copas do Mundo de Futebol, começando pela Copa de 1950 no Brasil, e 31 Jogos Olímpicos (considerando também jogos de inverno). Quando se considera um evento isolado, a inflação diminui no ano do anúncio do país-sede. Em seguida, começa a subir. O impacto máximo se dá no ano seguinte à realização do megaevento e desaparece totalmente seis anos depois. "Os megaeventos esportivos são ligeiramente inflacionários", segundo o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo.

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No caso brasileiro, haverá sobreposição de dois eventos. Por isso, o benefício para redução da inflação vai de 2007 até o fim de 2010. A partir de 2011, início do atual governo, a pressão é de alta nos preços, chegando ao ponto máximo por volta de 2017 e desacelerando até 2021. Nos dois anos seguintes, o efeito volta a ser deflacionário. Embora o impacto sobre a inflação vá até 2023, o BC só divulgou o porcentual acumulado até 2017.

Gasolina - Outro risco para a inflação nos próximos anos, segundo o BC, são os preços de alguns produtos cujos reajustes são controlados pelo governo, como a gasolina. No Relatório Trimestral de Inflação divulgado , a instituição diz que alta do dólar deveria provocar alguns reajustes no Brasil em relação ao que se paga pelo mesmo produto no resto do mundo. No entanto, alguns preços estão "desalinhados, em patamares baixos", segundo o BC, o que gera incertezas sobre quando esse repasse ocorrerá.

Por enquanto, o BC projeta estabilidade no preço da gasolina. Ou seja, para a instituição, não haverá aumento na bomba. Mesmo assim o relatório cita como um risco para a inflação as "incertezas que cercam a trajetória de preços com grande visibilidade, como o da gasolina e os de alguns serviços públicos."

Outra questão a ser definida é o preço da energia elétrica. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou de 2014 para 2015 o início da regra que prevê o repasse imediato do preço mais alto da energia termelétrica para o consumidor na conta de luz. O diretor do BC diz que a projeção de alta de 7,5% na energia em 2014 não seria alterada significativamente se a regra passasse a valer no próximo ano. Segundo Hamilton, para que houvesse alteração, o BC teria de partir da hipótese de que os preços subirão o ano todo e não que eles ficarão oscilando mês a mês, para baixo ou para cima. "Vamos aguardar para ver como isso vai evoluir a partir de 2015. Acredito que o preço pode ficar mais volátil, mas não significa que vai crescer mais."

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Carlos Hamilton de Araújo, se defendeu de críticas sobre a avaliação do BC na área fiscal. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado ,nesta segunda-feira (30), o BC afirma que "não se faz necessária" a geração de superávits primários do setor público de ampla magnitude. Essa necessidade de gerar superávits maiores, segundo o banco, ocorria quando havia preocupação de solvência do setor público, o que não ocorre agora.

Hamilton argumentou que foi apresentada no relatório pela primeira vez o conceito do superávit estrutural. "Na ata de julho, o BC ratificou a informação de que nas projeções considerariam o primário estrutural em julho, pois a avaliação do Copom era a de que a política fiscal estava em campo expansionista", disse.

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Na ata de agosto, continuou o diretor, foi repetida a informação de que o indicador fiscal era o estrutural. "Agora, olhando para frente, a avaliação era de que a política fiscal poderia se deslocar para a neutralidade. Não há inconsistência entre as mensagens. Uma era a leitura do passado (expansionista) e agora é para frente, onde o Copom avalia que há condições para que a política fiscal possa se deslocar para a neutralidade", argumentou. Em seguida, o diretor afirmou: "isso não é uma promessa, é uma hipótese de trabalho".

Ele salientou que, para que a política fiscal atinja a neutralidade, é suficiente que o superávit primário permaneça constante. "Um superávit em torno do que tem sido feito recentemente garantiria uma relação dívida/PIB estável nos próximos anos", reiterou. Hamilton disse que o BC continua contando com uma dívida estável. "Uma geração de superávit primário nos patamares próximos do que tivemos recentemente seria compatível com a queda da relação dívida/PIB. É uma afirmação. Não tem nenhum desejo nisso", insistiu.

Hamilton avaliou que a mudança na comunicação em relação à política fiscal é um avanço. "Eu acredito que essa mudança foi comunicada adequadamente e fizemos porque, tecnicamente, é um avanço. A cada rodada de revisão, de vez em quando, aparece uma novidade, uma inovação", justificou, sem responder se a mudança foi feita a pedido do governo.

O diretor do BC também evitou responder perguntas sobre a falta de confiança do mercado em relação à política fiscal. "Tem que perguntar para o mercado por que há falta de confiança na política fiscal", disse. "Uma trajetória sustentável do setor público contribui para a retomada da confiança", completou.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central divulgado, nesta segunda-feira (30), as as exportações brasileiras respondem mais às condições de demanda global do que às variações cambiais. "A evidência indica que as exportações brasileiras não seriam muito afetadas pela taxa de câmbio real. Essa avaliação se apoia na estimativa de baixa elasticidade preço da demanda pelos produtos de maior peso na pauta de exportações brasileira, notadamente das commodities", diz o BC.

Ainda de acordo com o texto, a análise gráfica aponta exportações com taxas de crescimento elevadas entre 2003 e 2008, quando a expansão média das receitas em dólares ficou acima de 20% ao ano. "Essa expansão, note-se, ocorreu em período de valorização gradual da taxa de câmbio efetiva real", pondera o BC.

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"De modo geral, as evidências indicam exportações responsivas às condições de demanda global (incluindo o efeito dessa sobre o preço internacional de commodities)." Na margem, entretanto, há sinais de sensibilidade das exportações à taxa de câmbio, especialmente as receitas de exportações para o grupo de manufaturados.

Com relação às importações, continua o BC, a análise econométrica aponta existência de relação de longo prazo. "As elasticidades sugerem importações significativamente dependentes tanto do nível da demanda doméstica, quanto da taxa de câmbio real."

Como lembra o BC, a cotação da moeda brasileira passou por ajustes recentes em relação às moedas dos principais parceiros comerciais. O realinhamento, natural em um regime de câmbio flutuante, diz o texto, na medida em que reflete condições subjacentes da economia, implicou em depreciação efetiva do real de aproximadamente 30% em relação aos picos atingidos em meados de 2011. ( -

O Banco Central publicou um boxe em seu Relatório Trimestral de Inflação sobre a evolução recente do mercado de trabalho e a segmentação do conjunto de desempregados. Conforme o documento, é plausível afirmar que há uma acomodação no mercado de trabalho. "As evidências apresentadas indicam o subconjunto de recém desempregados como mais sensível a choques desfavoráveis na demanda por mão de obra. Além disso, também sugerem, na margem, acomodação no mercado de trabalho", trouxe o boxe intitulado "Indicadores Alternativos do Mercado de Trabalho: uma análise do subgrupo dos recém-desempregados".

O BC enfatizou que o aquecimento do mercado de trabalho no recente ciclo de expansão da economia brasileira caracterizou-se pelo recuo da taxa de desemprego (TD). "Essa tendência foi mantida em 2011 e 2012, não obstante a desaceleração da atividade. O aumento da TD na comparação interanual, observado em junho e julho de 2013, e a evolução de outros indicadores, sugere, entretanto, acomodação no mercado de trabalho."

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Para a autoridade monetária, embora a TD seja indicador-chave para a avaliação do mercado de trabalho, é importante ampliar o conjunto de informação para tornar a análise desse mercado mais abrangente. Por isso, os técnicos do BC dividiram o conjunto de desempregados em três subconjuntos: recém-desempregados (desempregados há menos de um ano), desempregados há mais de um ano e desempregados que nunca trabalharam e buscam o primeiro emprego.

A conclusão do estudo é a de que a análise do grupo de recém-desempregados permite que se identifique mais rapidamente o eventual deslocamento da curva de demanda por trabalho e, em consequência, favorece o diagnóstico tempestivo das condições de mercado.

O Banco Central avalia que o cenário de maior crescimento global, principalmente de importantes parceiros do Brasil, e de depreciação do real torna a dinâmica da demanda externa mais favorável ao crescimento da economia doméstica.

Segundo o BC, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram elevados, como os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos e da forte inclinação da curva de juros em importantes economias maduras.

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Para o BC, a volatilidade dos mercados financeiros tende a reagir à publicação de novos indicadores e ou a sinalizações feitas por autoridades que apontem para o início (ou sua iminência) do processo de normalização das condições monetárias nos Estados Unidos.

Apesar de identificar baixa probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, o BC pondera que o ambiente nos mercados financeiros internacionais permanece complexo.

O BC alertou para o fato de que a influência do preço do petróleo sobre a inflação doméstica não se materializa apenas exclusivamente por intermédio do preço local da gasolina. Segundo o BC, também há influência via cadeia produtiva do setor petroquímico e pelo canal de expectativas de consumidores e de empresários.

Segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda-feira, 30 uma fonte relevante de risco para a inflação reside no comportamento das expectativas de inflação, impactadas negativamente nos últimos meses pelo nível da inflação corrente, pela dispersão de aumentos de preços e por incertezas que cercam a trajetória de preços com grande visibilidade, como o da gasolina e o de transportes urbanos.

O BC destaca que as compras de produtos externos tendem a contribuir para o arrefecimento das pressões inflacionárias domésticas por meio de dois canais. Em primeiro lugar, porque esses produtos competem com os produzidos domesticamente e, assim, impõem maior disciplina aos formadores de preços. Em segundo, porque as importações de bens reduzem a demanda nos mercados de insumos domésticos, contribuindo para o arrefecimento de pressões de custos e, por conseguinte, de seus eventuais repasses para os preços ao consumidor.

Para o BC, as pressões de custos de fatores não amparadas por ganhos de eficiência contribuem para reduzir a competitividade das empresas domésticas no mercado internacional de bens, em ambiente global no qual prevalece excesso historicamente elevado de capacidade ociosa.

O Banco Central estima que o crescimento da indústria em 2013 será de 1,1%, segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta segunda-feira (30). No relatório anterior, de junho, a projeção era de uma expansão de 1,2%. O crescimento do setor de serviços este ano também foi reduzido de 2,6% para 2,3%. A produção agropecuária, no entanto, foi elevada de 8,4% para 10,5%, impactada pelo desempenho melhor do que o esperado do setor no segundo trimestre do ano.

A projeção do BC para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2013, incorporando os resultados do segundo trimestre, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e informações disponíveis sobre o trimestre em curso, é de uma expansão anual de 2,5%, ante 2,7%, no relatório anterior. No âmbito da demanda agregada, o BC reduziu de 2,6% para 1,9% a projeção para o consumo das famílias, "compatível com a moderação do mercado de trabalho". A projeção para o consumo do governo passou de 2,4% para 1,8%.

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A previsão para Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), no entanto, foi ampliada de 6,1% para 6,5%. A contribuição da demanda interna para a expansão do PIB em 2013 é estimada em 3,5 pontos porcentuais e a do setor externo, em -1,0 ponto porcentual. No âmbito do componente externo da demanda agregada, as variações anuais das exportações e das importações forem revisadas de 2,8% para 1,7%, e de 7,6% para 8,4%, respectivamente.

O Banco Central (BC) está mais pessimista em relação ao crescimento da economia brasileira em 2013. Para a autoridade monetária, o Brasil fechará o terceiro ano do governo Dilma Rousseff com uma alta de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção do BC há três meses era de um crescimento de 2,7% ao longo deste ano. A nova previsão consta no Relatório Trimestral de Inflação de setembro, divulgado nesta segunda-feira, 30, no Relatório Trimestral de Inflação.

No relatório de março, o BC esperava uma alta de 3,1% do PIB. Para o acumulado em 12 meses até o segundo trimestre de 2014, o BC estima uma alta também de 2,5%. A estimativa do BC é igual à do Ministério da Fazenda, que projetou no relatório de despesas e receitas do Orçamento de 2013 um crescimento de 2,5% do PIB.

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A estimativa do mercado financeiro, no entanto, divulgada também nesta segunda-feira, 30, pelo BC, no boletim Focus, é de um crescimento da economia este ano de 2,4%. No primeiro ano do seu governo, a presidente conseguiu um crescimento de 2,7% e, no segundo, de apenas 0,9%.

 

Câmbio

O BC passou a usar uma cotação para o dólar de R$ 2,35 segundo o relatório. O valor é menor do que o da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no qual o cenário de referência levou em consideração uma taxa de câmbio de R$ 2,40 e taxa Selic em 8,50%.No relatório de inflação anterior, de junho, o parâmetro utilizado no cenário de referência era de R$ 2,10.

A nova cotação de R$ 2,35, incluída hoje no relatório de inflação, tem como data de corte o dia 6 de setembro. O valor é mais alto do que o do fechamento do dia de corte. Em 6 de setembro, o dólar à vista fechou em R$ 2,3070 e o dólar para outubro, em R$ 2,3175.

As projeções do BC do relatório desta segunda-feira, 30, leva em conta a meta para a taxa Selic de 9,00%. Na ata do Copom, a projeção levava em consideração uma taxa Selic de 8,50%. Em agosto, a moeda renovou valores recordes ao longo de vários dias, antes que o BC anunciasse um programa regular de intervenção.

O dólar chegou a bater a marca de R$ 2,45 - valor recorde em cinco anos. Mas, no dia 22 de agosto, o BC anunciou um programa de US$ 100 bilhões para dar liquidez ao mercado cambial, o que freou a subida da moeda norte-americana.

A medida ocorreu poucos dias antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 28, que elevou de 8,5% para 9% a taxa Selic. Em setembro, o dólar recuou mais com a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de manter inalterado os estímulos à economia dos Estados Unidos.

O valor determinado pelo colegiado para constar no relatório é mais alto do que ao da cotação do dia de corte, o que, na prática muda a ação do BC para o uso dessas projeções, que vinha usando valores mais baixos.

Nos últimos meses, o Broadcast vem ressaltando a decisão da autoridade monetária de optar por utilizar parâmetros para suas projeções distantes das variáveis de mercado. No Relatório Trimestral de Inflação de março, os valores considerados para o cenário de referência foram de R$ 1,95 para a taxa de câmbio e de 7,25% para a taxa Selic.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, preferiu não comentar o Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, 27, pelo Banco Central, mas destacou o fato de o teto da meta do IPCA - de 6,5% - estar sendo respeitado. "O importante para nós é que as metas de inflação estabelecidas não sejam ultrapassadas. Mesmo com as previsões do BC, estaremos dentro do teto da meta por mais um ano", disse o ministro.

Perguntado sobre o crescimento do PIB em 2013, Mantega citou analistas que estimam uma expansão da economia entre 2,5% a 3%. "Meu papel não é fazer previsões, mas estabeleço uma meta de 3% de crescimento para ser perseguida. O governo tem que se esforçar para viabilizar essa meta, que é viável e boa para o desenvolvimento do País", afirmou.

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Segundo Mantega, o crescimento do PIB em 2013 será maior do que o registrado no ano passado, uma vez que os investimentos estão crescendo, a agricultura está se expandindo, a indústria está se recuperando e os serviços vêm crescendo de forma moderada. "Os indicadores apontam que este ano teremos um crescimento maior do que o de 2012, e maior do que o de outros países que estão desacelerando", concluiu.

Era esperada a tensão nos mercados vista nas duas últimas semanas depois de o banco central dos EUA sinalizar que pretende mudar a sua política de injeção de recursos na economia. A avaliação é do diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo. "Acho que um aspecto que tem que ser explorado é que o nervosismo é um nervosismo do bem. É uma volatilidade em relação à melhora de perspectiva das condições da economia dos Estados Unidos", afirmou. "Isso vai trazer benefícios para todo mundo", continuou em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 27.

A indicação do BC norte-americano tem promovido migração global de investidores dos ativos de maior risco, como Bolsas de Valores e moedas de emergentes, para aplicações em títulos da dívida dos EUA. Internamente, o movimento externo tem se traduzido por valorização do dólar, juros futuros mais altos e perdas na Bovespa.

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Hamilton considerou, porém, que compartilha da visão de que, de fato, os prêmios foram longe demais. Mas isso faz parte de momentos de estresse." Segundo ele, em alguns vértices da curva de juros houve exagero no alargamento das taxas. "Mas a situação é similar à questão da porta estreita, quando muita gente está querendo sair ao mesmo tempo." Ele observou, contudo, que alguns mercados, em alguma medida, já recuaram.

Saída do BC

Ao ser questionado quanto a um suposto pedido de demissão, o diretor do BC leu uma nota divulgada pela assessoria de imprensa da instituição. O comunicado desmente "categoricamente" a informação de que o diretor esteja demissionário ou tenha pedido demissão. Diz ainda que tais afirmações não correspondem aos fatos.

Hamilton foi questionado, então, sobre o motivo de ter lido a nota, ao invés de fazer o desmentido com suas próprias palavras. Assessores do diretor disseram, em resposta, que a nota é o que está valendo.

O Banco Central projetou um crescimento de 3,0% para o Produto Interno Bruto (PIB) acumulado em 12 meses até o final do primeiro trimestre de 2014. A previsão, apresentada no Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, 27, para este período é inédita. A autoridade monetária destacou que a taxa é 1,8 ponto porcentual superior à observada em igual período deste ano.

Todos os setores da economia, conforme o BC, vão auxiliar nesse desempenho melhor. A estimativa do Banco Central é de que a produção agropecuária deverá aumentar 4,9% ante 3,9% vista no período de quatro trimestres finalizado em março de 2013. O crescimento da indústria está estimado em 2,5%. Na base de comparação, o setor registrou retração de 1,2%.

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A indústria de transformação deve subir 3,2% e a da construção civil, 2,6%. A produção da indústria extrativa mineral, segundo o BC, deverá manter-se estável. Já o setor terciário deverá crescer 2,9% no período de quatro trimestres encerrado em março de 2014.

O BC destacou os aumentos projetados para as atividades intermediação financeira, 2,4 pontos porcentuais; comércio, 2,3 pontos porcentuais; e transporte, 2,6 pontos porcentuais; em linha com as perspectivas de crescimento do crédito e de melhora no desempenho dos setores primário e secundário.

O Banco Central elevou de 5,1% para 5,2% a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses ao final de 2014 no cenário de mercado. Essa projeção se encontra abaixo do cenário de referência, que prevê o IPCA em 5,4% ao final do ano que vem. Para 2013, a projeção do cenário de mercado ficou estável em 5,8%. O IPCA, pelas estimativas do BC, vai fechar o segundo trimestre acima do teto da meta, em 6,8%. O teto da meta de inflação é de 6,5%. A inflação recuará para 6,3% no terceiro trimestre.

Em 2014, a projeção parte de 5,6% no primeiro trimestre e se desloca para 5,2%, mantendo-se nesse patamar nos quatro trimestres seguintes. No segundo trimestre de 2015, a projeção encontra-se em 5,3%. Nesse cenário, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da metam em 2013 caiu de 25% para 21%. Para 2014, a chance de estouro passou de 26% para em torno de 25%.

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Apesar do compromisso do governo Dilma Rousseff com a queda da inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2013 com uma taxa maior do que a verificada em 2012. A projeção para o IPCA subiu de 5,7% para 6% ao final de 2013, no cenário de referência, mostra o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do segundo trimestre de 2013, divulgado pelo Banco Central, nesta quinta-feira, 27.

Em 2012, segundo ano do governo Dilma, o IPCA fechou em 5,84%. Ao longo deste ano, o presidente do BC, Alexandre Tombini, e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeram em várias ocasiões uma inflação menor em 2013 do que a de 2012. A queda da inflação também foi uma promessa da presidente Dilma.

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Pelas novas projeções do BC, o IPCA no último ano do governo da presidente Dilma, em 2014, ficará em 5,4%, bem acima do centro da meta de inflação, fixada em 4,5%, e da estimativa anterior, de 5,3%.

O BC também revisou, para baixo, sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013, de 3,1% para 2,7%. Pela primeira vez a autarquia apresentou também sua estimativa para a expansão da economia brasileira em 12 meses até o final do primeiro trimestre de 2014, que é de 3,00%.

Na quarta-feira, 26, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse a deputados, durante audiência na Câmara, que sua projeção era de um crescimento em torno de 3% para 2013. A pesquisa Focus, feita semanalmente pelo BC com analistas do mercado financeiro, está com uma previsão de taxa de expansão de 2,46% para este ano. Na época do relatório trimestral anterior, de março, a Focus previa um crescimento de 3,00%.

Câmbio

O BC passou a usar uma cotação para o dólar de R$ 2,10, segundo o relatório de inflação divulgado nesta quinta-feira. No documento anterior, de março, o parâmetro utilizado no cenário de referência era de R$ 1,95. Essa nova cotação tem como data de corte o dia 7 de junho. Nessa data, o dólar comercial fechou em R$ 2,1380 na BM&F e em R$ 2,1360, no balcão.

O valor determinado pelo colegiado para constar no relatório é próximo ao da cotação do dia, mas o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, vem ressaltando a decisão da autoridade monetária de optar por usar parâmetros para suas projeções distantes das variáveis de mercado. Na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), por exemplo, as projeções para a inflação foram feitas com base em um dólar a R$ 2,05. No dia 29 de maio, no entanto, quando foi tomada a decisão de aumentar os juros para 8% ao ano, as cotações eram de R$ 2,11 (balcão) e de R$ 2,0894 (Ptax), mais próximas, portanto, de R$ 2,10.

Em dezembro de 2012, o BC já havia utilizado uma cotação abaixo da verificada no mercado no Relatório Trimestral de Inflação. Na época, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, disse que o valor de R$ 2,05, usado nas projeções de inflação no cenário de referência, era "mais razoável" do que a cotação verificada no dia 7 de dezembro, data usada como corte para fazer as previsões. Naquele dia, o dólar valia R$ 2,0870.

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Carlos Hamilton Araújo, declarou que o cenário da instituição considera que, nos próximos 24 meses (até o 1º trimestre de 2015), a taxa de câmbio será menos volátil do que nos últimos 24 meses. O diretor não quis dar mais detalhes ao ser perguntado sobre o indicador.

"É complicado para qualquer um de nós falar de câmbio. É tudo que eu posso dizer", afirmou a jornalistas nesta quinta-feira, durante comentários sobre o Relatório Trimestral de Inflação, disponibilizado mais cedo pela autoridade monetária.

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Hamilton também disse que a frase da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), repetida no relatório desta manhã, de que a dinâmica desfavorável para a inflação pode "não representar um fenômeno temporário", não deve ser entendida como um fenômeno permanente.

Questionado por jornalistas se o BC nada pode fazer para combater a inflação, respondeu que a instituição "não só pode, como já está fazendo." Disse, no entanto, que, sobre o que será feito com os juros, o Copom é que vai decidir.

Hamilton afirmou ainda que a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2013 da instituição, de 3,1%, embute uma taxa trimestral "na vizinhança de 0,8%" ante o trimestre anterior.

O Banco Central voltou a atribuir a incertezas externas e internas a cautela com a qual deve ser administrada a política monetária brasileira, segundo o Relatório Trimestral de Inflação divulgado na manhã desta quinta-feira. O trecho do documento repete o parágrafo mais importante da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que manteve a Selic em 7,25% ao ano.

"O Copom avalia que a maior dispersão recentemente observada de aumentos de preços ao consumidor, pressões sazonais e pressões localizadas no segmento de transportes, entre outros fatores, contribuem para que a inflação mostre resistência", trouxe o documento.

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"Embora essa dinâmica desfavorável possa não representar um fenômeno temporário, mas uma eventual acomodação da inflação em patamar mais elevado, o Comitê pondera que incertezas remanescentes - de origem externa e interna - cercam o cenário prospectivo e recomendam que a política monetária deva ser administrada com cautela", continuou o documento. Estas foram as justificativas do Copom para a manutenção da taxa básica de juros por unanimidade.

"O Copom ressalta que a evidência internacional, no que é ratificada pela experiência brasileira, indica que taxas de inflação elevadas geram distorções que levam a aumentos dos riscos e deprimem os investimentos." Segundo o BC, essas distorções se manifestam, por exemplo, no encurtamento dos horizontes de planejamento das famílias, empresas e governos, bem como na deterioração da confiança de empresários.

O Comitê enfatizou, também, que taxas de inflação elevadas subtraem o poder de compra de salários e de transferências, com repercussões negativas sobre a confiança e o consumo das famílias. "Por conseguinte, taxas de inflação elevadas reduzem o potencial de crescimento da economia, bem como de geração de empregos e de renda", trouxe o documento. Nesse contexto, o comitê disse que irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será de 3,1% conforme estimativa apresentada no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado na manhã desta quinta-feira pelo Banco Central (BC). O porcentual supera o resultado de 2012, com expansão de 0,9%, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A evolução, relata o BC, é consistente com indicadores coincidentes e antecedentes da atividade doméstica. Pelos cálculos da autoridade monetária, haverá expansão de 6% da produção agropecuária ante recuo de 2,3% observado em 2012. Para a estimativa foram levados em conta os aumentos projetados pelo IBGE para as safras de soja, de 26,8%; feijão, de 18,6%; cana-de-açúcar, de 9,4%; fumo, de 6,5%; e arroz, de 4,9%.

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A projeção de crescimento para a indústria em 2013 atingirá, de acordo com o documento, uma alta de 2,3% ante retração de 0,8% no ano passado. O BC destacou a reversão nos desempenhos da indústria de transformação, de -2,5% para 2%, e da extrativa mineral, de -1,1% para 3%.

Para as atividades construção e produção e distribuição de eletricidade, gás e água, a autoridade monetária estima crescimentos de 1,8% e 3,2%, respectivamente, no período.

Para Serviços, o BC prevê uma alta de 3,1%, o que, se for confirmado, representará um resultado 1,4 ponto porcentual superior ao de 2012. Nesse cenário, descreveu a autoridade monetária, destacam-se os aumentos nas atividades serviços de informação (4%) e comércio e transportes, ambos com variação de 3,8%.

A projeção do BC, de 3,1%, está dentro das estimativas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que variam de 3% a 4%. No Orçamento, a previsão de crescimento do PIB é de 4,5% e, de acordo com a pesquisa semanal Focus mais recente, a previsão de expansão é de 3,0%.

O Banco Central avalia que, desde setembro, quando divulgou o Relatório Trimestral de Inflação anterior, os riscos para a estabilidade financeira global permaneceram "elevados". Em particular, de acordo com o BC, os que são consequência do processo de desalavancagem nos principais blocos econômicos.

Apesar disso, o BC enxerga no documento publicado nesta quinta-feira um recuo na probabilidade de ocorrência de "eventos extremos" nos mercados financeiros internacionais.

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No relatório desta quinta-feira, a avaliação é de que a economia global tem enfrentado um período de incerteza "acima da usual", com perspectivas de baixo crescimento por "período prolongado". Isso, apesar da recente acomodação nos indicadores de volatilidade e de aversão ao risco.

"Altas taxas de desemprego por longo período, aliadas à implementação de ajustes fiscais, ao limitado espaço para ações anticíclicas e a incertezas políticas, traduzem-se em projeções de baixo crescimento em economias maduras, principalmente na Europa", diz o documento.

Em relação à política monetária, o BC salientou que as economias maduras persistem com posturas fortemente acomodatícias. Já nas economias emergentes, conforme o documento, o viés da política monetária se apresenta expansionista, de um modo geral.

O BC lembrou que isso se conjuga, em alguns casos, com outras ações anticíclicas. "Nesse cenário, destacaram-se a valorização dos principais mercados acionários, o aumento nas cotações das commodities metálicas, e a manutenção da trajetória de recuperação do segmento imobiliário dos Estados Unidos.

O Banco Central revisou para baixo sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, de 1,6% para 1,0%. A informação foi divulgada nesta quinta-feira pela autoridade monetária por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). De acordo com o BC, a nova estimativa incorpora os resultados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para os três primeiros trimestres deste ano e as estatísticas disponíveis sobre o terceiro trimestre do ano.

A expectativa para o crescimento da produção industrial contribuiu para a piora da estimativa para o PIB geral, já que o setor deve registrar queda de 0,5% neste ano, ante previsão anterior de recuo de 0,1%. Dentro desse item, vale destacar construção civil, que deverá crescer 1,9% ante expectativa anterior de expansão de 2,5%; e a indústria extrativa, que deve cair 0,5% de uma projeção de alta de 0,8% antes.

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O BC reduziu também sua previsão para o crescimento do setor de serviços neste ano de 2,2% no relatório anterior para 1,6%, no documento divulgado nesta quinta-feira. Nessa área, as principais revisões foram para as atividades de intermediação financeira (queda de 2,1 pontos porcentuais entre um relatório e outro), comércio (-0,8pp) e transportes (-0,8pp).

Apesar de ter melhorado a projeção para o setor agrícola em relação a setembro, o BC projeta um recuo de 1% em 2012 para este ramo de atividade - a estimativa anterior era de queda de 1,4%. A melhora, conforme a autoridade monetária, está associada, principalmente, ao desempenho das culturas de café e milho no terceiro trimestre.

O relatório apontou ainda uma redução de 1,3pp, para -3,5%, para a formação bruta de capital fixo (FBCF). A alegação para a diminuição da projeção foi a constatação da contração do indicador no terceiro trimestre deste ano. As projeções para o consumo das famílias passaram de 3,3% para 3,0%, enquanto as para o consumo do governo, de 3,7% para 3,2%.

Já a variação anual das exportações foi revista em -0,6pp, para 0,3%, enquanto a expansão das importações foi revisada de 2,7% para 0,3%. Segundo o BC, a mudança é reflexo da moderação da demanda doméstica e do impacto, maior que o inicialmente avaliado, da mudança na forma da contabilização das importações de petróleo. A contribuição da demanda interna para a expansão do PIB neste ano foi estimada pelo BC em 1 ponto porcentual, enquanto a do setor deverá ser nula.

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