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A economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thaís Zara, disse que a queda de 2,2% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) no terceiro trimestre de 2013 em relação ao segundo "confirma a perda de dinamismo dos investimentos".

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (3) que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,5% no terceiro trimestre deste ano ante o segundo. A Rosenberg estimava baixa de 0,2%. A economista viu como destaque positivo a alta de 1% no consumo das famílias no terceiro trimestre ante o segundo e o avanço de 0,1% do PIB da indústria.

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Thaís também destacou como surpresa negativa a praticamente estabilidade do PIB de serviços, que aumentou 0,1%, "resultado da estabilidade do comércio e da queda de 0,2% na intermediação financeira". Ela minimizou a baixa de 3,5% do PIB da agropecuária na margem. "Foi natural diante dos avanços registrados nos trimestres anteriores."

Thaís espera uma recuperação do PIB no quarto trimestre, com alta de 0,8%. "Os primeiros dados divulgados de outubro e novembro fazem a gente ter uma expectativa melhor. A indústria, por exemplo, aponta para um resultado levemente positivo em outubro." A Rosenberg projeta alta de 2,5% do PIB no encerramento do ano.

Diferentemente do segundo trimestre deste ano, quando a forte expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi destaque em termos de crescimento econômico na comparação com outros países, o Brasil foi um dos poucos países a registrar retração na economia no terceiro trimestre. Apenas França e Itália, com a mesma queda de 0,1% no PIB do terceiro trimestre ante o segundo, apresentaram retração.

O destaque de crescimento numa lista preparada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi a Coreia do Sul, com expansão de 1,1% no terceiro trimestre ante o período imediatamente anterior. Na América Latina, o México registrou avanço de 0,8%, na mesma base de comparação.

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Na Europa, registraram avanço no PIB do terceiro trimestre ante o trimestre anterior o Reino Unido (0,8%) e a Alemanha (0,3%). A União Europeia como um todo registrou avanço de 0,2% no terceiro trimestre.

Na comparação com os Brics - grupo de países do qual fazem parte, além do Brasil, a Rússia; Índia; China e África do Sul -, o Brasil teve o terceiro maior crescimento no terceiro trimestre do ano. Com esses países, no entanto, só há comparação na base do terceiro trimestre ante o mesmo trimestre do ano anterior. O crescimento de 2,2% no PIB do Brasil ficou abaixo dos 7,8% da China e dos 4,8% da Índia. África do Sul cresceu 1,8% e a Rússia, 1,2%.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou o Produto Interno Bruto (PIB) de 2012 ante 2011 de 0,9% para 1,0%. O resultado ficou abaixo do anunciado pela presidente Dilma Rousseff, na semana passada, durante uma entrevista. A presidente disse que o crescimento do PIB de 2012 tinha sido revisado de 0,9% para 1,5%. O IBGE anuncia revisões no PIB tradicionalmente na divulgação dos resultados das Contas Trimestrais do terceiro trimestre.

Este ano, foram incorporadas as revisões de pesquisas usadas no cálculo do indicador, mas também a nova Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que começou a ser divulgada pelo instituto recentemente e motivou especulações sobre uma revisão do crescimento do País para cima. No entanto, as revisões definitivas, feitas a partir da incorporação das Contas Nacionais Anuais, só serão realizadas quando o trabalho de mudança na metodologia de cálculo do PIB estiver concluído, o que está previsto para o fim de 2014 ou início de 2015.

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Quanto aos resultados trimestrais, o IBGE revisou ainda o PIB do 4º trimestre de 2012 em relação ao 4º trimestre de 2011, de 1,4% para 1,8%. Foi revisado também o resultado do 4º trimestre de 2012 frente o terceiro trimestre de 2012, de 0,8% para 0,9%. O instituto reviu o resultado do 1º trimestre de 2013 no acumulado dos últimos 12 meses de 1,2% para 1,3%. O dado do 1º trimestre de 2013 foi revisado ainda na comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de 1,9% para 1,8%, e frente ao trimestre anterior, de 0,6% para 0,0%.

O PIB do 2º trimestre de 2013 foi revisto de 1,9% para 2% no acumulado dos últimos 12 meses, e na comparação com o 1º trimestre, subindo de 1,5% para 1,8%.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,12% no terceiro trimestre de 2013, em relação aos três meses anteriores, nos dados com ajuste sazonal. A variação ficou abaixo da mediana das projeções dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (0,00%), mas dentro do intervalo das estimativas (-0,20% a +0,10%). O índice passou de uma média mensal de 145,94 pontos para 145,77 pontos nessa comparação.

Em relação ao terceiro trimestre de 2012, o IBC-Br teve alta de 2,66%, sem ajuste. O resultado ficou dentro das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que apontavam para uma variação de +2,00% a +3,80%, e abaixo da mediana, de 2,78%. O índice avançou de uma média mensal de 144,14 pontos para 147,98 pontos nessa comparação.

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O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses e tem grande influência sobre as estimativas do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB), divulgado a cada três meses pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do PIB do terceiro trimestre de 2013 será conhecido no início de dezembro. No segundo trimestre, houve alta de 1,50% na comparação com os primeiros três meses de 2013 e, na comparação com o mesmo período do ano passado, uma elevação de 3,30%.

Revisão

O BC revisou alguns dados do índice, na série com ajuste. Para agosto de 2013, o dado passou de +0,08% para +0,09%. No caso de julho, houve estabilidade da taxa em -0,34%. Para junho, foi revisto de +1,02% para 1,00%. Para maio, alterado de -1,49% para -1,48%. Já em abril o ajuste foi de +0,93% para +0,92% e, em março, de +1,07% para 1,08%. O BC refinou também o resultado para fevereiro, que passou de -0,39% para -0,41%, mas, para janeiro, foi mantido em +1,18%.

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro subiu 0,1% no terceiro trimestre ante os três meses anteriores, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta-feira pela Eurostat, a agência de estatísticas da União Europeia. O número veio em linha com a expectativa de analistas consultados pela Dow Jones Newswires.

Já na comparação anual, o PIB do bloco recuou 0,4% entre julho e setembro, mais do que a previsão média de queda de 0,3%.

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Em base anualizada, o PIB da zona do euro teve expansão de apenas 0,4% no terceiro trimestre, ante uma alta consideravelmente maior de 1,2% verificada no segundo trimestre.

O resultado da zona do euro foi influenciado pela desaceleração da economia alemã e por contrações na França e Itália no terceiro trimestre.

Antes do segundo trimestre, o PIB do bloco apresentou retrações por seis trimestres seguidos, do fim de 2011 até os três primeiros meses deste ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

O crescimento econômico da França no terceiro trimestre foi revisado e indicou alta menor do que a anteriormente aferida, mostram dados do Escritório Nacional de Estatísticas (Insee). O Produto Interno Bruto (PIB) no período subiu 0,1%, ante elevação de 0,2% da leitura anterior de 0,2%, com o recuo dos investimentos.

No segundo trimestre, o PIB da França recuou 0,1% em relação ao trimestre anterior, disse o escritório de estatísticas, mantendo a leitura inalterada. As informações são da Dow Jones.

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O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário no terceiro trimestre de 2012 é o melhor desde 1995, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IGBE) modificou a metodologia do levantamento, disse à Agência Estado o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério de Agricultura, José Garcia Gasques. "Apesar de ter sido um ano de problemas de seca no Sul e perda de safra, o resultado foi bom", comentou.

Para o quarto trimestre, Gasques observa que, historicamente, o desempenho do setor tende a ser mais fraco, já que se trata de um período de menor atividade - apenas a colheita dos cereais de inverno ainda se desenrola. Por isso, ele avalia que será difícil reverter a queda de 1% no acumulado de janeiro a setembro deste ano. "Minha avaliação é de que o quarto trimestre não vai influenciar muito esse valor", afirma.

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Para o terceiro trimestre de 2013, ele prevê um crescimento mais fraco do que no mesmo período de 2012 por causa do ciclo de baixa produção do café e da provável redução da colheita de milho safrinha. "Vamos trabalhar com números piores porque nesta época temos a concentração dessas atividades e os volumes devem ser menores. A não ser que os preços subam muito, a tendência é de que o crescimento seja menor", explica.

Para o acumulado do ano que vem, entretanto, Gasques é mais otimista, levando em conta uma safra de soja possivelmente recorde. "No balanço geral, vai ser melhor, sem dúvida", diz. Ele observa que boa parte da safra da oleaginosa já foi negociada a preços remuneradores e, mesmo que as cotações dos grãos recuem no próximo ano com a recomposição dos estoques, ainda devem ficar acima da média histórica.

Quanto aos gargalos logísticos esperados para 2013, Gasques afirma que o efeito sobre o PIB não deve ser imediato. "A questão logística é um entrave ao potencial produtivo de áreas em expansão. Minha impressão é de que poderíamos produzir mais, não fossem as condições muito precárias de infraestrutura", diz o coordenador, em referência ao oeste da Bahia, Maranhão e Piauí.

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, disse nesta sexta-feira, em nota, que o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária deve continuar crescendo em 2013. "Novamente o agronegócio mostra sua força na economia nacional. E os percentuais de crescimento devem ser ainda maiores no próximo ano, a partir das previsões de safra de grãos recorde e aumento das exportações do setor", afirmou o ministro.

A previsão para 2013 é que a safra de grãos possa atingir até 181,5 milhões de toneladas, de acordo com levantamento apresentado em novembro deste ano pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além de parte da produção destinada às vendas ao comércio exterior, outro segmento que pode crescer é o de carnes, com possibilidade de elevar os embarques para destinos importantes como Japão e Rússia.

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Os principais destaques do setor entre julho e setembro de 2012 foram o café e o milho, com crescimento de produção (14,5% e 27,1%, respectivamente) e de produtividade.

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou nesta sexta-feira, após almoço com empresários e executivos espanhóis em São Paulo, que causou surpresa positiva ao governo o crescimento anualizado de 6% da indústria no terceiro trimestre de 2012. Para ela, o ponto negativo do resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta sexta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi o setor de serviços.

"Acredito que as medidas tomadas no ano estão dando resultado", disse a ministra. Miriam disse ainda que o governo continua trabalhando com um PIB para 2013 entre 4% e 4,5%, mesmo após o banco Goldman Sachs rebaixar a previsão para 3,5% de alta e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, estimar o crescimento em 3% no próximo ano.

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Indagada sobre o fraco desempenho da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que caiu 2,0% no terceiro trimestre ante o segundo e recuou 5,6% ante o terceiro trimestre de 2011, Miriam afirmou que o governo continua tomando medidas e colocando o "pé no acelerador" para ganhar velocidade no investimento. Ela citou o pacote de concessões de portos, a ser anunciado nos próximos dias pela presidente Dilma Rousseff, e o edital de concessão do Trem de Alta Velocidade (TAV), previsto para dezembro. Ainda sobre o desempenho negativo da FBCF, a ministra afirmou que o próprio crescimento anualizado da indústria mostra que o setor irá se recuperar.

Já sobre a declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, em meados deste ano, de que o PIB de 1,5% para 2012 seria uma "piada", e diante da dificuldade do País de atingir este porcentual neste ano, a ministra foi categórica: "Você pergunta para ele, porque foi ele que fez o comentário".

Miriam lembrou que o governo reservou R$ 15 bilhões do Orçamento de 2012 para desonerações e que o governo ainda tem uma reserva para permitir novos incentivos. A ministra não citou valores. Por fim, admitiu que esperava que o cenário internacional melhorasse, o que não ocorreu. Segundo ela, por isso o governo seguirá tomando mais medidas para incentivar o crescimento. "Do jeito que estamos, os dados de crescimento de agora dão a alavancagem necessária (para tomarmos estas medidas)", completou.

O economista e ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto afirmou nesta sexta-feira que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre "é uma tragédia". Delfim comentou ainda que o crescimento atual "trará suas consequências" para o resultado total de 2012, pois "é uma questão de aritmética". Conforme dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do País cresceu 0,6% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre, bem abaixo das expectativas do mercado.

Questionado se o governo Dilma Rousseff correria o risco de entregar uma média de crescimento inferior à registrada durante o governo FHC (de 2,7%), Delfim respondeu: "O passado está feito, o futuro depende do que vamos fazer agora", disse ao deixar evento sobre "Reformas Inadiáveis", promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo.

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O fraco desempenho do PIB surpreendeu outros analistas. A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, disse que agora "é rodar planilha para tentar entender o que aconteceu". A expectativa da economista da Rosenberg era de crescimento de 1% para o período. "Minha expectativa de 1,3% para o ano, que já era baixa, pode agora nem se concretizar", afirmou. "Estou refazendo as contas."

Para a consultoria Brown Brothers Harriman (BBH), em relatório enviado a clientes, o resultado aumenta as expectativas de que o dólar vai continuar tentando avançar acima de R$ 2,10 e pode alimentar as pressões para um novo corte na taxa Selic. "No Brasil, a fraca leitura do PIB divulgada hoje vai somente agravar as incertezas em relação às políticas macroeconômicas."

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta sexta-feira, ao comentar os resultados do PIB, que o crescimento de 0,6% no terceiro trimestre, na margem, foi puxado pelo setor agropecuário, que teve expansão de 2,5% na mesma base de comparação. "Deveremos ter uma safra de grãos recorde neste ano e o desempenho do setor reflete bom resultado da produção industrial", destacou.

Segundo Mantega, a produção industrial está em pleno processo de recuperação e a alta de 1,1% no terceiro trimestre ante os três meses anteriores seria melhor se não fosse a queda de 0,4% registrado pelo segmento extrativo mineral.

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Para ele, a indústria de transformação "está ganhando velocidade e vai continuar nessa trajetória" nos próximos trimestres. O ministro destacou que o setor apresenta bom nível de recuperação, devido a medidas de estímulo adotadas pelo Poder Executivo, como as desonerações tributárias.

Mantega destacou que a indústria da construção civil também apresentou resultado positivo e está em plena retomada. "A surpresa do terceiro trimestre foi o desempenho de serviços, que responde por mais de 60% do PIB", comentou. E isso, segundo ele, foi um reflexo da redução dos spreads das operações financeiras, o que levou os bancos a reduzirem as concessões de crédito.

A professora da PUC-RJ Monica Baumgarten de Bolle afirmou na manhã desta sexta-feira à Agência Estado que "o cargo do ministro Guido Mantega corre risco", com o fraco desempenho econômico neste ano, que, após a fraca expansão de 0,6% no terceiro trimestre, na margem, deverá registrar uma alta ao redor de 1% em 2012. "É possível que tenhamos um novo ministro da Fazenda no início de 2013", afirmou.

"A presidente Dilma Rousseff não vai querer entregar uma expansão média da economia menor do que a média do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que ficou em 2,7%. E para que esse patamar seja superado, será necessário que o PIB suba 3,8% no próximo ano, o que é muito difícil de ocorrer", destacou.

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"O PIB e os investimentos no terceiro trimestre apresentaram resultados caóticos", disse. Monica destacou que o PIB em 2013 deve avançar entre 2% e 3%. "Nesse cenário de economia crescendo bem abaixo do potencial, o Banco Central deverá baixar os juros em mais 100 pontos-base no próximo ano", acrescentou.

O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, afirmou que a alta de 0,6% no PIB "mostra que o crescimento continua sofrível" no País.

Giannetti lembra que o cenário é negativo para o crescimento do PIB nos próximos trimestres por conta da falta de investimentos. "Sem investimento não tem produção", afirmou.

Opinião diferente tem o diretor da área de negócios do setor público do banco JPMorgan, Aod Cunha. Para ele, apesar do baixo nível de crescimento da economia brasileira em 2012, o País ainda tem uma perspectiva positiva para os próximos anos. "É importante olhar a trajetória de crescimento de longo prazo. Nós continuamos acreditando que o Brasil é um país de grandes oportunidades", afirmou.

Mas concorda com a necessidade de investimentos. Segundo Cunha, o interesse de estrangeiros no País permanece, mas ponderou que é preciso realizar investimentos para a economia superar os gargalos nas áreas de infraestrutura e logística. "Esse é um desafio, mas também uma oportunidade (de investimentos)", disse.

O economista-chefe da MCM, Fernando Genta, por sua vez, disse que "é praticamente impossível que o PIB suba mais que 1,1%" neste ano. Segundo ele, para que isso ocorresse, a economia teria que avançar mais que 1,5% no quatro trimestre, na margem. Ele espera que o PIB avance perto de 1%.

Com as surpresas negativas exibidas pelo IBGE sobre o nível de atividade no terceiro trimestre, ele revisou sua projeção para o crescimento do País em 2012, de uma alta de 1,4% para uma elevação entre 1% e 1,1%. "Não existe mais a desculpa dos fatores externos afetando o PIB. A reação da economia não está ocorrendo, por causa de muitas incertezas internas, como a manutenção do tripé macroeconômico, as intervenções do governo em vários setores produtivos e até a inadimplência das pessoas físicas, que está em 7,9% há quatro meses", disse.

Genta ainda afirmou que o fraco desempenho do PIB no terceiro trimestre vai aumentar o debate no mercado sobre se o Banco Central voltará a cortar os juros em janeiro, na primeira reunião de 2013. "Este é o momento mais delicado do governo Dilma Rousseff na gestão da economia, com crescimento fraco em dois anos e alta inflação", destacou.

O economista-chefe do Espírito Santo Investment Bank (Besi Brasil), Jankiel Santos, surpreendeu-se com os baixos desempenhos do setor de serviços e gastos do governo mostrados nas contas nacionais do terceiro trimestre. "O PIB foi surpreendentemente fraco e mais surpreendente ainda pelo setor de serviços rodando próximo de zero e os gastos do governo crescendo apenas 0,2%", estranhou.

O crescimento da indústria no terceiro trimestre de 2012, de 1,1% ante o segundo trimestre do ano, foi influenciado pela indústria de transformação, que cresceu 1,5%, e pela construção civil, que apresentou alta de 0,3%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira. As demais atividades pesquisadas nas contas nacionais apresentaram taxas negativas. A extrativa mineral caiu 0,4% e o grupo de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana retraiu 0,5%.

Segundo o IBGE, entre os serviços, registraram crescimento os de informação (0,5%), comércio (0,4%), atividades imobiliárias e aluguel (0,4%) e outros serviços (0,3%). Administração, saúde e educação pública (0,1%) e transporte, armazenagem e correio (-0,1%) ficaram estáveis. Intermediação financeira e seguros apresentou recuo de 1,3%.

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Já em comparação ao terceiro trimestre do ano anterior, a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre captou queda de 0,9% da indústria, puxada pelas quedas, em volume, do valor adicionado do setor extrativo mineral (-2,8%) e da indústria de transformação (-1,8%).

"No que se refere a esta última, o resultado foi influenciado, principalmente, pela redução da produção de máquinas e equipamentos; materiais eletrônicos e equipamentos de comunicação; veículos automotores; artigos do vestuário e calçados; metalurgia básica; e materiais elétricos. O IBGE registrou crescimento nas demais atividades industriais - eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (2,1%) e construção civil (1,2%).

Para a mesma base de comparação, o setor de serviços cresceu 1,4%, influenciado pela redução do spread bancário e da taxa básica de juros, além da inadimplência. Esses fatores determinaram o recuo da intermediação financeira e seguros em 1,0%. Também o segmento de transportes, armazenagem e correio caíram (-0,7%). As demais atividades apresentaram alta: administração, saúde e educação pública (2,7%), serviços de informação (2,3%), outros serviços (1,7%), serviços imobiliários e aluguel (1,5%) e comércio (1,2%).

A alta de 1,1% da indústria foi o melhor resultado desde o segundo trimestre de 2010, quando avançou 2,1%. Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a indústria reduziu o recuo, passando de uma queda de 2,4% no segundo trimestre para uma retração de 0,9% no terceiro trimestre.

O Produto Interno Bruto (PIB) registrou aumento de 0,60% no terceiro trimestre de 2012 em relação ao segundo trimestre do ano, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira. O resultado veio abaixo do piso das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções (de 0,90% a 1,40%). A mediana era de 1,20%.

Na comparação com o terceiro trimestre de 2011, o PIB apresentou alta de 0,90% no terceiro trimestre deste ano, abaixo do piso das estimativas do AE Projeções, que variavam de 1,10% a 2,12%, com mediana de 1,90%. No ano, o PIB avançou 0,7%, na comparação com o mesmo período de 2011.

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Apesar do ritmo menor que o dos últimos anos, as vendas de medicamentos genéricos no Brasil cresceram no terceiro trimestre deste ano. O setor registrou alta de 16,6% sobre igual período de 2011, segundo análise da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). Foi o menor crescimento desde 2001, quando os genéricos começaram a ser vendidos no País. O estudo usou dados do IMS Health, instituto que audita o mercado farmacêutico.

No acumulado do ano, as vendas de genéricos cresceram 19,8%. No mesmo intervalo de 2011, a expansão foi de 31,8%, enquanto em 2010 houve alta de 32,8%. Em receita, as vendas de genéricos movimentaram R$ 2,8 bilhões entre julho e setembro contra R$ 2,3 bilhões no mesmo intervalo do ano anterior, resultado que representa uma evolução de 21%.

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Para a PróGenéricos, os resultados indicam que os genéricos vêm acompanhando a desaceleração da economia como um todo. O mercado farmacêutico total também diminuiu o ritmo de crescimento no terceiro trimestre. O conjunto da indústria registrou vendas de 680,6 milhões de unidades entre julho e setembro de 2012 contra 606 milhões em igual período de 2011, alta de 12%. No terceiro trimestre de 2011, o crescimento havia sido de 13% nas vendas em relação a 2010.

A participação de mercado dos genéricos, porém, cresceu no terceiro trimestre de 2012. O setor tem hoje, segundo a PróGenéricos, 26,6% de market share contra 25,6% no ano passado. A associação estima chegar a 30% no final de 2013.

A BM&FBovespa decidiu não revisar a sua projeção (guidance) de despesas para 2012, de R$ 560 milhões a R$ 580 milhões, de acordo com Eduardo Refinetti Guardia, diretor executivo financeiro, corporativo e de Relações com Investidores da bolsa. Segundo ele, a manutenção do guidance é justificada pelo fato de a companhia ter optado transferir R$ 15 milhões para a BSM, entidade que responde pela supervisão do mercado. "O orçamento da BSM é de R$ 32 milhões a R$ 35 milhões. Para 2013, ela precisará de um aporte de até R$ 15 milhões para concluir sua função com tranquilidade. Por isso, optamos por já fazer este aporte", explicou Guardia.

Sobre os investimentos, o executivo disse que a projeção de desembolsos este ano também será mantida. Isso porque embora o investimento da BM&FBovespa em nove meses, de R$ 124,2 milhões, esteja abaixo da projeção, de R$ 230 milhões a R$ 260 milhões, mais R$ 80 milhões serão desembolsados no quarto trimestre. Dentre os eventos que consumirão esses investimentos, conforme Guardia, estão o novo datacenter da bolsa, a plataforma PUMA, o novo centro de operações que deve ser entregue nas próximas semanas, o projeto de integração das clearings e o novo sistema de risco CORE. A projeção de investimentos de 2010 a 2013 está mantida em R$ 1,1 bilhão.

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As despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) do Santander Brasil somaram R$ 3,6 bilhões no terceiro trimestre deste ano no padrão contábil brasileiro (BR Gaap), queda de 17,2% ante o segundo, quando o banco espanhol provisionou R$ 4,358 bilhões. A retração no trimestre é explicada, conforme demonstrativo de resultados da instituição, pela desaceleração do ritmo de crescimento do estoque de inadimplência.

Entretanto, o indicador de calotes do banco acima de 90 dias, também no padrão BR Gaap, subiu 0,2 ponto porcentual, para 5,1% ao final do terceiro trimestre ante os três meses imediatamente anteriores.

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De janeiro a setembro, as despesas com provisões ficaram em R$ 11,390 bilhões, aumento de 31% na comparação com os R$ 8,698 bilhões registrados um ano antes. Já as receitas de recuperação de crédito mostraram redução de 16,7% em doze meses e de 31,1% na comparação trimestral.

O índice de inadimplência do Bradesco deve encerrar o exercício de 2012 entre 4% e 3,9%, próximo do patamar visto no ano passado. A informação é do diretor executivo do banco, Luiz Carlos Angelotti. O recuo nos calotes deve ser gradual nos próximos meses tanto na carteira de grandes empresas, que beneficiou o indicador no terceiro trimestre deste ano, como nos demais segmentos, conforme Angelotti.

"A inadimplência no segundo trimestre (de 4,1%) foi atípica, influenciada pelo indicador do segmento de grandes empresas, que já voltou aos patamares anteriores. É esperada uma queda para outros setores de forma gradativa", informou, em teleconferência com jornalistas, na manhã desta segunda-feira.

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Com o fato de circular mais dinheiro na economia, pelo recebimento do 13º salário no fim do ano, a expectativa do Bradesco é que a inadimplência deve continuar apresentando melhora gradual, conforme o executivo. "Não vai melhorar muito forte ou rapidamente, mas a queda gradual do indicador deve avançar durante 2013", disse Angelotti, acrescentando que essa melhora deve ser acompanhada pelas despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD).

Índice de Basileia

Sobre o índice de Basileia do Bradesco, o executivo disse que o indicador de capitalização, que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer seu capital, deve encerrar o ano próximo da estabilidade. No terceiro trimestre, a Basileia do banco ficou em 16%, queda de 1 ponto porcentual em relação ao trimestre anterior e alta de 1,3 ponto sobre o mesmo mês de 2011. O mínimo exigido pelo Banco Central é de 11%.

Angelotti também destacou que o retorno sobre o patrimônio líquido, que recuou no terceiro trimestre tanto no conceito contábil como no ajustado, deve ficar entre 18% e 20% daqui para frente. "É um patamar mais razoável. Para o fim deste ano, esperamos que o retorno fique ao redor de 20%", afirmou.

A indústria deverá ficar totalmente estagnada em 2012, de acordo com Informe Conjuntural do Terceiro Trimestre divulgado nesta quinta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade revisou para zero a projeção de crescimento do PIB do setor deste ano, ante a uma estimativa anterior de crescimento de 1,6%. Com isso, a projeção de expansão do PIB do País foi reduzida de 2,1% para 1,5%.

O maior impacto da crise, para a CNI, deve ocorrer na formação bruta de capital fixo, que reflete os investimentos realizados no País. Em junho, a entidade previa um aumento de 2,5% no indicador este ano, mas agora a expectativa passou a ser de queda de 1,5%. Já as estimativas para o consumo das famílias e a taxa de desemprego se mantiveram estáveis, em 3,5% e 5,5%, respectivamente.

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A CNI também revisou sua projeção de inflação medida pelo IPCA em 2012 de 5,00% para 5,30%. Além disso, revisou sua estimativa para a taxa Selic para o fim do ano de 7,50% para 7,25%.

Para as exportações, a CNI revisou as projeções de US$ 263,2 bilhões para US$ 254,7 bilhões. As importações também devem ser menores, com estimativa se reduzindo de US$ 243 bilhões para US$ 236,4 bilhões. Com isso, o superávit comercial brasileiro em 2012 deve ser de apenas US$ 18,3 bilhões, ante estimativa anterior de US$ 20,2 bilhões.

A CNI manteve estável sua estimativa para a taxa de câmbio média de dezembro em R$ 2,00.

O crescimento econômico da Alemanha acelerou no terceiro trimestre, em linha com as expectativas, segundo dados do órgão oficial de estatísticas, Destatis, divulgados hoje.

O Produto Interno Bruto (PIB) alemão subiu 0,5% no terceiro trimestre ante o período anterior, de acordo com preços ajustados sazonalmente e ao calendário. Em bases anuais, o crescimento econômico foi de 2,6% no período, também ajustado à sazonalidade e ao calendário.

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O dado preliminar veio em linha com as previsões de analistas ouvidos pelo Dow Jones Newswires.

Os dados do segundo trimestre foram revisados para cima em 0,2 ponto porcentual, tanto na base trimestral quanto na anual. Os novos números mostram crescimento alemão de 0,3% no segundo trimestre ante o primeiro e de 2,9% em termos anuais no período.

Especialistas esperavam que a economia alemã recuperasse no terceiro trimestre, mas veem considerável recuo no quarto trimestre e no início de 2012. Os detalhes do PIB serão divulgados pelo Destatis no próximo dia 24. As informações são da Dow Jones

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