Tópicos | Tanques

As sirenes de ambulâncias e carros de polícia podem ser ouvidas nas ruas de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, depois que o grupo paramilitar Wagner afirmou ter tomado várias instalações importantes.

Esta cidade portuária localizada a cerca de 100 km da fronteira ucraniana tem importância estratégica porque, de lá, o comando militar russo no sul do país coordena as operações do Exército no país vizinho.

##RECOMENDA##

Um veículo blindado equipado com uma metralhadora está estacionado em um cruzamento no centro de Rostov, ao lado de cerca de dez homens uniformizados, segundo vários jornalistas.

Em outros pontos da localidade, como nas imediações de uma loja de brinquedos e de um circo, também se encontram estacionados veículos blindados de transporte de tropas, explicaram as mesmas fontes.

Os pedestres param antes da passagem de viaturas militares e homens armados com espingardas.

O chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou que suas tropas assumiram o controle do principal centro de comando militar da Rússia para operações na Ucrânia e uma base aérea na cidade, prometendo derrubar os principais comandantes militares. Segundo ele, 25.000 combatentes o apoiam.

Ao contrário do que acontece com outras grandes cidades russas, mais afastadas da frente de batalha, este município, com cerca de um milhão de habitantes, tem sofrido danos colaterais com o conflito na vizinha Ucrânia.

Uma pessoa morreu em março em um incêndio em um edifício do FSB - os serviços de inteligência russos encarregados da segurança interna - em Rostov. A região também foi atacada por drones nos últimos meses.

O governador regional, Vasily Golubev, exortou os habitantes a permanecerem nas suas casas, exceto em casos de "absoluta necessidade", e destacou que todas as concentrações de pessoas nas vias públicas foram canceladas.

Golubev também pediu à população que se abstenha de utilizar a rodovia M4 (a principal estrada que liga Moscou ao sul do país), uma vez que vários trechos foram fechados, o que provocou engarrafamentos.

O transporte público municipal continua funcionando, mas algumas rotas foram modificadas para evitar a passagem de veículos pelo centro da cidade, explicou Golubev.

“A situação que se criou exige a máxima concentração de esforços para manter a ordem”, declarou nas redes sociais. "As forças de segurança fazem tudo o que é necessário para garantir a segurança dos habitantes da nossa região".

Dinamarca e Holanda chegaram a um acordo para enviar 14 tanques Leopard 2 para a Ucrânia como parte dos esforços dos países ocidentais de fornecer ajuda militar a Kiev para resistir à invasão russa.

O anúncio foi feito pelo Twitter do Ministério de Relações Exteriores da Dinamarca. Os equipamentos ainda vão passar por uma renovação e devem chegar à Ucrânia no início de 2024.

##RECOMENDA##

Em declaração conjunta, os ministros da Defesa da Dinamarca e Holanda disseram que o custo estimado da ajuda será de € 165 milhões (R$ 913 milhões). "Dessa forma, participaremos conjuntamente da coalizão Leopard 2', apoiada por muitos parceiros e aliados", disseram os membros dos dois países.

RECUO

Em janeiro, a Alemanha liberou o envio de 14 novos tanques Leopard 2 A6 de seus estoques militares após forte pressão de outros países. A Polônia foi o primeiro país a anunciar a intenção de enviar o equipamento, mas precisava da anuência da Alemanha - que fabrica os tanques. Berlim cedeu à pressão algumas semanas após o anúncio polonês.

A Alemanha enviou, no final do mês passado, 18 tanques do mesmo modelo à Ucrânia. Berlim também enviou recentemente cerca de 40 veículos de infantaria blindados Marder.

No final de janeiro, o chanceler alemão, Olaf Scholz, reverteu sua política de cautela quanto à entrega desses blindados, que podem trazer uma vantagem qualitativa no campo de batalha. Scholz relutou em autorizar o fornecimento apenas dos Leopards por medo de uma possível reação da Rússia e apesar da pressão de aliados como a Polônia.

A Polônia também entregou à Ucrânia 10 tanques Leopard 2 A4 que havia prometido no final de janeiro. Os quatro primeiros já haviam sido entregues em 24 de fevereiro, no primeiro aniversário da invasão.

No mês passado, um grupo de soldados ucranianos concluiu, na Espanha, o treinamento para operar os tanques de combate.

MONSTROS

Os tanques que chegarão à Ucrânia são gigantes de cerca de 10 metros de comprimento, com peso entre 54 toneladas e 70 toneladas. Custam entre US$ 4 milhões e US$ 7 milhões cada. Usam uma couraça de metais especiais e, de certa forma, podem transpor quaisquer obstáculos - valetas profundas, muretas de concreto ou construções. Todos tem a mesma capacidade principal: avançar depressa, levando a destruição terrível causada pela ação do canhão de 120 milímetros, mais duas metralhadoras 7.62mm. Alguns deles lançam mísseis e cargas incendiárias. (com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Canadá vai enviar quatro tanques de combate adicionais à Ucrânia, dobrando o seu compromisso inicial, e sancionará outras 192 pessoas e entidades russas, anunciou o primeiro-ministro Justin Trudeau nesta sexta-feira (24).

"O Canadá se solidarizou com a Ucrânia desde o começo do conflito", disse Trudeau em entrevista coletiva, no dia em que a invasão russa da Ucrânia completa um ano.

"Vamos continuar fazendo isso", afirmou o premiê aos jornalistas em Toronto, onde participará de uma vigília noturna pelas vítimas da guerra.

Também denunciou a "guerra de agressão" do presidente da Rússia, Vladimir Putin, a quem chamou de "perigoso, covarde e fraco", mas reconheceu: "Sabemos que a luta não acabou."

As novas sanções são voltadas contra legisladores russos que apoiaram a invasão da Ucrânia e incluem vice-primeiros-ministros, ministros, outros integrantes do gabinete de Putin, além do setor militar e de defesa russo, assim como familiares de pessoas que já figuram na lista de sanções do Canadá.

O governo Trudeau disse que os quatro tanques de combate Leopard 2, de fabricação alemã, que haviam sido anunciados anteriormente, já foram entregues à Polônia, onde os soldados ucranianos estão sendo treinados para usá-los.

Além dos quatro novos tanques Leopard 2, o Canadá está enviando um veículo blindado e munições.

O novo pacote de ajuda e as sanções foram divulgados quando os Estados Unidos anunciavam, em coordenação com os aliados do G7, uma nova rodada de sanções contra a Rússia.

A Alemanha aprovou o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, segundo a revista alemã Der Spiegel e a emissora NTV. A decisão foi tomada após um período de relutância do chanceler alemão, Olaf Scholz, e de uma pressão dos países aliados da Otan. A confirmação deve sair hoje, conforme publicou o jornal Bild.

De acordo com fontes do governo Scholz, o plano é enviar 14 tanques em conjunto com outros parceiros, o que significa que Berlim teria autorizado a exportação de tanques que haviam sido vendidos para os Exércitos de Finlândia, Suécia e Polônia.

##RECOMENDA##

Andri Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, comemorou a decisão dos alemães. "Isso será um verdadeiro golpe da democracia contra a autocracia", escreveu Yermak no Telegram.

Há muito tempo a Ucrânia pede o envio de tanques de guerra para conter o avanço das tropas russas. Até então, o Ocidente relutava em enviá-los, restringindo-se a remessas de outros equipamentos, como armas, munição, lançadores de mísseis e sistemas de defesa aérea.

Inverno

A pressão ucraniana cresceu após as derrotas sofridas pela Rússia nos meses que antecederam o inverno do Hemisfério Norte. Kiev teme que os russo aproveitem a trégua de inverno para reagrupar suas forças, se reequipar e lançar uma nova ofensiva assim que a primavera chegar.

A decisão de Scholz foi tomada após os EUA concordarem em enviar tanques M-1 Abrams, já que a relutância alemã esteve, em parte, na busca de uma ação coordenada com países aliados. Segundo a CNN, citando três assessores do presidente americano, Joe Biden, o envio dos blindados seria anunciado ainda nesta semana.

Pressão

O governo americano não esconde que a intenção de anunciar o envio de tanques era destravar as negociações com a Alemanha para o envio dos Leopards. O Pentágono, no entanto, afirma que a decisão tomada em Washington não terá nenhum impacto nos próximos meses, já que os tanques americanos de 70 toneladas exigem um treinamento rigoroso para serem operados pelos ucranianos.

"Os tanques não estarão na Ucrânia na semana que vem, no próximo mês ou nos próximos meses", disse uma fonte do governo americano, segundo a CNN. "O anúncio dos EUA serve para deixar a Alemanha mais confortável em fornecer os próprios tanques."

Os tanques alemães são apontados por estrategistas militares como a melhor opção para apoiar as ações terrestres da Ucrânia pelo fato de estarem disponíveis em maior número em solo europeu e por serem movidos a diesel, enquanto os americanos Abrams utilizam combustível de aviação, o que exigiria uma linha logística mais complexa para mantê-los em operação. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 1 pessoa morreu, 121 ficaram feridas e 17 estão desaparecidas após a explosão de dois tanques de combustível na cidade de Matanzas, no oeste de Cuba, onde a ansiedade continua por conta do fogo que ainda não foi contido. Entre os feridos está o ministro de Minas e Energia, Liván Arronte.

O diretor de Saúde de Matanzas, Luis Wong, afirmou em uma entrevista coletiva que um corpo foi recuperado do local do acidente e os especialistas o estão identificando. Ele acrescentou que dos 121 feridos, quase todos por queimaduras, 85 tiveram alta, 36 estão internados, dos quais 5 estão em estado crítico. Da mesma forma, 17 pessoas são consideradas desaparecidas.

##RECOMENDA##

Os feridos são, em maioria, integrantes das equipes de resgate e de extinção das chamas, além de dois jornalistas que atuavam na cobertura do incidente. Os 17 desaparecidos são "bombeiros que estiveram na área mais próxima" do incêndio, segundo a presidência, acrescentando que "Cuba solicitou ajuda e conselhos de países amigos com experiência na questão do petróleo".

A resposta veio rapidamente. "Expressamos profunda gratidão aos governos do México, Venezuela, Rússia, Nicarágua, Argentina e Chile, que prontamente ofereceram ajuda material solidária diante desta situação complexa", disse o presidente Miguel Díaz-Canel no Twitter. "Também agradecemos a oferta de consultoria técnica dos EUA", acrescentou. O vice-chanceler Carlos Fernández de Cossío disse que a proposta americana "já está nas mãos de especialistas para a devida coordenação".

Díaz-Canel comentou que a extinção do incêndio "pode levar tempo", enquanto o diretor de Comércio e Abastecimento do Estado Cuba-União Petrolífera (Cupet), Asbel Leal, especificou que o país nunca enfrentou um incêndio dessa magnitude.

O fogo começou na tarde de sexta-feira quando um raio atingiu um dos tanques do depósito localizado nos arredores de Matanzas, cerca de 100 quilômetros a leste de Havana, às 19h, horário local. Às 5h deste sábado, o fogo atingiu um segundo tonel.

Mario Sabines Lorenzo, governador de Matanzas, afirmou que cerca de 800 pessoas foram retiradas da região.

Falha no para-raios

"Aparentemente houve uma falha no sistema de para-raios, que não suportou a energia da descarga elétrica", indicou o Granma. Danger Ricardo, um soldador de 37 anos que trabalha no local, não sabe explicar como o sistema falhou.

Os dois tanques abastecem a termelétrica Antonio Guiteras, a maior de Cuba, mas o bombeamento para essa usina não parou, acrescentou Granma.

Dois helicópteros começaram a trabalhar para apagar o fogo na manhã de sábado em frente à baía de Matanzas, uma cidade de 140 mil habitantes. Bombeiros exaustos se reuniam do lado de fora da usina esperando para procurar seus colegas que não puderam sair após a segunda explosão.

O incêndio ocorre em meio a dificuldades enfrentadas desde maio na ilha para atender ao aumento da demanda por energia devido ao calor do verão (Hemisfério Norte).

A obsolescência de suas oito usinas termelétricas, danos, manutenções programadas e falta de combustível dificultam a geração de energia.

Desde maio, as autoridades programam apagões de até 12 horas por dia em algumas regiões do país. Desde então, houve 20 protestos em cidades do interior da ilha. (Com agências internacionais)

O ato militar da Marinha com blindados na Praça dos Três Poderes, uma tentativa de demonstração de força política do Palácio do Planalto, evidenciou o isolamento do presidente Jair Bolsonaro. Contestada por aliados como Arthur Lira (Progressistas-AL), presidente da Câmara, a iniciativa não teve apoio do vice-presidente Hamilton Mourão, e a manobra para convidar autoridades da cúpula do Legislativo e do Judiciário fracassou.

A classe política viu margem para intimidação, depois das ameaças às eleições feitas por Bolsonaro e pelo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. A exibição bélica, ontem, ocorreu no dia em que o Congresso analisava a PEC do voto impresso. Nem Lira, nem o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), compareceram. Também ausente, Mourão disse a interlocutores considerar "inadequado" participar do ato. O vice não recebeu um convite oficial de Bolsonaro para assistir à chegada dos militares ao Planalto.

##RECOMENDA##

Até o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), afirmou, na abertura de audiência na CPI da Covid, que dividia as "preocupações" levantadas pelos senadores sobre o ato. "Estamos em trincheiras distintas, mas somos do Parlamento. Eu tenho uma história nesse Congresso, sou subscritor da Constituinte cidadã, aposto na democracia e no estado democrático de direito. Quero compartilhar as preocupações de todos aqui que reverberaram, apenas, digamos, assim, querendo retirar os excessos das falas que foram feitas", disse Bezerra.

De tribunais superiores, apenas ministros alinhados ao Planalto posaram para a foto na rampa do Planalto: o ministro do Tribunal de Contas da União Jorge Oliveira e o ministro do Tribunal Superior do Trabalho Ives Gandra Filho.

Do outro lado, no chão da praça, apenas um pequeno grupo de apoiadores do presidente fazia campanha pelo voto impresso. Eles acenavam e gritavam "mito" para Bolsonaro e uma fileira de ministros e parlamentares do Centrão, como o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR). Um manifestante foi detido durante o desfile de tanques.

O evento inédito fez parte da Operação Formosa, da Marinha, que ocorre todos os anos, desde 1988. Foi a primeira vez que os blindados vindos do Rio passaram por Brasília e foram recebido por um presidente. A passagem de mais de 40 viaturas, entre jipes, blindados, tanques e caminhões, foi justificada como uma forma de convidar Bolsonaro a assistir, na semana que vem, à Operação Formosa, tradicional treinamento de fuzileiros navais em Goiás.

A ideia, segundo almirantes da ativa, partiu do Comando da Marinha. A ordem política para a Marinha desviar tanques e lançadores de mísseis para a Praça dos Três Poderes e a Esplanada dos Ministérios, porém, partiu de Bolsonaro e de Braga Netto, como mostrou a colunista do Estadão Eliane Cantanhêde.

Em nota, a Marinha afirmou que a "entrega simbólica" ao presidente foi planejada antes da definição da data de votação da PEC do voto impresso na Câmara e que o comboio militar deixou o Rio em 8 de julho.

Comandante da Marinha, o almirante de esquadra Almir Garnier Santos não estava com o tradicional traje branco da Força, que o distinguiria dos demais comandantes do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior. Garnier foi ao Planalto trajado como fuzileiro naval, farda cor camuflada e coturno marrom. Ele não se pronunciou durante o ato.

Os três comandantes foram escolhidos por Bolsonaro, com intermédio de Braga Netto, justamente após insatisfações do presidente com os chefes militares antecessores, que teriam resistido a um alinhamento político com o Planalto.

Repercussão

O desfile bélico repercutiu na imprensa internacional. O jornal britânico The Guardian destacou que o ato correu em momento de queda de popularidade do presidente pela "caótica resposta à pandemia de covid". O Le Monde afirmou que Bolsonaro teme "um cenário Trump", de derrota na eleição do ano que vem, "agarrando-se ao poder e mobilizando seus apoiadores nas ruas". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse a interlocutores que considerou inadequado participar do ato militar realizado na manhã desta terça-feira, 10, pela Marinha, com a passagem de blindados pela Praça dos Três Poderes.

Sem ter recebido convite oficial do presidente Jair Bolsonaro para assistir a chegada dos militares ao Palácio do Planalto, o general achou melhor se ausentar do evento e não se associar ao que foi visto como uma tentativa de demonstração de força do presidente e um movimento para pressionar o Congresso a aprovar a PEC do Voto Impresso, prevista para ser votada no mesmo dia.

##RECOMENDA##

As forças que participaram do evento se posicionaram diante do Palácio do Planalto para entregar um convite ao presidente para a abertura da Operação Formosa, um exercício militar realizado anualmente pela Marinha. A cerimônia, no entanto, acabou servindo para aumentar o mal-estar político entre Bolsonaro e os integrantes do Legislativo e do Judiciário. Especialmente porque a passagem dos blindados pela área onde se localizam as sedes de todos os poderes foi vista como uma maneira de ameaçar o Congresso e garantir a votação da PEC.

A proposta tem sido defendida insistentemente por Bolsonaro, que alega existir o risco de fraudes nas urnas eletrônicas. Mas, até hoje, o presidente não apresentou qualquer prova que sustente essa tese e tem apenas exibido vídeos sem veracidade que circulam há tempos pela internet. O presidente também tem ameaçado a realização das próximas eleições se o sistema de voto impresso não for adotado.

Por ser general, a presença de Mourão num ato envolvendo militares era esperada. A relação do vice com o presidente, porém, tem sido de altos e baixos desde a posse. Bolsonaro já criticou publicamente o general, que muitas vezes discorda das opiniões do presidente. Bolsonaro também tem deixado claro que pretende procurar um outro nome para a vaga de vice-presidente nas próximas eleições.

O PDT acionou o Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira, 10, com uma representação que pede a interdição do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a legenda, o presidente 'age na contramão dos atos que uma pessoa em plena saúde mental agiria', com a 'finalidade deliberada de causar danos à população'. O partido diz ainda que Bolsonaro conduz o País 'ao abismo com as suas condutas negacionistas e obscurantistas em detrimento da ciência, do regime democrático e da separação dos poderes'.

"O povo brasileiro que sofre as agruras das incapacidade mental do Presidente da República, no que, bem por isso, deve receber a salvaguarda dos influxos deletérios provenientes da mente do Senhor Jair Messias Bolsonaro", registra a petição.

##RECOMENDA##

No documento, o PDT, o presidente da legenda Carlos Lupi e o ex-deputado Ciro Gomes listam diversas ações do presidente, as quais classificam como 'condutas que jamais seriam praticadas por pessoas em plenitude comportamental'.

A mais recente delas diz respeito ao 'desfile' de tanques de guerra na Esplanada dos Poderes nesta manhã, no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados deve decidir sobre o voto impresso, bandeira do chefe do Executivo. "Obviamente que o desfile é uma tentativa de intimidação para o Poder Legislativo, o que é uma loucura, uma conduta que não guarda sintonia com o cargo de Presidente da República", registra a representação apresentada ao STF.

O documento cita ainda os ataques de Bolsonaro a ministros do Supremo Tribunal Federal e a cruzada do presidente contra as urnas eletrônicas. A ofensiva de Bolsonaro gerou uma reação em cadeia do Judiciário na última semana, com duas notícias-crimes apresentadas pelo Tribunal Superior Eleitoral contra o presidente, além de duros recados dados por ex-presidentes da corte eleitoral e pelo chefe do STF, ministro Luiz Fux. Uma das peças encaminhadas pelo TSE ao Supremo culminou na abertura de mais uma investigação contra Bolsonaro, vinculado do inquérito das fake news.

O PDT fala ainda na 'atuação desastrosa' de Bolsonaro na pandemia apontando que o presidente tem uma 'estratégia na disseminação da covid'. De acordo com o partido, o presidente 'não tem o discernimento necessário, nem tampouco capacidades mentais plenas para seguir' no cargo 'pois não se afigura aceitável que um Presidente da República atue com a finalidade de conduzir a população à morte'.

"A população brasileira assistiu, incrédula, a condução genocida e ignóbil do Presidente da República, que insiste em entronizar o negacionismo e o obscurantismo em detrimento da ciência e da vida humana. Menoscabou-se a vacina, as medidas restritivas e os estudos científicos. Tudo isso com o cerne único e inabalável de satisfazer caprichos escusos e desejos de índole duvidosa", diz a peça.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), reagiu à participação do presidente Jair Bolsonaro em um desfile militar nesta terça-feira, 10, afirmando que o Congresso não vai aceitar "arroubos e bravatas" contra o Estado Democrático de Direito e intimidação a parlamentares.

O discurso foi feito no plenário do Senado após Pacheco ser pressionado por colegas a se posicionar sobre a postura do chefe do Planalto. O ato foi criticado por parlamentares por ocorrer no mesmo dia em que a Câmara deve rejeitar a bandeira do chefe do Planalto para instituir o voto impresso no Brasil e o Senado deve aprovar um projeto para revogar a Lei de Segurança Nacional.

##RECOMENDA##

Pacheco minimizou os efeitos do desfile, afirmando não acreditar em risco para a democracia ou intimidação ao Congresso, mas destacou que o Legislativo vai reagir a qualquer ameaça e defender a democracia.

"Absolutamente nada e ninguém haverá de intimidar as prerrogativas do parlamento. Não que eu interprete isso como algo que seja consistente de intimidação ao Parlamento, tampouco acredito, com a maturidade institucional que temos, que haja algum risco nesse sentido, mas temos que afirmar e reafirmar sempre para todos essa nossa responsabilidade cívica com a obediência à Constituição Federal", disse o senador.

O presidente do Senado declarou que não iria "supervalorizar" o evento, mas afirmou que o Congresso está atento. "Estaremos todos nós prontos a reagir a arroubos, a bravatas, a ações que definitivamente não calham no Estado Democrático de Direito." Pacheco destacou que o desfile ocorre no mesmo dia em que o Senado vai votar um projeto que "enterra o entulho autoritário" ao revogar a Lei de Segurança Nacional.

O deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), ao comentar nas redes sociais o desfile de tanques da Marinha no Palácio do Planalto nesta terça-feira (10), cometeu uma gafe que não passou despercebida pelos internautas. Bolsonarista e declaradamente “patriota”, o parlamentar foi elogiar a exibição, mas acabou utilizando a foto de uma festividade do governo chinês, ironicamente, alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e dos seus apoiadores.

Na publicação, ele exaltou o ato militar. "Nunca uma simples manobra militar mexeu tanto com meu patriotismo", escreveu Otoni de Paula.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

A foto utilizada mostra tanques chineses, em vez dos brasileiros vistos nesta terça. O registro foi da comemoração dos 70 anos de Pequim, na China, realizada na praça Tiananmen, em 2019. A foto, da agência EFE, é uma das primeiras que aparecem em sites de busca ao procurar os termos "desfile militar tanques".

Após a confusão, a publicação virou motivo de piada de opositores. Diversos comentários apontaram o fato do deputado ter usado imagens de um país comunista para exaltar o governo Bolsonaro, que constantemente ataca a esquerda. Às críticas, de Paula rebateu: “Fiquem tranquilos, a foto é somente ilustrativa e pra mostrar para os esquerdistas que em qualquer país, até na China tem manobra militar. Fiquem calmos”.

Na manhã desta terça-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro recebeu o convite da Marinha para a Operação Formosa, treinamento militar que acontecerá no dia 16 de agosto e contará com 2,5 mil militares. A entrega do convite foi feita ao final de uma exibição de tanques, que passou pela Praça dos Três Poderes e chegou até o Palácio do Planalto, onde o presidente acompanhava o desfile, ao lado do ministro da Defesa, general Braga Netto.

O desfile acontece no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados vota a Proposta de Emenda à Constituição para a volta do voto impresso, proposta que tem sido defendida pelo mandatário. Para muitos parlamentares, o ato militar é visto como uma tentativa de intimidação e demonstração de poder. A Marinha nega.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse concordar com as "preocupações" levantadas por senadores após o presidente Jair Bolsonaro participar de um desfile militar na manhã desta terça-feira (10). O ato foi criticado por ocorrer no dia em que a Câmara deve rejeitar o voto impresso e o Senado deve aprovar um projeto revogando a Lei de Segurança Nacional.

Um dos articuladores do Palácio do Planalto no Congresso, Fernando Bezerra deixou claro que concorda com as críticas feitas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, mas destacou que não acompanharia o que chamou de "excessos" nos discursos contra o chefe do Planalto, principal alvo da investigação.

##RECOMENDA##

"Estamos em trincheiras distintas, mas somos do Parlamento brasileiro. Eu tenho uma história nesse Congresso Nacional, eu sou subscritor da Constituinte cidadã, eu aposto na democracia e no Estado Democrático de Direito. Quero compartilhar as preocupações de todos aqui que reverberaram, apenas, digamos, assim, querendo retirar os excessos das falas que foram feitas", disse Bezerra após o presidente da CPI classificar o desfile como "uma ameaça de um fraco que sabe que perdeu".

Na tentativa de minimizar as críticas, o líder do governo destacou medidas adotadas pelo Executivo para diminuir os efeitos da Covid-19, como o pagamento do auxílio emergencial a vulneráveis, e declarou que tem feito "alertas e ponderações" a Bolsonaro para diminuir o ambiente de radicalização ao lado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Outro aliado de Bolsonaro, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) adotou uma postura diferente e minimizou o episódio. "Forças Armadas em desfile não me assustam e nem me constrangem", declarou o senador. Para ele, o que constrange são "atos de corrupção praticados por governos anteriores".

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), cobrou as Forças Armadas para deixar de lado o que chamou de "loucuras" do presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita após o chefe do Planalto acompanhar, na manhã desta terça-feira (10), um desfile de tanques e veículos militares blindados em Brasília.

"É muito importante que os militares tomem consciência do efetivo cumprimento dos seus deveres constitucionais, deixando de lado essas loucuras do presidente da República. O que está em jogo é a defesa do estado democrático de direito, da Constituição, da institucionalidade e eles não podem abrir precedentes com relação a isso", disse Renan antes da reunião da CPI

##RECOMENDA##

A presença de um comboio de tanques na Praça dos Três Poderes provocou uma série de protestos, incluindo de partidos políticos, por ocorrer no dia em que a Câmara votará a proposta de emenda à Constituição que institui o voto impresso, bandeira de Bolsonaro e que deve ser rejeitada.

'Cena patética'

Já o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), criticou o presidente Jair Bolsonaro por acompanhar, na manhã desta terça-feira, o desfile de tanques e veículos militares blindados. Aziz classificou o ato como "lamentável" e acusou o chefe do Planalto de tentar intimidar parlamentares e fazer uma ameaça à democracia.

"Todo homem público, além de cumprir suas funções constitucionais, deveria ter medo do ridículo, mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro nessa cena patética de hoje que mostra apenas uma ameaça de um fraco que sabe que perdeu", disse Aziz ao ler um pronunciamento na abertura da reunião da CPI.

A presença de um comboio de tanques na Praça dos Três Poderes provocou críticas por ocorrer no dia em que a Câmara deve rejeitar a proposta do voto impresso, bandeira de Bolsonaro. "Não haverá voto impresso, não haverá nenhum tipo de golpe contra a democracia", disse o senador. Omar Aziz declarou que toda ameaça à democracia será punida. "Nós no Senado não nos curvaremos a arroubos", finalizou.

O presidente Jair Bolsonaro acompanhou, na manhã desta terça-feira (10), o desfile de veículos militares blindados, na rampa do Palácio do Planalto, em Brasília. O evento, que conta com 150 veículos militares, também fez a entrega de convite a diversas autoridades da República para participarem do dia de Demonstração Operativa, no próximo dia 16 de agosto. Dos veículos do comboio, 14 viaturas ficarão expostas na Esplanada dos Ministérios, em frente ao prédio da Marinha.

O evento não contou com a presença dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ou do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e nem de dirigentes do poder Judiciário. Junto a Bolsonaro no evento, estão os comandantes do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e da Marinha, Almir Garnier Santos; o chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Augusto Heleno; o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Laerte de Souza Santos; o ministro da Defesa, Walter Braga Netto; o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI); o ministro da Educação, Milton Ribeiro; o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, dentre outros. Todos aparecem sem o uso de máscara.

##RECOMENDA##

O comboio de veículos militares blindados passa pelos arredores do Congresso Nacional como parte da Operação Formosa, um treinamento militar que, pela primeira vez, tem a participação do Exército e da Força Aérea. Parlamentares acusam o exercício de tentativa de intimidação do Congresso brasileiro, uma vez que acontecerá no dia da votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso pela Câmara.

A Marinha brasileira informou por meio de nota que o desfile foi planejado antes da agenda de votação da PEC do voto impresso e que o mesmo "não possui relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes da República".

Um comboio de veículos militares blindados vai passar pelos arredores do Congresso Nacional na manhã desta terça-feira (10), no dia em que a Câmara dos Deputados incluiu na pauta de votação a PEC do voto impresso. O motivo oficial para que os tanques e meios do Corpo de Fuzileiros Navais desfilem pela Esplanada dos Ministérios é levar um convite ao presidente Jair Bolsonaro para ele assistir às manobras militares que devem acontecer nos próximos dias no Centro de Instrução de Formosa (CIF), em Goiás. O desfile vai ocorrer em meio a um clima de tensão entre o governo e outros poderes.

O evento inédito faz parte da Operação Formosa, da Marinha, que acontece todos os anos, desde 1988, mas que desta vez vai incluir homens do Exército e da Aeronáutica. Será a primeira vez que os blindados vindos do Rio passarão por Brasília e serão recebido por um presidente. Como está prevista a participação das três Forças, o planejamento incluiu o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, do Ministério da Defesa, e teve aval do titular da pasta, general Walter Braga Netto.

##RECOMENDA##

O Estadão solicitou informações e esclarecimentos ao Ministério da Defesa e à Marinha, a respeito de quando foi agendada a Operação Formosa e a passagem do comboio militar pelo Planalto, bem como o motivo dessa peculiaridade da edição de 2021 do treinamento. O jornal quis saber também se houve pedido da Presidência para o desfile e o custo da operação. A Marinha, em nota, afirmou que a "entrega simbólica" ao presidente e outras autoridades foi planejada antes da definição da data votação da PEC na Câmara e que o comboio militar deixou o Rio de Janeiro no dia 8 de julho

"Isso nunca aconteceu antes. Bolsonaro busca envolver as Forças Armadas na defesa de seu governo. É um despautério. O que importa é criar essa ilusão para ter o caos e o conflito. Mas ela se voltará contra ele e provocará sua derrota", disse o ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann. Ao mudar em março a cúpula das Forças e nomear Braga Netto para a Defesa, Bolsonaro alegou querer um comando mais afinado com o governo.

O Estadão apurou que em duas oportunidades Bolsonaro sugeriu aos ex-comandantes a exibição de força que será feito nesta terça na Esplanada. Em uma delas, sugeriu que tanques fossem estacionados em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em outra, que o Gripen da Aeronáutica desse um rasante próximo à Corte para estilhaçar vidros do prédio. Em ambas oportunidades a ideia caiu no vazio. Desta vez foi acatada por Braga Netto.

A reportagem questionou a Secretaria Especial de Comunicação Social sobre os episódios, mas não recebeu resposta até a conclusão desta edição. Desde que esta edição da Operação Formosa começou a ser preparada, já foram divulgados vários vídeos e informações a respeito do assunto. Só ontem, no entanto, a Marinha informou que a operação passaria por Brasília.

Atrito

Após o início da CPI da Covid, quando militares da ativa que estiveram no comando do Ministério da Saúde entraram para o grupo de investigados sob a suspeita de corrupção em contratos de compra de vacinas, cresceram os atritos entre a Defesa e o Congresso. Há um mês, Braga Netto e os comandantes militares assinaram uma nota dizendo que a comissão desrespeitava os militares em razão de seu presidente, o senador Omar Aziz (PSD-AM) ter se referido à existência de uma suposta "banda podre" nas Forças Armadas.

Um dia depois, conforme revelou o Estadão, Braga Netto fez chegar ao presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), por meio de um emissário, que sem a adoção do voto impresso não haveria eleições em 2022. Naquele mesmo dia, o presidente afirmou: "Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições".

A PEC do Voto Impresso já foi derrotada na comissão especial que avaliava o tema. Diante da insistência de Bolsonaro, Lira decidiu levar a questão ao plenário.

Antes que os parlamentares comecem a chegar hoje ao Congresso, os tanques vão entrar em Brasília. Segundo a Marinha, um comboio com 150 veículos blindados, armamentos e outros meios da Força de Fuzileiros, que partiu do Rio, "passará pela capital federal, a caminho do Campo de Instrução de Formosa" e entregará às 8h30, no Palácio do Planalto, o convite a Bolsonaro e a Braga Netto para que "compareçam à Demonstração Operativa", em 16 de agosto.

Um comboio militar com blindados anfíbio de socorro médico dos fuzileiros navais circulava na tarde de ontem a cerca de 40 quilômetros de Brasília. A reportagem do Estadão encontrou o aparato militar que seguia pela BR-020, na região de Planaltina, no Distrito Federal.

Preocupação

A coincidência dos eventos provocou preocupação no Parlamento. "Tanques na rua, exatamente no dia da votação da PEC do voto impresso, passou do simbolismo à intimidação real, clara, indevida, inconstitucional. Se acontecer, só cabe à Câmara dos Deputados rejeitar a PEC, em resposta clara e objetiva de que vivemos numa democracia e que assim permaneceremos", disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que recorreu à Justiça para impedir "gasto de recursos públicos em uma exibição vazia de poderio militar". "As Forças Armadas, instituições de Estado, não precisam disso. Os brasileiros, sofrendo com as consequências da pandemia, também não. O Brasil não é um brinquedo na mão de lunáticos", afirmou.

A oposição na Câmara também atacou o desfile. "É um necessário exercício da Marinha, mas que Bolsonaro transforma num espetáculo político, quando o traz pra Esplanada, com clara intenção de aumentar especulações", disse a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). Ela integra a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional. "Mais uma do protótipo de ditador: mandou o Exército desfilar com tanques em Brasília amanhã, dia da votação do voto impresso. Quer intimidar, mas para isso precisa do ‘intimidado’. É hora de mostrarmos pra ele que o poder emana do povo, não das armas!", escreveu o deputado Rogério Correia (PT-MG). 

Diante das suspeitas provocadas pelo inédito desfile bélico que passará na frente do Palácio do Planalto na manhã desta terça-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais com o objetivo de convidar presidentes de Poderes para assistir às manobras militares. Na mensagem, Bolsonaro se apresenta como "Chefe Supremo das Forças Armadas". O anúncio da presença de um comboio de tanques na Praça dos Três Poderes provocou protestos porque a operação vai ocorrer justamente no dia em que a Câmara votará a proposta de emenda à Constituição que institui o voto impresso.

"Sr. Presidente do ... STF, Câmara Federal, Senado, TCU, TSE, STJ, TST, Deputados, Senadores... : Como ocorre desde 1988, a nossa Marinha realiza exercícios em Formosa/GO. Como a tropa vem do Rio, Brasília é passagem obrigatória. Muito me honraria sua presença amanhã na Presidência (08h30), onde receberei os cumprimentos da Força e lhes desejarei boa sorte na missão", escreveu Bolsonaro.

##RECOMENDA##

Para chegar a Formosa, no entanto, não é necessário passar pelos arredores do Congresso. Além disso, a Operação Formosa - promovida pela Marinha desde 1988 - tradicionalmente não incluía, como nesta edição, o Exército e a Aeronáutica.

Ameaças

Desde 8 de julho, não foram poucas as vezes em que Bolsonaro disse que não haveria eleições sem voto impresso no País. A ameaça também foi feita naquele mesmo dia pelo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, a um importante interlocutor político, que tratou de repassar o recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), como revelou o Estadão/Broadcast.

Divulgado pela Marinha como uma deferência a Bolsonaro, o desfile bélico provocou críticas de parlamentares, que se sentiram intimidados.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), classificou como "trágica coincidência" a realização do desfile bélico nas proximidades do Congresso. "Não é usual", afirmou Lira sobre o exercício militar, em entrevista ao site O Antagonista. "E, não sendo usual, em um País polarizado do jeito que o Brasil está, isso dá cabimento para que se especule (tratar) de algum tipo de pressão. Entramos em contato com o Palácio do Planalto, falei com o presidente (Bolsonaro) e ele garantiu não haver esse intuito".

Nas últimas semanas, Bolsonaro fez duros ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Não foi só: xingou o presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, de "filho da p..." por sua posição contrária ao voto impresso; acusou fraudes nas urnas eletrônicas sem apresentar quaisquer provas; afirmou que o ministro Alexandre de Moraes era a "mentira" no STF e disse haver um "complô" para eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje líder nas pesquisas de intenção de voto, em 2022. Com tantos insultos, o presidente do Supremo, Luiz Fux, cancelou a reunião entre os Poderes, que estava prevista para os próximos dias.

"Tanques na rua, exatamente no dia da votação da PEC do voto impresso, passou do simbolismo à intimidação real, clara, indevida, inconstitucional. Se acontecer, só cabe à Câmara dos Deputados rejeitar a PEC, em resposta clara e objetiva de que vivemos numa democracia e que assim permaneceremos", criticou a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Na avaliação da deputada Perpétua Almeida (PC do B-AC), integrante da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Bolsonaro quer fazer do treinamento militar um espetáculo político. "Há homens fracos e frouxos que usam da força para mostrar poder. Bolsonaro é desses. Mais uma vez usa as instituições militares para impulsionar seu projeto anarquista de poder", criticou Perpétua. "É um necessário exercício da Marinha, mas que Bolsonaro transforma num espetáculo político, quando o traz pra Esplanada, com clara intenção de aumentar especulações."

O objetivo da Operação Formosa é treinar militares da Força de Fuzileiros da Esquadra, sediada no Rio. Mesmo entre eles, porém, a manobra é vista como uma forma de intimidação por demonstrar a capacidade de fogo, um "instrumento de dissuasão" na linguagem da caserna.

Em nota, a Marinha informou que Bolsonaro e "diversas autoridades dos Poderes da República" são convidadas anualmente para assistir ao Dia de Demonstração Operativa, que, neste ano, ocorrerá no próximo dia 16. A entrega do convite a Bolsonaro será feita nesta terça-feira e foi planejada "para contemplar um comboio composto por algumas das principais viaturas". Ainda de acordo com a Marinha, o ato foi marcado antes da agenda para a votação da proposta do voto impresso.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) disse que recorreu à Justiça para impedir "gasto de recursos públicos em uma exibição vazia de poderio militar". "As Forças Armadas, instituições de Estado, não precisam disso. Os brasileiros, sofrendo com as consequências da pandemia, também não. O Brasil não é um brinquedo na mão de lunáticos", afirmou Vieira.

O treinamento reunirá militares das três Forças. O adestramento ocorrerá no Campo de Instrução de Formosa, em Goiás. Os fuzileiros fazem simulações de guerra, com aviões, paraquedistas, helicópteros, blindados, anfíbios, bateria antiaérea, detonação de explosivos, descontaminação por agentes químicos, nucleares, biológicos e bacteriológicos.

A área de cerrado pertence ao Exército e é cedida à Marinha por ser a única do País em que é possível realizar esses exercícios com uso de munição real.

A Marinha brasileira informou nesta segunda-feira (9) que o desfile de veículos militares blindados em Brasília nesta terça-feira (10) foi planejado antes da agenda de votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso pela Câmara e "não possui relação com a mesma, ou qualquer outro ato em curso nos Poderes da República".

Segundo a Força, em nota, nesta terça-feira um comboio de 150 veículos militares fará a entrega de convite a diversas autoridades da República, entre elas o presidente Jair Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão, e os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para participarem do dia de Demonstração Operativa, no próximo dia 16 de agosto. Dos veículos do comboio, 14 viaturas ficarão expostas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em frente ao prédio da Marinha.

##RECOMENDA##

O desfile faz parte da Operação Formosa deste ano, exercício militar que acontece anualmente desde 1988. Apesar da regularidade, é a primeira vez que haverá desfile militar, bem como a participação da Força Aérea e Exército na operação.

A escolha do dia e do local para a realização do desfile causaram preocupação entre parlamentares que, nas redes sociais, acusaram o governo de tentativa de intimidação do Legislativo e interferência no resultado da votação da PEC do Voto Impresso.

Segundo o texto distribuído pela Marinha, "os eventos buscam valorizar e apresentar, à sociedade brasileira, o aprestamento dos meios operativos da nossa Marinha".

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), classificou como uma "trágica coincidência" a realização de desfile militar amanhã, 10 convocado pela Marinha nos arredores do Congresso Nacional, em Brasília, pela manhã. Segundo informou a Força Armada, em nota, um comboio de veículos militares blindados fará parte de exercício militar, a Operação Formosa, promovido pela Marinha e que pela primeira vez contará com a participação do Exército e da Força Aérea.

No mesmo dia, está prevista a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso pela Câmara. Para alguns parlamentares, o exercício foi visto como uma tentativa de intimidação do Congresso e de influenciar o resultado da votação.

##RECOMENDA##

"Não é usual", disse o presidente da Câmara sobre o exercício militar. "E não sendo usual, em um País polarizado do jeito que o Brasil está, isso dá cabimento para que se especule tratar de algum tipo de pressão. Entramos em contato com o Palácio do Planalto, falei com o presidente Bolsonaro e ele garantiu não haver esse intuito", afirmou o parlamentar. Segundo Lira, em entrevista a O Antagonista, o desfile não deve causar problemas à votação, mas caso parlamentares e a população achem conveniente, seria possível adiar a votação da PEC.

"Essa Operação Formosa acontece desde 1988 aqui em Goiás com movimentações da Marinha. Esse ano serão acrescidos o Exército e a Aeronáutica. Então não é uma coisa que foi inventada, mas também nunca houve desfile na Esplanada dos Ministérios para ir a Formosa (GO) e parar na frente do Palácio do Planalto", afirmou Lira.

Os impactos ambientais do incêndio que atingiu seis tanques de uma empresa de Santos, na semana passada, poderão durar pelo menos cinco anos, contaminando plantas e animais. Além disso, com a emissão de poluentes na atmosfera, existe a possibilidade de ocorrência de chuvas ácidas, o que comprometeria a vegetação da Serra do Mar. O alerta é do zoólogo Marcelo Pinheiro, do Campus Litoral Paulista da Unesp.

O incêndio no terminal da Ultracargo - o maior já registrado no Estado de São Paulo - só foi declarado extinto pelo Corpo de Bombeiros na sexta-feira (10), nove dias após ter começado.

##RECOMENDA##

Segundo a Companhia Ambiental do Estado (Cetesb), até agora todos os esforços haviam sido concentrados no controle do incêndio e a avaliação dos danos ambientais terá início só após o rescaldo. Mas, segundo Pinheiro, é provável que a situação da área de estuário e dos manguezais, que já era crítica, fique ainda pior: bilhões de litros de água que foram usados no resfriamento dos tanques voltaram para o ecossistema aquático com resíduos do combustível e dos produtos químicos que compõem a espuma usada para debelar o fogo.

"Não podemos ainda prever com precisão quanto vai durar o impacto. Mas, dependendo da composição química da espuma e da quantidade utilizada, vai levar de cinco a dez anos para que a natureza se recupere e volte à situação original. Na água, esse produto poderá reagir com outros resíduos químicos, formando compostos mais tóxicos. A contaminação pode repercutir por toda a cadeia alimentar", disse Pinheiro. "Além disso, os poluentes lançados na atmosfera podem formar a chuva ácida, que queima o tecido das folhas e impede a fotossíntese, matando a vegetação."

Segundo o gerente da Agência Ambiental de Santos na Cetesb, Carlos Eduardo Padovan Valente, ainda não foram detectadas alterações consideráveis na qualidade do ar. Mas a quantidade de oxigênio disponível na água foi reduzida dramaticamente e a temperatura subiu 7°C acima do tolerável para os peixes, o que causou a morte de oito toneladas deles. "Desde domingo passado não temos mortes de peixes."

As consequências imediatas, porém, são visíveis na região do incêndio. Na Favela Chico de Paula, no mangue ao lado do Porto de Santos, o cheiro lembra o de posto de combustível. Nos carros, moradores apontam marcas de pingos pretos e a fuligem vinda do pátio da Ultracargo, a menos de 500 metros de palafitas e barracos, onde moram cerca de 30 mil pessoas.

A fumaça preta que cobriu a comunidade também agravou a situação de moradores que sofrem de doenças respiratórias. "Estou com uma dor de cabeça que não passa. Quando bate um vento e a fumaça vem com mais força, a gente tem até de fechar a janela", disse a dona de casa Ana Paula Palhas, de 38 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Ultracargo informou na tarde deste domingo (5) que o incêndio em parte de seu terminal em Santos foi reduzido após a chegada de novos equipamentos e materiais, cedidos por empresas parceiras e participantes do Plano de Auxílio Mútuo (PAM). Neste momento, as chamas atingem três tanques, um a menos que na noite anterior.

A entrada em operação de reforços é decorrente de estratégia adotada no início da noite de sábado (4) durante reunião do Comitê de Integração instalado para gerenciar o incidente. O Comitê, sob coordenação do Governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura de Santos, conta ainda com a participação da Ultracargo, da Companhia Docas do Estado de São Paulo e da Petrobras. As recentes ações coordenadas pelos bombeiros levaram a avanços nas operações de combate "o que deixa a companhia otimista quanto ao desfecho da operação".

##RECOMENDA##

Com informações de assessoria

Dois comboios de tanques e veículos militares russos dispararam mísseis contra um posto da fronteira no sul da Ucrânia e avançaram para dentro do território do país nesta quinta-feira (28), afirmou o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança ucraniano, coronel Andriy Lysenko. Comentários da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), de separatistas pró-Rússia e dos Estados Unidos confirmam a invasão.

Lysenko afirmou que os mísseis russos foram disparados por volta das 5h (de Brasília, e uma hora e meia depois, dois comboios de tanques e veículos militares deram início a uma ofensiva. Eles entraram no país pelas divisas de Veselo-Voznesenka e Maximovo, na região russa de Rostov.

##RECOMENDA##

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, pediu que seus cidadãos resistam a entrar em pânico. "A desestabilização da situação e o pânico são armas do inimigo tanto quanto os tanques", disse o presidente em uma reunião emergencial do Conselho de Segurança do país. Poroshenko cancelou uma viagem à Turquia, onde participaria da nomeação do presidente Recep Tayyip Erdogan, dizendo que "hoje, o lugar do presidente é em Kiev".

Uma autoridade de alto escalão da OTAN disse que ao menos mil soldados russos entraram na Ucrânia com equipamentos sofisticados e travaram "contato" direto com as forças ucranianas, o que teria resultado em baixas. Segundo o oficial, esta é uma estimativa conservadora e outros 20 mil soldados estavam logo atrás da fronteira.

No quartel-general da organização, o brigadeiro general Nico Tak disse a repórteres que o objetivo final da Rússia era protelar a derrota dos separatistas e criar no leste da Ucrânia um "conflito congelado" que iria desestabilizar o país "indefinidamente". "Nas duas últimas semanas, nós notamos uma escalada significante tanto no tamanho como na sofisticação da interferência militar russa na Ucrânia", afirmou Tak. "A Rússia está reforçando e rearmando forças separatistas em uma tentativa flagrante de alterar o ímpeto do conflito, que no momento está a favor do Exército ucraniano."

A OTAN também produziu imagens de satélite para garantir o que chamou de "evidência adicional de que combatentes russos, equipados com armamento pesado sofisticado, estão operando dentro do território soberano da Ucrânia". Tak informou que as imagens de satélite eram só "a ponta do iceberg em termos de evidências globais dos movimentos de soldados e armas russos".

"Nós também detectamos grandes quantidades de armas avançadas, incluindo sistemas de defesa aérea, artilharia, tanques e veículos de carregamento blindados sendo enviados para forças separatistas no leste da Ucrânia", ele afirmou. "A presença destas armas e os números substanciais de combatentes russos na Ucrânia tornam a situação cada vez mais grave."

O embaixador da Rússia para a União Europeia, Vladimir Chizhov, disse à BBC, no entanto, que a "OTAN nunca produziu uma única peça de evidência" de soldados russos operando na Ucrânia. Ele disse que os único soldados da Rússia a atravessarem a fronteira foram os 10 capturados nesta semana, que, Moscou insiste, teriam entrado por engano no território.

O Ministério de Defesa russo não negou diretamente que suas tropas tenham invadido o país, mas disse que as alegações do número de unidades militares russas operando na Ucrânia não tinham relação nenhuma com a realidade.

Em entrevista para a televisão estatal russa, porém, o líder da insurgência, Alexander Zakharchenko contou que entre 3 mil e 4 mil soldados russos lutaram do lado de separatistas desde que o conflito armado começou em abril. O governo dos EUA acusou a Rússia de orquestrar uma nova campanha militar na Ucrânia, ajudando as forças rebeldes a expandirem sua luta e enviando tanques, lançadores de mísseis e veículos blindados.

O porta-voz da Guarda Nacional da cidade ucraniana de Mariupol também disse que o governo tem evidência da entrada de grandes quantidades de armas em Novoazovsk, município próximo da fronteira com a Rússia. Ele acrescentou que os reforços da Guarda Nacional estavam se posicionando nas proximidades da fronteira.

Novoazovsk, que fica nas proximidades de uma estrada que liga a Rússia à península Crimeia, anexada pelos russos em março, esteve sob fortes bombardeios durante três dias. Na manhã de quarta-feira, os rebeldes entraram na cidade. A porção sudeste da Ucrânia, ao longo do Mar de Azov, ainda não havia registrado combates que engoliram áreas do norte do país.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando