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A geração hidrelétrica registrada em agosto foi a pior dos últimos nove anos. Ao todo, 40,5 mil megawatts (MW) de energia foram injetados no sistema elétrico no mês passado. Resultado mensal mais fraco do que esse só foi registrado em julho de 2005, quando 30,2 mil MW foram entregues, de acordo com informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Se observado o desempenho verificado nos meses de agosto, somente em 2004 foi registrado um desempenho tão fraco quanto o de agora. A gravidade da situação fica mais evidente quando os números são contrapostos à evolução da geração hidrelétrica neste mesmo período.

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Os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontam que, em 2004, o Brasil tinha 79,6 mil MW de energia baseada em hidrelétricas e as chamadas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) - são as usinas que geram até 30 MW. Dez anos depois, a geração de energia extraída dos rios saltou para 87,6 mil MW, um crescimento de quase 10%. Isso significa que, passada uma década, e após uma ampliação significativa do potencial de geração, as hidrelétricas estão gerando hoje a mesma quantidade de energia de dez anos atrás.

Usinas em operação

Atualmente, há 1.137 hidrelétricas em operação no Brasil, responsáveis por entregar 67% da capacidade total do País - ou 136,7 mil MW. Os números da Aneel apontam que há 44 hidrelétricas em construção no País, as quais vão adicionar 14,8 mil MW ao sistema. Outros 193 projetos hidrelétricos já foram outorgados pela agência, mas ainda dependem da conclusão de processos de licenciamento ambiental ou realização de leilão pelo governo federal.

A geração térmica a gás, óleo, carvão e biomassa cresceu consideravelmente nos últimos dez anos. Em 2004, a energia extraída por essas usinas chegava a 19,5 mil MW, respondendo por 21,5% do potencial energético naquele ano. Atualmente, há 39,2 mil MW de geração térmica no sistema elétrico, o que corresponde a 29% do parque instalado. Outros 4% estão atrelados às usinas eólicas e nucleares. Ao todo, o sistema elétrico é abastecido por 3.350 usinas, entre todos os tipos de fontes de geração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Indicados por PT e PMDB, os quatro integrantes da cúpula do Postalis, fundo de pensão dos Correios, tiveram sua exoneração solicitada por dois conselheiros em 28 julho deste ano. As razões do pedido, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, são a forma como os recursos do Postalis são geridos e também o descumprimento de decisões do conselho deliberativo.

Os motivos são semelhantes aos que levaram associações de funcionários dos Correios a pedir, na terça-feira, 19, a pedir a intervenção do Ministério da Previdência no Postalis. As associações avaliam que a interferência dos partidos políticos no fundo levou a "operações suspeitas" e ao rombo de R$ 2,2 bilhões acumulado de 2013 a junho de 2014. Na reunião de julho, conselheiros ligados ao PT derrubaram a proposta, alegando que a medida prejudicaria a imagem do Postalis.

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Em diversas reuniões realizadas em 2013, os conselheiros pediram que a diretoria executiva indicasse os motivos e as responsabilidades sobre o déficit. A ata da 12ª reunião ordinária de 2013, realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, mostra que os conselheiros registraram que "o descumprimento e/ou adiamento das determinações solicitadas à diretoria executiva é evidente e extremamente prejudicial ao instituto".

Fontes consultadas pela reportagem relataram ainda que a demora da diretoria para promover a troca de gestores de investimentos do Postalis também motivou o pedido de destituição dos diretores. Uma das preocupações principais é com o banco americano BNY Mellon, pivô de um dos principais escândalos recentes que envolvem o Postalis. Segundo reportagem do jornal O Globo publicada em maio, a CVM investiga possíveis fraudes no negócio do Postalis com o banco. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Três associações de funcionários dos Correios anunciaram que vão pedir, nesta quarta-feira (20) intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), vinculada ao Ministério da Previdência Social, no fundo de pensão da estatal, o Postalis. As associações argumentam que a gestão política de diretores indicados por PT e PMDB no Postalis levou a "operações suspeitas" que explicariam o rombo de R$ 2,2 bilhões acumulado entre 2013 e 2014.

Maior fundo de pensão do Brasil em número de participantes, com cerca de 140 mil contribuintes, o Postalis tem hoje um patrimônio líquido de R$ 5,4 bilhões no principal plano do fundo. Dado o valor do déficit, os participantes temem um aumento na contribuição mensal para cobrir o rombo e, mesmo assim, não ter o retorno esperado em suas aposentadorias.

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"Quem perde 25% do patrimônio em dois anos está numa situação muito difícil, que mereceria intervenção externa enquanto ainda, talvez, haja alguma esperança de recuperação", diz uma avaliação feita pelas associações a que o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso. O pedido é subscrito pela Associação dos Profissionais dos Correios, a Federação Interestadual dos Trabalhadores dos Correios e a Associação Nacional dos Participantes do Postalis.

Previ

Outro argumento que será usado a favor da intervenção será que os prejuízos da gestão política não atrapalham apenas os contribuintes do Postalis, mas também a Previ (do Banco do Brasil), o Petros (Petrobras) e outros fundos de estatais. "Trata-se, portanto, de um tema nacional, oportuno no momento em que o País se prepara para escolher seu novo presidente", avalia o documento.

As associações querem aproveitar o momento em que a relação dos fundos de estatais com partidos está no radar da operação mais notória da Polícia Federal em 2014: a Lava Jato, que prendeu o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. A relação foi revelada por uma ex-contadora do doleiro, Meire Bonfim da Silva Poza, em depoimento à PF.

Entre os "negócios mal explicados" feitos pela cúpula do Postalis, apontam as associações de funcionários dos Correios, está uma operação com o Banco BNY Mellon atribuída a Youssef e ao ex-diretor financeiro do Postalis Ricardo Oliveira Azevedo. O negócio levou, segundo as associações, a prejuízo causado pela troca de títulos da dívida brasileira por papéis argentinos. Oliveira se demitiu do cargo em outubro de 2013, após uma investigação do Previc lhe atribuir responsabilidade por prejuízos ao fundo.

Venezuela

Também estão na lista de maus negócios que aumentaram o rombo, segundo os funcionários, a compra de títulos da Venezuela, de ações de empresas de Eike Batista e da Universidade Gama Filho e UniverCidade - ambas endividadas e descredenciadas pelo Ministério da Educação este ano.

Em nota, o Postalis afirmou que a maior parte dos investimentos está em títulos públicos federais com taxas acima da meta de rendimento fixada e que a diretoria presta esclarecimentos, "de forma sistemática", à Previc. A assessoria afirmou que "o Postalis não tem mais em sua carteira nenhum ativo do Grupo X e não trabalha mais com o gestor terceirizado responsável pela realização desses investimentos".

Sobre as universidades, informou que, após o descredenciamento pelo MEC, "solicitou o vencimento antecipado das parcelas", reconheceu a possível perda "e tomou as demais medidas jurídicas cabíveis para proteger os seus direitos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, rechaçou a hipótese de que o Tesouro Nacional pode ser acionado para o financiamento das empresas do setor elétrico. Questionado sobre essa hipótese, Coutinho disse peremptoriamente que "não".

Após participar de evento sobre o financiamento à inovação na capital britânica, o presidente do BNDES falou rapidamente com a imprensa e negou que o Tesouro poderá ser acionado no crédito às distribuidoras ou que a operação poderá ter juros usados em operações para investimento, como os referenciados na TJLP.

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Coutinho, porém, não negou que o BNDES fará parte da operação em conjunto com bancos privados. Com isso, abre-se a perspectiva de que a participação da casa na operação tende a ser com recursos captados no mercado e com juros praticados no mercado. Ou seja, a entrada do banco não representaria condições diferenciadas.

Fonte da equipe econômica que acompanha o tema explicou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que bancos privados estão interessados no crédito de R$ 6,5 bilhões, mas muitas instituições têm limitações em relação ao total que pode ser emprestado. Isso acontece especialmente com as instituições que já participaram da primeira fase do crédito às elétricas. Com essa segunda tranche, algumas dessas casas poderiam atingir o limite de exposição de crédito a um único setor. Por isso, está sendo negociada a entrada do BNDES na operação.

A proximidade da confirmação de um novo empréstimo para o setor elétrico no valor de R$ 6,5 bilhões traz alívio às empresas de distribuição de eletricidade, avaliou nesta terça-feira (22) o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite. Segundo ele, novas simulações que têm sido feitas pela entidade apontam que o montante pode ser suficiente para cobrir a exposição remanescente do segmento ao mercado de energia à vista, além do gasto com o despacho de usinas térmicas.

"Ainda não temos os detalhes da operação, mas a confirmação de que o valor negociado com os bancos é de R$ 6,5 bilhões já é algo que permite à empresas trabalharem até o fim deste ano", disse Leite em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, confirmou na manhã de hoje que esse é o valor que o governo busca viabilizar com o pool de bancos que já concedeu um empréstimo de R$ 11,2 bilhões ao setor este ano. Segundo apurou o Broadcast, o BNDES - que não participou do primeiro financiamento - dessa vez seria responsável por quase a metade do novo crédito, liberando R$ 3 bilhões.

Para Leite, a conta até o final do ano é menor que o rombo registrado no primeiro quadrimestre - que consumiu a totalidade do empréstimo de R$ 11,2 bilhões - porque a exposição das empresas e o preço da energia no mercado à vista (PLD) têm sido decrescentes. "O PLD caiu em relação ao começo do ano, embora tenha aumentado um pouco novamente nas última semanas", observou.

Em maio, em outra entrevista ao Broadcast, o executivo chegou a calcular uma necessidade de cerca de R$ 7,8 bilhões para o período. "O que nós simulávamos realmente era um pouco maior, mas essa conta é muito sensível às variações de preço do PLD e à necessidade de se despachar as usinas térmicas no segundo semestre. E ainda há a questão do risco hidrológico que não está contemplada pelo decreto que autorizou a tomada dos empréstimos", explicou, justificando a diferença entre os valores.

Leite disse ainda não acreditar que possa haver qualquer problema para que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) - que faz a ponte entre os bancos e as empresas de energia - assine os contratos do novo empréstimo. Quando o primeiro crédito de R$ 11,2 bilhões foi fechado, três dos cinco membros do conselho da entidade renunciaram a seus cargos alegando motivos pessoais. "Acredito que não haja nenhum tipo de desconforto dessa vez, mesmo porque os novos conselheiros assumiram as cadeiras já sabendo das condições desse tipo de operação", completou.

O governo Dilma Rousseff tem um projeto de lei pronto que altera toda a estrutura institucional da área trabalhista federal. Pela minuta do projeto, obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo, o governo altera o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), criado com a Constituição, que passará a ser chamado de Fundo Nacional do Trabalho (FNT) e será blindado das desonerações tributárias aplicadas pelo Ministério da Fazenda. Responsável pelo pagamento do seguro-desemprego, do abono salarial e da qualificação da mão-de-obra, o fundo tem registrado déficits bilionários diante da queda de arrecadação e das despesas crescentes.

O governo vai criar o Sistema Único do Trabalho (SUT), instituir a criação de 27 conselhos estaduais do trabalho, além de conselhos municipais. O SUT será encarregado de elaborar as políticas públicas de emprego, fiscalizar as práticas de trabalho escravo e terá como braço financeiro o FNT (sucessor do FAT), que pagará pelas despesas do seguro-desemprego, o abono salarial e a qualificação profissional. Além disso, o FNT continuará transferindo 40% de suas receitas para o BNDES.

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Tal como o FAT, o futuro FNT será bancado pela arrecadação do PIS e do Pasep, tributos que têm sido escolhidos pela Fazenda como instrumento de estímulo às empresas. Pelo projeto, a União passa a ser obrigada a "compensar o fundo, no valor correspondente à estimativa de renúncia sobre quaisquer das suas receitas decorrentes de desoneração tributária".

O Conselho Deliberativo do FAT (Codefat) estima que o fundo terá déficit de R$ 19 bilhões em 2015. Hoje, os rombos são cobertos pelo Tesouro. Mas contabilmente o FAT é deficitário, o que limita sua atuação, diz um conselheiro do fundo. No caso dos benefícios do seguro-desemprego, por exemplo, o governo só tem concedido reajustes iguais à inflação, alegando falta de caixa. Com um fundo superavitário, os reajustes podem aumentar.

Mudanças

O projeto muda a estrutura do Ministério do Trabalho, a exemplo do Ministério da Saúde e o Sistema Único de Saúde (SUS). Isto é, o ministério determina as diretrizes, tocadas pelo SUS. Com a área trabalhista será a mesma coisa.

O SUT será uma megaestrutura, a ser gerida pelo Ministério do Trabalho, no âmbito federal, capaz de fechar convênios com "SUTs" regionais, tocados pelas secretarias estaduais e municipais de Trabalho. Cada estrutura terá uma comissão nacional de gestores do SUT e conselhos, que serão formados por empresários, sindicalistas e integrantes do setor público.

 

Assinada pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias, a minuta do projeto de lei foi enviada na quarta-feira, 18, aos conselheiros do FAT. O ministro tem pressa: ele quer receber as reações ao texto até o dia 2 de julho. Procurado pelo jornal O Estado, o conselheiro do FAT, Sérgio Luiz Leite, da Força Sindical, disse ser "amplamente favorável" à blindagem do fundo das desonerações. Mas tem uma preocupação. "Não acho razoável mandar ao Congresso, em clima eleitoral, um projeto que cria conselhos, altera o FAT, e mexe na estrutura federal." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) vai pedir ao governo mais R$ 7,9 bilhões para que as empresas do setor consigam honrar seus compromissos entre maio e dezembro de 2014. Isso porque o empréstimo bancário de R$ 11,2 bilhões anunciado em março pelo governo não durou até o fim do mês passado.

Cerca de R$ 8,7 bilhões foram gastos apenas para cobrir o rombo da companhias de fevereiro e março. Os R$ 2,5 bilhões restantes não serão suficientes para pagar pelo buraco de abril - que será liquidado em junho.

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Os cálculos originais dos empresários do segmento apontavam buraco de R$ 7,2 bilhões na contabilidade da distribuição eletricidade para os próximos oito meses. Mas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) corrigiu os valores da parcela para cobrir o rombo de março, que passou de R$ 3,3 bilhões para R$ 4 bilhões.

Somados com os R$ 4,7 bilhões usados para pagar fevereiro, o desembolso passou de R$ 8 bilhões para R$ 8,7 bilhões para os dois meses. Com isso, os R$ 3,2 bilhões de crédito que sobrariam para pagar a conta de abril viraram R$ 2,5 bilhões, insuficientes para pagar a fatura. "Nós acreditamos que os R$ 3,2 bilhões dariam para pagar apenas a liquidação de abril, que ocorrerá em junho. A própria Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) já tem conhecimento disso", disse ao Estado o presidente da Abradee, Nelson Leite. Para a associação, o empréstimo não cobre R$ 700 milhões do rombo do mês passado.

Os recursos são usados para cobrir a necessidade das empresas de distribuição de luz comprarem eletricidade no mercado à vista, já que não conseguiram contratos de longo prazo suficientes para suas demandas no leilão realizado no fim do ano passado. Além disso, o dinheiro ajuda a pagar o alto custo da energia térmica durante a estiagem que derrubou os níveis dos reservatórios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O rombo causado pelo banco BVA no sistema financeiro chegou a cerca de R$ 8 bilhões, um dos maiores da história do mercado bancário brasileiro. O que aconteceu na instituição, em liquidação desde junho do ano passado, terminou de ser apurado neste mês pelo Banco Central. E as conclusões do inquérito já foram enviadas à Justiça de São Paulo, que deve decidir se decreta ou não falência da instituição.

O documento produzido pelo BC é sigiloso e deverá ser encaminhado ao Ministério Público estadual, que vai apurar responsabilidades pela quebra da instituição. Caberá ao Ministério Público Federal apurar fraudes ou crimes contra o sistema financeiro.

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Com base no relato de diversas pessoas que de alguma forma estiveram ligadas ao processo de liquidação e ao relatório do liquidante, o Estado reconstruiu o modus operandi do banco e como chegou à bancarrota. Além do número do rombo, que originalmente se imaginava ser de apenas R$ 500 milhões, surpreende a rapidez com que tudo aconteceu.

Em apenas cinco anos, a instituição teve uma forte ascensão e uma queda brusca, deixando um rastro de prejuízos a milhares de investidores, fundos de investimentos, fundos de pensão e até mesmo a empresas que tomaram empréstimos no banco. Entre 2009 e 2012, o banco cresceu 500% atingindo um ativo próximo a R$ 5 bilhões. Logo depois do auge sofreu intervenção e em junho de 2013 teve sua liquidação decretada porque seu patrimônio não suportava suas operações.

Para um banco conceder crédito, precisa de capital e começa com o dinheiro dos acionistas. Depois vai buscar recursos com clientes, que investem em Certificados de Depósitos Bancários, Letras Financeiras, Letras de Crédito Imobiliário, etc.

Para crescer tão rapidamente, o banco foi agressivo. De um lado oferecia CDBs para alguns clientes com retornos de 36% ao ano, quase cinco vezes o que rende a caderneta de poupança. Atraiu grandes investidores. Na outra ponta, emprestava para empresas pequenas e médias, focando principalmente em construtoras. As garantias muitas vezes não eram em valor suficiente para cobrir o empréstimo, em caso de calote. O prazo para pagamento era longo e o desembolso dos recursos era feito com base no cronograma da obra. O que ficava retido, era aplicado no próprio banco.

Para poder girar o dinheiro mais, o BVA cedia parte da sua carteira de crédito para fundos de investimentos de sua gestora de recursos, a Vitoria Asset Management - que tinha como principais cotistas fundos de pensão -, e também com venda direta às fundações. Essa cessão de crédito é que ajudou a inflar o rombo no sistema para além do próprio banco BVA e, por isso, o valor de R$ 8 bilhões.

Círculo vicioso

A bicicleta girava bem até que os primeiros empréstimos começaram a vencer e muitas empresas ficaram inadimplentes, exigindo provisionamentos expressivos para perdas, de acordo com regras do BC, que foram minando a capacidade do banco em suportá-las. Precisava de mais capital, mas a fonte começou se esgotar. Os grandes investidores como o grupo Caoa, que fabrica carros da Hyundai, começaram a tirar recursos da instituição, piorando a situação do banco, segundo relata o liquidante em processo judicial movido contra o grupo. Nesse processo acusa o grupo de ter informação privilegiada por ser acionista da instituição e ter se apropriado indevidamente de garantias do banco. O Caoa é o maior credor, fora o

Fundo Garantidor de Crédito, na lista que deverá ser divulgada nesta semana pelo liquidante do BVA.

Outro grande credor é Cleber Faria, empresário que foi dono da Cervejaria Petrópolis e que também foi sócio do BVA. Mesmo sendo grandes credores, não necessariamente terão grandes prejuízos, segundo dizem algumas fontes, já que quando aplicaram o dinheiro no banco recebiam rentabilidades bem acima das oferecidas no mercado.

Caoa e Faria chegaram ao BVA por meio do então presidente do banco Ivo Lodo. O executivo por sua vez foi levado pelo dono, José Augusto Ferreira dos Santos, e que tinha por intenção transferir aos poucos a instituição para Lodo.

Foi na sua gestão que o banco deixou de ser um banco pequeno para figurar entre os médios e com foco nas construtoras. Muitas dessas empresas, entretanto, quebraram com o banco. Como parte do dinheiro ficava retido em CDBs e era liberado de acordo com o cronograma da obra, quando o banco quebrou esses recursos pararam de chegar às empresas.

Voltar a financiar essas construtoras é uma das propostas que será apresentada pelo BTG Pactual aos credores. O banco quer comprar a parte podre do BVA e por meio de uma taxa tentar recuperar os créditos de forma mais rápida do que aconteceria em um processo de falência. Mas para isso precisa da aceitação dos credores.

O liquidante já ingressou com execuções na Justiça que cobram R$ 2 bilhões em dívidas. O rombo no banco, ou seja, o passivo que não é coberto pelos ativos é de R$ 5 bilhões. Os fundos de investimentos também já estão recuperando créditos. Os três administrados pela gestora Vila Rica, por exemplo, que têm R$ 693 milhões em patrimônio já renegociaram R$ 200 milhões em dívidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Previdência Social encerrou fevereiro com um déficit de R$ 2,580 bilhões. O resultado representa a diferença entre uma arrecadação de R$ 25,318 bilhões e despesas previdenciárias de R$ 27,898 bilhões. O número foi antecipado pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, em nota publicada em 18 de março.

Em fevereiro do ano passado, o déficit tinha sido de R$ 3,647 bilhões. Ou seja, houve uma queda do rombo previdenciário de 29,3% na comparação entre fevereiro deste ano e fevereiro do ano passado. Todos os números estão atualizados pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

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No primeiro bimestre deste ano, o déficit chegou a R$ 7,205 bilhões, refletindo uma arrecadação de R$ 50,005 bilhões e despesas de R$ 57,210 bilhões. Em igual período do ano passado, o rombo foi de R$ 10,189 bilhões. Ou seja, houve queda de 29,3% no déficit, quando comparado o primeiro bimestre de 2014 com o primeiro bimestre de 2013.

Os números do rombo da Previdência causaram recentemente um desconforto na Esplanada. Tudo começou com declarações do ministro da Previdência, Garibaldi Alves, em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico no dia 17. Garibaldi disse que o déficit estaria subestimado em cerca de R$ 10 bilhões e terminaria o ano em torno de R$ 50 bilhões.

Foi o que bastou para gerar mal-estar entre os ministérios da Previdência e da Fazenda, inclusive porque a equipe econômica tem trabalhado fortemente para mostrar ao mercado que as contas do governo estão sob controle. Logo em seguida, uma reviravolta: o MPS divulgou nota afirmando ser possível que o déficit se mantenha em torno de R$ 40 bilhões em 2014.

Detalhamento - Sozinha, a Previdência urbana terminou fevereiro com superávit de R$ 2,862 bilhões, saldo de uma arrecadação de R$ 24,846 bilhões e despesas de R$ 21,983 bilhões. Em fevereiro do ano passado houve saldo positivo de R$ 1,716 bilhão. Ou seja, houve alta de 67% na comparação entre fevereiro deste ano e igual mês do ano passado. No bimestre, o setor urbano registrou saldo positivo de R$ 4,444 bilhôes, o que representa crescimento de 172% sobre o superávit de R$ 1,633 bilhão apurado no primeiro bimestre do ano passado.

A Previdência rural encerrou fevereiro com um déficit de R$ 5,442 bilhões, alta de 1,5% o rombo de R$ 5,363 bilhões de fevereiro do ano passado. No mês passado, o setor rural arrecadou R$ 472 milhões e teve despesas previdenciárias de R$ 5,915 bilhões. No acumulado do primeiro bimestre deste ano, a Previdência rural acumulou déficit de R$ 11,649 bilhões (saldo de uma arrecadação de R$ 926 milhões e despesas de R$ 12,575 bilhões), o que representa uma queda de 1,5% sobre o resultado negativo de R$ 11,823 bilhões do primeiro bimestre de 2013.

Em fevereiro de 2014, a Previdência Social pagou 31,189 milhões de benefícios, sendo 26,980 milhões previdenciários e acidentários e, os demais, assistenciais. Houve elevação de 3,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado. As aposentadorias somaram 17,6 milhões de benefícios.

O valor médio dos benefícios pagos pela Previdência, em fevereiro de 2014, foi R$ 961,17 - crescimento de 20,8% em relação ao mesmo mês de 2007. A maior parte dos benefícios (69,7%) - incluídos os assistenciais - pagos em fevereiro de 2014 tinham valor de até um salário mínimo, contingente de 21,7 milhões de benefícios.

As contas do Governo Central, que abrangem Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, devem ter voltado a ficar deficitárias em fevereiro, conforme mostra pesquisa do AE Projeções, serviço especializado do Broadcast. As expectativas são de déficit de R$ 2,500 bilhões a R$ 7,900 bilhões. A mediana ficou negativa em R$ 4,500 bilhões. O Tesouro Nacional deve divulgar o resultado nesta quinta-feira, 27, conforme o calendário original da instituição.

Benefício que custa 3% do Produto Interno Bruto (PIB) ao País em todos os regimes previdenciários, as pensões por morte devem ter suas normas alteradas em breve pelo governo, mostra matéria publicada nesta terça-feira (21), pelo jornal O Estado de S. Paulo. Consideradas em recente estudo comparativo do Banco Mundial como as regras mais favoráveis do mundo, o modelo brasileiro tem contribuído bastante com os históricos de grandes déficits da Previdência.

O País gasta R$ 140 bilhões por ano com essas pensões, concedidas com regras em vigor desde a Constituição Federal de 1988, quando a diferença entre arrecadação e pagamento de benefícios pesava menos no Orçamento da União.

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São as chamadas "fraudes legais". Parte desse arsenal, e um dos alvos preferenciais do governo na reforma das regras, é a concessão vitalícia pelo limite máximo do benefício (atualmente em R$ 4.390 mensais) mediante o pagamento de uma única contribuição. O governo aposta em um consenso na sociedade para driblar questões corporativas e a oposição de sindicatos e centrais às mudanças.

"Temos as regras mais benevolentes do mundo. Ganhar pelo teto com uma contribuição só não é mais aceitável. Está dentro do que chamamos ‘fraude legal’ aqui", diz o secretário de Políticas da Previdência Social, Leonardo Rolim. Solução sob avaliação é elevar exigências, aplicar fatores de ponderação e impor limites para essa concessão.

Outro alvo, cujo custo pesa nos cofres públicos, é a concessão integral do valor do benefício, independentemente do número de filhos dependentes. A alternativa em estudo é fixar um índice sobre o salário, agregando um adicional para cada filho até 21 anos. Também na mira está a chamada reversão da cota, mecanismo pelo qual filhos maiores de 21 anos repassam pensão à mãe.

Privilégios

Mesmo em ano eleitoral, quando sempre é mais difícil aprovar iniciativas impopulares, parte do governo avalia que a população seria favorável ao fim do que considera "privilégios", criados, em sua maioria, por grupos de pressão e lobbies populistas a partir de 1988.

Um novo fenômeno, cujos valores cresceram bastante nos últimos anos, tem concentrado a atenção da Previdência: a concessão de benefícios às chamadas "viúvas jovens". A modalidade permite a mulheres jovens, em sua maioria na faixa etária até 40 anos, receber a aposentadoria integral dos maridos, geralmente em idade bem mais avançada, até mesmo após novo casamento formal em cartório. "É um novo fenômeno social", diz o secretário Rolim.

Fiscalização

Nesse caso, a Previdência avalia alterar a regra para cessar o benefício em caso de novo matrimônio. Isso exigiria uma fiscalização especial, entende o governo, já que deve haver uma tendência de redução da formalização da união entre os novos casais.

A concessão de auxílio-reclusão à família de detentos também é outra modalidade que vem crescendo a um ritmo superior ao índice dos benefícios totais. Com apenas uma contribuição, o condenado garante o pagamento do auxílio pelo Estado aos seus familiares. O governo deve alterar a regra para exigir um tempo mínimo de contribuição para essa concessão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Maior agência de saúde do mundo, a OMS é vítima da crise internacional e se vê obrigada a instaurar um amplo pacote de austeridade que inclui o fim de programas para o combate de certas doenças, a demissão de quase mil funcionários, a inutilização de 2,5 mil impressoras e até o corte de voos em classe executiva.

Ao final de 2012, o buraco nas contas da entidade bateu um recorde, com a falta de US$ 547 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para financiar seu orçamento de US$ 3,4 bilhões. Desde 2011, houve um corte de 20% nos programas de combate a doenças crônicas e de 10% na liberação de recursos para programas nacionais de tuberculose e de malária. Pelo menos outros 25 programas sofreram uma redução de 13%, incluindo combate ao tabaco, doenças vasculares e saúde mental.

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Nos últimos 20 anos, a OMS se posicionou como ator central na definição de políticas de saúde no mundo. Já os governos passaram a desenvolver o que ficou conhecido como "diplomacia da saúde", ao usar questões sociais e doenças para defender seus interesses. O resultado foi a ampliação sem precedentes das funções da OMS, inclusive com a construção de novos edifícios para abrigar funcionários.

"Em certo momento, estacionar o carro na OMS pelas manhãs se transformou em uma batalha", diz uma funcionária do programa de combate ao cigarro. De Ebola a novas gripes, passando por aids, obesidade, álcool, envelhecimento, poluição e até acidentes de trânsito, a entidade multiplicou seus programas.

Agora, porém, governos deixam claro que não têm como manter o financiamento à entidade, um debate que ganha força diante da necessidade de a OMS definir nos próximos meses seu orçamento até 2015.

Para a máquina funcionar, a entidade conta com uma contribuição obrigatória dos países que é definida com base no tamanho do PIB de cada um. Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam que dezenas de países estão com pagamentos atrasados. No total, os governos estão devendo mais de US$ 100 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Em apenas dois meses de greve dos servidores da Receita, entre julho e setembro, cerca de R$ 6,5 bilhões deixaram de ser lançados no caixa do Tesouro, segundo estimativa do comando do movimento. O rombo decorre da Operação Crédito Zero, que consiste no não lançamento dos créditos tributários da União, fruto de ações fiscais, uma atividade de competência exclusiva dos auditores da Receita, que recusaram a proposta de acordo e continuam em litígio salarial com o governo.

A direção da Receita informou que não fechou o levantamento de danos e não faz comentários sobre os efeitos da greve. Mas reconhece que a rotina da instituição está seriamente afetada. Os prejuízos à arrecadação tributária são apenas parte dos efeitos perversos da onda de greves, a maior desde o período pré-golpe militar de 1964. A mobilização tumultuou serviços essenciais do setor público brasileiro nos últimos quatro meses.

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Pelos cálculos do governo, 93% dos servidores aceitaram a proposta de reajuste de 15,8%, divididos em três vezes, e voltaram ao trabalho. Mas cerca de 40 mil profissionais de dez categorias continuam em greve. Entre eles, estão 19 mil auditores e analistas da Receita e 8,9 mil policiais federais, entre agentes, escrivães e papiloscopistas. Eles somam apenas 7% do universo de ativos no setor público, mas ocupam funções estratégicas em carreiras típicas de Estado e os estragos são expressivos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Celso Antunes, disse que o rombo no Banco Cruzeiro do Sul chegou a R$ 3,1 bilhões. O patrimônio líquido, após ajustes, ficou negativo em R$ 2,23 bilhões.

Em coletiva à imprensa realizada em São Paulo na noite desta terça-feira, o presidente do FGC informou que essa diferença será "socializada" entre credores locais e externos e o FGC. Segundo Antunes, o FGC fará proposta aos credores locais e externos para recompra desses títulos com um deságio médio de 49,3%. Os credores externos têm R$ 3,3 bilhões em papéis do banco, enquanto os credores locais, R$ 430 milhões. O FGC cobrirá o passivo relativo a linha DPGE e depósitos de até R$ 70 mil.

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Em 4 de junho, o Banco Central decretou regime de administração especial temporária para o Cruzeiro do Sul.

A proposta de compra título do Cruzeiro do Sul pelo FGC, com a aplicação de deságio médio de 49,3%, considera o prazo de maturação de cada uma das séries das emissões, sua participação relativa no passivo do Cruzeiro do Sul e sua senioridade.

O FGC contratou os Bancos HSBC e Bank of America Merrill Lynch como coordenadores da operação. Para a finalização da oferta existem duas condições cumulativas: a adesão de no mínimo 90% dos valores dos papéis objeto das ofertas e a obtenção de proposta firme de compra do controle da instituição por parte de outra instituição já autorizada a funcionar no mercado pelo Banco Central. Caso qualquer das condições não seja cumprida, a operação será automaticamente cancelada, situação na qual o FGC recomendará ao Banco Central a imediata liquidação extrajudicial da instituição.

A oferta tem prazo de encerramento previsto para o dia 12 de setembro. O FGC está ofertando também a possibilidade de aquisição do controle acionário do banco às instituições ou conglomerados financeiros já em funcionamento no pais e que preencham determinados requisitos.

Dessa forma, a soma dos deságios aplicados a todos os credores, caso se obtenha sucesso nas operações, será de valor equivalente ao patrimônio líquido negativo apurado no balanço especial de abertura, ou seja, R$ 2,236 bilhões, a ser acrescido dos custos incorridos na operação.

Assim, diz o FGC, o ônus pela eliminação do patrimônio liquido negativo será equitativamente distribuído entre credores externos, credores internos não garantidos ou garantidos parcialmente e o fundo.

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