A Volkswagen disse neste domingo que seu executivo-chefe, presidente e principais acionistas estão no Catar para conversar com um dos principais investidores da empresa, o Qatar Investment Authority, em meio a relatos de que o Qatar está pedindo mudanças radicais na administração da montadora alemã.
A Volkswagen está definindo as conversações como uma visita introdutória de rotina pelo executivo-chefe, Matthias Müller, e o presidente do Conselho de Supervisão, Hans Dieter Pötsch, que assumiu o posto em setembro.
##RECOMENDA##Eles estão acompanhados de Wolfgang Porsche e Piëch Hans Michel, representantes do grupo Porsche-Piëch, que controla a Volkswagen, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
"Esta é uma visita introdutória normal pela nova administração a um dos parceiros mais importantes da empresa, um dos seus mais importantes acionistas", disse Eric Felber, um porta-voz da Volkswagen.
Separadamente, a Volkswagen confirmou que fechou um acordo para uma linha de crédito de 20 bilhões de euros com um consórcio de 13 bancos, liderado pelo Citibank Global Markets e UniCredit Bank. Uma pessoa próxima à montadora alemã disse que a empresa queria assegurar acesso a fundos, mas não tem planos específicos agora para explorar o financiamento.
A publicação semanal Bild am Sonntag, da Alemanha, informou neste domingo que o Qatar está tentando enfraquecer a influência dos representantes dos trabalhadores no conselho e nas operações diárias da empresa. Akbar Al Baker, CEO da Qatar Airways, e Hussain Ali Al-Abdulla, vice-presidente da Qatar Holding, representam o Qatar no conselho de supervisão da Volkswagen.
O declínio acentuado no preço das ações da Volkswagen desde o escândalo de emissões de gases, divulgado em 18 de setembro, custou bilhões de acionistas da empresa. O Qatar detém cerca de 17% do capital com direito a voto da Volkswagen. O Qatar Investment Authority não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Sob a lei alemã, que concede aos trabalhadores amplas direitos de codeterminação em grandes corporações, os representantes dos trabalhadores, incluindo funcionários do sindicato, têm metade dos 20 assentos no conselho de administração da empresa. O conselho de trabalhadores, um órgão que representa os trabalhadores dentro da empresa, mas não tem poderes de negociação coletiva, tem uma influência considerável sobre as decisões estratégicas.
A Volkswagen negou que a reunião com o Qatar seja sobre questões trabalhistas. "Nem o conselho de empresa, nem a co-determinação estão na agenda", afirmou Felber. O conselho de trabalhadores da Volkswagen não respondeu a um pedido de comentário. Fonte: Dow Jones Newswires.