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General Motors e Volkswagen retomaram na segunda-feira (18) a produção em uma fábrica de cada grupo. A GM reabriu um turno de trabalho na unidade de São Caetano do Sul, no ABC paulista. Já a Volkswagen retomou as atividades de sua filial de São José dos Pinhais, no Paraná, com dois turnos, mas operando em ritmo mais lento do que o normal.

Para voltar às atividades, ambas escolheram plantas que produzem modelos concorrentes no segmento de utilitários-esportivos, o setor de mercado que mais crescia em vendas antes da pandemia. A GM produz no ABC o Tracker - lançado em março, quando começou a quarentena -, enquanto a Volkswagen faz o T-Cross no Paraná.

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As outras fábricas da GM em São José dos Campos (SP), Gravataí (RS) e a unidade de motores em Joinville (SC) não têm prazo para reabrir as portas, embora as previsões são para junho. As unidades de automóveis da Volkswagen em São Bernardo do Campo e em Taubaté e a de motores em São Carlos, todas em São Paulo, tiveram a abertura postergada para o fim do mês.

A General Motors informou ter desenvolvido um protocolo de segurança para manter o novo coronavírus fora de suas instalações. No caso da Volkswagen, a empresa afirmou que adotou medidas de higiene e segurança baseadas nas experiências das fábricas do grupo instaladas na China e na Alemanha.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os empresários envolvidos no financiamento de órgão de segurança da ditadura militar eram movidos pelo receio de que os grupos de esquerda conseguissem instalar no Brasil um regime comunista. Também tinham receio de ações armadas da esquerda que tinham como alvo dirigentes de empresas e de entidades patronais. É o que dizem militares e policiais que trabalharam no Destacamento de Operações de Informações (DOI), do 2.º Exército.

Eles citam como exemplo de ação contra os empresários o assassinato de Henning Albert Boilensen, o executivo da Ultragaz que foi metralhado nos Jardins, na zona sul de São Paulo, em 1971 por um comando formado por integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT). Boilensen era acusado pela guerrilha de acompanhar sessões de tortura no DOI - dos participantes da execução, apenas um guerrilheiro escapou vivo da repressão.

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Além do medo de ser assassinado, muitos empresários tinham receio de serem alvo de sequestros. Pelo menos um deles, Theobaldo De Nigris, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), esteve em uma lista preparada pela guerrilha como possível alvo de sequestro naquele ano ao lado do então comandante do 2.º Exército, general Humberto de Souza Mello. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O próximo alvo do grupo que pediu ao Ministério Público Federal (MPF) a investigação sobre as relações da Volkswagen com a ditadura militar é a Petrobras. A estatal é acusada de contribuir para a prisão de petroleiros, que foram torturados e, depois, impedidos de exercer a profissão durante o regime militar. Além disso teria ajudado a cassar centenas de funcionários e fichado milhares de trabalhadores do setor.

O Estado procurou a empresa, mas a petroleira não se manifestou. "Durante os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV) encontramos muitos documentos que mostram a ligação da empresa com essas prisões", afirmou Sebastião Lopes de Oliveira Neto, que coordenou o grupo de trabalho sobre a repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical, da CNV. Ele cita o caso do ex-deputado federal Mário Lima (PSB-BA), que foi cassado em 1964 e, depois, preso. Lima foi um dos fundadores do sindicato dos petroleiros da Bahia.

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Neto diz que a CNV constatou no caso da Petrobras que "131.277 fichas de controle político-social foram elaboradas". De fato, o relatório da CNV afirma que, após o golpe, foram desencadeados "numerosos processos de auditoria, sindicância e inquéritos administrativos". "Alguns desses procedimentos de controle alcançaram trabalhadores contratados por subsidiárias e prestadoras de serviço da Petrobras." O documento lembra que muitos dos cargos da empresa foram ocupados por oficiais do Exército.

DOI

Além da Volkswagen e da Petrobras, outras empresas foram apontadas pela CNV como envolvidas no financiamento de órgãos da repressão do regime militar. Se a montadora alemã fornecia os Fuscas usados pela Seção de Investigação do Destacamento de Operações de Informações (DOI) do 2.º Exército, a Ford doou o Corcel usado pelo capitão Ênio Pimentel da Silveira, o Doutor Ney, chefe da seção e responsável por operações que resultaram na morte de pelos menos 40 militantes de grupos de esquerda.

Já a General Motors entregou os Opalas usados em operações do DOI de 1971 a 1974. Também são citadas em relatório da CNV e na investigação do caso a Toyota, a Scania a Mercedes-Benz, a Chrysler, todas do ABC, e a Caterpillar, do Vale do Paraíba, além de outras empresas.

A Toyota informou que "não possui qualquer registro ou evidências relacionadas a essas questões". A Mercedes-Benz disse que a empresa realizou várias análises e "não descobriu nenhuma evidência" relacionada aos episódios.

A Caterpillar afirmou não ter sido procurada pela CNV e que está "à disposição para ajudar no que for possível". A Chrysler disse que o grupo atual não tem qualquer relação com a empresa que atuou no Brasil nos anos 70. Ford, GM e Scania não responderam ao Estado.

Ultragaz

Outro caso considerado emblemático por Oliveira Neto é o da Ultragaz. Ela é apontada como uma das principais financiadoras das operações do DOI do 2.º Exército, o maior do País, durante o comando exercido pelo então major Carlos Alberto Brilhante Ustra. "É outro caso que estudamos e reunimos muitas provas", afirmou. O Estado procurou a Ultragaz e foi informado que a empresa não se manifestaria sobre as denúncias de apoio à repressão. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Aos 28 anos, Lúcio Bellentani trabalhava na Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP) como ferramenteiro, profissão muito requisitada na época. Entrou para o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e tentava organizar uma base do partido em grandes empresas da região. Foi preso em julho de 1972, na ala de prensas em que trabalhava, às 23h30, numa ação acompanhada por seguranças da companhia. Outros 12 operários também foram detidos.

Bellentani primeiro foi levado a uma sala do setor de Recursos Humanos, onde conta ter levado socos, chutes e pontapés. Depois foi transferido para o Dops, e passou por frequentes sessões de tortura: palmatórias nas mãos, pés e cabeça, pau de arara, choque elétrico e chegou a ser arrastado em um veículo amarrado pelas mãos.

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Teve dentes arrancados com alicate e, até cinco anos atrás "era banguela, pois não tinha coragem de ir ao dentista", conta Bellentani, hoje com 71 anos. "Só nos anos mais recentes criei coragem e fui fazer tratamento", diz ele, que também tem pesadelos e afirma não ficar em quartos escuros.

Ele passou, ao todo, um ano e oito meses na prisão. Após ser solto, mudou-se para o interior de São Paulo, pois não conseguiu emprego no ABC, onde morava a família. "As empresas trocavam lista de pessoas que não deveriam ser contratadas, mas como não havia internet, em cidades pequenas era mais fácil conseguir uma vaga". Além disso, os atestados de antecedentes políticos solicitados na época levavam em média seis meses para serem enviados.

O ex-metalúrgico vive atualmente em Jacareí (SP) e há três meses fundou o Sindicato dos Aposentados da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). Ele esteve na reunião no Ministério Público Federal, onde encontrou-se com Manfred Grieger, diretor da Volkswagen.

"Não reivindicamos nenhuma questão de penalidade ou de criminalização. Queremos que a empresa reconheça que fez besteira, e se responsabilize por seus desmandos", diz Bellentani. "Que a verdade venha à tona, pois várias empresas também foram responsáveis pelo que ocorreu em nosso País." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo

A Volkswagen é a primeira empresa a negociar uma reparação judicialmente por ter financiado ou participado ativamente da repressão à oposição política e ao movimento operário durante a ditadura militar no Brasil. Dirigente da matriz do grupo que esteve no Brasil neste mês a pedido do Ministério Público Federal (MPF) afirmou ao Estado que a companhia busca um acordo com o órgão, que baseia sua ação nas investigações feitas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV).

Segundo Manfred Grieger, diretor do departamento de Comunicação Histórica do Grupo Volkswagen, sua intenção ao participar do encontro no MPF, ocorrido em São Paulo no dia 14, era de entrar em contato com vítimas da ditadura militar brasileira e buscar mais informações sobre o relacionamento entre a Volkswagen do Brasil e as instituições brasileiras daquela época.

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"Foi o início de uma discussão sobre como chegar a um acordo a respeito dessa questão", afirmou Grieger. "Uma ideia é talvez desenvolver um conceito de memorial em conjunto com outras instituições brasileiras, como sindicatos, e colocá-lo em prática. Queremos continuar as discussões para explorar os prós e contras a respeito dos próximos passos", disse, por e-mail, o diretor.

Desde 2014 Grieger recolhe informações e documentos sobre as acusações de apoio dado pela montadora ao regime. Quem se reuniu com ele foi o procurador regional dos Direitos do Cidadão, do MPF, em São Paulo, Pedro Antônio de Oliveira Machado.

"Queremos fazer um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). O objetivo é que o dinheiro da reparação seja depositado no Fundo de Interesses Difusos ou usado para a construção de um memorial ou museu sobre o período", confirmou Machado.

Objetivo

Nas mãos de Machado e de seus colegas do MPF estão os documentos reunidos por dez centrais sindicais, associações, pesquisadores, por ex-integrantes da CNV e ex-operários da Volkswagen perseguidos pelo regime militar.

Os papéis foram entregues aos procuradores em setembro. Por meio de uma representação, eles pediam a abertura de um inquérito civil público a fim de que se apurasse "o quanto objetivamente contribuiu a Volkswagen do Brasil para a consecução das violações de direitos humanos noticiadas na representação".

Os sindicalistas queriam ainda que o MPF apurasse o grau de participação do corpo dirigente da empresa em cada violação, em especial "aos crimes de tortura perpetrados no interior de suas plantas industriais" e a "colaboração com os órgãos de segurança estatal, unidades militares e organizações sindicais patronais". Por fim, o grupo pediu que fossem investigados "benefícios obtidos pela empresa em razão da cumplicidade com o regime".

Entre os documentos apresentados pelos sindicalistas estão os relatos de que a montadora doou equipamentos - como modelos Fusca - para o Destacamento de Operações de Informações (DOI) do 2.º Exército. Há documentos com o carimbo do Departamento de Segurança Industrial da empresa que foram enviados ao Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (Dops-SP) com detalhes sobre a atuação de operários, descritos como subversivos, em manifestações e greves.

Torturas

Há ainda cópias de cerca de 200 "boletins de ocorrência" feitos pela segurança da empresa e enviados ao Dops. Neles há relatos de operários surpreendidos pela Polícia Militar fazendo piquetes que, em vez de serem levados à delegacia, eram conduzidos pela PM para a fábrica da empresa em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para serem identificados e interrogados. Há ainda relatos de espancamento e torturas de operários ligados a partidos comunistas ocorridos dentro da empresa.

Além de Machado e de Grieger, sindicalistas, pesquisadores e algumas das vítimas que reuniram esses papéis também estiveram na reunião na sede do MPF. Da Alemanha também veio para o encontro Joerg Kother, representante da Comissão Internacional dos Trabalhadores da Volkswagen.

"Nós queremos que seja feita uma reparação. Não procuramos acordos individuais, mas uma solução que seja coletiva", disse Sebastião Lopes de Oliveira Neto, que coordenou o grupo de trabalho sobre a repressão aos trabalhadores e ao movimento sindical, da CNV. De acordo com ele, que dirige o instituto Intercâmbio, Informações Estudos e Pesquisas (IIEP), "havia uma relação muito íntima entre a segurança da montadora e os órgãos de repressão do regime militar". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Volkswagen confirmou nesta terça-feira (29) que vai solicitar ao governo federal a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) na fábrica de Taubaté, interior de São Paulo. Será a terceira planta da montadora no Brasil a aderir ao programa do governo federal, que prevê redução proporcional da jornada de trabalho e dos salários em períodos de crise. A empresa já adotou o mecanismo nas unidades de São Bernardo do Campo e de São Carlos, também no interior paulista.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, pela proposta acordada com a companhia, a redução da jornada e dos salários pagos pela empresa será de 20%. Para o funcionário, no entanto, a perda será de 10%. A outra metade será bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), no limite de até R$ 900,84, como estabelece a legislação do PPE. Conforme a instituição sindical, a redução salarial não incidirá sobre férias, 13º salário nem sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da companhia recebidos pelos funcionários.

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O sindicato informou também que a Volks se comprometeu em complementar os salários cuja parte bancada pelo FAT superar os R$ 900,84. O valor complementado pela montadora será transformado no equivalente a horas de trabalho, que deverão ser compensadas pelos trabalhadores no futuro, em calendário a ser estabelecido em acordo entre empresa e sindicato. A previsão da entidade é de que o PPE em Taubaté comece a valer a partir de 1º de outubro e dure seis meses, prazo que poderá ser dobrado.

Os detalhes do programa foram apresentados hoje aos metalúrgicos, durante assembleia na fábrica. Sindicato e montadora lembram que a adesão ao PPE já tinha sido aprovada pelos trabalhadores no acordo que marcou o encerramento da greve de 12 dias na fábrica de Taubaté, em agosto deste ano. Na época, os detalhes do PPE não tinham sido fechados. Pela negociação de agosto, a montadora também reverteu as 43 demissões anunciadas e abriu um Plano de Demissão Voluntária (PDV) e um Programa de Aposentadoria Antecipada.

As condições do PPE na fábrica da Volkswagen em Taubaté são semelhantes às aprovadas nas unidades de São Bernardo, no último dia 17 de setembro, e na fábrica de motores de São Carlos, no último domingo, 27. Nessas plantas, a redução da jornada e dos salários pagos também será de 20%, com perda salarial de apenas 10% para os trabalhadores. A previsão dos sindicatos locais é de que o programa entre em vigor nessas unidades a partir de outubro deste ano e dure de seis até 12 meses, caso necessário.

Em todo o Brasil, a unidade da Volks em Taubaté foi a sexta fábrica de grandes montadoras a aderir ao PPE. Além das plantas de São Carlos e São Bernardo da montadora, Ford e Mercedes-Benz aderiram ao plano em suas fábricas instaladas nesta última cidade, no ABC paulista. Em ambos os casos, o plano prevê redução também de 20% da jornada de trabalho e 10% dos salários recebidos pelos trabalhadores. A fabricante de máquinas agrícolas Caterpillar também aderiu ao programa em sua fábrica em Piracicaba (SP).

A Volkswagen confirmou nesta segunda-feira (28) que vai aderir ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) na fábrica de motores em São Carlos, interior de São Paulo. A adesão foi aprovada pelos trabalhadores durante assembleia no fim de semana. Será a segunda planta da montadora no Brasil a aderir ao programa do governo federal, que prevê redução da jornada de trabalho e de salários em momentos de crise.

Em São Carlos, o PPE estabelecerá redução de 20% da jornada, com igual diminuição dos salários pagos pela montadora. Para os trabalhadores, contudo, a perda será de 10%. A outra metade será bancada com recursos do Fundo de Amparado ao Trabalhador (FAT), no limite de até R$ 900,84, como prevê a legislação do programa. O acordo terá vigência de seis meses - prazo que poderá ser dobrado, caso necessário. A data de início ainda não foi informada.

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Como contrapartida à adesão ao PPE, a Volks se comprometeu em não demitir sem justa causa em São Carlos durante oito meses - ou 16, caso o plano seja renovado. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, o acordo que possibilitou a adesão ao programa também preservou acordo celebrado em 2012, em que a empresa garante reajuste salarial real de 2,5% a partir de setembro deste ano e de 2,3% a partir de setembro de 2016.

As condições do PPE em São Carlos são semelhantes à aprovada pelos metalúrgicos da Volks em São Bernardo do Campo, em 17 de setembro. Além da redução de 20% da jornada e de 10% dos salários recebidos, a montadora se comprometeu em complementar os vencimentos dos funcionários caso os 10% que deveriam ser bancados pelo FAT superem o limite de R$ 900,84. Também ficou acordado que, na unidade, a perda não incidirá sobre férias e 13º salário.

Com a Volks em São Carlos, já são cinco fábricas de grandes montadoras a aderirem ao PPE no Brasil. Além da unidade de São Bernardo da Volks, Ford e Mercedes-Benz aderiram ao plano em suas fábricas instaladas na mesma cidade. Em ambos os casos, o plano prevê redução de 20% da jornada de trabalho e 10% dos salários recebidos pelos trabalhadores. A fabricante de máquinas agrícolas Caterpillar também aderiu ao programa em Piracicaba (SP).

Taubaté

A Volkswagen também deve aderir ao PPE na fábrica de Taubaté, interior de São Paulo. Segundo o sindicato dos metalúrgicos da região, a adesão ao programa já tinha sido proposta pela companhia e aprovada por trabalhadores no acordo que marcou o encerramento da greve na unidade em agosto. Os detalhes estão sendo negociados e devem ser apresentados aos funcionários em assembleia na tarde desta terça-feira, 29.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) abriu investigação contra a Volkswagen no Brasil para verificar se algum carro da montadora no País possui o mesmo software que alterou os motores a diesel da marca nos Estados Unidos, para torná-los mais eficientes durante testes de emissões de gases. Segundo a autarquia, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, a empresa será notificada para prestar esclarecimentos. Caso a violação das regras brasileiras seja comprovada, o órgão informa que a companhia poderá ser multada em até R$ 50 milhões e será obrigada a corrigir o problema em todos os veículos que eventualmente possuam o equipamento.

A fraude envolvendo o software foi descoberta inicialmente nos Estados Unidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês). O órgão americano afirmou que o equipamento teria sido instalado pela Volks nos modelos Beetle, Golf, Jetta e Passat, e pela Audi, no Audi A3, fabricados de 2009 a 2015. De acordo com a denúncia, o equipamento detectava quando os carros estavam sendo avaliados, ativava o controle de emissões de poluentes, que era desabilitado após os testes.

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No Brasil, contudo, o único veículo da Volkswagen a diesel é a picape Amarok. Todos os outros modelos são movidos à gasolina ou a etanol. Para o Ibama, a fraude descoberta nos Estados Unidos é um "caso gravíssimo".

Procurada, ontem (25) à tarde, pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a assessoria de imprensa da Volkswagen informou que não tinha conhecimento da notificação.

Nos Estados Unidos, a montadora assumiu a fraude e confessou que o software está instalado em aproximadamente 11 milhões de veículos em todo o mundo. Ao assumir o erro, a empresa também anunciou que reservou ¤ 6,5 bilhões para usar em ações que resolvam o problema. O escândalo levou à renúncia do presidente mundial da Volks, Martin Winterkorn. O executivo alega que não sabia da fraude, mas que abriu mão do cargo para deixar a montadora ter um novo começo.

O Inmetro, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que está "reunindo informações técnicas", "conhecendo detalhes" e monitorando as ações dos órgãos de fiscalização do exterior para decidir se irá ou não investigar a Volks no Brasil. O órgão é responsável pelo Programa de Etiquetagem Veículo, que atesta a eficiência energética de carros vendidos no Brasil. O teste, contudo, não contempla carros a diesel. "Como no Brasil ainda não há veículos de passeio movidos a diesel, o monitoramento das ações dos órgãos responsáveis no exterior poderá ajudar o instituto a se antecipar a eventuais fraudes aqui no País", disse o Inmetro em nota.

Caminhonetes

Ontem (25), o ministro dos Transportes da Alemanha, Alexander Dobrindt, disse que a manipulação nos testes de emissões de poluentes também foi feita em caminhonetes da Volkswagen, e não apenas em automóveis. "Com base em nosso conhecimento, as caminhonetes, bem como os carros feitos pela Volkswagen, também foram afetados pela influência indevida de emissões nos motores a diesel", disse.

O Ministério dos Transportes alemão começou nesta semana uma investigação especial sobre o escândalo das emissões da Volkswagen que reduziu quase um terço do valor de mercado da empresa.

A Volkswagen disse nesta semana que o software foi instalado em até 11 milhões de carros e Dobrindt disse na quinta-feira que outros veículos na Europa também foram afetados.

Ontem (25), a Daimler disse que não havia manipulado as emissões após especulações de que o escândalo pode ter afetado outros fabricantes de carros também. "Um software que reduz as emissões de forma ilegítima durante os testes nunca foi e nunca será usado na Daimler. Isso vale para ambos os motores a diesel e a gasolina", disse a empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fiat e Volkswagen, duas das maiores fabricantes de automóveis, dispensaram mais 2,2 mil funcionários para adequar a produção à demanda. No acumulado do ano, até quarta-feira, 23, as vendas de veículos registram queda de 5,3% em relação ao mesmo período de 2013 (para 211 mil unidades). As exportações para a Argentina, principal cliente externo do setor, caíram mais de 30%.

A partir do dia 5, a Volkswagen vai suspender o contrato de trabalho (sistema chamado de lay-off) de 900 trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e de 400 da unidade de São José dos Pinhais (PR) por cinco meses.

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A Fiat deu férias coletivas de dez dias para 900 operários em Betim (MG) nesta semana. A empresa já tinha concedido férias por 20 dias a outros 800 funcionários no dia 14. Ao todo, deixarão de ser fabricados nos dois períodos 6,2 mil unidades dos modelos Bravo, Doblò, Idea, Linea, Palio, Grand Siena e Palio Weekend.

A fabricante de caminhões Scania, também de São Bernardo, antecipou de junho para 12 maio as férias coletivas de 15 dias para cerca de 3,8 mil trabalhadores.

"O primeiro trimestre não foi bom em vendas e soma-se a isso o fim da produção da Kombi e do Gol G4 no fim do ano para justificar o excesso de pessoal", afirma o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana. "A empresa está administrando esse excedente com férias e lay-off."

Santana ressalta que não há previsão de demissões em massa. Na fábrica do Paraná, 400 funcionários também entram em lay-off no dia 5, somando-se a outro grupo de 150 que já está nesse regime desde março, com previsão de retorno no fim de maio, quando outra equipe de 150 pessoas será dispensada.

No lay-off, o funcionário recebe o salário integral, mas R$ 1,3 mil é pago pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e a diferença pela empresa.

Em nota, a Volkswagen informa que, "a exemplo de outras montadoras no País, está fazendo uso de ferramentas de flexibilização para adequar-se à demanda atual do mercado". Também afirma que mantém "confiança no crescimento do mercado brasileiro e mantém seu plano de investimentos de R$ 10 bilhões até 2018".

A Scania informa que decidiu antecipar as férias "em razão do desaquecimento do mercado brasileiro e argentino".

Demissões

Outras montadoras e fabricantes de autopeças como Agrale, International, Randon e Guerra, todas do Rio Grande do Sul, deram férias coletivas ou folgas aos funcionários nos últimos dias.

Na Grande Curitiba (PR), onde a Renault também cortou produção, a fabricante de eixos AAM do Brasil demitiu ontem (24) 100 funcionários, de um total de 900. "A empresa nem nos procurou para negociar, por isso vamos ao Ministério Público", afirma o dirigente do sindicato dos metalúrgicos, Jamil Davila. Segundo ele, a empresa fornece peças para a fábrica da Volkswagen na Argentina.

Montadoras, autopeças e sindicalistas negociam com o governo federal a criação de um sistema nacional de proteção ao emprego para ser adotado em épocas de crise. Seria uma alternativa ao lay-off, normalmente usado só por grandes grupos. A base da proposta é um programa adotado na Alemanha desde os anos 50.

Paralelamente, governo e montadoras do Brasil e da Argentina discutem uma linha de financiamento para retomar o comércio bilateral. Também já há conversas nos bastidores para a suspensão da alta do IPI para carros prevista para julho. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A 8ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho de Campinas, em decisão de segunda instância, proibiu a Volkswagen do Brasil de contratar empresas terceirizadas para a realização de serviços que se configurem como atividade-fim e determinou que a empresa cumpra as normas referentes a períodos de descanso e jornada de trabalho em sua unidade de motores de São Carlos (SP).

De acordo com a decisão da Justiça, a prestadora SG Logística Ltda. não poderá mais fornecer mão de obra para a realização de serviços que constituam atividade-fim da montadora. As duas empresas foram condenadas a pagar indenizações por danos morais, de R$ 1 milhão e R$ 100 mil, respectivamente, a entidades ou órgãos públicos a serem indicados pelo Ministério Público do Trabalho, autor do processo.

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As empresas têm até 60 dias para encerrar as atividades ilegais em São Carlos, sob pena de multa diária no valor de R$ 5 mil. O que eventualmente for arrecadado com a punição será destinado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Ainda cabe recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Procurada pela reportagem, a Volkswagen afirmou que "não se manifestará visto que o processo encontra-se sub judice".

A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e da Região Metropolitana (Simec) se reúne na quinta-feira, em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), com a direção da fábrica da Volkswagen. Os 3600 metalúrgicos da empresa autorizaram as negociações e esperam um acordo nas bases dos que foram firmados com a Volvo e a Renault. Será negociada a Participação nos Lucros e Resultados e também o acordo salarial de 2012.

"Esse é o primeiro passo, em seguida a proposta será levada à categoria que vai definir em assembleia o que deverá ser feito", informou a assessoria do Simec. "Queremos dialogo e não conflito. Esperamos que a empresa tenha o bom senso para negociar de forma tranquila para alcançar valores a altura da qualidade do metalúrgico da Volks de São José", ressaltou o presidente do sindicato, Sérgio Butka.

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No caso das outras montadoras - Renault e Volvo - os acordos já foram fechados. Com a empresa francesa houve um pacote de benefícios para os cerca de 6 mil metalúrgicos até 2014, com abono de R$ 5,5 mil, 3% de aumento real e mais reposição do INPC nos salários, além de R$ 15 mil (100% das metas) como PRL. Já na Volvo, o pacote, válido para este ano, inclui R$ 25 mil (PLR e abono), mais 3% de aumento real e reposição do INPC (nos salários e vale mercado), para os 3 mil funcionários da linha de produção de ônibus e caminhões leves e pesados.

Durante as negociações, o sindicato vai destacar os incentivos do governo federal para as montadoras por meio da redução do IPI. O reflexo mais recente é a projeção do melhor mês agosto em vendas de veículos na história do país. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o número de emplacamentos pode alcançar a marca de 380 mil veículos. Só nos primeiros 11 dias do mês foram vendidos 176.379 unidades entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, informou a assessoria.

Além dos metalúrgicos, a Volkswagen emprega outros 400 funcionários no setor administrativo na produção diária dos 870 automóveis Fox, Cross Fox, Space Fox e Golf.

A Volkswagen deve deixar de produzir cerca de 5 mil veículos durante as duas semanas de férias coletivas concedidas a 1,7 mil dos 3,6 mil trabalhadores da unidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. A empresa alega que essa é uma "ferramenta de flexibilização na produção, que tem o objetivo de manter os estoques adequados à demanda do mercado atual". De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, o pátio está lotado, com aproximadamente 10 mil veículos. A Volks fabrica Fox, CrossFox e Golf na unidade paranaense.

As duas semanas em que os trabalhos do segundo e terceiro turnos ficarão paralisados representam nove dias úteis. A produção normal na fábrica paranaense é de aproximadamente 810 unidades por dia. Com as férias, apenas 270 continuarão a ser entregues diariamente até o dia 24, quando a produção normal deve ser retomada. A unidade paranaense responde por cerca de 25% da produção total da montadora no País. A empresa já tinha concedido férias coletivas nos dias 8 e 9 de setembro, emendando com o feriado do dia 7. A alegação também foi de ajustes no estoque.

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De acordo com o secretário-geral do sindicato, Jamil Davila, a impressão que se tinha naquela época é que as férias seriam apenas uma forma de "valorizar" a negociação com o governo federal, que discutia o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros com baixo índice de nacionalização. "Mas agora o decreto já foi divulgado, então deve ser problema real, pois se tivesse demanda não teria explicação", disse.

Segundo ele, há cerca de 15 dias, a empresa comunicou, conforme manda a legislação, a possibilidade de se estabelecer as férias. "Mas pediu para não divulgar porque não sabia se ia acontecer ou não", salientou. "Na quarta ou quinta-feira da semana passada nos procuraram dizendo que não teria como continuar produzindo." Dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) na semana passada apontam que houve queda de 4,9% nas vendas de automóveis em setembro, comparando-se com o mês anterior.

De acordo com a empresa, não está prevista paralisação na produção das outras unidades brasileiras para este mês. A Renault, que também tem uma unidade em São José dos Pinhais, afirmou que a produção continua "a todo vapor", sem previsão de férias coletivas.

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