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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, desembarcou, nesta sexta-feira (8), em Nova Délhi para participar do encontro de cúpula das 20 maiores economias do globo (G20) que ocorre no fim de semana, na mesma cidade, na Índia. O chefe do Executivo chegou acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva.

Os dois partiram na sequência para o Hotel Taj Palace.

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O chefe do Executivo inicia no sábado (9), pela manhã uma agenda intensa na cúpula e há a previsão de participar de pelo menos quatro reuniões bilaterais com outros chefes de Estado e de governo.

Forças especiais, veículos blindados e homens contratados para espantar macacos fazem parte da configuração implantada pela Índia em Nova Délhi para a cúpula do G20 no fim de semana.

Imagens do sorridente primeiro-ministro Narendra Modi cobrem as ruas da capital para receber os governantes das 20 maiores economias do mundo.

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Modi aproveitou a presidência do G20 para polir a sua imagem no país e no exterior e reafirmar o lugar da Índia no mundo antes das eleições gerais do próximo ano.

A Índia ultrapassou a sua antiga potência colonial, o Reino Unido, no ano passado, tornando-se a quinta maior economia do mundo, e este ano ultrapassou a China como o país mais populoso.

Veja, a seguir, como as autoridades indianas se preparam para a cúpula:

- Atiradores de elite e "Black Cats" -

As operações de segurança envolverão dezenas de milhares de agentes, incluindo atiradores de elite e tecnologia antidrones.

Os "Black Cats", a guarda antiterrorista indiana, têm ensaiado movimentos rápidos de helicóptero, descendo com cordas até os telhados dos hotéis onde os governantes ficarão hospedados.

A polícia de trânsito prometeu regulamentações detalhadas sobre o trânsito, que será restrito em grandes áreas do centro da cidade, onde apenas limusines blindadas poderão circular para transportar os dignitários visitantes.

O comércio terá que fechar e foi declarado feriado, com o qual as congestionadas e barulhentas avenidas e ruas da capital permanecerão em silêncio.

A cúpula será realizada no recém-reformado centro de conferências Bharat Mandapam, localizado perto das torres do forte Purana Qila, do século XVI. Perto dali, em Raj Ghat, um memorial dedicado a Mahatma Gandhi, os governantes planejam plantar árvores.

- Limpeza -

A área metropolitana de Nova Délhi, com cerca de 30 milhões de habitantes, passou por uma intensa transformação desde que a Índia assumiu a presidência do G20 no ano passado.

As autoridades da cidade esperam dissipar a imagem de um lugar caótico e poluído.

Mais de 4.000 sem-teto que normalmente ficam debaixo de pontes e pelas ruas do centro foram transferidos para "abrigos" antes da cúpula, segundo as autoridades municipais.

Várias fontes que estavam fechadas há anos voltaram a funcionar e cerca de 70 mil vasos foram colocados em toda a cidade, com 35 caminhões-cisterna mobilizados para manter as plantas verdes, informou o jornal Times of India.

Também foram instaladas estátuas no centro da cidade, incluindo uma de 8,5 metros de altura do deus hindu Shiva, na entrada do local da cúpula.

- Afastar macacos -

Uma equipe de mais de 30 "homens-macaco" foi mobilizada e figuras de primatas em tamanho real foram instaladas para impedir que macacos saqueadores comam os arranjos de flores instalados e perturbem a cúpula.

Os macacos são uma ameaça na cidade, onde costumam destruir jardins, escritórios e telhados residenciais, atacando inclusive pessoas para levar comida.

Os "homens-macaco" imitam os gritos dos agressivos macacos langur, inimigos naturais do pequeno macaco rhesus que causa problemas nas áreas governamentais da capital.

No entanto, as autoridades suspenderam as tentativas de enfrentar outro desafio - capturar e esconder milhares de cães de rua – depois que o esquema irritou os moradores de Nova Délhi e os ativistas dos direitos dos animais.

Nova Délhi sofre de dengue e malária, ambas transmitidas por mosquitos, e oito equipes com inseticidas pulverizaram criadouros no local da cúpula, informou o Hindustan Times.

Um funcionário disse ao jornal que lotes de peixes que se alimentam de larvas de mosquitos foram soltos em cerca de 180 lagos e lagoas da cidade.

Uma onda incomum de frio afeta Nova Délhi nos últimos dias e provocou a morte de vários moradores de rua na metrópole indiana, de 20 milhões de habitantes.

A capital indiana está acostumada com as mudanças meteorológicos extremas, com temperaturas que em alguns momentos superam 35ºC ou 40ºC, chuvas fortes ou picos de poluição no outono.

Apesar das mudanças repentinas, muitos consideram o vento gelado e as chuvas de janeiro como um teste severo.

Na terça-feira, Nova Délhi registrou o dia de janeiro mais frio desde 2013, com uma temperatura máxima de 12,1ºC, ou seja, 10 graus a menos que os termômetros costumam marcar nesta época do ano. As mínimas se aproximaram de 0ºC e durante muitos dias permaneceram abaixo de 10ºC.

Ao menos 176 pessoas morreram vítimas do frio desde o início do ano na cidade, afirmou Sunil Kumar Aledia, que trabalha para uma das principais organizações de ajuda aos sem-teto na capital.

"Os últimos três dias foram muito frios, especialmente na semana passada, e não fez muito sol. Estamos preocupados porque é difícil se aquecer", disse Mukesh, um homem de 30 anos que mora nas ruas e falou com a AFP em um abrigo emergência.

Nas ruas de Nova Délhi, muitas pessoas sem casa se reúnem à noite e acendem fogueiras, às vezes na calçada, para tentar se aquecer.

De acordo com o censo mais recente, de 2011, quase 47.000 habitantes de Nova Délhi não tinham residência, um número que as organizações humanitárias consideram muito subestimado. Os abrigos da cidade têm apenas 9.300 camas.

O governo de Nova Délhi decretou o fechamento das escolas até nova ordem, pediu aos moradores que optem pelo teletrabalho e proibiu o acesso dos caminhões de mercadorias não essenciais à cidade, com o objetivo de conter os perigosos níveis de poluição na capital da Índia.

A cidade de 20 milhões de habitantes, uma das mais poluídas do mundo, é afetada a cada inverno (hemisfério norte) por uma densa camada de névoa tóxica.

No sábado, as autoridades de Nova Délhi anunciaram o fechamento das escolas durante uma semana e paralisaram as obras do setor de construção durante quatro dias.

Mas um decreto de terça-feira à noite da Comissão de Gestão da Qualidade do Ar determina que o fechamento das escolas prosseguirá até nova ordem.

O organismo também proibiu a entrada de caminhões não essenciais na cidade até 21 de novembro, a interrupção das operações de seis das 11 usinas térmicas em um raio de 300 quilômetros e impôs o teletrabalho para 50% dos funcionários públicos, com a recomendação para que as empresas privadas sigam o exemplo.

A ordem foi anunciada poucos dias depois de o governo de Délhi ter rejeitado um pedido da Suprema Corte da Índia para a declaração, pela primeira vez, de um "confinamento por poluição", que restringiria os deslocamentos da população.

Esta semana, o nível de poluição por partículas PM 2,5, as mais prejudiciais e responsáveis por doenças crônicas dos pulmões e coração, superou concentrações de 400 microgramas por metro cúbico em diversas partes da cidade.

Na semana passada, o nível chegou a 500, o que representa 30 vezes mais que o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Um estudo publicado na revista The Lancet em 2020 afirma que pelo menos 17.500 pessoas morreram em Nova Délhi em 2019 devido à poluição do ar.

Um relatório publicado em 2020 pela organização suíça IQAir informa que 22 das 30 cidades mais contaminadas do mundo ficam na Índia. E Nova Délhi é a capital mais poluída do planeta

Nova Délhi deve preparar medidas urgentes contra a poluição atmosférica, que atingiu níveis alarmantes nos últimos dias, informou o agência de controle da contaminação da Índia.

Neste sábado (13), os níveis de partículas finas em suspensão PM2,5 - as mais perigosas, com diâmetro inferior a 2,5 mícrons - superaram 300 microgramas por metro cúbico, mais de 10 vezes acima do limite diário recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A incineração em larga escala de resíduos agrícolas nos arredores - prática que foi proibida pela justiça - e as más condições meteorológicas explicam o pico de contaminação, que se traduz a cada inverno em uma nuvem densa que cobre a capital de 20 milhões de habitantes.

"A cidade deve estar completamente preparada para adotar medidas urgentes", afirmou a Comissão Central de Controle da Poluição, vinculada ao governo federal indiano.

Além disso, a comissão pediu aos moradores que "limitem suas atividades ao ar livre para minimizar a exposição".

Se o nível de PM2,5 permanecer acima de 300 por mais de 48 horas, as autoridades devem aplicar um plano de emergência que incluirá o fechamento das escolas do ensino básico, restrições ao tráfego de veículos e a paralisação de todas as obras de construção.

Nova Délhi já adotou tais medidas em 2019.

"Ventos fracos deixarão as condições meteorológicas muito desfavoráveis para a dispersão dos poluentes até 18 de novembro", advertiu a comissão.

Um relatório publicado em 2020 pela organização suíça IQAir informa que 22 das 30 cidades mais contaminadas do mundo ficam na Índia. E Nova Délhi é a capital mais poluída do planeta.

Em 2019, a poluição provocou 1,67 milhão de mortes na Índia, incluindo quase 17.500 mortes na capital, segundo a revista médica The Lancet.

A capital indiana, Nova Délhi, foi envolta em uma densa névoa tóxica nesta sexta-feira (5), um dia depois da celebração do Diwali, o festival hindu das luzes, com inúmeras lamparinas a óleo e velas acesas durante toda noite e o lançamento de fogos de artifício, apesar de estar proibido.

Nas áreas mais poluídas, o nível médio de partículas nocivas de PM 2,5 ultrapassou 400, de acordo com o Índice de Qualidade do Ar. Este nível é 15 vezes mais elevado do que os limites de segurança diários recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Suprema Corte da Índia proibiu a venda de fogos de artifício em Nova Délhi e o governo local pediu à população que não os usasse para celebrar o Diwali, sem sucesso.

A fumaça de fogos de artifício, das lâmpadas a óleo e das velas, junto com as emissões industriais, de automóveis e incêndios agrícolas, produze uma densa névoa tóxica amarelo-acinzentada que toma Nova Délhi e outras cidades indianas no inverno.

Boa parte dos moradores da capital, de 20 milhões de habitantes, acredita que o governo não está fazendo o suficiente contra a poluição.

"Não apenas tossimos mais, como nossa garganta dói e estamos mais propensos a resfriados", disse Sandeep, de Nova Délhi, à AFP.

Em 2020, um relatório da ONG suíça IQAir revelou que 22 das 30 cidades mais poluídas do mundo estão na Índia. No mesmo ranking, Nova Délhi aparece como a capital mais poluída do planeta.

Os mercados e centros comerciais de Nova Delhi poderão reabrir na segunda-feira (7), o que marca uma nova etapa no processo de desconfinamento, anunciaram as autoridades indianas neste sábado (5), em um contexto de queda dos casos de Covid-19 nas principais cidades do país, após semanas de restrições.

O metrô de Nova Delhi também vai retomar o tráfego, a 50% de sua capacidade, informou o primeiro-ministro da cidade, Arvind Kejriwal.

Mercados e shoppings vão funcionar em dias alternados, com metade deles abertos a cada dia.

Os escritórios também poderão reabrir, com 50% da capacidade, mas Kejriwal pediu a seus concidadãos que trabalhem em casa.

A flexibilização das medidas vem depois que Delhi autorizou, na semana passada, a retomada do trabalho no setor da construção civil e nas fábricas.

"Eles abriram há uma semana. Na frente da pandemia, a situação continua sob controle", observou Kejriwal.

"É importante colocar a economia de volta aos trilhos se o nível sanitário melhorar. Rezamos para que isso continue", acrescentou.

O governo do estado de Maharashtra - que inclui Mumbai, a locomotiva econômica da Índia - anunciou um plano de cinco etapas para aliviar as restrições, dependendo das taxas de infecção e da capacidade hospitalar.

No nível 1 (com uma taxa de infecção abaixo de 5% e taxas de ocupação de leitos hospitalares abaixo de 25%), todas as lojas, restaurantes e shoppings podem reabrir.

Já no nível 5 (taxa de infecção acima de 20%), as restrições permanecem rígidas.

De acordo com estatísticas oficiais, as infecções diárias na Índia caíram para cerca de 120.000, contra mais de 400.000 em maio.

O número de mortos também caiu, com 3.380 óbitos registradas nas últimas 24 horas, embora continue a parecer grosseiramente subestimado.

Pelo menos 344.082 pessoas morreram no país em decorrência do coronavírus, que agora está disseminado em algumas áreas rurais.

Neste sábado, Nova Delhi reportou 400 novas infecções, em comparação com 25.000 casos diários há sete semanas, quando o confinamento foi decidido.

A onda epidêmica na época foi atribuída ao surgimento de novas variantes e à autorização do governo para um retorno à vida normal, com comícios políticos e festas religiosas.

O programa de imunização está avançando lentamente devido à escassez, confusão e rixas entre o governo federal e os estados regionais.

Atualmente, apenas cerca de 180 milhões de pessoas, ou 14% da população, receberam uma dose da vacina anticovid e 45 milhões, ou 3,4%, receberam duas doses.

As medidas de confinamento em vigor na capital da Índia, Nova Délhi, há seis meses serão flexibilizadas "muito lentamente" a partir de segunda-feira, anunciaram as autoridades nesta sexta-feira (28), após uma redução do número de casos de covid-19 na região.

A partir de segunda-feira, o setor da construção civil e as fábricas poderão retomar as atividades, declarou o primeiro-ministro de Nova Délhi, Arvind Kjriwal, que explicou ter levado em consideração o "segmento mais pobre de nossa sociedade, os operários e os trabalhadores assalariados" no momento de adotar a medida.

"Não queremos chegar à situação em que as pessoas que sobrevivem ao coronavírus morram de fome", completou.

Nas últimas 24 horas, Nova Délhi registrou 1.100 novos casos de Covid-19, um número muito inferior aos quase 25.000 contágios diários detectados há seis semanas, quando o confinamento foi decretado.

"Começamos o processo de reabertura muito, muito lentamente. Vamos reavaliar após uma semana com base na opinião dos especialistas e da população", disse Arvind Kejriwal. "Vamos reabrir lentamente sempre e desde que os casos de covid-19 não voltem a aumentar".

"Não saiam, exceto se for absolutamente necessário. Temos que ser muito prudentes", recomendou o governante aos 20 milhões de habitantes de Nova Délhi.

Desde março, as grandes cidades da Índia foram afetadas por uma violenta onda de contágios de coronavírus, o que provocou o colapso do sistema de saúde do país, que em tempos normais já enfrenta muitas dificuldades. Muitos pacientes morreram, alguns deles nas portas dos hospitais, por falta de leitos, de oxigênio e de medicamentos.

O número de contágios a nível nacional caiu e nas últimas 24 horas foi de 186.000, depois do pico registrado no início de maio, quando eram notificados 400.000 novos casos diários.

Outras regiões da Índia, incluindo os estados financeiros e industriais de Maharashtra, Tamil Nadu e Karnataka, também estão contemplando autorizar o retorno de alguns setores da economia.

Os especialistas atribuem a propagação do coronavírus na Índia aos comícios políticos, às festividades religiosas e outros grandes eventos organizados no início do ano.

No momento, apenas 12,5% dos 1,3 bilhão de habitantes da Índia receberam uma dose de vacina contra a covid-19, e apenas 3,4% receberam as duas.

A segunda onda da epidemia, especialmente letal, matou mais de 160.000 pessoas desde março, das 310.000 vítimas fatais que o coronavírus deixou na Índia desde o ano passado.

Com as mãos cheias de poeira e manchadas de tinta, Aakash parece estar perfeitamente confortável em uma garagem de Nova Délhi. Ele é uma das milhões de crianças forçadas a trabalhar na Índia.

Mais de 10 milhões de crianças entre cinco e 14 anos trabalham na Índia, no campo ou nas fábricas, limpando as mesas dos restaurantes ou engraxando sapatos. A situação se agravou com o coronavírus, que devastou a economia e fechou as escolas por vários meses.

A AFP acompanhou a organização indiana Bachpan Bachao Andolan (BBA), fundada pelo prêmio Nobel da Paz 2014 Kailash Satyarthi para combater o trabalho infantil, junto com a polícia de Nova Délhi.

Syed Arshad Mehdi, militante da organização há 20 anos, entrou na manhã de terça-feira na garagem para tirar Aakash (seu nome foi alterado) de lá.

No início, o adolescente negou trabalhar no estabelecimento. Mas Mehdi pegou suas mãos para lhe mostrar e disse: "Olha, estão cheias de tinta e de poeira".

Além de Aakash, foram encontrados outros 11 meninos, todos supostamente com menos de 18 anos, que trabalham 16 horas diárias por um salário miserável.

Eles foram levados para o escritório do magistrado do distrito, onde receberam um pedaço de papel escrito à mão com números de um a doze.

As máscaras usadas como prevenção contra o vírus esconderam as expressões de seus rostos.

Eles foram questionados sobre seu nome, idade, vilarejo e estado de origem, quantas horas trabalham e quanto recebem.

Após fazerem exames médicos e um teste de coronavírus e receberem apoio para exigir o restante de seu salário, serão enviados de volta às suas famílias.

A lei proíbe o trabalho de menores de 14 anos e aqueles entre 14 e 18 anos não podem trabalhar em atividades perigosas, o que inclui certos empregos dentro de restaurantes.

A BBA localizou 1.200 crianças desde abril, mas esse número aumenta cada vez mais desde o início da pandemia, explicou à AFP Dhananjay Tingal, diretor executivo da organização.

"As condições são muito ruins nos vilarejos", disse ele. "As famílias agora precisam do máximo de mãos disponíveis para ganhar dinheiro", lamentou.

Para ele, "se não tomarmos medidas corretivas na hora, a situação só vai piorar".

Ashwani Jain, empresário de 45 anos, morreu pela COVID-19 em uma ambulância, assim como um número cada vez maior de pacientes em Nova Délhi que não conseguem se hospitalizar devido à falta de leitos.

"Não se importam se vivemos ou morremos", conta à AFP Kashish, sua filha de 20 anos.

Quando seu pai morreu, ela estava com o tio na ambulância que procurava desesperadamente uma vaga em algum hospital da cidade.

"Nada vai mudar para eles, mas eu perdi meu pai que era tudo para mim", diz com lágrimas nos olhos enquanto mostra uma foto dos dois.

Todos os hospitais que a família contatou se recusaram a admiti-lo.

O governo lançou um aplicativo para saber o número de leitos disponíveis para pacientes com COVID-19. O forte aumento de casos expôs a precariedade do sistema de saúde e a falta de leitos, que preocupa cada vez mais a população.

A Índia registrou mais de 300.000 casos de coronavírus, com cerca de 9.000 mortes até agora.

Nova Délhi, com cerca de 20 milhões de habitantes, registra até o momento 1.200 mortos pela epidemia. Todos os dias são registrados mais de mil casos novos.

O ritmo de mortes é tal que, nos necrotérios, os corpos se acumulam e os funcionários dos cemitérios e crematórios não conseguem dar conta.

- Uma pequena fortuna -

"O governo não faz nada. Simplesmente brinca com nossos sentimentos", lamenta Kashish.

Como os outros membros da família, está esperando para fazer um teste de diagnóstico. O governo local autoriza os testes apenas para membros de famílias com alto risco ou que apresentam sintomas.

Segundo as autoridades locais, são necessários cerca de 80.000 leitos antes do final de julho. Também alertaram que, se necessário, hotéis e salões de festas poderão ser transformados em hospitais.

Atualmente, os hospitais públicos têm 8.505 leitos para pessoas com o vírus e 1.441 nos estabelecimentos privados.

As famílias dos pacientes afirmam ter pagado pequenas fortunas para conseguir as poucas vagas disponíveis.

Suman Gulati, cujo pai tem coronavírus, conta que um hospital privado lhe pediu um milhão de rúpias (US$ 13.200) por um leito.

Uma reportagem com câmera oculta do canal Mirror Now TV mostrou que cinco hospitais da megalópole pedem cerca de US$ 5.300 aos pacientes para admiti-los.

O chefe de governo da capital, Arvind Kejriwal, acusou os hospitais de mentirem sobre o número de leitos disponíveis e prometeu punir os culpados de extorsão de fundos.

Especialistas afirmam ter dúvidas sobre a capacidade da cidade para enfrentar a pandemia.

Nova Délhi, a capital da Índia, registrou esta semana as maiores temperaturas para o mês de maio em 18 anos e o termômetro superou 47 graus Celsius na terça-feira (26), anunciou o serviço de meteorologia.

Perto de Nova Délhi, no estado vizinho de Rajasthan, a cidade de Churu registrou 50ºC. A onda de calor que afeta o noroeste da Índia deve prosseguir até pelo menos quinta-feira (28), de acordo com o serviço de meteorologia, devido aos ventos do secos sobre o centro do país.

Os meses de maio e junho são normalmente quentes e secos na Índia, com temperaturas superiores aos 40ºC. O calor diminui progressivamente com a chegada da estação das chuvas em junho.

Até o momento não foram registradas mortes durante a onda de calor. De acordo com dados oficiais, 3.500 pessoas morreram em consequência das temperaturas elevadas entre 2015 e 2019.

Nas últimas semanas, a Índia foi afetada pela pandemia do coronavírus, um ciclone devastador e uma praga de gafanhotos.

A rede ferroviária da Índia, uma das maiores do mundo, retomará o tráfego "progressivamente" a partir de terça-feira, devido à redução das restrições de transporte impostas pela epidemia de coronavírus.

Inicialmente, são planejadas cerca de 30 partidas e chegadas diárias para a capital, Nova Délhi, de e para cidades como Mumbai, Bangalore e Chennai (anteriormente conhecida como Madras), informou a empresa Indian Railways neste domingo (10).

"Depois disso, a Indian Railways iniciará mais conexões especiais em novas rotas", afirmou o Ministério dos Transportes Ferroviários.

Precauções foram previstas: uso obrigatório de máscara, medição da temperatura corporal e proibição de viajar em caso de sintomas.

O tráfego ferroviário na Índia, que transportava 20 milhões de pessoas por dia antes da crise de saúde, está paralisado desde o final de março para impedir que o coronavírus se espalhasse entre as 1,3 bilhão de pessoas do país.

A Índia registrou 62.939 casos e 2.109 mortes, e a epidemia está longe de ser contida. Segundo os epidemiologistas, a COVID-19 vai se espalhar e o pico de registros de infectados deve ocorrer em junho ou julho.

Esqueça o suco, a cerveja ou seu drink preferido. Um bar em Nova Délhi chama a atenção de indianos e turistas por não oferecer nada disso, mas ter no cardápio um produto inusitado: doses de oxigênio. No meio da cidade mais poluída do mundo, o Oxy Pure tem seis "sabores" diferentes de oxigênio - aromatizados com menta, lavanda, canela, laranja e eucalipto. Eles ficam espalhados por diferentes tubos com o gás para inalação.

O preço é R$ 20 reais por 15 minutos. Ao sentarem nas cadeiras, em frente aos tubos com os aromas, os clientes recebem um fio que é colocado no nariz, como uma sonda. É por ali que o oxigênio com a fragrância e óleos essenciais flui.

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A sensação é de relaxamento e de inalar um ar realmente mais puro que o da capital indiana. Em dias mais críticos, especialmente entre outubro e novembro, não é incomum que crianças deixem de ir às escolas ou que o governo declare estado de emergência, com distribuição de máscaras para a população evitar a nuvem de poluição que toma conta da megalópole de 29 milhões de habitantes.

De acordo com o Greenpeace e a AirVisual, que monitora a qualidade do ar em várias partes do mundo, Nova Délhi é a cidade mais poluída do planeta. Um relatório recente publicado pelas duas ONGs indica que 7 das 10 cidades com pior qualidade do ar do planeta estão na Índia.

Em novembro, no auge da crise, o ministro-chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal, comparou a região a uma "câmara de gás". "Há fumaça por todos os lados e as pessoas, incluindo jovens, crianças e idosos, têm dificuldades para respirar", afirmou. "Nova Délhi se tornou uma câmara de gás."

A cada inverno, todos os dias, uma neblina poluente envolve a capital da Índia, provocada pelos gases dos 8,8 milhões de veículos, emissões industriais e fumaça de queimadas agrícolas nos Estados vizinhos.

No ano passado, o governo local chegou a proibir a circulação de metade dos carros particulares na tentativa de amenizar o problema que, em 2017, matou cerca de 1,24 milhão de pessoas na Índia.

Há dias que os níveis de poluição em Nova Délhi superam em 20 vezes o recomendado. Hotéis de luxo têm medidores de qualidade do ar e purificadores são produtos cada vez mais frequentes nas casas.

Expansão

Apesar da fama da capital indiana, o gerente do Oxy Pure, Bonny Irengbam, tem uma mensagem mais ampla do que a de "vender oxigênio com aroma" em uma cidade com ar de baixa qualidade. "É para o relaxamento do corpo. Se você tomar essas doses de oxigênio, é como um detox", explica Irengbam, empolgado, contando que cerca de 600 clientes passam ali todo mês.

"Normalmente, as pessoas vêm mais nos fins de semana para se reenergizar. Em dias de semana, costumam vir depois do trabalho ou da academia", conta.

A localização estratégica do bar também ajuda. O estabelecimento fica no Citywalk Mall, um moderno shopping center ao sul de Nova Délhi que recebe milhares de visitantes diariamente. A cultura dos grandes centros comerciais ainda não está arraigada nos indianos, mas isso está mudando e o Citywalk é um dos locais que tem ajudado a mudar o hábito da população.

O Oxy Pure foi aberto em maio de 2019. A meta de Irengbam é abrir uma nova unidade até o fim do ano. Outra vantagem do bar é a proximidade com o aeroporto internacional Indira Gandhi, que recebeu mais de 63 milhões de visitantes no último ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A viagem do presidente Jair Bolsonaro a Nova Delhi, na Índia, para uma visita de Estado, entre os dias 24 e 27 de janeiro, deve ter como destaque a assinatura de 10 a 12 acordos ligados ao comércio e a investimentos, informou nesta sexta-feira (17) o Ministério das Relações Exteriores.

Em 2019, o Brasil exportou US$ 2,76 bilhões para a Índia, número considerado baixo pelo governo, que vê potencial de crescimento sobretudo nas áreas de alimentos e energia. No ano passado, foi registrado um déficit comercial de US$ 1,49 bilhões na relação com o país asiático, uma reversão do superávit de US$ 246 milhões de 2018, segundo dados atualizados do Ministério da Economia.

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“Há muito potencial a ser explorado”, disse o embaixador Reinaldo José de Almeida Salgado, secretário de Negociações Bilaterais na Ásia, Pacífico e Rússia. “Existe algo a melhorar, e isso é um dos objetivos da visita”, afirmou.

Brasil e Índia devem assinar acordos para facilitar os investimentos mútuos e de cooperação nas áreas de segurança cibernética, bioenergia e saúde, destacou o embaixador.

“O objetivo [da viagem de Bolsonaro] é ter esse olhar específico para a Ásia, que é de longe a região mais dinâmica do mundo e também uma região que tem 65% da população mundial. Com a Índia, ainda temos muito espaço para melhorar o comércio”, reforçou o diplomata.

Ao menos seis ministros estão confirmados na comitiva presidencial: Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Tereza Cristina (Agricultura), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Osmar Terra (Cidadania).

Em 25 de janeiro, Bolsonaro tem na agenda todo protocolo relacionado a uma visita de Estado, incluindo reuniões com o presidente indiano, Ram Nath Kovind, e o primeiro-ministro Narendra Modi, bem como a ida ao Memorial de Gandhi. No dia 26, participará, como convidado, das comemorações do Dia da República, e em 27 de janeiro mantém encontros com empresários indianos.

Vistos

Apesar de o governo trabalhar nesse sentido, Bolsonaro não deve anunciar durante a viagem a isenção de visto de entrada para turistas indianos. Isso porque ainda estão em andamento estudos que permitam viabilizar a medida, segundo o governo.

“No momento atual não estou seguro de que esta análise interna poderá ser concluída antes da visita”, disse o embaixador Salgado.

No ano passado, o Brasil isentou de visto de entrada os turistas provenientes de Japão, Austrália, Canadá e Estados Unidos. A medida foi tomada sem que houvesse reciprocidade desses países em relação aos turistas brasileiros.

 

Um tribunal indiano fixou para 22 de janeiro a execução de quatro homens que cometeram um estupro hediondo em 2012 e que terminou com a morte da vítima, uma estudante universitária em Nova Délhi.

Seis pessoas foram inicialmente acusadas de terem participado do brutal ataque a um ônibus, mas uma foi libertada após uma breve detenção por ser menor. Outra cometeu suicídio enquanto aguardava julgamento.

Nesta terça-feira, o juiz Satish Kumar, de um tribunal da capital, ordenou que a pena de morte dos quatro seja executada em 22 de janeiro, às 7h. Os quatro condenados ainda podem recorrer da decisão e solicitar perdão ao presidente da Índia.

Jyoti Singh, 23 anos, foi brutalmente atacada em um ônibus público em dezembro de 2012, quando voltava para casa na companhia de um amigo, depois de sair do cinema.

Os agressores a estupraram sucessivamente e introduziram uma barra de metal em sua vagina, diante da passividade do motorista do ônibus. A jovem foi jogada ao lado de seu amigo, também gravemente ferido, em uma sarjeta.

Singh não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Centenas de milhares de indianos foram às ruas para protestar, e o caso levou a uma reforma maior da legislação sobre violência sexual. Também deu origem a um documentário premiado e a uma série da Netflix.

A família de Singh expressou satisfação com a decisão.

"Esta decisão restaurou a fé das mulheres no Sistema Judiciário", disse a mãe de Jyoti, Asha Devi. "Minha filha finalmente conseguiu justiça", completou.

Para o pai, Badrinath Singh, é "uma boa decisão para todo país". "Mas nossa batalha continuará por muitas outras filhas que estão na mesma situação em toda Índia", acrescentou.

A imprensa indiana disse que a prisão de Tihar, onde os quatro estão detidos, recentemente conduziu uma execução simulada para verificar o funcionamento do sistema para o enforcamento dos acusados.

Pelo menos 43 pessoas morreram neste domingo (8) em um incêndio em uma fábrica no centro de Nova Delhi. O incêndio, que começou às 5h30 (hora de Brasília), já foi controlado, em uma operação que, segundo o Corpo de Bombeiros, mobilizou 25 viaturas. A polícia da capital da Índia está investigando as causas do incêndio.

Segundo as autoridades indianas, a fábrica também servia de dormitório para os trabalhadores, e a maioria das pessoas dormia quando o incêndio começou e morreu de asfixia. "Até agora resgatamos mais de 50 pessoas, e grande parte delas tinha sido afetada pela fumaça", disse o bombeiro Aul Garg.

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De acordo com o último balanço, pelo menos 16 pessoas foram hospitalizadas até ao momento. Em várias cidades da Índia, as fábricas e pequenas unidades industriais estão localizadas em bairros antigos e apertados, onde o preço dos imóveis é mais baixo.

À noite, esses prédios costumam servir de dormitório para os trabalhadores pobres, a maioria deles migrantes, que economizam dinheiro ao dormir no local de trabalho.

Em mensagem no twitter, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, considerou "horrível"o incêndio. "Os meus pensamentos estão com aqueles que perderam os seus entes queridos. Desejo aos feridos uma rápida recuperação", disse o premiê.

"As autoridades estão a dar toda a assistência possível no local da tragédia", acrescentou. Na Índia, as leis de construção e as normas de segurança são frequentemente desrespeitadas pelos construtores e moradores, razão pela qual os incêndios são comuns.

Em 1997, um incêndio em um cinema em Nova Deli matou 59 pessoas. Já em fevereiro deste ano, 17 pessoas morreram devido a um incêndio em um hotel de seis andares, também na capital indiana. O fogo começou numa cozinha não autorizada na cobertura do edifício.

Agitando sua bengala branca, o cego Vinod Kumar Sharma passa quatro horas por dia nos vagões de trem lotados e nas ruas congestionadas, intransitáveis e muitas vezes sem asfalto de Nova Délhi.

Sharma é um dos 63 milhões deficientes visuais que vivem na Índia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo oito milhões completamente cegas, 20% do total global.

Muitas ruas de Délhi não possuem asfalto, o que obriga este homem de 44 anos, pai de três filhos, a caminhar pela beira da estrada, usando a bengala branca, enquanto carros e caminhões passam a poucos centímetros dele.

Nos trens da cidade de 20 milhões de habitantes, onde os passageiros viajam empilhados como sardinhas, Sharma depende da ajuda de pessoas solidárias que o ajudam a transitar entre plataformas e a entrar e sair dos vagões.

Sharma conta à AFP que sempre recebe ajuda para entrar e sair dos trens. "As pessoas são boas, mas há estradas quebradas e buracos abertos com água de esgoto que sempre representam um risco", explica.

Como muitos indianos cegos, Sharma enfrenta a pequena oferta de empregos para deficientes - muitos são obrigados a mendigar ou a recorrer à caridade para chegar ao fim do mês.

A pobreza e o acesso limitado aos serviços de saúde nas áreas rurais também contribuem para a elevada taxa de deficiência visual no país, de acordo com especialistas.

Sharma, que nasceu em um dos estados mais pobres do país, Bihar, perdeu a vista quando era criança e trabalhava nas plantações de seu vilarejo. Ele se mudou para a capital para tentar obter tratamento.

Quando os médicos não conseguiram ajudá-lo, ele decidiu ficar na cidade. Estudou em uma escola especial para cegos e conseguiu emprego em uma fábrica de brinquedos em braille, onde trabalhou por duas décadas, até a demissão no ano passado.

Atualmente, trabalha como massoterapeuta em uma Associação de Cegos de Délhi.

Swapna Merlin, da Associação, afirma que muitos alunos procedem de regiões em que foram educados para acreditar que não podem existir fora do cuidado de suas famílias.

"Quando saem, eles percebem que podem fazer coisas diferentes (...). Cada história de sucesso é fonte de inspiração para os demais", explica.

Os 29 milhões de habitantes de Nova Délhi enfrentam uma intensa nuvem de poluição, uma emergência de saúde que levou ao fechamento de escolas, à interrupção do trânsito e à paralisação de obras. O nível de partículas prejudiciais à saúde está 25 vezes acima do limite considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com o Greenpeace e a AirVisual, que monitora a qualidade do ar em várias cidades, Nova Délhi é a cidade mais poluída do mundo. Um relatório recente publicado pelas duas ONGs indica que 7 das 10 cidades com pior qualidade do ar do planeta estão na Índia.

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De acordo com a OMS, a exposição a essas toxinas aumenta o risco de infecções respiratórias agudas, assim como doenças cardíacas, pulmonares crônicas e câncer de pulmão. Autoridades de saúde já relataram um aumento de pacientes com problemas respiratórios - embora não tenham divulgado números.

O ministro-chefe de Nova Délhi, Arvind Kejriwal, comparou a região a uma "câmara de gás". "Há fumaça por todos os lados e as pessoas, incluindo jovens, crianças e idosos, têm dificuldades para respirar", afirmou. "Os olhos ardem. Nova Délhi se tornou uma câmara de gás."

Uma neblina poluente envolve a capital da Índia a cada inverno, provocada pelos gases dos 8,8 milhões de veículos, emissões industriais e fumaça de queimadas agrícolas nos Estados vizinhos. No entanto, a crise atual é mais grave.

O governo de Kejriwal proibiu a circulação de metade dos carros particulares na tentativa de amenizar o problema que, em 2017, matou cerca de 1,24 milhão de pessoas na Índia. "Para seu bem, para a saúde de seus filhos e para a respiração de suas famílias, por favor, respeite o plano (de rodízio). Compartilhe o carro", afirmou o ministro no Twitter.

Paralisação

As escolas estão fechadas desde sexta-feira. As obras de construção estão paralisadas. Autoridades de aviação informaram que 3 voos foram desviados para cidades próximas e 500 estão atrasados. Kejriwal anunciou que o governo distribuiu 5 milhões de máscaras para a população. Na Índia, a expectativa de vida tem uma redução média de 7 anos em razão da poluição.

Entre os esforços para combater a onda de poluição está a criação de uma equipe com 62 integrantes que será encarregada de punir eventuais violações às medidas em Nova Délhi.

O governo enviou uma caminhonete com um purificador de ar ao Taj Mahal, a principal atração turística do país, a 250 km de Nova Délhi, por temer que a poluição afete o mausoléu de mármore do século 17. Outras regiões da Índia também foram afetadas pelo "smog", de acordo com a Junta Central de Controle da Contaminação.

Com eleições em Nova Délhi programadas para o início de 2020, a crise virou um tema político. Kejriwal afirmou que a cidade fez sua parte para combater a contaminação e as queimadas em fazendas de fora da capital. O ministro indiano do Meio Ambiente, Prakash Javadekar, acusou Kejriwal de politizar o tema, enquanto um deputado do governista Partido Bharatiya Janata (BJP) chamou de "truque" o rodízio de placas e afirmou que pretendia ignorar a regra.

Um grupo de ambientalistas escreveu uma carta ao primeiro-ministro, Narendra Modi, pedindo uma solução. "Uma criança nascida ontem em Nova Délhi fumou o equivalente a 40 ou 50 cigarros em seu primeiro dia de vida", disse Arvind Kumar, cirurgião pulmonar no Hospital Sir Ganga Ram Hospital, na capital indiana, que criou a Fundação para o Cuidado Pulmonar.

Especialistas alertam que o governo indiano deve ir além de medidas paliativas de curto prazo e abordar as principais causas da contaminação para melhorar a qualidade do ar no longo prazo. Daniel Cass, vice-presidente de saúde ambiental da Vital Strategies, acredita que as autoridades locais deveriam restringir as emissões das motos, muito utilizadas em Nova Délhi, e pediu mais investimentos em transporte público.

Mudar as práticas agrícolas, as fontes de geração de energia elétrica e acelerar a conversão da calefação doméstica do carvão para o gás natural também são medidas cruciais na luta contra a poluição, de acordo com Cass.

A chanceler alemã, Angela Merkel, que visitou Nova Délhi no fim de semana, prometeu € 1 bilhão ao governo da Índia para estimular os transportes ecológicos nos próximos cinco anos e também pediu às autoridades locais mais ações contra a poluição. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As escolas de Nova Délhi voltaram a abrir nesta segunda-feira (13), após vários dias fechadas em consequência da poluição do ar, que permanece em níveis perigosos, gerando preocupação entre os pais.

Os médicos declararam a capital indiana, que está há quase uma semana tomada por uma nuvem tóxica, em estado de emergência de saúde, o que levou as autoridades locais a decretar o fechamento das escolas, a interrupção das obras e a proibição de caminhões na megalópole.

Mas nesta segunda-feira, os alunos retornaram às aulas porque as autoridades de ensino temiam as consequências de uma interrupção prolongada das aulas, para irritação dos pais.

"Não há nenhuma melhora dos níveis de poluição. Se a situação é a mesma, a política deveria ser a mesma. Por quê as escolas estão abertas agora?", questionou Ashok Agrawal, presidente da All India Parents Association.

Ao meio-dial, o aparelho de medição da embaixada americana na Índia marcava uma concentração de partículas ultrafinas de 509 microgramas por metro cúbico de ar.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda não superar uma taxa de 25 de média em um dia.

Os níveis registrados em Nova Délhi são nocivos para pessoas com boa saúde e as crianças representam uma população especialmente vulnerável.

Todas as escolas de Nova Délhi permanecerão fechadas até domingo (12) para proteger as crianças do forte aumento da poluição do ar, anunciou o governo da capital indiana.

"A deterioração da qualidade do ar em Nova Délhi não pode colocar em risco a saúde das crianças. Ordenamos o fechamento de todas as escolas de Nova Délhi até domingo", anunciou no Twitter Manis Sisodia, vice-ministro chefe da região.

A decisão é uma ampliação do fechamento das escolas do ensino básico anunciado na terça-feira (7).

Nova Délhi registrava nesta quarta-feira (88), pelo segundo dia consecutivo, uma intensa nuvem de poluição, com níveis perigosos para a saúde.

Às 13h locais (5H30 de Brasília), os medidores espalhados pela cidade mostravam níveis perigosos de partículas ultrafinas (PM2,5), entre 400 e 700 microgramas por metro cúbico (μg/m3). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda não superar 25 μg/m3 de média em 24 horas.

Os episódios de poluição são recorrentes no outono e inverno em Nova Délhi, que a OMS classificou em 2014 como a cidade mais contaminada do mundo.

Situações extremas como a enfrentada pela megalópole indiana provocam questionamentos sobre a sustentabilidade da maneira de viver em zonas tão populosas no momento em que a marca humana no clima está no centro da COP23, que acontece atualmente na Alemanha.

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