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Vice-prefeita de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Nadegi Queiroz (DC) afirmou, em entrevista ao LeiaJá, que as investigações e denúncias que envolvem o prefeito da cidade, Demóstenes Meira (PTB), são “tragédia anunciada”. Segundo Nadegi, que rompeu politicamente com Meira nos primeiros dias de gestão, as ações iniciais do petebista à frente da administração municipal já davam indícios de que a prefeitura seria utilizada para interesses pessoais do prefeito.

Meira é apontado pela Polícia Civil como membro de uma organização criminosa que fraudou uma licitação de 2017, no valor de R$ 1,2 milhão. O contrato seria para a manutenção das escolas públicas de Camaragibe. A fraude foi alvo da Operação Harpalo, no último dia 27 de março. A prisão e o afastamento do prefeito das atividades foi solicitada pela polícia, mas o Tribunal de Justiça de Pernambuco negou. Outros contratos da prefeitura na ordem de R$ 64 milhões também estão sendo investigados.

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“Pela maneira como ele se comportou, não querendo que pessoas do bem ficassem do lado dele, que iam tomar conta do erário público com responsabilidade, eu já desconfiei. E depois, você baixar um decreto cancelando tudo, o que é bom e o que é ruim. Os contratos da saúde estavam todos regulares, eu examinei com a minha equipe antes da posse”, contou.

“Para se ter uma ideia, a alimentação da maternidade e dos hospitais, no dia 31 de dezembro, ele me telefona e diz ‘doutora, a partir de amanhã quem vai servir é um amigo meu. Uma comida muito boa, lá de Abreu e Lima’. Um amigo? Essa pessoa não estava de boa fé”, acrescentou. 

Nadegi, que é médica ginecologista, havia sido designada para gerir a pasta municipal da saúde, mas pediu exoneração do cargo com 20 dias de governo, acusada por Meira, na época, de planejar “supostas irregularidades”. O prefeito, inclusive, chegou a afirmar que sua tolerância para corrupção seria zero.  

“Ele disse que eu tinha insistido em fraudar licitação [para a Saúde], eu tenho uma história, um nome a zelar. Então [com a acusação] eu percebi que aquilo nada mais era do que a vontade dele de me expulsar da prefeitura. Ele basicamente me expulsou da prefeitura. A partir daí eu passei a não concordar com o que ele faz na cidade. Eu me ausentei, dei o direito que ele trabalhasse  e acertasse o passo, mas percebi que o interesse não era apenas governar, era outro”, considerou a vice-prefeita.

Os áudios

Demóstenes Meira ganhou notoriedade na imprensa local e nacional em fevereiro por gravar um áudio, e encaminhar via WhatsApp, exigindo a presença de cargos comissionados em uma prévia carnavalesca em que a noiva dele e secretária de Assistência Social, Taty Dantas, faria um show. A mensagem, em tom de ameaça, resultou em um processo de impeachment e uma investigação por improbidade administrativa aberta pelo Ministério Público de Pernambuco.

Já na semana passada, uma nova gravação veio à tona. Desta vez, o prefeito não assumiu a autoria, mas a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o caso. No áudio ele promete pagamento em dinheiro para vereadores que interferissem na eleição da presidência da Câmara Municipal.

Questionada sobre como avaliava a conduta do gestor, Nadegi Queiroz disse que não se surpreendia. “O primeiro áudio é o estilo Meira de ser. Despota, autoritário, mandão. Ele acha que é dono das pessoas e da cidade. É nada mais nada menos do que o que ele faz com os secretários; grita, trata mal, é o estilo Meira de ser. Um general”, salientou. 

Já sobre o segundo, a vice-prefeita considerou que “além de não estar sendo um bom gestor, ele não está sendo um bom político”. “Não conseguiu separar os Poderes. Ele tinha que ter deixado a Câmara escolher seu presidente e fazer com que os vereadores fossem seus parceiros. É um péssimo gestor e como político é muito ruim. Mais uma vez, uma conduta atabalhoada do prefeito”, disparou.

Denúncias constantes

A vice-prefeita de Camaragibe também contou ao LeiaJá que recebe denúncias “todos os dias” sobre irregularidades na cidade e ressaltou ter desconfiado da conduta do prefeito desde os primeiros dias da administração.

“Tudo o que está acontecendo é uma morte anunciada. Já nos primeiros dias da gestão, o encaminhamento das licitações não estava bom”, disse Nadegi Queiroz. “[...] Com relação a esse desvio, não tenho como provar, mas posso dizer que a cidade sente a falta desse dinheiro, Tem funcionários contratados com dois meses de salários atrasados. A cidade reclama e quando isso acontece está sentindo a falta de dinheiro. Recebo denúncias todos os dias. A cidade adoeceu”, completou.

Nadegi também ponderou que confia no poder público, na Polícia Civil, no Tribunal de Contas, no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). “Eles não iam acusar sem fundamento”, garantiu.

Expectativa

Com as investigações, a iminência do prefeito chegar a ser afastado do cargo ou preso é constante. Nadegi Queiroz também fez questão de salientar que, apesar de não “ficar feliz com a situação de Camaragibe”, ela se sente preparada para governar a cidade, caso precise.

“Não tenho nenhum motivo para ficar feliz, eu queria que tudo desse certo, mas caso venha a acontecer [o afastamento, a prisão ou o impeachment] eu vivo em plantão permanente em Camaragibe e me sinto extremamente preparada para assumir a prefeitura. Se vier a acontecer, que seja feita a justiça”, frisou. Nadegi pretende concorrer à Prefeitura de Camaragibe nas eleições de 2020.

A comissão especial da Câmara dos Vereadores de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), que analisa o pedido de impeachment do prefeito da cidade, Demóstenes Meira (PTB), aguarda a manifestação da defesa do gestor para finalizar o processo e emitir um relatório que será encaminhado à votação em plenário.

De acordo com informações do presidente da Casa, Antônio Oliveira (PTB), Meira não foi encontrado para receber a citação sobre a tramitação do processo e um edital foi publicado no Diário Oficial na última quinta-feira (21) dando um prazo de dez dias para a manifestação do petebista.

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“Mandaram citar o prefeito, na primeira tentativa não foi possível porque o prefeito e o procurador [Davi Meira] não estavam. Ai a comissão, através de um edital, publicou no Diário Oficial dando prazo para que o prefeito se pronunciasse em 48h e ele não se pronunciou. Houve uma segunda tentativa e foi informado que o prefeito estava nos EUA. Deu-se um prazo de 10 dias para o prefeito se pronunciar e apresentar a defesa”, explicou o presidente.

Os dez dias úteis se encerram em 4 de abril. Após a defesa, um relatório sobre o pedido deve ser elaborado e apresentado ao plenário da Casa para marcar a sessão onde será definido se o mandato do prefeito será cassado ou não. Demóstenes Meira, contudo, viajou para os Estados Unidos e não tem previsão de retorno.

O pedido de impeachment contra Meira teve foi acatado na Câmara dos Vereadores de Camaragibe no dia 26 de fevereiro. A solicitação é baseada no fato de, em 17 de fevereiro, o prefeito ter enviado áudios para grupos de aplicativo de troca de mensagens exigindo a presença dos servidores cargos comissionados em uma prévia carnavalesca em que a noiva dele, Taty Dantas, faria um show.

As mensagens do prefeito foram consideradas uma ameaça ao emprego dos comissionados. Meira chegou a dizer que gravaria vídeos para verificar depois quem eram as pessoas que tinham atendido a convocação dele para prestigiar a apresentação da noiva.

A postura do prefeito repercutiu negativamente pelo Brasil e levou o petebista a ser alvo de uma investigação criminal por parte do Ministério Público de Pernambuco por improbidade administrativa e peculato. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) proibiu a gestão de gastar verbas com os festejos de Carnaval, uma vez que o município ainda não tem uma Lei Orçamentária para 2019 em vigência.

A Prefeitura de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), pagou oito diárias para a noiva do prefeito Demóstenes Meira (PTB), Taty Dantas, em viagens a São Paulo nos meses de setembro e novembro. A informação consta no Portal de Transparência da cidade. Outro fato curioso é que o prefeito também fez a mesma viagem e recebeu a ajuda de custo municipal. Segundo o LeiaJá apurou, o período coincide com o início do namoro entre os dois, agora noivos.

Na justificativa, o empenho diz que a despesa foi paga para a "servidora em virtude da sua ida a São Paulo para tratar de assuntos de interesse do município". Na mesma página, contudo, no campo em que é listado o quadro de servidores municipais em 2018 não é possível encontrar o nome de Tatiana Dantas da Silva.

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Os registros das diárias são de 10 de setembro, 7, 14 e 28 de novembro. A primeira foi no valor de R$ 1,5 mil (correspondente a duas diárias e meia), já as três seguintes foram de R$ 1,3 mil. Somando o valor utilizado para o prefeito e a noiva, a prefeitura gastou R$ 12,2 mil em diárias, para o pagamento de despesas durante as viagens. O dinheiro, segundo o Portal de Transparência, foi oriundo do Gabinete do Prefeito. 

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Demóstenes Meira e Taty Dantas ganharam notoriedade pelo país desde o último dia 17 de fevereiro, quando o prefeito enviou áudios para grupos de aplicativo de troca de mensagens exigindo a presença dos servidores cargos comissionados em uma prévia carnavalesca em que a noiva faria um show.

As mensagens do prefeito foram consideradas uma ameaça ao emprego dos comissionados. Meira chegou a dizer que gravaria vídeos para verificar depois quem eram as pessoas que tinham atendido a convocação dele para prestigiar a apresentação da noiva.

A postura do prefeito repercutiu negativamente pelo Brasil e levou o petebista a ser alvo de uma investigação criminal por parte do Ministério Público de Pernambuco por improbidade administrativa e peculato. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) proibiu a gestão de gastar verbas com os festejos de Carnaval, uma vez que o município ainda não tem uma Lei Orçamentária para 2019 em vigência.

Meira ainda passou a ser alvo de um pedido de impeachment, que teve a abertura do processo acatada na Câmara dos Vereadores de Camaragibe, e deve levar cerca de 45 dias para ser concluído.

Outro lado

Procurada pelo LeiaJá, a Prefeitura de Camaragibe informou, em nota, que Tatiana Dantas integra a equipe municipal desde 1º de setembro. De lá para cá, ela já passou pelos postos de assessora especial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e secretaria institucional do Gabinete do Prefeito - cargo que exige, segundo o comunicado da gestão, o “acompanhamento do prefeito em viagens e reuniões”. Atualmente Tatiana é secretária de Assistência Social.

Sobre as viagens, a prefeitura explicou que ao lado de Meira, “Tatiana foi responsável por auxiliar na captação de recursos para o município, bem como assessorá-lo em planejamento dos projetos futuros a serem implementados na cidade”.

“Tais deslocamentos foram realizados especificamente para reunião com os representantes do programa de lixo subterrâneo, em Itu; visita ao Centro de Segurança Integrada (CSI) da cidade de Guararema, para entender o funcionamento do sistema, a fim de buscar inserir a iniciativa em Camaragibe; e visita às escolas públicas municipais em Campos do Jordão, para entender a funcionalidade do sistema educacional utilizado no no local”, detalha a nota.

“Além disso, também foram feitas reuniões para planejar a revitalização completa da Rua Eliza Cabral, visita nas praças sustentáveis em Guararema e visita às escolas da Região Metropolitana de São Paulo a fim de conhecer a Lousa Digital”, acrescenta a prefeitura.

Quanto a ausência do nome da noiva do prefeito entre os servidores da cidade no Portal de Transparência, a assessoria de imprensa informou que o site “está em processo de atualização”. “As equipes estão realizando uma força tarefa para finalizar a incremento dos novos dados do órgão municipal”, justificou em nota.

Por fim, a prefeitura ressaltou ainda que mesmo tendo um relacionamento amoroso entre Tatiana e o prefeito, “todas as viagens foram feitas exclusivamente de forma institucional”.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) recomendou que o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), não pague nenhuma despesa relativa ao Carnaval de 2019, inclusive patrocínios e apoio. A medida, adotada nesta terça-feira (19) pelo conselheiro Carlos Porto, diz que a prefeitura não deve gastar com atrações carnavalescas até que o órgão faça uma nova análise do processo que averigua não existência de aprovação da Lei Orçamentária da cidade deste ano.

A recomendação atende a um requerimento da procuradora-geral do Ministério Público de Contas, Germana Laureano, para que o prefeito prestasse informações sobre a existência de patrocínio ou verbas públicas na programação carnavalesca da cidade.

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A decisão do MPCO de oficiar o prefeito foi baseada na divulgação de áudios, por parte de Demóstenes Meira, para exigir a presença de servidores cargos comissionados em uma prévia carnavalesca de Camaragibe, onde a sua noiva Taty Dantas fez uma apresentação no último domingo (17).

O Ministério Público está investigando indícios de peculato e improbidade administrativa por parte do prefeito.   

A procuradora pede ainda que o gestor explique se Taty Dantas, que também é secretária de Assistência Social do município, consta ou não como atração nos blocos carnavalescos que receberam verbas públicas.

Ausência da LOA 2019

Um processo que tramita no Tribunal de Contas analisa a não existência de aprovação da Lei Orçamentária em 2019, estando o município sem orçamento para este ano. A não aprovação do orçamento foi, inclusive, reconhecida pelo prefeito em decreto assinado no início do ano.

Além disso, de acordo com o TCE, não constam no Portal da Transparência da prefeitura de Camaragibe nenhuma informação sobre quaisquer despesa do município em 2019, bem como nenhum dado sobre despesa em 2019 não foi enviado ao TCE (Portal Tome Conta).

“Como aparentemente não tem orçamento aprovado em Camaragibe para 2019, com maior razão não devem ser pagas as despesas com carnaval”, defende a procuradora geral Germana Laureano.

A prefeitura terá um prazo de cinco dias para responder ao ofício do Tribunal de Contas.

Áudios atribuídos ao prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira, viralizaram entre moradores da Região Metropolitana do Recife neste domingo (17). Em mensagens de voz, o mandatário exige que os cargos comissionados de sua gestão compareçam ao desfile do "Canário Elétrico", pois entre as atrações está a sua noiva, Taty Dantas. O detalhe é que ele ameaça filmar o local para conferir quem foi ao evento.

A reportagem teve acesso aos áudios, onde é possível reconhecer a voz do prefeito. Além das ameaças aos que não prestigiarem a apresentação de sua noiva, o prefeito ainda revela que usou verbas públicas para patrocinar o “Canário Baleado do nosso secretário de educação Denivaldo Freire”. O bloco Canário Baleado é o atual Canário Elétrico.

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Para garantir que os seus nomeados comparecessem ao evento – que teve início às 12h deste domingo – o prefeito ameaça filmar um setor que estaria cercado por guardas municipais. Nesse “cordão”, ficariam apenas os cargos comissionados.

Em outro trecho, Meira atribui a “oposição” uma interpretação errada de sua mensagem de voz. “Estou convocando apenas os cargos comissionados, que são nomeados e exonerados pelo prefeito. Não convoquei funcionários. Eles tem que voltar para a faculdade ou a escola”, responde.

Confira os áudios:

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O LeiaJá tentou contato com os celulares da assessoria da prefeitura, que respondeu por nota. Confira na íntegra:

"Em resposta à situação envolvendo o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira, esclarecemos que o mesmo não forçou nenhum funcionário da Prefeitura de Camaragibe a comparecer ao bloco Canário Elétrico. Na verdade foi feita uma convocação apenas daqueles que ocupam cargos comissionados para apoiar o bloco que é tradicional nas prévias carnavalescas do município. Ressaltamos ainda que o órgão municipal não patrocinou a saída do bloco e nenhum show que acontecerá nele. Apenas foi dado apoio com Guarda Municipal e assistência médica, assim como em todos os outros blocos que sairão na cidade."

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