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A Nasa prevê lançar nesta segunda-feira seu novo telescópio espacial para buscar planetas do tamanho da Terra que podem ser suscetíveis a abrigar alguma forma de vida.

O lançamento do Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) está programado para as 22H32 GMT (19H32 horário de Brasília) pelo foguete Falcon 9 da Space X de Cape Canaveral, na Flórida, caso as condições meteorológicas sejam favoráveis.

Nos próximos dois anos, a missão dessa máquina de 337 milhões de dólares será escanear mais de 200.000 estrelas brilhantes além do nosso sistema solar, em busca de sinais de planetas que circulem ao redor dos astros.

Como Kepler, o primeiro telescópio do gênero lançado em 2009 pela agência espacial americana, que será substituído, o TESS utiliza o método de trânsito, que pode detectar planetas quando eles passam em frente às suas estrelas e diminuem sua iluminação de maneira momentânea. Isso permite, entre outras coisas, deduzir o tamanho, a massa e a órbita.

Segundo a Nasa, o TESS poderá descobrir 20.000 exoplanetas - ou planetas que estão fora do sistema solar - incluídos cerca de 50 do tamanho da Terra e mais de 500 duas vezes maiores do que o nosso planeta.

"Podemos inclive encontrar planetas ao redor de estrelas que podemos ver a olho nu", disse neste domingo à imprensa Elisa Quintana, cientista do TESS, no Goddard Spaceflight Center da Nasa.

Nos próximos anos "poderemos sair para caminhar e apontar para uma estrela e saber que tem um planeta", acrescentou.

A missão Kepler permitiu descobrir 2.300 novos exoplanetas confirmados por outros telescópios. O TESS, com suas quatro câmeras avançadas, escaneará uma área que é 350 vezes maior.

A etapa seguinte será para que os telescópios terrestres e espaciais observem mais de perto os planetas assim detectados.

O telescópio James Webb Space Telescope, que sucederá o Hubble, está programado para ser lançado em 2020, e deverá ser capaz de revelar mais sobre a massa dos planetas, a densidade e o aspecto de sua atmosfera.

"TESS é uma ponte entre o que aprendemos dos exoplanetas e para onde nos dirigimos no futuro", disse Jeff Volosin, diretor do projeto no Goddard Spaceflight Center da Nasa.

Volosin disse ter a "esperança de que algum dia nas próximas décadas sejamos capazes de identificar as condições potenciais da existência de vida fora do sistema solar".

O maior radiotelescópio do mundo começou a funcionar neste domingo no sudoeste da China, dentro de um grande projeto cujo objetivo é, segundo Pequim, detectar vida inteligente extraterrestre.

Chamado pelos cientistas de "Five-hundred-metre Aperture Spherical Radio Telescope" (FAST), o telescópio, que apresenta uma abertura esférica de 500 metros de diâmetro, cobre uma superfície equivalente a 30 campos de futebol, e está instalado em uma zona rural da província de Guizhou (sudoeste).

A instalação, que começou em março de 2011, custou 1,2 bilhão de iuanes (165 milhões de euros) e supera em tamanho o radiotelescópio de Arecibo, situado em Porto Rico, que tem um diâmetro de 305 metros.

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O diretor-geral da Sociedade China de Astronomia, Wu Xiangping, declarou no ano passado à agência de notícias chinesa que o alto grau de sensibiidade do FAST vai "ajudar a busar vida inteligência fora de nossa galáxia".

Qause 10.000 habitantes que residem em um raio de 5 km ao redor do dispositivo de escuta tiveram de ser realocados para dar espaço ao instrumento.

Milhares de chineses já tiveram que abandonar seus lares em função de grandes projetos de infraestruturas, como represas e canais. Grande número deles denunciou que as indenizações foram muito pequenas.

Pequim aumenta seus investimentos no campo da astronomia, acelerando seu programa espacial, com a intenção de colocar em órbita uma estação permanente antes de 2020, a fim de enviar um homem à Lua.

O mapa astronômico mais detalhado já produzido, com 1,142 bilhão de estrelas da Via Láctea, foi divulgado nesta quarta-feira (14) pela Agência Espacial Europeia (ESA), a partir das observações de seu telescópio espacial Gaia.

"É o maior mapa e o mais preciso já realizado de nossa galáxia", disse Anthony Brown, diretor do centro de processamento de dados do projeto Gaia, em uma entrevista coletiva da ESA em Madri. Um total de 450 astrônomos de 25 países participam deste projeto, que complementa os dados reunidos há 23 anos pela Hipparcos, outra missão astronômica da ESA.

Lançado em 19 de dezembro de 2013, o satélite Gaia orbita ao redor da Terra enquanto observa o espaço dotado de dois telescópios - o segredo de sua espetacular precisão - e uma câmera fotográfica com uma resolução de 1 bilhão de pixels.

"Gaia está na vanguarda da astrometria, mapeando o céu com uma precisão jamais alcançada", explicou o espanhol Álvaro Giménez, diretor-científico da ESA. "A publicação de hoje nos dá apenas uma primeira impressão da extraordinária quantidade de dados que nos esperam e que vão revolucionar nosso conhecimento acerca de como as estrelas estão distribuídas e se movem em nossa galáxia".

A enorme quantidade de dados que reuniu já permitiu elaborar este catálogo com as posições de 1,142 bilhão de estrelas, ou seja, 200 milhões a mais do que havia sido previsto inicialmente. O objetivo final é completar o mapa celeste em 3D mais preciso até o momento.

- A origem da galáxia -

A partir de agora, os astrônomos poderão consultar os dados sobre os diferentes corpos celestes, incluindo anãs brancas, estrelas variáveis e 2.152 quasares, os objetos mais afastados do Universo.

"Gaia não apenas nos fornece a posição das estrelas, mas também seu movimento, e isso também nos permite compreender melhor como nossa galáxia se formou", explicou Antonella Vallenari, do Observatório de Pádua (Itália).

Por exemplo, permitirá saber se nosso Sol foi criado a partir de um "cluster", um aglomerado de matéria. A posição e o movimento de 400 destes aglomerados já foram registrados por Gaia, disse Vallenari.

Após seu lançamento, há exatamente 1.000 dias, Gaia começou seu trabalho de observação em julho de 2014. Os dados divulgados nesta quarta-feira englobam os dados registrados nos 14 primeiros meses de trabalho, até setembro de 2015.

Também se espera que a informação coletada permita saber mais acerca de um dos grandes enigmas do universo, a matéria escura.

Sentinela sempre alerta, Gaia também observa o movimento dos asteroides, caso sua trajetória constitua uma ameaça para a Terra.

Gregory Laughlin, da Universidade de Yale, afirma que Gaia revelará à comunidade de astrônomos "milhares de novos mundos", embora ainda precise completar seu trabalho de coleta. Sua missão de observação astronômica será concluída no fim de 2020.

Com base em dados obtidos pelo Telescópio Espacial Kepler, a Nasa anunciou nesta terça-feira, 10, a descoberta de 1284 novos exoplanetas (planetas situados fora do Sistema Solar). O achado não tem precedentes, segundo a Nasa: de uma só vez o número de exoplanetas descobertos pelo Kepler mais que dobrou. A façanha foi possível graças a uma nova técnica estatística desenvolvida para analisar os dados obtidos pelo telescópio.

"O anúncio mais que dobra o número de planetas confirmados descobertos pelo Kepler. Isso nos dá a esperança de que em algum lugar lá fora, em torno de uma estrela parecida com o nosso Sol, nós possamos eventualmente descobrir outra Terra", disse Ellen Stofan, a cientista-chefe do quartel-general da Nasa em Washington.

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"Antes do lançamento do Telescópio Espacial Kepler, nós não sabíamos se os exoplanetas eram comuns ou raros na galáxia. Graças ao Kepler e à comunidade de pesquisa, agora sabemos que pode haver mais planetas que estrelas. Esse conhecimento delineia as missões futuras que serão necessárias para nos levar mais perto do que nunca de descobrir se estamos sozinhos no Universo", disse Paul Hertz, diretor da Divisão de Astrofísica do quartel-general da Nasa.

De acordo com a Nasa, a análise que resultou na descoberta dos novos exoplanetas foi feita a partir de um catálogo de 4302 "candidatos a planeta", isto é, potenciais planetas cujos sinais haviam sido captados pelo Kepler, mas cuja existência ainda não havia sido confirmada.

Segundo a nova análise, dos 4302 potenciais exoplanetas, 1284 foram confirmados, por apresentarem uma chance maior que 99% de serem de fato planetas - porcentual mínimo de probabilidade para que um candidato receba o status de planeta. Outros 1327 candidatos não atingiram o limite mínimo de 99% de chance de confirmação e não foram considerados planetas. Foram descartados 707 candidatos que, segundo a Nasa, provavelmente são outros tipos de fenômenos astrofísicos. A análise também validou 984 candidatos que já haviam sido verificados antes por outras técnicas.

Do conjunto de novos planetas validados, cerca de 550 podem ser planetas rochosos como a Terra - o que é possível concluir com base no tamanho deles.

Nove desses planetas rochosos têm órbitas na chamada zona habitável de suas estrelas. A zona habitável é caracterizada quando a distância entre um planeta e sua estrela é a ideal para que a superfície planetária tenha temperaturas que permitam a existência de água líquida - uma condição necessária para a existência de vida. Com os nove novos planetas, agora são conhecidos no total 21 exoplanetas na zona habitável.

Por que "candidatos"? O Kepler utiliza o método de trânsito para capturar os sinais dos planetas. Ao observar uma estrela distante, o telescópio detecta minúsculas reduções em seu brilho, caso exista um planeta em trânsito - isto é, passando diante da estrela.

Mas, como os exoplanetas não são de fato visualizados, os sinais são inicialmente catalogados como os de "candidatos a planeta". Desde a descoberta dos primeiros planetas fora do sistema solar, há mais de 20 anos, os cientistas têm sido obrigados a realizar um trabalhoso processo de análise dos candidatos, estudando-os um a um antes de confirmá-los como planetas. O novo método de análise estatística, no entanto, pode ser aplicado simultaneamente a diversos candidatos a planeta.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Astrophysical Journal. O autor principal do estudo, Timothy Morton, da Universidade de Princeton em Nova Jersey (Estados Unidos), empregou uma técnica para atribuir a cada candidato a planeta do Kepler uma probabilidade de confirmação. As técnicas estatísticas tradicionais tinham foco apenas em sub-grupos da lista de candidatos identificada pelo Kepler.

"Podemos pensar em candidatos a planeta como se fossem migalhas de pão. Se você derruba algumas migalhas grandes no chão, você pode recolhê-las uma a uma. Mas se você deixa cair um saco de migalhas pequenas, você vai precisar de uma vassoura. Essa análise estatística é a nossa vassoura", disse Morton.

Dos cerca de 5 mil candidatos a planeta descobertos até hoje, mais de 3200 foram verificados, dos quais 2325 foram descobertos pelo Kepler. O telescópio foi lançado em março de 2009 e é a primeira missão da Nasa voltada para descobrir planetas habitáveis com dimensões semelhantes às da Terra.

Os novos planetas foram descobertos graças a dados coletados pelo Kepler entre 2009 e 2013, quando o telescópio observava cerca de 150 mil estrelas em um pequeno quadrante do céu entre as constelações de Cisne e Lira, buscando sinais de trânsito de planetas.

Pesquisadores suíços estão desenvolvendo lentes de contato que contêm pequenos telescópios para estimular e amplificar ou reduzir a visão com uma piscadela.

A nova lente de contato, de 1,55 milímetros de espessura, contêm um telescópio refletor, extremamente fino, que é ativado por piscadelas.

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Lançado pela primeira vez em 2013 e aprimorado desde então, o protótipo foi apresentado por Eric Tremblay, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, para a Associação Americana de Ciência Avançada (AAAS), em sua reunião anual na Califórnia.

As lentes vêm com películas inteligentes que respondem às piscadelas, mas não ao piscar normal de olhos, de modo que o usuário pode alterar quase sem esforço de uma visão normal para um ampliada, e vice-versa.

O usuário realiza uma piscadela com o olho direito para ativar o telescópio e com o esquerdo para desligá-lo.

"Acreditamos que essas lentes são promissoras para pessoas com pouca visão e pessoas com degeneração macular associada à idade", uma doença que afeta as pessoas mais velhas, disse Tremblay.

As lentes amplificam objetos até 2,8 vezes, o que permitiria aos pacientes com degeneração macular associada à idade ler mais facilmente e reconhecer mais claramente objetos e rostos com a sua ajuda.

Financiado pela DARPA, o principal braço de pesquisa do Pentágono, as lentes foram originalmente desenvolvidas para servir como uma forma de visão biônica para os soldados.

Avanço

Tremblay foi muito cuidadoso ao enfatizar que o acessório ainda está em fase de testes, embora possa eventualmente tornar-se uma "opção real" para as pessoas com degeneração macular associada à idade.

Apesar de mais rígidas do que as lentes maleáveis utilizadas pela maioria das pessoas, essas são seguras e confortáveis, segundo Tremblay.

Várias peças plásticas cortadas com precisão, espelhos de alumínio e finas películas polarizadas compõem as lentes, juntamente com cola biologicamente segura.

Como o olho precisa de uma quantidade regular de oxigênio, os cientistas têm trabalhado para que as lentes facilitem a ventilação, usando pequenos canais de ar de cerca de 0,1 mm de largura entre as lentes.

A equipe de investigação, que inclui pesquisadores das Universidades da Califórnia e de San Diego, bem como especialistas do Paragon Vision Sciences, Innovega, Pacific Sciences and Engineering e Rockwell Collins, descreveu o produto como "um grande salto", em comparação com as lentes atualmente no mercado para pessoas com degeneração macular associada à idade e que têm telescópios incorporados, mas são volumosos e difíceis de usar.

Ao contrário dos modelos mais antigos, que exigem que a pessoa incline a cabeça e os olhos, o mais recente produto pode realmente acompanhar os movimentos do olho, facilitando seu uso.

Outros avanços

Os cientistas também revelaram outras pesquisas na conferência da AAAS relacionadas com os últimos avanços em tratamentos para a visão, alguns dos quais poderiam ajudar as 285 milhões de pessoas em todo o mundo com algum tipo de problema visual.

Em um dos estudo, pesquisadores revelaram lentes com câmeras integradas para melhorar a visão de cegos e deficientes visuais.

Daniel Palanker, da Universidade de Stanford, na Califórnia, apresentou o projeto, em que as lentes incluem uma câmera que envia imagens para a retina através de centenas de nervos simulando células fotovoltaicas.

Esses nervos poderiam converter a luz em impulsos elétricos e transmitir sinais para o cérebro, permitindo que o usuário "enxergue".

Palanker explicou que o produto está funcionando bem com animais, e que os pesquisadores conseguiram restaurar a visão de camundongos cegos pela metade do nível normal.

Ele espera começar os testes clínicos em 2016 na França, em colaboração com Pixium Vision.

As nuvens deram uma trégua e, na noite deste sábado (8), quem foi ao Marco Zero, no bairro do Recife, pôde conferir um projeto diferente. Integrantes do grupo Espaço Astronomia – formado por monitores do Espaço Ciência – deram o pontapé inicial às observações itinerantes que serão montadas em vários pontos da Região Metropolitana da capital pernambucana. 

Mensalmente, o grupo levará telescópios e lunetas para diferentes pontos. Um dos idealizadores do projeto, Isaac Soares, explicou que a proposta é trazer a astronomia ao alcance de todos, de forma gratuita e simples. “Neste primeiro momento, só contamos com três telescópios, mas já estamos negociando para obter mais quatro equipamentos. Já estamos planejando novas atividades”, garantiu Soares. 

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Ainda sem datas fechadas, as observações astronômicas também serão realizadas nos parques Dona Lindu e da Jaqueira, além de uma praça no município do Paulista. No Marco Zero, os equipamentos foram instalados em frente ao Centro de Artesanato de Pernambuco; foi possível ver de mais perto a Lua e o planeta Júpiter.

De férias na cidade, o turista Ítalo Sucupira aprovou a iniciativa. “Gostei bastante. A gente vem pra cá com aquela ideia de só curtir as praias, mas fazer uma coisa diferente assim é muito bom”, afirmou Sucupira, que é natural de Teresina, no Piauí. A arquiteta Julice Pontual trouxe o filho para a atividade. “Achei superlegal porque ele está vendo isso na escola. A gente conhece por livros, fotos, mas ver pessoalmente é outra coisa e serve até como estímulo para querer aprender mais”. 

O lançamento do telescópio espacial americano James Webb, sucessor do Hubble e considerado o observatório mais potente que será lançado ao espaço, continua previsto para 2018, disse nesta segunda-feira o chefe da agência espacial americana (Nasa), Charles Bolden.

"Estamos bem encaminhados para seu lançamento em 2018", como se esperava, disse ao apresentar aos jornalistas os avanços deste projeto de quase 9 bilhões de dólares, que sofreu problemas de gestão nos últimos anos.

Os quatro instrumentos científicos especializados que contêm já foram construídos e os 18 segmentos hexagonais de seu enorme espelho foram entregues, explicou Bolden. O projeto do James Webb Space Telescope (JWST), que seria lançado em 2013 e inicialmente devia custar 3,5 bilhões de dólares, teve problemas e vários atrasos, entre eles uma falta de fundos para seu desenvolvimento, que finalmente foram aprovados pelo Congresso.

O JWST será o telescópio mais potente fabricado até agora, com uma sensibilidade 100 vezes superior à do Hubble, lançado em 1990 e que revolucionou a astronomia. O novo telescópio vai explorar todos os campos da astronomia e todos os períodos da história do universo, do Big Bang à formação de galáxias e sistemas estelares na Via Láctea, que conta com outros planetas capazes de abrigar a vida.

Ele poderá estudar a atmosfera dos exoplanetas situados fora do nosso sistema solar, "algo que ainda era impensável há 10 anos", disse Bolden. Também será o maior telescópio enviado até agora ao espaço, com uma lente principal com diâmetro total de 6,5 metros, quase três vezes maior que o do Hubble. O JWST será colocado em órbita a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, muito mais longe que o Hubble (a 600 km), e está previsto que funcione durante uma década.

Um foguete Soyuz partirá nesta quinta-feira (19) da Guiana Francesa levando a bordo o telescópio europeu Gaia, "o cartógrafo da galáxia", que terá como missão fazer um atlas tridimensional da Via Láctea.

A missão vai durar no total cinco anos, talvez seis, durante os quais o telescópio-satélite localizará um bilhão de estrelas, cada uma das quais será observada setenta vezes. Em mais de 99% delas, nunca se estabeleceu com precisão sua distância com relação à Terra.

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"Em menos de dois anos teremos um catálogo de todo o céu", antecipou François Mignard, encarregado da participação francesa no projeto Gaia. Se tudo sair bem, o lançamento do foguete Soyuz será realizado às 06h12, horário local (07h12 de Brasília). Trata-se do sexto foguete Soyuz lançado da Guiana Francesa, o segundo em 2013.

O telescópio-satélite Gaia, construído em Toulouse (sul da França) pela empresa Astrium por encomenda da Agência Espacial Europeia (ESA), se separará do estágio superior do foguete lançador após 41 minutos e 59 segundos de voo.

Gaia se posicionará a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, em um local privilegiado - o ponto de Lagrange 2 -, que tem como uma de suas vantagens possuir um entorno térmico estável, e descreverá uma órbita elíptica para evitar os eclipses do sol pela Terra.

O telescópio permitirá fazer um mapeamento tridimensional da Via Láctea, um atlas do céu, e também reconstruir a história da formação e evolução da nossa galáxia. Isto possibilitará aos astrofísicos fazer "arqueologia galáctica", segundo Mignard.

Gaia nos permitirá "compreender melhor qual é o nosso lugar no universo", resumiu Catherine Turon, membro do Observatório de Paris.

A herança de Hiparco -O fundamental da missão Gaia consiste em determinar a posição e o movimento das estrelas, mas também sua distância, o parâmetro mais difícil de se obter, uma vez que a mais próxima se encontra a quase 40 bilhões de quilômetros.

Gaia dará continuidade à tradição europeia do mapeamento estelar, herança do astrônomo grego Hiparco, o primeiro que, a olho nu, mediu a posição de mil estrelas. Em 1989, mais de 2.000 anos depois de Hiparco, a ESA lançou um satélite com seu nome, dedicado à astrometria, que deu as coordenadas celestes de umas 120.000 estrelas.

Gaia e seus dois telescópios são feitos de carbeto de silício (também denominado carborundum), cada um com três lentes retangulares curvas, cem vezes mais precisas do que as do satélite Hiparco. O dispositivo será capaz de distinguir estrelas com brilho 400.000 vezes mais fraco do que o olho humano pode perceber. "É o telescópio espacial mais moderno já fabricado na Europa", informou a Astrium. Gaia também usará "um sensor fotográfico com precisão nunca equiparada", prosseguiu.

Para preservar a exatidão de suas medidas, o satélite será controlado da Terra por uma rede de telescópios, de tal forma que sua posição será determinada com um erro máximo de cem metros. "O cartógrafo da galáxia" também terá como tarefa fazer o levantamento dos asteroides do Sistema Solar e, inclusive, descobrir novos exoplanetas.

Com Gaia, os astrônomos entrarão "no mundo do 'Big Data'", afirmou Véronique Valette, chefe do projeto Gaia na agência espacial francesa (CNES). A missão fornecerá mais de um petabyte (um quadrilhão de bytes) de dados para analisar, ou seja, a capacidade de 250.000 DVDs.

"O tratamento cotidiano (dos dados) será o desafio mais importante", acrescentou Mignard. Seis centros, entre eles o do tratamento de dados do Centro Espacial de Toulouse, receberão este fluxo permanente e enorme de informação, inutilizável em seu estado bruto e que depois deverão interpretar para torná-la inteligível.

Para enfrentar este desafio, o CNES, que fará entre 35% e 40% do tratamento de dados da missão, equipou-se com computadores de uma potência de cálculo de até 6 trilhões de operações por segundo.

O telescópio espacial Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA), uma máquina capaz de capturar a essência do início do Universo, foi desativado nesta quarta-feira, após quatro anos e meio de serviço, anunciou a ESA.

Os controladores da missão do Centro de operações da ESA, com sede em Darmstad (Alemanha), transmitiram na tarde desta quarta sua última ordem ao satélite, apagando seus emissores.

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"Nos causou muita pena direcionar as últimas operações ao satélite Planck, mas também tem sido um motivo para comemorar o extraordinário sucesso desta missão", explicou em um comunicado Steve Foley, responsável pela gestão das operações do satélite a nível europeu do Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) da ESA.

Planck, que iniciou sua missão em 2009, era capaz de detectar com uma sensibilidade sem precedentes, a radiação de fundo de micro-ondas (CMB, por sua sigla em inglês), ou seja, a radiação fóssil do Big Bang.

Seus dados permitiram elaborar a mais precisa imagem disponível do Universo em sua infância.

O primeiro mapa detalhado da radiação CMB capturada por Planck foi revelado no início deste ano, e os próximos dados cosmológicos obtidos serão divulgados em 2014.

Os astrônomos do Observatório Europeu Austral (ESO) descobriram na constelação de Escorpião um sistema solar "dotado de uma zona habitável e três "super-Terras", em que as condições ambientais são compatíveis com a existência de água líquida.

Foi em torno da estrela Gliese 667C, com uma massa equivalente a um terço da de nosso Sol, que a equipe fez a descoberta, com a ajuda do instrumento HARPS, equipado com um telescópio de 3,6 metros do ESO no Chile, indica a organização em um comunicado.

O sistema de três estrelas ao qual pertence a Gliese 667C é amplamente estudado por cientistas. Ele está nas imediações do nosso Sistema Solar (22 anos-luz), e também é surpreendentemente similar ao nosso.

Representa, portanto, um excelente candidato para a descoberta de planetas potencialmente habitáveis. "Sabíamos, a partir de estudos anteriores, que a estrela (Gliese 667C) estava cercada por três planetas, por isso queríamos verificar a possível existência de outros planetas", explica Mikko Tuomi da Universidade britânica de Hertfordshire.

"Ao adicionar novas observações e revisitar os dados existentes, fomos capazes de confirmar a existência destes três corpos e descobrir novos", acrescenta. No total, os astrônomos identificaram pelo menos cinco planetas, e dois outros devem ser ainda confirmados.

O sistema é composto de três "super-Terras", com maior massa do que a Terra, mas menores que os gigantes Urano e Netuno, e são "provavelmente rochosos". Eles também ocupam a zona habitável da estrela, uma faixa em torno da estrela em que a água pode estar presente sob a forma líquida, se as condições forem adequadas. E, consequentemente, passível de ter qualquer forma de vida. "Esta é a primeira vez que três planetas deste tipo são identificados nesta área no mesmo sistema", indica o ESO.

Um resultado muito animador para os astrônomos. "Porque sabemos agora que precisamos observar uma única estrela para descobrir mais planetas, antes do que observar dez estrelas à procura de um planeta potencialmente habitável", disse Rory Barnes, da Universidade de Washington e co-autor do estudo.

Os três planetas habitáveis "têm, provavelmente, a mesma face voltada para a estrela, de modo que a duração do dia iguala a dos seus anos, sendo um dos lados permanentemente iluminado e o outro no escuro", explica o comunicado.

Nesta quinta-feira (25) a partir das 23h30, o Observatório Astronômico do Alto da Sé, em Olinda, estará de portas abertas para quem quiser observar a Conjução Lua - Saturno. O alinhamento entre o satélite e o planeta (visíveis aparentemente quase sobre a mesma linha e área do céu, porém separados por milhões de quilômetros) terão telescópios à disposição.

Visitantes poderão observar características da superfície lunar, as crateras e a fase cheia, além dos anéis e satélites do segundo maior planeta do sistema solar e gigante gasoso. Mais informações no telefone 3183-5528.

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Com informações de assessoria

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