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A viagem do presidente Jair Bolsonaro a Nova Delhi, na Índia, para uma visita de Estado, entre os dias 24 e 27 de janeiro, deve ter como destaque a assinatura de 10 a 12 acordos ligados ao comércio e a investimentos, informou nesta sexta-feira (17) o Ministério das Relações Exteriores.

Em 2019, o Brasil exportou US$ 2,76 bilhões para a Índia, número considerado baixo pelo governo, que vê potencial de crescimento sobretudo nas áreas de alimentos e energia. No ano passado, foi registrado um déficit comercial de US$ 1,49 bilhões na relação com o país asiático, uma reversão do superávit de US$ 246 milhões de 2018, segundo dados atualizados do Ministério da Economia.

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“Há muito potencial a ser explorado”, disse o embaixador Reinaldo José de Almeida Salgado, secretário de Negociações Bilaterais na Ásia, Pacífico e Rússia. “Existe algo a melhorar, e isso é um dos objetivos da visita”, afirmou.

Brasil e Índia devem assinar acordos para facilitar os investimentos mútuos e de cooperação nas áreas de segurança cibernética, bioenergia e saúde, destacou o embaixador.

“O objetivo [da viagem de Bolsonaro] é ter esse olhar específico para a Ásia, que é de longe a região mais dinâmica do mundo e também uma região que tem 65% da população mundial. Com a Índia, ainda temos muito espaço para melhorar o comércio”, reforçou o diplomata.

Ao menos seis ministros estão confirmados na comitiva presidencial: Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Tereza Cristina (Agricultura), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Osmar Terra (Cidadania).

Em 25 de janeiro, Bolsonaro tem na agenda todo protocolo relacionado a uma visita de Estado, incluindo reuniões com o presidente indiano, Ram Nath Kovind, e o primeiro-ministro Narendra Modi, bem como a ida ao Memorial de Gandhi. No dia 26, participará, como convidado, das comemorações do Dia da República, e em 27 de janeiro mantém encontros com empresários indianos.

Vistos

Apesar de o governo trabalhar nesse sentido, Bolsonaro não deve anunciar durante a viagem a isenção de visto de entrada para turistas indianos. Isso porque ainda estão em andamento estudos que permitam viabilizar a medida, segundo o governo.

“No momento atual não estou seguro de que esta análise interna poderá ser concluída antes da visita”, disse o embaixador Salgado.

No ano passado, o Brasil isentou de visto de entrada os turistas provenientes de Japão, Austrália, Canadá e Estados Unidos. A medida foi tomada sem que houvesse reciprocidade desses países em relação aos turistas brasileiros.

 

As bolsas europeias fecharam em queda nesta terça-feira, 4, com avaliações mais negativas sobre a possibilidade de um acordo comercial entre Estados Unidos e China. Se a trégua de 90 dias entre as partes, fechada no fim de semana, foi bem avaliada num primeiro momento, vários agentes dos mercados agora ponderavam sobre as reais chances de um acordo, diante das várias divergências bilaterais. Nesse quadro, ações do setor financeiro ficaram sob pressão.

Além disso, investidores continuaram a monitorar a questão da saída do Reino Unido da União Europeia. O tribunal da UE apontou que o país teria direito de unilateralmente revogar o Artigo 50 do Brexit, o que desencadeou formalmente o processo de separação. A notícia chegou a apoiar a libra. Ao mesmo tempo, os parlamentares têm debatido o tema, antes da votação dos legisladores na próxima semana para decidir se aceitam a versão do divórcio fechada pelo governo da premiê Theresa May com Bruxelas.

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Ainda no Reino Unido, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, afirmou que o setor financeiro britânico será afetado com o Brexit, mas a escala disso dependerá do tipo de saída do bloco.

Na bolsa de Londres, o índice FTSE-100 fechou em queda de 0,56%, em 7.022,76 pontos. Entre os bancos, Lloyds caiu 0,97% e Barclays teve recuo de 2,62%. A mineradora Glencore recuou 1,26%, mas a petroleira BP subiu 0,94%.

Em Frankfurt, o índice DAX recuou 1,14%, a 11.335,32 pontos. Deutsche Bank caiu 3,15% e Commerzbank, 2,60%, entre os bancos alemães, enquanto E.ON registrou baixa de 0,33%, no setor de energia. A montadora BMW caiu 1,63%.

Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 teve baixa de 0,82%, a 5.012,66 pontos. A petroleira Total recuou 0,64%, Crédit Agricole perdeu 2,22%, entre os bancos, enquanto a ação da Carrefour subiu 2,14%.

O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, registrou queda de 1,37%, para 19.353,43 pontos e fechando na mínima do dia. Entre as ações mais negociadas, Banca Carige ficou estável, Intesa Sanpaolo recuou 2,30% e Tiscali caiu 1,09%. ENI recuou 0,68%.

Em Madri, o índice IBEX-35 recuou 1,28%, a 9.061,70 pontos. Santander caiu 2,45%, Banco de Sabadell cedeu 2,98% e BBVA, 2,97%.

Na bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 caiu 1,01%, a 4.938,51 pontos. Banco Comercial Português recuou 1,94%. (Com informações da Dow Jones Newswires)

O presidente Donald Trump disse que os Estados Unidos têm os piores acordos comerciais do mundo e por isso está focado em refazê-los, em entrevista à Fox News televisionada há pouco.

"Estou focado em acordos de comércio. Perdemos dinheiro com todo mundo", relatou. "Vamos tornar os acordos recíprocos, justos. E eu vou te dizer uma coisa. Você não sabe disso, mas todos os países estão me procurando para fechar um acordo comercial", disse Trump.

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De acordo com o presidente americano, um dos países que quer fechar acordo é a China. "Tenho uma boa relação com o presidente chinês", afirmou. Mas avisou: "Não vamos voltar atrás nas tarifas com a China."

Sobre a União Europeia, Trump disse: "É terrível o que a UE faz com a gente. Meus pais nasceram a Europa, eu amo aqueles países, mas eles nos tratam mal e de forma injusta." Ele disse que uma prova disse é o desempenho da balança comercial da região.

"A União Europeia é possivelmente tão mau quanto a China. É apenas menor. Eles fizeram US$ 151 bilhões de superávit comercial no ano passado. Nós tivemos déficit com a UE", disse. "Nós não protegemos nossos fazendeiros e eles protegem os deles."

Trump lembrou ainda do acordo que havia entre Coreia do Sul e EUA e relatou que era "bom para a Coreia do Sul".

Sobre o Nafta, disse querer que seja mais justo.

Trump falou também sobre a fabricante americana de motocicletas Harley-Davidson, que culpou as tarifas de Trump pela decisão de transferir parte da produção para fora dos EUA.

"Harley-Davidson, por favor construa aquelas lindas motos nos EUA", disse Trump. "A Harley-Davidson é uma motocicleta americana e deve ser fabricada na América."

O Brasil pretende firmar acordos com Colômbia e Peru para zerar ainda neste ano as tarifas de importação para o comércio bilateral do setor automotivo.

Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, disse na quinta-feira, 23, que a ideia é criar um sistema de cotas que determinará um volume máximo de peças e veículos que poderão ser exportados sem pagar tarifa.

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De acordo com o ministro, o governo também começa a reexaminar as taxas cobradas pelo Mercosul no comércio de bens intermediários. A discussão ainda está no início.

Na quarta-feira, em entrevista para anunciar mudanças na política fiscal, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, incluíram entre as ações para fortalecimento da economia a revisão da tarifa externa comum (TEC) do Mercosul, "com vistas ao aprimoramento da estrutura de proteção efetiva no país e aumento da competitividade da indústria".

"Há estudos sobre a estrutura tarifária e é algo que se está iniciando uma discussão. Tarifa alta nos insumos pode significar que estou retirando a competitividade dos bens finais", afirmou Monteiro.

O ministro ressaltou que qualquer revisão na TEC tem de ser feita em acordo com os outros países do bloco. "É preciso rever essa estrutura tarifária, mas com toda a tranquilidade", completou. A TEC é o imposto de importação cobrado sobre a entrada de produtos de países que não fazem parte do bloco.

Acordos

Monteiro visitou o Peru e a Colômbia nesta semana para negociar uma série de acordos que deverão ser anunciados em visitas da presidente Dilma Rousseff aos dois países neste ano, ainda sem data marcada. Até o fim de 2015, deverão ser feitos ainda entendimentos para redução de tarifas em outros setores, como têxteis, siderúrgicas e máquinas e equipamentos.

Segundo ele, o tamanho das cotas de exportação para o setor automotivo ainda não está definido. Questionado se outras medidas de auxílio para as montadoras poderão ser adotadas, Monteiro disse que o governo está empenhado em fazer com que o setor automotivo possa exportar mais. "Temos condição, temos qualidade e produto de classe mundial e temos o câmbio compensando as desvantagens que o Brasil acumulou nos últimos anos. Está na hora do setor fazer um esforço recuperando mercado e o governo está fazendo sua parte."

Atualmente, a Colômbia taxa em 16% as exportações das montadoras brasileiras e o Peru em cerca de 6%. Pelo cronograma acordado em 2003, essas tarifas chegariam a zero até 2019.

A estratégia do governo brasileiro, porém, é antecipar a queda dessas tarifas. O Brasil vê grande potencial para peças e veículos automotores nacionais, principalmente na Colômbia. Em 2005, a participação brasileira naquele mercado era de 20% e hoje não passa de 5%.

Monteiro também quer fechar ainda neste ano acordos na áreas de compras públicas. Empresas brasileiras terão tratamento de nacionais ao venderem para governos colombianos e peruanos, e vice-versa. Esse tipo de benefício não é oferecido hoje nem mesmo para as empresas do Mercosul. "Nós temos a liberdade dentro do bloco de fazer acordos em áreas como serviços e compras governamentais. Isso faz parte dessa nova leva de entendimentos que estamos negociando", acrescentou o ministro.

Com os dois países, também será firmado acordo de investimento, replicando modelo já estabelecido com o México. Serão incluídas regras para solução de controvérsias, mitigação de riscos e modelos de segurança para as negociações com esses países. "É algo para dar maior segurança às empresas que atuam nos dois mercados", completou Monteiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na tentativa de antecipar a redução de tarifas de comércio, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, segue nesta segunda-feira, 20, com uma missão brasileira para o Peru e, de lá, para a Colômbia. A viagem é mais um passo na nova estratégia de política externa, de focar a integração com outros parceiros, além do Mercosul.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que a expectativa do governo é de que os encontros resultem em novos acordos de redução de tarifas comerciais, principalmente na área de bens e serviços, além de acordos relacionados a compras governamentais e investimentos.

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A estratégia do governo brasileiro é tentar antecipar o cronograma já firmado com os dois países que prevê a redução gradual de tarifas de importação até 2019. A ideia é reduzir esse prazo e conseguir a queda das tarifas já no início do ano que vem.

A diminuição nas barreiras de comércio pode beneficiar vários setores, como o automotivo, agrícola, pecuária e têxteis. Amanhã, Monteiro se encontrará com a ministra de Comércio Exterior e Turismo peruana, Blanca Magali Silva Velarde-Álvarez.

Na quarta-feira, Monteiro reúne-se com a ministra colombiana de Comércio, Indústria e Turismo, Cecilia Álvarez-Correa. Está prevista uma rodada de negócios entre empresas dos dois países - mais de 50 empresas brasileiras participam da missão.

"Temos condições de construir novos acordos para ampliar significativamente o comércio com Peru e Colômbia - que têm, inclusive, apresentado índices de crescimento expressivos e podem oferecer oportunidades para uma ampla gama de produtos brasileiros", disse monteiro, em nota.

Em 2014, o Brasil exportou para o Peru US$ 1,818 bilhão - 92% em manufaturados. Para a Colômbia, as exportações somaram US$ 2,384 bilhões, também 92% em produtos manufaturados.

Após passar anos buscando proteção do governo, a indústria brasileira se deu conta de que o mercado interno não é suficiente para garantir seu futuro. No momento em que vê sua participação nas exportações despencar e em que perde mercado até na América do Sul, o setor começa a pressionar o governo na direção oposta: quer mais acordos comerciais bilaterais. Nos próximo dias, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) enviará à presidente Dilma Rousseff uma carta com extensa análise sobre a ausência do Brasil nos acordos preferenciais de comércio e recomendações para uma nova e urgente política de inserção comercial, ainda que isso signifique uma abertura maior do mercado nacional.

"O Brasil precisa saber, em todas as esferas - empresários, governo e sociedade -, que, se não fizer nada, vai ficar excluído do cenário mundial. Vai regredir mais e mais sua produção para bens primários", diz Pedro Passos, presidente do Iedi e sócio-fundador da Natura. Outras entidades também pedem mudanças na política comercial brasileira, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

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A Fiesp se prepara para liderar um movimento pela reforma do Mercosul. "Precisamos nos livrar dessa camisa de força, pois não vamos concluir nenhum acordo tendo Argentina e Venezuela como parceiros", diz Roberto Giannetti da Fonseca, do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp. A ideia é ter um acordo guarda-chuva para o bloco e acertos individuais de cada país, com tarifas específicas e prazos de adesão.

O Iedi afirma que, ao privilegiar as negociações da Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), em discussão desde 2001, o Brasil não correu atrás de acordos preferenciais de comércio, se afastando de outras economias relevantes que investiram nessa estratégia. Em dezembro, o futuro de Doha será tema da reunião da OMC, agora sob direção do brasileiro Roberto Azevedo.

Recuo

Nos anos 70 e 80, a indústria brasileira representava 3% da indústria global e 1,5% do comércio mundial de produtos. Hoje, essas fatias caíram para 1,7% e 0,7%, respectivamente. Com a cruzada pela inserção do País em acordos de grande abrangência, Passos afirma ter como "meta ou sonho" a recuperação dessa presença. "Não se trata, portanto, de um esforço coreano ou chinês, pois já tivemos o dobro da participação atual."

Entre as questões regulatórias que devem ser incluídas em futuros acordos, o Iedi sugere regras de origem preferenciais, mecanismos de reconhecimento mútuo de medidas não tarifárias, salvaguardas transitórias e um modelo de proteção aos investimentos que leve em conta as sensibilidades de países em desenvolvimento.

A coordenadora do Centro do Comércio Global e do Investimento da Fundação Getulio Vargas (FGV), Vera Thorstensen, diz que, até o ano passado as indústrias resistiam em apoiar acordos. Alegavam perda de competitividade em razão do custo Brasil e da desvalorização cambial. Mas viram, por exemplo, que a explosão de consumo ocorrida no País foi atendida em boa parte por produtos chineses. "A indústria nacional continua sem competição, mas percebeu que isso precisa ser usado como pressão para buscar soluções do governo", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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