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A subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o "arcabouço probatório" reunido em uma investigação decorrente da Operação Postalis indica que o senador Renan Calheiros (MDB-AL) "recebeu vantagem indevida" para beneficiar empresários na tramitação da Medida Provisória (MP) dos Portos. Segundo ela, o responsável pelo "esquema criminoso" foi o contador Milton Lyra, apontado como operador do MDB.

A avaliação sobre os indícios contra Renan - que atualmente é o relator da CPI da Covid - faz parte de um pedido enviado à Corte para que a investigação seja prorrogada por mais dois meses. Lindôra pretende colher os depoimentos do senador, de Lyra e de outros empresários e operadores investigados. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também deve fazer uma devassa nas contas das empresas usadas pelo contador para suposta lavagem de dinheiro de propinas.

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No pedido, Lindôra ressaltou que é necessário dar andamento às apurações diante de "circunstâncias ainda não completamente esclarecidas", a fim de obter a "completa elucidação dos fatos e a obtenção de evidências suficientes acerca da materialidade e da autoria".

De acordo com a Procuradoria, há indícios de que Renan teria atuado para beneficiar o empresário Richard Klien, então CEO da Multiterminais, em 2014, durante a tramitação da MP dos Portos. A firma de Klien, segundo a investigação, efetuou pagamentos de R$ 700 mil a empresas de Lyra que seriam de fachada para a lavagem de dinheiro. Para os investigadores, a suspeita é de que esse montante seria destinado a Renan. Outro empresário do setor, Alexandre Santoro, também faria parte do esquema.

Lyra, também citado como lobista, discutia possíveis alterações na MP dos Portos e projetos de interesse do setor com os empresários por e-mail. Há registros de deslocamentos do contador em voos de helicóptero bancados por Klien. Na quebra de sigilo telefônico, também foram identificadas dezenas de ligações entre ele e os empresários. Uma delas foi feita de dentro do Senado.

A investigação teve início na Operação Postalis, que teve Lyra como alvo por suspeita de fraudes no fundo de pensão dos Correios. Um delator, cujo nome é mantido sob sigilo, relatou aos investigadores ter presenciado, na cadeia de Benfica (RJ), em 2018, uma discussão entre Lyra e Arthur Pinheiro Machado, também investigado na operação, sobre um jantar em que teria sido citado o favorecimento de Klien em concessões portuárias - à época, eles estavam presos pela Lava Jato do Rio. A partir desse relato, investigadores avançaram na apuração e chegaram ao possível envolvimento do senador. Como Renan tem foro privilegiado, e os fatos em questão não têm relação com o fundo de pensão, o Ministério Público Federal enviou o caso à Procuradoria-Geral da República no ano passado. O inquérito foi aberto em outubro de 2020.

Setor

Em julho, a Polícia Federal concluiu uma outra investigação que também apura a atuação de Renan no setor portuário. Ao Supremo, a PF afirmou que o emedebista recebeu R$ 1 milhão em propinas da Odebrecht como uma "contrapartida" pelo apoio político à aprovação de uma resolução do Senado que restringiu incentivos fiscais de produtos importados concedidos por Estados, beneficiando a Braskem. Nesse caso, o contador Milton Lyra também foi apontado como operador do parlamentar no suposto recebimento de propinas e nas tratativas com empresários.

Procurada, a defesa de Renan não havia se manifestado até a publicação desta matéria. Os advogados do emedebista têm negado que ele tenha recebido propinas de empresários. O Estadão não localizou as defesas de Richard Klien e Alexandre Santoro. Procurado, Lyra não quis se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), trocou xingamentos com o senador Jorginho Mello (PL-SC), aliado do presidente Jair Bolsonaro, durante a reunião do colegiado na manhã de hoje.

A audiência ocorre para ouvir o depoimento do empresário Danilo Trento, diretor da Precisa Medicamentos, que intermediou uma negociação para compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde. O contrato é investigado pela CPI, que suspeita de um esquema de corrupção no governo.

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Renan Calheiros afirmou que as suspeitas envolvendo o contrato demonstrariam escolhas erradas do presidente Jair Bolsonaro. O senador chamou o governo de "corrupto", provocando reação do senador bolsonarista.

"Não foi o presidente que escolheu. Foi os picaretas que tentaram vender", disse Jorginho a Renan. "O senhor não pode falar isso do presidente. Vossa Excelência não tem envergadura para isso", declarou o senador aliado de Bolsonaro.

Em seguida, o relator da CPI pediu que o colega não o interrompesse para defender Bolsonaro e o empresário Luciano Hang, também alvo da investigação. "Vai lavar a boca para falar do Luciano, um empresário decente", disse Jorginho. "Vai lavar a tua, vagabundo", rebateu Renan. Em seguida, os dois trocaram xingamentos chamando um ao outro de "vagabundo" e "ladrão". Os dois senadores precisaram ser contidos por colegas após se aproximarem durante a discussão.

Luciano Hang foi convocado para depor na CPI na próxima semana. O empresário cogita uma candidatura ao Senado por Santa Catarina ou mesmo a vice-governador em uma chapa encabeçada por Jorginho Mello. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), pediu calma aos dois senadores após o depoimento de Danilo Trento ser interrompido.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) adiou a entrega do relatório final da CPI da Covid para a próxima semana.

O relator da investigação havia anunciado a entrega até o próximo dia 24. Novas linhas de investigação na reta final da CPI, no entanto, adiaram a conclusão.

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Os parlamentares querem coletar mais informações sobre empresas ligadas a lobistas que negociaram com o Ministério da Saúde. Além disso, os senadores defendem uma apuração mais aprofundada sobre a atuação da Prevent Senior com o uso de medicamentos em pacientes.

A CPI também pôs no radar uma nova convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Seria o terceiro depoimento do chefe da pasta. O ministro é um das autoridades formalmente investigadas pela comissão e poderá ser responsabilizado no relatório de Renan em função da gestão à frente do ministério.

Na semana passada, o ministro atribuiu ao presidente Jair Bolsonaro a orientação para rever a vacinação de adolescentes. O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou um requerimento de convocação de Queiroga para explicar a suspensão de vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades e o planejamento de imunização para 2022.

A CPI deve analisar nesta terça-feira, 21, os novos requerimentos apresentados e definir os próximos passos da investigação.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) defendeu a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, na reta final dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. A convocação do chefe da pasta, no entanto, não tem consenso entre os integrantes do colegiado.

A convocação de Braga Netto chegou a ser solicitada por alguns senadores, como Renan e Alessandro Vieira (Cidadania-SE), mas não foi aprovada. O argumento é ouvir Braga Netto sobre o período em que ele chefiou a Casa Civil, responsável pela articulação do governo na pandemia de covid-19.

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A pressão para o depoimento do ministro da Defesa aumentou após Braga Netto assinar uma nota com os comandantes das Forças Armadas criticando o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). O senador atacou o que chamou de "lado podre das Forças Armadas" ao determinar a prisão do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, ex-integrante da Força Aérea Brasileira (FAB).

A CPI mira na atuação de militares no Ministério da Saúde no período em que Eduardo Pazuello chefiou a pasta e promoveu a nomeação de uma série de integrantes e ex-integrantes das Forças Armadas em cargos estratégicos. Por isso, a comissão quer implicar os militares nas denúncias contra o governo por atos praticados na pandemia. Outro alvo de um novo depoimento é o ex-secretário-executivo do ministério Elcio Franco.

"Ele (Braga Netto), mais do que qualquer um, por ter sido o coordenador do comitê de enfrentamento da covid, precisa vir. Mas esse é o ponto de vista do relator. Para que seja o ponto de vista da comissão, nós precisamos ter maioria nesse encaminhamento", disse Renan Calheiros em entrevista a jornalistas no Senado.

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), cobrou as Forças Armadas para deixar de lado o que chamou de "loucuras" do presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita após o chefe do Planalto acompanhar, na manhã desta terça-feira (10), um desfile de tanques e veículos militares blindados em Brasília.

"É muito importante que os militares tomem consciência do efetivo cumprimento dos seus deveres constitucionais, deixando de lado essas loucuras do presidente da República. O que está em jogo é a defesa do estado democrático de direito, da Constituição, da institucionalidade e eles não podem abrir precedentes com relação a isso", disse Renan antes da reunião da CPI

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A presença de um comboio de tanques na Praça dos Três Poderes provocou uma série de protestos, incluindo de partidos políticos, por ocorrer no dia em que a Câmara votará a proposta de emenda à Constituição que institui o voto impresso, bandeira de Bolsonaro e que deve ser rejeitada.

'Cena patética'

Já o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), criticou o presidente Jair Bolsonaro por acompanhar, na manhã desta terça-feira, o desfile de tanques e veículos militares blindados. Aziz classificou o ato como "lamentável" e acusou o chefe do Planalto de tentar intimidar parlamentares e fazer uma ameaça à democracia.

"Todo homem público, além de cumprir suas funções constitucionais, deveria ter medo do ridículo, mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro nessa cena patética de hoje que mostra apenas uma ameaça de um fraco que sabe que perdeu", disse Aziz ao ler um pronunciamento na abertura da reunião da CPI.

A presença de um comboio de tanques na Praça dos Três Poderes provocou críticas por ocorrer no dia em que a Câmara deve rejeitar a proposta do voto impresso, bandeira de Bolsonaro. "Não haverá voto impresso, não haverá nenhum tipo de golpe contra a democracia", disse o senador. Omar Aziz declarou que toda ameaça à democracia será punida. "Nós no Senado não nos curvaremos a arroubos", finalizou.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), acusou o governo do presidente Jair Bolsonaro de usar politicamente a Polícia Federal (PF) para barrar a investigação no Senado. Nessa terça-feira (13), a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, ficou em silêncio na CPI após prestar depoimento na Polícia Federal. A cúpula da CPI acusa o governo de usar a PF para forçar testemunhas a não falarem na CPI, já que se tornaram investigadas pela polícia.

"A Polícia Federal é uma instituição respeitável e eu considero inadmissível que um governo através do Ministério da Justiça queira utilizar politicamente a Polícia Federal", disse Renan à imprensa antes da sessão desta quarta-feira (14), convocada para ouvir novamente a diretora da Precisa, que intermediou a compra da vacina Covaxin, investigada pela CPI. "O que importa é tomar depoimentos para que tenhamos um rápido esclarecimento dessa roubalheira toda", afirmou o relator.

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Na terça, após o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), falar em "coincidência" de representantes da Precisa Medicamentos se tornarem investigadas pela Polícia Federal antes dos depoimentos à comissão, a corporação divulgou nota defendendo sua atuação no inquérito sobre o processo de compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde.

"A CPI se instalou e se criou exatamente porque esses fatos não estavam sendo investigados pela Polícia Federal", afirmou Renan, que reforçou a controvérsia na atuação do órgão. "Isso é uma coisa no mínimo surpreendente, mas essa coincidência que nós estamos levantando aqui, sinceramente, ela não tem explicação."

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), reagiu aos ataques do presidente Jair Bolsonaro e, após um episódio de tensão entre as Forças Armadas e o Senado, declarou que a comissão não teme "quarteladas". Além disso, ele cobrou publicamente apoio dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL).

A cúpula da CPI enviou ontem uma carta a Bolsonaro, cobrando dele que se manifeste sobre as denúncias de corrupção apresentadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF), referentes às negociações para compra da vacina indiana Covaxin. O presidente não só desafiou a CPI como recorreu a xingamentos para dizer que "em hipótese alguma" atenderá a esse pedido.

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No mesmo dia, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, e o comandante do Exército, general Paulo Sérgio de Oliveira, telefonaram para o presidente do Senado tentando dissipar o clima de tensão entre as Forças Armadas e o Senado. Braga Netto e os chefes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica divulgaram uma nota de repúdio ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), após o senador ter afirmado que o "lado podre" das Forças Armadas estão envolvidos em "falcatruas do governo".

"Nós não podemos ter medo de arreganhos, de ameaças, de intimidações, de quarteladas", disse Renan durante discurso na CPI. O relator ainda fez um apelo de apoio a Arthur Lira que, de acordo com ele, "não tem perdido oportunidade de falar mal da CPI", e a Rodrigo Pacheco, que acumula insatisfações internas dos integrantes da comissão. O presidente do Senado foi cobrado por colegas para ter expressado um apoio mais explícito a Omar Aziz e reagido de forma mais enfática à nota militar.

"Nós não vamos investigar instituição militar, longe de nós. Temos responsabilidade institucional. Agora, nós vamos, sim, investigar o que aconteceu nos porões do Ministério da Saúde e, na medida em que esses fatos forem conhecidos e essas provas forem sendo apresentadas, nós vamos cobrar punição dos seus responsáveis, sejam eles civis, sejam eles militares", declarou Renan.

Durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que há comprovação de que houve superfaturamento na compra da vacina indiana Covaxin, cujo negócio foi intermediado pela Precisa Medicamentos. Renan citou a reportagem do Estadão/Broadcast, que revelou que o governo de Jair Bolsonaro fechou contrato para a compra do imunizante por um preço 50% mais alto do que o valor inicial da oferta, de US$ 10 por dose.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a primeira reunião técnica do Ministério da Saúde com representantes do laboratório Bharat Biotech, fabricante da vacina, e da Precisa Medicamentos, que intermediou o contrato, ocorreu em 20 de novembro. Na ocasião, segundo registrado no documento intitulado "Memória do Encontro", foi informado o valor de US$ 10 com a possibilidade de o preço baixar a depender da quantidade de doses que o governo brasileiro comprasse. O documento foi exibido por Renan durante a sessão.

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Governistas protestaram contra as afirmações do relator e afirmaram que a citação do valor de US$ 10 não faria parte de uma proposta oficial. "Isso é memória de reunião, não é proposta", afirmou o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE).

O então "número 2" do Ministério da Saúde, coronel Élcio Franco, comandou a reunião com o empresário Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, e representantes da Bharat Biotech - estes últimos via videoconferência. A Precisa informou, na ocasião, que teria disponibilidade de oferecer 46 milhões de doses, com entrega prevista para o fim do primeiro trimestre de 2021.

Renan disse ainda que a exoneração de Ferreira Dias seria uma "confissão do governo sobre irregularidades nas vacinas". O ex-diretor então respondeu que sua demissão se deveu ao "fato esdrúxulo e inexistente" de que ele teria apresentado uma proposta de propina na oferta de 400 milhões de doses da AstraZeneca. A acusação foi feita pelo policial Luiz Paulo Dominguetti, que não apresentou provas.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), comentou sobre o pedido do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), que solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de mandado de segurança, para que seja mantida a data de seu depoimento à CPI para a próxima quinta-feira (8).

Pelo Twitter, Barros afirmou que está sendo impedido de exercer sua ampla defesa por abuso de poder da CPI que ataca, indevidamente, sua honra. Barros foi citado pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF) como envolvido em suposto esquema de propina para a compra de vacinas contra a Covid-19.

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"O Líder do Governo quer impor sua ida a CPI. Diz que teve sua honra sequestrada. Teve sim: por seu Chefe Bolsonaro, que o acusou e até hoje não negou ou defendeu", disse Renan, também em publicação no Twitter.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), criticou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-AM) por querer paralisar os trabalhos do grupo devido a um recesso parlamentar, que deve ser iniciado a partir do dia 16 de julho. Para Calheiros existe "um esforço muito grande" para paralisar os trabalhos da CPI.

"O presidente do Senado, isso é lamentável, porque nós temos uma boa relação pessoal e política com ele, ele está querendo paralisar os trabalhos, a preceito de fazer um recesso que não é recesso. Não é razoável você paralisar nenhuma investigação", declarou Calheiros em entrevista à rádio CBN.

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Além da possível paralisação dos trabalhos devido ao recesso, o comando do colegiado também requer uma prorrogação do funcionamento da CPI por mais 90 dias. O grupo já reuniu as assinaturas necessárias para estender os trabalhos, no entanto, a decisão ainda depende do aval do presidente do Senado.

Conforme mostrou o Broadcast Político, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Pacheco resiste à pressão para prorrogar a CPI. O parlamentar quer esperar e avalia consultar os líderes partidários da Casa para decidir sobre o adiamento. Para Calheiros existe "um esforço muito grande" para paralisar os trabalhos do grupo.

A ideia de prorrogar a CPI ganhou força na última semana. O colegiado quer investigar a ligação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), com a compra de outras vacinas pelo Ministério da Saúde, além da Covaxin. Nestes casos, o quadro é parecido: vacinas mais caras compradas de laboratórios internacionais por meio de intermediários no Brasil, próximos do líder do governo. Além da Covaxin, as outras duas negociações envolvem a russa Sputnik V e a chinesa Convidecia. As suspeitas podem reforçar um pedido de convocação do deputado. Barros nega irregularidades.

Pouco antes das 10h desta quarta-feira (30), a CPI da Covid iniciou sessão para votar requerimentos e ouvir o empresário Carlos Wizard.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), reforçou nesta terça-feira, 29, que houve prevaricação do presidente Jair Bolsonaro no suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. O contrato é investigado pela CPI após o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF), que disse ter alertado o chefe do Planalto sobre o caso.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), apresentou uma questão de ordem na CPI questionando o ato feito pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que encaminhou uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a abertura de inquérito para investigar se Bolsonaro cometeu crime de prevaricação. O ofício também foi assinado pelos senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO).

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"A notícia-crime ora em análise não detém aptidão mínima nem justa causa idônea para seu devido prosseguimento", afirmou o governista. A representação dos senadores foi encaminhada para a Procuradoria-Geral da República, responsável por investigar o presidente da República em caso de crime comum. "A sua questão de ordem não é para cá, é para outro ambiente. Não é para a CPI", disse o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), que também já afirmou que Bolsonaro prevaricou no caso.

Na versão do líder do governo, Bolsonaro acionou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para apurar a denúncia de Luis Miranda no dia 22 de março. No dia seguinte, Pazuello foi exonerado do cargo. De acordo com Bezerra, coube ao ex-secretário-executivo do ministério Elcio Franco apurar os indícios - que verificou não haver irregularidades contratuais.

O relator da CPI apresentou uma linha do tempo reforçando a participação de Bolsonaro na Covaxin. Documentos enviados para a comissão mostram que o chefe do Planalto enviou uma carta, no dia 8 de janeiro, pedindo 20 milhões de doses para a Índia enquanto recusava a oferta de 170 milhões de doses da Pfzier, do Butantan e do consórcio Covax Facility.

O acordo para compra da Covaxin foi fechado no dia 25 de fevereiro. A medida provisória que abriu caminho para a aquisição, por sua vez, foi assinada no dia 10 de março, antes da conversa entre Bolsonaro e Luis Miranda.

"É muito mais grave o que envolve o presidente da República porque ele não só teve conhecimento, ele participou em todos os momentos", disse Renan, discutindo com o líder do governo, para quem o relator estava antecipando um posicionamento sem investigar. "Seria o caso deste contumaz e compulsivo veiculador de fake news recuperar um pouco a sua memória", afirmou Renan.

A revelação do deputado Luis Miranda (DEM-DF) de que o presidente Jair Bolsonaro teria citado o nome do deputado e líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ao ouvir as supostas irregularidades na compra da Covaxin repercutiu imediatamente entre a cúpula da CPI da Covid. O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), ressaltou que Barros foi o autor de uma emenda à Medida Provisória 1026/2021 para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acelerar a análise de vacinas já autorizadas na Índia - o que beneficiou a Covaxin.

"Queria dizer que vossa excelência (Simone Tebet) fez a grande pergunta do dia. Queria congratula-la por conseguir a resposta que todos queríamos. O nome citado por Miranda é o mesmo que apresentou na Câmara que autorizou a aquisição da Covaxin", disse Renan. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que, a partir da citação ao nome de Barros, o "roteiro está pronto". "É um grande momento da CPI. Estamos diante do maior escândalo de corrupção da história da República", disse Randolfe, destacando que a MP na qual Barros propôs a emenda é a mesma em que o governo Bolsonaro recuou e não inseriu na versão final da minuta o dispositivo que garantiria a compra de imunizantes como da Pfizer.

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Antes de citar o nome de Barros, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) deu detalhes à CPI de como Bolsonaro teria reagido ao saber das supostas irregularidades, em reunião no dia 20 de março. "O que eu percebi, sem querer proteger, o presidente demonstrou atenção ao que estávamos falando. Ele cita para mim assim: 'você sabe quem é, né? Que ali é foda, se eu mexo nisso ai, já viu a merda que vai dar. Isso é fulano, vocês sabem que é fulano né'", relatou Miranda.

"(Deu a entender) que nesse grupo específico não tinha a força de combater. Ele fala o nome, mas não tem certeza também. Fala assim, 'deve ser coisa de fulano, puta merda, mais uma vez... vou acionar o Diretor-Geral da PF para investigar'. Não foi uma ação de conivência, foi de 'estou amarrado'", disse Miranda.

"Hoje eu tirei um peso das minhas costas", comentou o deputado, após confirmar o nome de Barros, que já era especulado numa série de questionamentos dos senadores da CPI.

Já Barros foi às redes sociais para negar envolvimento no caso. "Não participei de nenhuma negociação em relação à compra das vacinas Covaxin. 'Não sou esse parlamentar citado'. A investigação provará isso. Também não é verdade que eu tenha indicado a servidora Regina Célia como informou o senador Randolfe. Não tenho relação com esse fatos", afirmou o líder do governo na Câmara. Antes, Randolfe afirmou que Barros assinou a nomeação da servidora que foi fiscal do contrato da Covaxin, quando era ministro da Saúde do governo Temer.

Já o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), destacou a necessidade de proteção policial aos dois irmãos - Miranda e de Luis Ricardo Miranda, funcionário do Ministério da Saúde que relatou pressões no processo da vacina indiana.

"Estou pedindo ao diretor da PF proteção a eles e a família. Caso aconteça alguma coisa, o diretor da PF irá responder pela vida deles. O ofício está na sua mão, é obrigação que se dê garantia de vida", afirmou Aziz, para logo depois esclarecer que, segundo informações da mesa da CPI repassadas pela PF, o deputado precisa pedir tal proteção à Polícia Legislativa da Câmara. "E já foi pedido, e ainda não atendido", disse o presidente da CPI.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid decidiu convocar o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, e acusa o chefe da pasta de coação e obstrução da investigação após denúncias feitas pelo deputado Luís Miranda (DEM-DF). O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), citou a possibilidade de pedir a prisão do ministro.

Aliado do governo, o deputado Luis Miranda afirmou ter levado ao presidente Jair Bolsonaro, em 20 de março, denúncia sobre suposto esquema de corrupção na compra da vacina indiana Covaxin. Em entrevista coletiva na quarta-feira, Onyx informou que Bolsonaro mandou a Polícia Federal investigar o deputado e o irmão do parlamentar, Luís Ricardo, que também participou da reunião na ocasião. O governo nega irregularidades na negociação.

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"Nenhuma Comissão Parlamentar de Inquérito, em nenhum Parlamento, pode ficar exposta à coação à testemunha. É obstrução ao nosso dever de investigar", disse Renan Calheiros antes do início da sessão da CPI, nesta quinta-feira, 24, classificando a atuação de Onyx como "abominável". "Nós vamos convocá-lo imediatamente e se ele reincidir nós vamos requisitar a prisão dele", afirmou.

Mais cedo, em entrevista à rádio CBN, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), disse que as declarações de Onyx Lorenzoni soam como "um miliciano ameaçando as pessoas".

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), classificou como "absurda" a negociação do governo do presidente Jair Bolsonaro para compra da Covaxin e afirmou que o empresário Francisco Emerson Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, poderá ser alvo de uma condução coercitiva se não comparecer à comissão. O depoimento está marcada para esta quarta-feira (23).

Conforme o Estadão revelou, documentos do Ministério das Relações Exteriores mostram que o governo comprou a vacina indiana Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante. A compra das doses, produzidas pelo laboratório Bharat Biotech, representado no Brasil pela Precisa Medicamentos, entrou na mira da CPI. A ordem para a aquisição da vacina indiana partiu pessoalmente do presidente Jair Bolsonaro.

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"Nós vamos aprofundar, nesta semana teremos um olhar especial para a negociação da Covaxin, que parece absurda sobre qualquer aspecto", disse Renan Calheiros em entrevista a jornalistas no Senado. "Era a vacina mais cara com o mais demorado calendário", destacou o parlamentar. Renan chamou a atenção para o fato de a Covaxin ser a única vacina comprada pelo governo brasileiro por meio de um "atravessador", no caso, a empresa Precisa.

O depoimento do empresário está marcado para esta quarta-feira, 23. Se ele não vier, declarou o relator, a CPI vai adotar as mesmas medidas solicitadas no caso do empresário Carlos Wizard - ou seja, poderá ser alvo de uma condução coercitiva com autorização da Justiça. "A cada dia a Comissão Parlamentar de Inquérito tem mais dúvida sobre o caráter transparente e correto dessa negociação", disse Renan.

A cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid apontou contradições no depoimento do deputado Osmar Terra (MDB-RS), nesta terça-feira (22). Ele foi acusado de ter disseminado informações falsas durante a sessão do colegiado. O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), chamou Terra de "líder do negacionismo".

No depoimento, Osmar Terra afirmou que o lockdown decretado por prefeitos e governadores provocou a morte de pessoas em função de infecções de famílias dentro de casa. Além disso, disse que o Supremo Tribunal Federal (STF) limitou o poder de Bolsonaro de interferir nas decisões e conduzir a resposta à pandemia. O STF, porém, garantiu autonomia de Estados e municípios, mas atribuindo à União a mesma responsabilidade, o que é chamado de "competência concorrente". Além disso, o distanciamento social é apontado por cientistas como medida eficaz para controlar a doença antes da vacinação ampla da população.

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"Não tem mentira maior de dizer que o STF tirou poder do presidente. Isso é a maior mentira que existe", disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). O relator, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou ainda que o deputado caiu em contradição porque está comprovado que o lockdown não piora os índices de contaminação, mas, ao contrário, impede o avanço da doença.

Renan Calheiros destacou que Osmar Terra errou ao apresentar dados sobre imunidade de rebanho em Manaus e ao declarar que a taxa de reinfecção é pequena. Análise conduzida por cientistas do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) sugere que até 31% dos indivíduos que tiveram Covid-19 em Manaus após janeiro de 2021 - quando a cidade foi atingida pela segunda onda da doença - correspondem a casos de reinfecção pela nova variante P.1 do coronavírus.

A situação da pandemia na Suécia, citada por Osmar Terra como exemplo para defender a imunidade de rebanho, também foi contestada na CPI. O Parlamento da Suécia afastou o primeiro-ministro do país, Stefan Lofven, em uma decisão na segunda-feira (21). "Se no Brasil tivesse um parlamentarismo, Bolsonaro estava retirado do poder há muito tempo", afirmou o senador Otto Alencar (PSD-BA).

'Gabinete paralelo'

Um pouco antes, o deputado Osmar Terra voltou a negar a existência de um "gabinete paralelo" para assessorar o presidente Jair Bolsonaro na pandemia de covid-19. Ele admitiu que conversa com o chefe do Planalto, em média a cada duas semanas, mas declarou que os posicionamentos de Bolsonaro são pessoais. "É da cabeça dele."

A CPI já reuniu provas da existência de um "gabinete paralelo", com a participação de Osmar Terra, para subsidiar Bolsonaro em posturas na contramão da ciência, como incentivo ao uso de medicamentos sem eficácia para Covid-19 e a defesa da imunidade de rebanho como estratégia para controlar a doença no País. O deputado é chamado por senadores como "ministro paralelo" e negou que tenha recebido convite ou buscado ocupar a chefia do Ministério da Saúde.

Uma reunião em setembro do ano passado, com a presença de Terra, articulou a formação de um "gabinete das sombras" para subsidiar as decisões do presidente. O vídeo do encontro foi exibido pelo relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL). O deputado se sentou ao lado de Bolsonaro na ocasião.

Terra afirmou que não tem relações profundas de articulação com os participantes da reunião, como os médicos Paolo Zanotto e Nise Yamaguchi. O parlamentar alegou ainda ter tido reuniões pontuais com o ex-ministro Eduardo Pazuello e com o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, mas negou ter conhecimento ou interferência nas políticas adotadas pelo ministério.

Osmar Terra negou que seja líder de um "gabinete paralelo!. "Eu sei que o senhor (relator) está tentando encontrar a verdade nisso, mas não existe esse gabinete. Esse gabinete é uma ficção", disse o deputado a Renan, afirmando que as teses defendidas na reunião são opiniões pessoais. "O presidente julga as coisas do jeito que ele quer. Ele não é teleguiado por ninguém. Ele vê, aceita uma informação, se ele acha que está certo."

Durante o depoimento na CPI, Osmar Terra culpou o lockdown pelas mortes da Covid-19, afirmando que, com as medidas de restrição e a contaminação de pessoas "trancadas em casa", o quadro de óbitos "era inevitável". A frequência de reuniões entre Osmar Terra e Bolsonaro é comparada ao ritmo de agendas do chefe do Planalto com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Na CPI, Pazuello citou que se reunia uma vez a cada duas semanas com Bolsonaro e afirmou que as audiências ocorriam "menos do que ele gostaria."

Questionado sobre a defesa da imunidade de rebanho, com a infecção de pessoas, como medida mais eficaz que a vacinação para o fim da pandemia, Osmar Terra argumentou que "um vírus vivo procura mais anticorpos do que um vírus inativado (vacinas)". A declaração foi contestada por senadores. "A vacinação é uma contaminação em dose segura, o que não é o caso da infecção natural. Não dá para comparar com vacina, pelo amor de Deus", disse Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta sexta-feira (18) que avalia incluir o presidente Jair Bolsonaro como investigado. Os integrantes da CPI responsabilizam o chefe do Planalto pelo descontrole da pandemia do novo coronavírus no Brasil por apostar na imunidade de rebanho, confrontar Estados e municípios, incentivar tratamento com medicamentos sem eficácia comprovada e promover atos na contramão de evidências científicas.

Nesta sexta-feira, Renan anunciou 14 pessoas como investigadas pela CPI, a maioria delas ligadas a Bolsonaro, incluindo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A lista poderá aumentar, disse o relator, e passar a incluir o próprio presidente da República. A CPI avalia que não pode convocar Bolsonaro para depor, mas, sim, estuda enviar perguntas por escrito em algum momento. De qualquer forma, o relator afirmou que a investigação deve responsabilizar o chefe do Planalto.

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"Não podendo investigar, mas, em aparecendo, como tem aparecido, fatos óbvios, a CPI vai ter que responsabilizar porque diante de provas não há como não responsabilizar. Seria um não cumprimento do nosso papel. Mas, se puder investigar, se a competência nos permitir, nós vamos investigar, sim", disse o relator em coletiva de imprensa no Senado.

O relator relacionou a postura de Bolsonaro à de um genocida e classificou o governo como "autoritário". "Nós estamos numa situação difícil porque tem um louco na presidência da República que todo dia atenta contra os brasileiros", disse Renan.

Nesta sexta-feira, 18, dois médicos foram convidados pela base do presidente Jair Bolsonaro para falar na CPI a favor do chamado tratamento precoce e da prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada contra a doença. O relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), criticou a postura de Bolsonaro e anunciou que não faria perguntas aos convidados da sessão. Outros parlamentares de oposição e independentes se retiraram da reunião com o relator após as falas iniciais.

"Essa irresponsabilidade não pode continuar. Isso é a reiteração do crime", disse Renan Calheiros. "O presidente da República continua a fazer o que sempre fez dessa forma irresponsável, utilizando indevidamente as plataformas, as mídias sociais, para induzir os brasileiros ao erro e à morte com mentiras, com falsidades", afirmou. O relator classificou a fala como "escárnio e descaso" e se retirou da sala de reunião da CPI. "Chega. Nós precisamos dar um basta nisso."

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A decisão do relator foi criticada por governistas. O senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) discutiu com Renan lamentando a postura.

"Eu não tenho que perguntar", disse o relator.

"Não tem o que não lhe interessa", rebateu o parlamentar do PP.

Marcos Rogério (DEM-RO) pediu que um relator substituto fosse designado, mas Omar Aziz negou o pedido alegando que os dois médicos presentes não eram testemunhas nem investigados, mas apenas convidados e que o relator não era obrigado a fazer questionamentos.

Lives de Bolsonaro no alvo

A CPI da Covid resolveu convocar representantes do Facebook e do YouTube para enquadrar o presidente Jair Bolsonaro. Senadores criticam as falas do chefe do Planalto durante transmissão nas redes sociais contrariando evidências científicas para o combate ao novo coronavírus.

A aposta na chamada imunidade de rebanho, alinhada à demora na compra de vacinas, é uma das linhas de investigação da CPI.

Em "live" transmitida na quinta-feira, 17, Bolsonaro afirmou que "todos que contraíram o vírus estão vacinados" e que a contaminação é mais eficaz do que a própria vacinação porque "pegou o vírus para valer".

O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou que vai pautar os requerimentos apresentados por Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para aprovar as convocações das duas plataformas na semana que vem. Randolfe classificou as declarações de Bolsonaro como "irresponsáveis".

O senador e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), comentou nesta terça-feira, 15, em publicação no Twitter, a videoconferência realizada, na segunda-feira, 14, pelo presidente Jair Bolsonaro, os ministros Marcelo Queiroga (Saúde), Carlos França (Relações Exteriores) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil), com o presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, em uma tentativa de antecipar a entrega de vacinas contra a covid-19 ao País.

"O Estado de São Paulo comprova que o Ministério das Relações Exteriores dava mais atenção à cloroquina do que às vacinas. Agora Bolsonaro - que não quis comprá-las - pede agilidade na entrega de novas doses. Veja que mudança a CPI já foi capaz", escreveu Renan.

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Nesta última frase, o senador fez referência a uma reportagem publicada nesta terça-feira pelo Estadão. O jornal divulgou e-mails originais que mostram a agilidade do governo Jair Bolsonaro para comprar cloroquina contra a covid-19, em contraposição à postura do Executivo em relação às vacinas. No caso da Pfizer, o governo demorou mais de dois meses para responder aos contatos da empresa.

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), expôs a estratégia da comissão para avançar nas investigações e apontar provas contra o governo do presidente Jair Bolsonaro na condução da pandemia do novo coronavírus. Durante sessão nesta sexta-feira da CPI para ouvir especialistas contrários a medidas defendidas por Bolsonaro, o senador afirmou que a comissão está fazendo estudos para apontar quem será investigado e responsabilizado.

"A partir de agora, nós vamos, com relação a algumas pessoas que por aqui já passaram, tirá-las da condição de testemunha e colocá-las definitivamente na condição de investigadas para, com isso, demonstrar a fase seguinte do aprofundamento da nossa investigação", afirmou Renan.

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O relator e outros membros da CPI reagiram ao anúncio de Bolsonaro, feito na quinta-feira, para desobrigar o uso de máscaras por quem já se vacinou ou teve a doença, mesmo antes da normalização do quadro sanitário. "Nós temos um Jim Jones na Presidência da República. A diferença para o americano é que o americano induziu ao suicídio e o que está na Presidência da República do Brasil induz à continuidade dessa tragédia e desse morticínio", afirmou o senador, em referência ao religioso que induziu ao suicídio em massa de fiéis, em 1978.

Nesta sexta , Bolsonaro voltou a defender a dispensa da máscara para este grupo, mas, depois de receber muitas críticas, ajustou o discurso sobre o tema dizendo que a decisão final será do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e principalmente de governadores e prefeitos.

O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), comemorou a decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), de liberar o governador do Amazonas, Wilson Lima, para não prestar depoimento na comissão nesta quinta-feira (10).

"O Senado tem que investigar em qualquer direção em que houve fato conexo, mas o Senado não pode ultrapassar sua própria competência. Não seria legítima a investigação", disse Renan em entrevista coletiva nesta manhã. Ele classificou a decisão da ministra do STF como coerente e disse apoiar a determinação.

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Para integrantes do colegiado, o mesmo roteiro deve se repetir com os outros oito governadores convocados pela CPI, deixando o foco do desgaste para a gestão do Executivo federal, numa derrota para o presidente Jair Bolsonaro.

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