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A tunisiana Souad Abderrahim, de 53 anos, foi eleita pelo partido islâmico moderado Ennahda no dia 6 de maio como prefeita de Túnis, capital do país. Agora, foi confirmada pelos votos dos conselheiros municipais, que tiveram que decidir entre ela e Kamel Idir, do partido laico Nidaa Tounes.

A farmacêutica se tornou, assim, a primeira mulher prefeita de uma capital árabe. "A minha eleição mostra que as mulheres são capazes de ocupar o primeiro lugar. Dedico essa vitória à Tunísia e ao sucesso das mulheres tunisianas", afirmou.

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A luta contra a discriminação de gênero é uma das suas principais bandeiras, mas as suas posições, em relação à família, são claras e tradicionais.

A prefeita definiu a vitória, ainda, como um "evento histórico que pode riscar a imagem de Tunísia". Abderrahim admitiu que ser a primeira mulher prefeita é uma grande responsabilidade, mas assegurou que cumprirá todas as suas promessas de campanha eleitoral.

Segundo ela, todos os partidos serão representados na mesa, as ações serão coletivas, resultantes de um grande trabalho em equipe. Abderrahim não usa véu por fazer parte do Ennahda, então está sempre com um tailleur. Ela havia já dito que não é de direita, nem de esquerda, afirmando-se "independente".

As últimas eleições municipais tunisianas registraram baixa participação, com um eleitor votante entre três, totalizando 34% de pessoas que foram às urnas. Em 2018, completam sete anos da Revolução de Jasmin - responsável pela saída do presidente Zine el-Abidine Ben Ali - que deu início à transição da Tunísia para a democracia, depois de dezenas de anos sob domínio autoritário.

Da Ansa

O Fórum Social Mundial (FSM) pretende reunir 70 mil pessoas de 24 a 28 de março em Túnis, em protesto contra a globalização "neoliberal" e em defesa de "Dignidade, Direitos e Liberdade." Cerca de 5.000 organizações de 130 países devem participar das mais de mil atividades, incluindo oficinas, debates e vários eventos culturais.

"Em 2013, estima-se que havia cerca de 65 mil participantes. Este ano vamos chegar a esse número e superá-lo. Teremos 70.000, talvez 75 mil participantes", declarou à AFP um dos organizadores, Taufik Ben Abdallah, em coletiva de imprensa.

"A mudança climática" e "questões relacionadas com a globalização" estão entre os principais pontos do programa do Fórum, que inclui também a questão da "justiça social" e das "mulheres". Outros temas serão a "questão palestina", à qual dedicaremos "uma marcha de solidariedade" no dia de encerramento do Fórum, disse Ben Abdullah.

"O FSM não é uma simples reunião de contatos, é um verdadeiro lugar de troca", ressaltou Ben Abdullah. "É o único espaço global que busca neutralizar e lutar contra a globalização neoliberal", indicou.

O FSM surgiu como uma contraproposta ao Fórum Econômico Mundial de Davos, a reunião anual dos governadores e grandes empresários, realizada na estância de esqui suíça de mesmo nome.

Três ativistas do grupo feminista Femen foram detidas em Túnis nesta quarta-feira (29), na primeira ação de topless em um país árabe, para exigir a libertação de uma tunisiana e denunciar a condição das mulheres no país.

Diante de uma multidão de jornalistas reunidos diante do Palácio de Justiça, as três jovens - duas francesas e uma alemã - protestaram aos gritos de "libertem Amina", a ativista tunisiana que está detida à espera de julgamento na quinta-feira em Kairuan por posse ilegal de um spray de autodefesa, um crime que pode ser punido com seis meses de prisão. "Uma investigação foi aberta e as três serão detidas e levadas à justiça", declarou à AFP o porta-voz do ministério da Justiça, Adel Riahi, sem especificar as acusações.

Na Tunísia, os atentados ao pudor podem ser punidos com seis meses de prisão. A ação do Femen irritou advogados e pedestres no local. Eles agrediram os jornalistas presentes e alguns repórteres foram detidos."Esta é a primeira ação que realizamos no mundo árabe. Preparei esta equipe internacional em Paris e foi enviada ontem (terça-feira) à Tunísia", explicou à AFP Inna Shevchenko, dirigente do Femen em Paris.

Uma jovem tunisiana, integrante do Femen, conhecida pelo pseudônimo de Amina Tyler, foi detida em 19 de maio em Kairuan depois de ter pintado "FEMEN" nos muros do cemitério ao lado da grande mesquita da cidade.

A jovem de 18 anos pode ser condenada a até seis meses de prisão por transportar o spray de autodefesa, além de dois anos de prisão por profanar um cemitério. Em março, Amina provocou grande escândalo ao divulgar fotos nas quais aparecia com o torso nu.

A família afirma que Amina é uma depressiva crônica e seus pais impediram por muito tempo que saísse de casa, por questões de segurança. A jovem, que acusava a família de sequestro, fugiu em abril e desde então passou a aparecer regularmente em público.

Várias dezenas de manifestantes invadiram o complexo da Embaixada dos Estados Unidos na Tunísia nesta sexta-feira, incendiando automóveis e levantando uma bandeira com a profissão de fé islâmica, como parte das violentas manifestações que tomaram conta de países asiáticos e africanos contra o filme "Inocência dos Muçulmanos" feito nos EUA e ofensivo à religião islâmica. Pelo menos duas pessoas foram mortas e 29 ficaram feridas nos episódios, informou a agência de notícias do governo tunisiano.

Fora da embaixada, milhares de manifestantes estavam reunidos, incluídos homens que trocaram pedradas com a polícia, que respondeu com o disparo de gás lacrimogêneo e tiros de balas de borracha.

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A multidão também incendiou uma escola norte-americana vizinha ao complexo da embaixada e os bombeiros de Túnis foram impedidos, pela enorme multidão, de chegarem ao local. Colunas de fumaça negra subiam ao céu no bairro. A polícia e forças especiais tunisinas repeliram o grupo que conseguiu invadir o complexo da embaixada. Não está claro quantas pessoas foram detidas.

As informações são da Associated Press.

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