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Três advogados do opositor russo Alexei Navalny foram colocados em prisão preventiva nesta sexta-feira (13), depois que os serviços de segurança revistaram suas residências, anunciou a equipe do ativista anticorrupção.

Os advogados Vadim Kobzev, Igor Sergunin e Alexey Liptser permanecerão presos até 13 de dezembro, pelo menos. A operação foi realizada no contexto de uma investigação por “participação em atividades extremistas”, informou o chefe do departamento jurídico da Fundação Anticorrupção de Navalny, Viacheslav Gimadi.

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Em junho de 2021, tribunais russos classificaram como extremistas as organizações de Navalny, uma das maiores vozes da oposição russa na última década, que mobilizou manifestantes contra o governo antes de ser preso, naquele mesmo ano, por acusações de fraude.

Vadim Kobzev deveria comparecer hoje junto à Justiça para representar Navalny em um processo contra a sentença de prisão.

“É por isso que tudo isto está acontecendo, para que Alexei fique sem proteção legal, sem conexão com o mundo externo", disse a porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh. “E para enviar a mensagem a outros advogados de que é perigoso defendê-lo e defender outros presos políticos.”

Navalny foi condenado em agosto a 19 anos de prisão por “extremismo” e está em uma prisão de segurança máxima perto de Moscou. Desde que foi preso, comunica-se com o mundo externo por meio de mensagens enviadas a seus advogados, nas quais continua denunciando a política do Kremlin e sua ofensiva na Ucrânia.

A repressão às vozes dissidentes aumentou após a ofensiva russa contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, e levou para o exílio a maior parte do movimento opositor.

A justiça russa confirmou nesta terça-feira (24), no julgamento do recurso, a condenação a nove anos de prisão em regime "severo" do principal opositor do Kremlin, Alexei Navalny, julgado por acusações de "fraude" e "desacato".

"O veredicto do tribunal de Lefortovo de 22 de março não mudou", declarou um juiz do tribunal municipal de Moscou, antes de informar que "entra em vigor imediatamente".

Na primeira instância, em 22 de março, o carismático ativista anticorrupção, que já cumpria uma pena de prisão em regime normal, foi condenado a nove anos de prisão em regime "severo", com condições mais duras.

Navalny foi acusado, entre outras coisas, por uma fraude de milhões de rublos de doações para suas organizações de combate à corrupção.

A pena inclui a aplicada em março de 2021 por "fraude", em um caso iniciado em 2014 e que envolve a empresa francesa Yves Rocher.

Os advogados do opositor anunciaram imediatamente que apresentarão um recurso contra a sentença.

Alexei Navalny acompanhou a audiência por videoconferência na prisão de Pokrov, a 100 km de Moscou, onde cumpre sua primeira condenação.

Ao ser convidado a falar antes do fim das alegações, o opositor não hesitou em suas palavras, apesar dos vários pedidos de ordem por parte do tribunal.

"Desprezo seu tribunal, seu sistema", afirmou, antes de acrescentar que o julgamento "não tem sentido".

"Certamente não quero estar em uma cela", disse. "Preferia ver meus filhos crescer, mas peço às pessoas que não tenham medo, ter medo é um crime contra o nosso futuro", acrescentou.

Alexei Navalny foi detido em janeiro de 2021 ao retornar de Berlim, onde passou vários meses em recuperação depois de um envenenamento, que ele atribui ao presidente russo Vladimir Putin.

O chefe de Estado da Rússia nega qualquer envolvimento e nenhuma investigação foi iniciada no país sobre o caso.

A detenção de Navalny marcou o início de uma grande repressão de todos os movimentos anti-Kremlin e meios de comunicação independentes na Rússia.

O julgamento do opositor russo Alexei Navalny - que está preso e apelou de uma sentença de nove anos de prisão por fraude - foi adiado para 24 de maio, anunciou o tribunal nesta terça-feira (17).

Uma hora após o início da audiência de apelação, o tribunal de Moscou anunciou que o processo havia sido adiado para 24 de maio, devido a um pedido feito pelo réu.

Navalny - que compareceu à audiência por videoconferência, atrás das grades da cela onde está detido - disse que quer ter acesso ao áudio do julgamento contra ele, para comparar com os autos.

Um tribunal de Moscou deve examinar o recurso do opositor russo, referente à sua sentença de nove anos de prisão proferida em março. Seus apoiadores afirmam que as acusações têm motivação política.

A apelação coincide com um momento em que as autoridades russas tentam silenciar o que resta da oposição, e Moscou está realizando uma operação militar na Ucrânia. O conflito no território vizinho já deixou milhares de mortos e quase dez milhões de deslocados.

Navalny, um dos críticos mais proeminentes do presidente russo, Vladimir Putin, compareceu a um tribunal em março, o qual estendeu sua sentença para nove anos de retenção por acusações de fraude e de desacato.

Vestido com o uniforme de presidiário, Navalny disse que obteve o direito de ser visitado por sua família nesta sexta-feira (20) e que não quer perder essa oportunidade. Por esse motivo, explica ele, pediu o adiamento da audiência.

"Vão me mandar para uma colônia com um regime muito severo", completou.

Se essa nova sentença for confirmada, ele será transferido para um presídio com menos direitos de visitação. Essa sentença substituiria a pena de dois anos imposta em fevereiro do ano passado. Assim, com o tempo que já passou na prisão, Navalny teria de passar mais oito anos encarcerado.

- "Extremistas" -

Sob as novas acusações, os investigadores acusam Navalny de roubar milhões de dólares, para uso pessoal, de doações recebidas por suas organizações políticas.

Navalny ganhou notoriedade com um blog, no qual denunciava a corrupção das elites russas. Além disso, antes de ser preso, mobilizou vários protestos em todo país.

Em 2018, tentou concorrer à presidência, mas foi impedido de disputar a eleição, na qual Putin garantiu um quarto mandato.

Apesar de sua prisão, a equipe de Navalny continua a publicar investigações sobre a riqueza das elites russas. Seus vídeos acumulam milhões de visualizações no YouTube.

Em 2020, Navalny sobreviveu a um envenenamento com um agente nervoso. O Kremlin rejeita as acusações e nega qualquer responsabilidade pelo ataque.

Depois de ser tratado na Alemanha, voltou para a Rússia em 2021 e foi preso, apesar da ampla condenação internacional e das sanções impostas por países ocidentais.

Após sua prisão, as organizações políticas ligadas a Navalny foram declaradas "extremistas" e banidas, o que forçou muitos de seus ativistas a fugirem do país.

A Rússia intensificou a pressão contra veículos da mídia independente e organizações não-governamentais, declarando-as "agentes estrangeiros". Várias decidiram fechar por medo de serem processadas.

Na tentativa de controlar ainda mais as informações acessadas pelo público local, as autoridades bloquearam o acesso a redes sociais, como Instagram, Facebook e Twitter.

Uma juíza russa condenou nesta terça-feira (22) Alexei Navalny a nove anos em uma colônia penitenciária de "regime estrito", intensificando a pressão contra o principal oponente do Kremlin em meio à ofensiva da Rússia na Ucrânia.

Paralelamente, o governo russo reforça seu arsenal jurídico para reprimir qualquer crítica ao governo.

O exemplo mais recente é a aprovação nesta terça-feira de uma lei que prevê sanções significativas para punir "informações enganosas" sobre as ações de instituições russas no exterior.

A pena de nove anos do oponente anula e substitui os dois anos e meio que já cumpria e inclui o ano já cumprido.

Os Estados Unidos condenaram esta última decisão, dizendo que ela busca "apagar" vozes dissidentes na Rússia e "esconder" a guerra na Ucrânia.

"A decisão simulada do tribunal é a mais recente de uma série de tentativas de silenciar Navalny", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

A União Europeia (UE) também condenou "firmemente" a nova sentença e denunciou um veredicto com "motivações políticas".

"Reiteramos nosso apelo às autoridades russas para sua libertação imediata e sem condição", afirmou o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.

Navalny, preso no início de 2021, foi condenado por "fraude" e "desacato" a um juiz, acusações que considera políticas.

Salvo no caso de uma improvável vitória do recurso de apelação, ele terá de cumprir sua pena em uma "colônia penal de regime severo", ou seja, em lugar isolado com condições de detenção muito mais duras nas chamadas colônias "gerais". É o caso de Pokrov, onde está detido atualmente.

Foi nesta colônia penitenciária, 100 km ao leste de Moscou, onde o opositor estava sendo julgado desde meados de fevereiro em uma sala improvisada.

"Putin tem medo da verdade, eu sempre disse isso. A luta contra a censura, levando a verdade ao povo da Rússia, continua sendo nossa prioridade", tuitou Navalny, após o anúncio de sua condenação.

O ativista anticorrupção e ex-advogado, de 45 anos, compareceu à audiência com o uniforme de presidiário, com o rosto abatido, e ouviu o veredicto com as mãos nos bolsos, entre sorrisos e conversas com os advogados.

Após o veredicto, os advogados foram detidos brevemente, na saída da prisão, constatou um periodista da AFP no local. Sua detenção se deu depois que a polícia advertiu-os a deixarem a rua, no momento em que conversaram com os repórteres.

Uma centena de jornalistas puderam ver a transmissão em vídeo da audiência em uma sala instalada na colônia penitenciária.

Apenas um partidário do opositor se manifestou do lado de fora da prisão, afirmando que "Navalny é um herói (...) as pessoas ficam em casa, têm medo", disse Leonid Banionis.

- Repressão -

No caso julgado nesta terça-feira, os investigadores acusaram Navalny de desviar milhões de rublos em doações para suas organizações anticorrupção e de "desacato" durante um processo anterior.

Navalny denunciou as acusações "fictícias" e "ordenadas pelo Kremlin" para mantê-lo na prisão o maior tempo possível.

Conhecido por suas investigações sobre a corrupção e o estilo de vida das elites russas, o ativista é alvo da repressão das autoridades há mais de dois anos.

Em agosto de 2020, ele ficou gravemente ferido na Sibéria, vítima de um envenenamento com um agente neurotóxico ordenado, segundo ele, pelo presidente russo. O Kremlin nega, mas as autoridades russas nunca investigaram a suposta tentativa de assassinato.

Em seu retorno à Rússia, em janeiro de 2021, após cinco meses de convalescença, ele foi preso e condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de "fraude" de 2014 relacionado à empresa francesa Yves Rocher.

Em junho de 2021, suas organizações, que atuavam em toda Rússia, foram classificadas como "extremistas" e proibidas, o que levou muitos ativistas a partir para o exílio para evitar processos. Outros foram detidos e enfrentam duras penas de prisão.

A repressão na Rússia foi acompanhada pela proibição dos mais recentes meios de comunicação e ONGs críticas ao Kremlin.

A este respeito, o Tribunal Supremo da Rússia rejeitou um pedido de suspensão da dissolução da ONG Memorial, confirmando seu desmantelamento.

De sua colônia penitenciária, Navalny continua a transmitir mensagens contra Vladimir Putin e a ofensiva na Ucrânia. Também continuou a convocar manifestações contra o conflito, apesar dos riscos envolvidos.

A Promotoria russa pediu, nesta terça-feira (15), 13 anos de prisão para o opositor Alexei Navalny, inimigo jurado do Kremlin e vítima da repressão de vozes críticas ao presidente Vladimir Putin.

Desde o dia 16 de fevereiro, Alexei Navalny, de 45 anos, é julgado na colônia penitenciária onde se encontra preso, a 100 quilômetros de Moscou, por acusações de "fraude" e "ofensas ao tribunal".

Nesse tribunal improvisado, a promotora Nadejda Tikhonova pediu outra pena severa contra o opositor que, em 2020, sobreviveu a um envenenamento do qual ele acusa ter sido realizado pelo Kremlin.

"Peço que seja aplicada uma pena de privação de liberdade de 13 anos", disse a promotora, citada pelas agências de notícia russas.

Os investigadores o acusam de ter desviado milhões de rublos de doações feitas a suas organizações anti-corrupção.

Desde fevereiro de 2021, Alexei Navalny já cumpre uma pena de dois e meio de prisão por outro caso de "fraude" que data de 2014.

- Oposição ao conflito na Ucrânia -

Um dos aliados no exílio do opositor, Leonid Volkov, reagiu de imediato afirmando que a solicitação da promotora demonstra que Navaliny permanecerá na prisão "até que morra, ou até que Putin morra".

"É um homem absolutamente inocente que é julgado, porque disse a verdade sobre o regime criminoso de Putin", afirmou no Twitter Liubov Sobol, outro aliado de Navalny no exílio.

Em 2020, o opositor passou vários meses em convalescênça na Alemanha após ter sobrevivo a um envenenamento por um agente químico, do qual responsabiliza Vladimir Putin.

Em seu retorno à Rússia, o opositor foi detido em janeiro de 2021, julgado e condenado por "fraude" que datava de 2014. Esta condenação gerou uma onda de críticas e de sanções dos países ocidentais contra Moscou.

O opositor foi incluído em uma lista oficial de "terroristas e extremistas", em um arcabouço jurídico de repressão a vozes dissidentes que também afetou os seus principais colaboradores, que estão exilados.

Isso gerou de imediato uma forte pressão das autoridades russas contra vários meios de oposição assim como contra ONGs críticas ao poder.

Alexei Navalny também se pronunciou contra a ofensiva do exército russo na Ucrânia e chamou os seus aliados e a quem os apoiam a manifestarem-se pela paz, apesar dos riscos de prisão e de graves ações judiciais.

Cerca de 15.000 manifestantes pacifistas foram detidos durante mobilizações em várias cidades do país segundo a ONG especializado OVD-Info.

Desde o início do conflito, o poder russo vota leis que preveem penas severas de prisão para quem denuncie a invasão russa.

Um tribunal russo iniciou nesta terça-feira (15) um novo julgamento contra o opositor russo Alexei Navalny, que está preso há um ano e pode ser condenado a 10 anos adicionais por novas acusações de fraude.

Navalny, com o uniforme da prisão e a cabeça raspada, compareceu a uma sala de audiências da penitenciária em que cumpre a pena, ao lado de seus advogados e cercado por guardas.

Durante a audiência, o opositor aproveitou um recesso técnico provocado por um problema de áudio para abraçar a esposa Yulia.

Na segunda-feira (14), a mulher do ativista contra a corrupção denunciou a "covardia" do governo russo. Ela classificou o processo como "ilegal" e as acusações de "desonestas".

Navalny, 45 anos, foi condenado a dois anos e meio de prisão em fevereiro de 2021 em outro processo por acusações de fraude, um julgamento que o ativista chamou de político e manipulado.

Ele está preso na colônia penal de Pokrov, 100 quilômetros ao leste de Moscou. O processo iniciado nesta terça-feira acontece na penitenciária, o que foi criticado pelos simpatizantes de Navalny.

Em 2020, Navalny passou vários meses em recuperação na Alemanha depois de sobreviver a uma tentativa de envenenamento, que ele atribui ao presidente Vladimir Putin.

Grande inimigo do Kremlin, ele foi detido em janeiro de 2021 quando retornou à Rússia e condenado logo em seguida.

O opositor russo preso Alexei Navalny e vários de seus colaboradores mais próximos são alvo de novas acusações de "extremismo" que podem levar a longas penas de prisão - anunciaram investigadores nesta terça-feira (28).

De acordo com um comunicado do Comitê de Investigação, responsável pelas principais investigações na Rússia, Navalny e seus aliados foram acusados de terem "criado e dirigido uma organização extremista", a qual pedia, de 2014 a 2021, "uma mudança de poder por meios violentos".

As organizações ligadas a Navalny foram proibidas em junho por extremismo, a apenas alguns meses das eleições legislativas realizadas em 19 de setembro.

O partido do presidente Vladimir Putin se proclamou vencedor nestas eleições, em meio a acusações de fraude e à flagrante ausência de qualquer forma de oposição real. As legendas políticas anti-Kremlin não puderam se apresentar.

Além de Navalny, estas novas investigações atingem Ivan Jdanov e Leonid Volkov. Ambos estão há meses no exílio.

As autoridades russas criticam o opositor e ativista anticorrupção de ter buscado "desacreditar os órgãos do Estado e suas políticas, desestabilizar a situação nas regiões, criar o desejo de protestar na população e convencer a opinião pública da necessidade de uma mudança de poder pela via violenta".

Se forem considerados culpados, Navalny, Jdanov e Volkov podem ser condenados a penas de 6 a 10 anos de prisão.

O aplicativo de "voto inteligente" do opositor detido Alexei Navalny foi retirado nesta sexta-feira (17) das plataformas do Google e Apple, no primeiro dia das eleições legislativas na Rússia, denunciaram seus aliados.

"Hoje (sexta-feira) às 8h, horário russo, Google e Apple suprimiram nosso aplicativo Navalny de suas lojas de aplicativos. Ou seja, cederam à chantagem do Kremlin", afirmou no aplicativo de mensagens Telegram Leonid Volkov, um dos principais colaboradores do líder opositor.

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Correspondentes da AFP comprovaram que o app não aparece mais nas lojas virtuais da Apple e Google, na Rússia e em outros países como a França.

"Suprimir o aplicativo de Navalny das plataformas é um vergonhoso ato de censura política", escreveu no Twitter Ivan Jdanov, diretor do Fundo de Luta Contra a Corrupção, organização fundada por Navalny.

Em uma mensagem divulgada da prisão, Navalny pediu a seus seguidores que baixassem o app, que informava os russos a respeito dos candidatos bem posicionados nas pesquisas e que deveriam ser apoiados em cada região para derrotar os aspirantes do partido governista Rússia Unida.

Em muitos casos, os candidatos que Navalny e sua equipe consideram que devem ser apoiados são comunistas.

A Rússia havia acusado Google e Apple de se recusarem a suprimir conteúdo considerado ilegal e durante a semana convocou os diretores das empresas para uma audiência em uma comissão parlamentar, o Conselho da Federação.

"Temos todo o Estado russo contra nós, assim como as grandes empresas de tecnologia, mas isso não significa que vamos ceder", afirmou a equipe de Navalny em uma mensagem no Telegram.

Quase 108 milhões de russos estão registrados para votar entre 17 e 19 de setembro para escolher os 450 representantes da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento.

A maioria dos candidatos mais críticos a Putin não foi autorizada a disputar a eleição, em um pleito que acontece após meses de repressão contra a oposição.

Em janeiro, Navalny foi detido quando retornou À Rússia depois de receber tratamento na Alemanha por um envenenamento, que ele atribui ao Kremlin.

Desde então, seu movimento foi proibido no país por ser considerado "extremista" e vários de seus aliados foram obrigados a partir para o exílio, foram detidos ou tiveram as candidaturas vetadas.

Investigadores russos acusaram, nesta quarta-feira (11), o opositor russo preso Alexei Navalny de um novo crime que poderia prolongar seu tempo na prisão.

O Comitê de Investigação russo, encarregado de analisar os crimes mais importantes, o acusa de ter criado uma organização que viola os direitos dos russos porque seu Fundo contra a Corrupção (FBK) "incitou os cidadãos a cometerem atos ilícitos", especialmente "instando-os a participar de manifestações não autorizadas".

O FBK e outras organizações de Navalny foram classificadas como "extremistas" em junho pela Justiça russa e desde o início de agosto estão oficialmente proibidas.

Segundo o Comitê de Investigação, o opositor e seus colaboradores "organizaram a divulgação, em suas páginas pessoais na internet e nas páginas do FBK [...], de publicações que pediam aos cidadãos russos que participassem de manifestações não autorizadas em janeiro", quando ocorreram várias manifestações de apoio a Navalny, em protesto pela sua prisão.

"Navalny sabia que [esses protestos eram] de natureza ilegal", consideraram os investigadores.

O movimento do opositor está submetido a uma forte pressão desde que Navalny voltou para a Rússia em janeiro, depois de se recuperar de um suposto caso de envenenamento na Alemanha, pelo qual acusa o Kremlin.

Suas organizações foram liquidadas, os sites vinculados a ele foram bloqueados e vários de seus colaboradores são alvo de vários processos judiciais.

Alexei Navalny, de 45 anos, cumpre uma pena de dois anos e meio em uma colônia penitenciária por um caso de fraude, que ele classifica como "político".

Os aliados de Navalny afirmam que todas essas medidas são destinadas a atrapalhar as atividades da oposição nas eleições legislativas de setembro.

O principal opositor russo, Alexei Navalny, foi transferido do hospital da prisão onde foi internado após uma greve de fome para seu local de detenção habitual, informaram familiares e autoridades nesta segunda-feira(7).

"O blogueiro Navalny foi transferido para a colônia penal de Pokrov", relatou um porta-voz do Serviço Prisional Russo (FSIN), citado pela agência TASS.

A informação foi confirmada, pouco depois, por sua equipe de ativistas da oposição por meio de um tuíte.

De acordo com a agência Ria Novosti, o opositor também participou por videoconferência de uma reunião sobre suas denúncias contra a administração penitenciária, que acusa de "censurar" os jornais que recebe.

De acordo com as agências de notícias russas, Navalnyi retirou a queixa.

Preso desde janeiro, ao retornar da Alemanha, onde recebeu tratamento após um envenenamento pelo qual acusa o Kremlin, o ativista anticorrupção foi condenado a dois anos e meio de prisão por um caso de fraude, datado de 2014, e que denuncia como manobra política.

Navalny, de 45 anos, cumpre pena na região de Vladimir, a cerca de 100 quilômetros de Moscou.

Em abril, ele iniciou uma greve de fome de 24 dias para denunciar suas condições de detenção na colônia prisional de Pokrov, considerada uma das mais severas da Rússia.

Desde sua prisão, as autoridades também tentaram desmantelar seu movimento de oposição.

Centenas de mulheres se manifestaram neste sábado (13) em Moscou e em outras cidades da Rússia por São Valentim, em apoio ao opositor preso Alexei Navalny e aos que foram detidos nas manifestações recentes.

Cerca de 300 mulheres formaram uma "corrente solidária" até 14h (8h em Brasília), com o termômetro marcando -13 ºC, na rua Arbat, no centro de Moscou, sob o lema "o amor é mais forte que o medo".

"Queremos mostrar que estamos a favor do amor e contra a violência. Vieram meninas muito corajosas e amáveis", declarou à AFP Daria Obraztsova, uma estudante de 22 anos que afirma querer "que a liberdade e a justiça reinem em [seu] país".

Em São Petersburgo (noroeste), a iniciativa reuniu uma centena de pessoas, segundo uma jornalista da AFP. Algumas levavam flores ou corações de papel com o nome de mulheres que simbolizam a oposição ao Kremlin.

Em imagens publicadas nas redes sociais, elas apareciam entoando lemas como "liberdade para os presos políticos".

"Só o amor pode vencer o mal", declarou Valeria Stepanova, de 25 anos.

Segundo a ONG OVD-Info, especializada no monitoramento das manifestações, em um protesto deste tipo organizado em Kazán (sudoeste) as autoridades prenderam nove pessoas.

Essas manifestações se inspiraram em outras semelhantes realizadas na vizinha Belarus contra o presidente Alexander Lukashenko.

A equipe de Alexei Navalny também pediu aos habitantes das grandes cidades que saiam às ruas até as 20h com lanternas, celulares e velas e que publiquem fotos da mobilização nas redes sociais.

Várias manifestações de apoio a Navalny, preso em meados de janeiro ao retornar para a Rússia e condenado a quase três anos de prisão, culminaram em mais de 10.000 detenções em todo o país.

Um tribunal de Moscou determinou na terça-feira (2) a prisão do opositor russo Alexei Navalny por quase três anos, um caso que provocou manifestações em massa a seu favor em toda Rússia e novas tensões entre o Kremlin e o Ocidente.

A juíza Natalia Repnikova disse que Navalny, o principal crítico do Kremlin, violou as condições de um controle judicial e terá que cumprir a pena suspensa de prisão de 2014.

Para isso, terá de cumprir a pena original de três anos e meio, descontados os meses que passou em prisão domiciliar naquele ano.

Sua advogada, Olga Mijaylova, indicou que seu cliente terá de cumprir "cerca de" dois anos e 8 meses de prisão. Ele vai apelar da decisão, acrescentou.

Pelo menos 1.377 pessoas foram presas durante a terça-feira em manifestações pró-Navalny em 10 cidades, especialmente em Moscou (1.116) e São Petersburgo (246), de acordo com a ONG OVD-Info.

À noite, a polícia se mobilizou rapidamente na proximidade do Kremlin e em outros locais da capital.

Correspondentes da AFP viram dezenas de manifestantes moscovitas agredidos a golpes de cassetete.

A mídia russa também publicou vídeos em que se vê a polícia perseguindo manifestantes no metrô ou tirando outros à força de dentro de um táxi. Também foi registrada violência contra jornalistas.

"Putin, ladrão!", repetiam centenas de manifestantes em Moscou. "Não há justiça neste país", disse à AFP Oksana, de 36 anos.

Trata-se da primeira sentença longa do ativista anticorrupção de 44 anos.

Após o anúncio da sentença, sua organização, o Fundo Anticorrupção, convocou uma manifestação diante do Kremlin.

União Europeia, Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, França, entre outros, pediram a libertação imediata do adversário político do presidente Vladimir Putin. O Conselho da Europa juntou-se a eles, chamando a condenação de "contrária às obrigações de direitos humanos da Rússia".

Moscou tachou estes apelos de "ingerência".

- "O envenenador de cuecas" -

Navalny ouviu a sentença de pé, com as mãos nos bolsos, no cubículo de vidro reservado aos detidos. Ele fez um gesto em forma de coração para sua esposa, Yulia. Durante a audiência, ele denunciou um caso destinado a amordaçar os oponentes de Putin.

"O mais importante neste julgamento é assustar um enorme número de pessoas. Prendem uma delas para assustar milhões", disse o opositor na audiência.

Ele também denunciou as milhares de detenções durante as concentrações da oposição mais importantes dos últimos anos.

"Não podem prender todo país!", acrescentou.

Em seguida, repetiu que Putin era quem tinha ordenado aos serviços de segurança matá-lo, envenenando-o em agosto na Sibéria com ajuda de um agente neurotóxico.

Putin "entrará para a História como o envenenador das cuecas", disse.

Em dezembro, Navalny afirmou em um vídeo que havia desmascarado um agente do FSB por telefone, que revelou que o veneno havia sido colocado em sua cueca.

O julgamento de terça-feira foi sobre uma demanda dos serviços penitenciários, segundo a qual Navalny não respeitou seu controle judicial no contexto de sua pena suspensa.

O ativista disse que não poderia ir aos controles devido à convalescença na Alemanha, mas o juiz avaliou que ele havia faltado a outras consultas antes de sua internação. Ele foi preso em 17 de janeiro, ao retornar à Rússia.

Sua tentativa de assassinato e sua detenção provocaram novas tensões entre Rússia e o Ocidente. O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, planejava viajar para Moscou na sexta-feira e pediu para ver Navalny.

O governo russo afirmou nesta terça-feira acreditar que a União Europeia (UE) não vai cometer a "insensatez" de condicionar suas relações com Moscou ao destino de "um preso em um centro de detenção", segundo palavras do porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

O presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou o encarceramento de Navalny e reforçou que "um desacordo político nunca é um crime".

A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu o fim da repressão às manifestações, e primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou um veredicto "covarde".

- Vários processos judiciais -

Navalny é alvo de vários processos judiciais.

Na sexta-feira ele comparecerá por "difamação" contra um ex-combatente. Ele também é acusado em investigação de fraude, crime passível de punição com até dez anos de detenção, por ter se desviado, segundo as autoridades, de doações direcionadas à sua organização.

Desde seu retorno a Moscou, a justiça russa multiplicou as ações contra Navalny e seus aliados políticos, dos quais quase todos estão em prisão domiciliar, presos ou processados por algumas semanas.

O adversário conseguiu mobilizar seus apoiadores por dois finais de semana consecutivos de manifestações em uma centena de localidades, não só em Moscou e São Petersburgo.

A resposta da polícia foi massiva: no domingo, houve mais de 5.400 prisões em todo o país, um recorde na história recente da Rússia, de acordo com a ONG OVD-Info.

Esses protestos também são alimentados pela disseminação de uma investigação da oposição acusando Putin de lucrar com um "palácio" nas margens do Mar Negro, um vídeo visto mais de 100 milhões de vezes no YouTube.

Quando Ivan Rudniev, membro da equipe do opositor russo preso Alexei Navalny, viu que milhares de manifestantes foram às ruas para protestar em Perm, mesmo com uma temperatura de -20 °C, se deu conta de que algo estava mudando.

Nesta cidade industrial dos Urais, entre 5.000 e 8.000 pessoas se manifestaram em 23 de janeiro em apoio ao opositor. Embora pareça pouco para uma cidade de um milhão de habitantes, é um recorde "na história moderna de Perm", afirma a imprensa local.

Rudniev sentiu que algo estava acontecendo. "As pessoas nos escreviam para dizer que vinham para a manifestação, pediam detalhes", conta à AFP este jovem de 27 anos, na ausência do líder opositor local, atualmente na prisão.

Cenários semelhantes foram vistos em todo o país: de Yakutsk na Sibéria, com temperaturas de -50 °C, até a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, mais de 119 cidades responderam ao apelo de Navalny para se manifestar.

Foi uma mobilização inédita, já que as manifestações estavam proibidas e o risco de ser preso era alto. Além disso, o ativismo político geralmente só é manifestado em Moscou ou São Petersburgo.

"Cidades que eu nunca teria pensado" se juntaram às manifestações, disse o sociólogo Alexei Levinson, do centro Levada: "Pela primeira vez vimos as pessoas saírem em massa não por uma causa local, mas por um programa comum russo".

A situação do opositor contribuiu para isso, preso desde que chegou à Rússia após cinco meses de recuperação na Alemanha, ou desde seu vídeo denunciando um luxuoso palácio que Vladimir Putin teria construído no mar Negro.

Mas, acima de tudo, deve-se ao fato de a população estar farta diante de eleições cujo resultado é conhecido de antemão, da corrupção do sistema judiciário e da estagnação do padrão de vida.

Perm, que apesar de tudo conserva uma forte base industrial, foi desprezada "para a periferia mundial", lamenta um militante opositor local, de 38 anos, Yuri Bobrov, em comparação com os "anos 70, quando construíamos os motores dos Proton, os foguetes mais poderosos do mundo".

Alexander Kynev, cientista político independente, afirma: "O principal organizador dessas ações é o próprio poder, seu comportamento".

No entanto, é impossível para os opositores e para os especialistas prever quanto tempo esta mobilização vai durar, apesar de Navalny ter convocado um novo dia de manifestações para este domingo.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, teve sua primeira conversa por telefone com seu contraparte russo, Vladimir Putin, na qual expressou seu apoio à Ucrânia diante da "agressão" de Moscou e sua preocupação com o "envenenamento" do opositor russo Alexei Navalny.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse nesta terça-feira (26) que Biden ligou para Putin para discutir sua disposição de estender o tratado de desarmamento nuclear New START e que na conversa ele expressou preocupação com o "envenenamento de Navalny".

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Navalny foi preso em 17 de janeiro ao retornar a Moscou, depois de passar mais de cinco meses na Alemanha se recuperando de um quadro que, segundo ele, foi resultado de um envenenamento realizado por serviços russos por ordem do presidente, o que o Kremlin nega.

Nesta terça, os países do G7 condenaram sua detenção "por motivos políticos" e pediram sua "libertação imediata e incondicional", assim como a de seus apoiadores detidos no sábado durante manifestações em toda a Rússia.

Biden também se referiu ao "forte compromisso" de Washington com a soberania ucraniana frente à "contínua agressão da Rússia".

Os dois líderes também abordaram questões como a suposta interferência russa nas eleições americanas de 2020 e relatos de que Moscou está distribuindo recompensas ao Talibã por matar soldados americanos no Afeganistão.

“Sua intenção era deixar claro que os Estados Unidos agirão com firmeza na defesa de nossos interesses nacionais, em resposta a ações maliciosas por parte da Rússia”, concluiu a porta-voz.

Por sua vez, o Kremlin indicou que o presidente russo apoiava a "normalização" das relações russo-americanas e afirmou que isso "atenderia aos interesses de ambos os países e também de toda a comunidade internacional".

A polícia russa prendeu neste sábado (23) manifestantes que exigem a libertação do principal líder da oposição russa Alexei Navalny em manifestações no leste do país. São esperados novos protestos no final do dia de hoje em Moscou e outras grandes cidades.

Navalny, que é o inimigo mais importante e duradouro do presidente Vladimir Putin, foi preso em 17 de janeiro quando voltou da Alemanha para Moscou. Ele passou cinco meses no país alemão para se recuperar de um grave envenenamento que atribuiu ao governo russo.

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As autoridades dizem que sua permanência na Alemanha violou os termos de uma pena em uma condenação criminal que Navalny diz ser ilegítima. Ele deve comparecer ao tribunal no início de fevereiro para determinar se cumprirá a pena de três anos e meio de prisão.

A organização OVD-Info que monitora as detenções políticas disse que pelo menos 48 pessoas foram detidas em cidades como Vladivostok e Khabarovsk. Os organizadores em Vladivostok disseram que cerca de 3 mil pessoas compareceram ao protesto.

É provável que haja mais pessoas para o protesto da tarde planejado em Moscou. O prefeito da cidade e outras autoridades fizeram alertas para que os cidadãos não compareçam à manifestação.

Detido desde seu retorno à Rússia no domingo (17), o opositor Alexei Navalny será julgado nesta quarta (20) por difamação de um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial, crime punível com multa, ou prisão - anunciaram seus advogados nesta terça (19).

O comitê de investigação russo abriu este processo de difamação contra Navalny em julho, acusado de ter divulgado "informações mentirosas e injúrias à honra e à dignidade" de um veterano da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A pessoa envolvida havia manifestado na televisão seu apoio ao referendo constitucional do verão passado para reforçar os poderes de Vladimir Putin.

A investigação do caso foi suspensa durante a hospitalização do oponente na Alemanha, após seu suposto envenenamento em agosto. Navalny acusa o Kremlin pelo ocorrido, e as autoridades russas negam qualquer envolvimento.

Navalny foi preso no domingo, ao voltar para a Rússia procedente de Berlim. Ficará preso pelo menos até 15 de fevereiro, no âmbito de um procedimento por violação de um controle judicial. Está detido em Moscou, em quarentena, devido à pandemia da covid-19.

A depender da gravidade dos fatos, a difamação pode ser punida com multa de até 5 milhões de rublos (US$ 57 mil) e cinco anos de prisão. Também pode ser alvo de penas mais leves, como trabalho de interesse geral.

O serviço penitenciário russo havia alertado que Navalny seria preso em seu retorno, por ter violado o controle judicial que lhe foi imposto como parte de uma pena de cinco anos de prisão sob sursis por peculato. O opositor de Putin insiste na motivação política deste caso.

Desde o final de dezembro, ele é alvo de uma nova investigação de fraude por suspeita de ter gastado 356 milhões de rublos (US$ 4,8 milhões) em doações para seu uso pessoal.

O Ministério britânico das Relações Exteriores manifestou, nesta segunda-feira (18), sua "profunda preocupação" com a detenção do opositor russo Alexei Navalny, preso no domingo (17) ao desembarcar em Moscou procedente da Alemanha.

"É assombroso que Alexei Navalny, vítima de um crime hediondo, seja detido pelas autoridades russas", tuitou o titular da pasta, Dominic Raab.

A Rússia deve investigar "o uso de uma arma química" em seu território, em vez de "perseguir Navalny", acrescentou o ministro, referindo-se ao envenenamento do opositor russo. Raab também pediu sua "libertação imediata".

Mais cedo, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, já havia se pronunciado nessa mesma direção.

Navalny "tomou a decisão consciente de voltar para a Rússia, que considera sua casa pessoal e política", e o fato de que tenha sido detido pelas autoridades russas logo ao chegar "é totalmente incompreensível", afirmou Maas.

Lembrando que a Rússia está vinculada por sua própria Constituição e por suas obrigações internacionais ao Estado de direito e à proteção dos direitos civis, o ministro acrescentou: "certamente, estes princípios também devem ser aplicados" a Navalny, que "deve ser libertado imediatamente".

Depois que o opositor, um carismático ativista anticorrupção e inimigo do Kremlin, foi vítima de "um grave ataque de envenenamento" em território russo, a Alemanha pede à Rússia que "investigue a fundo este ataque e leve os autores à Justiça", insistiu Maas.

Ainda nesta segunda, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também pediu sua "libertação imediata".

No domingo (17), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, também reagiu à prisão de Alexei Navalny, detido ao retornar à Rússia pela primeira vez desde seu envenenamento no verão passado.

"Os Estados Unidos condenam veementemente a decisão da Rússia de prender Alexei Navalny", afirmou Pompeo em um comunicado.

"Notamos com grande preocupação que sua detenção é a última de uma série de tentativas de silenciar Navalny e outras figuras da oposição e vozes independentes que criticam as autoridades russas", completou.

Navalny foi detido no aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, menos de uma hora depois de chegar da Alemanha, onde estava se recuperando do envenenamento por uma substância neurotóxica que, segundo ele, foi encomendado pelo presidente Vladimir Putin.

Os EUA se uniram à União Europeia para condenar a medida, com Pompeo dizendo que "Navalny não é o problema. Exigimos sua libertação imediata e incondicional".

"Os líderes políticos confiantes não temem vozes concorrentes, nem cometem violência, nem detêm oponentes políticos injustamente", acrescentou.

- Sem acesso a advogados

De acordo com o Fundo da Luta contra a Corrupção, a organização fundada por Navalny, ele está sem acesso a seus advogados desde sua detenção "ilegal" ontem.

"Está detido ilegalmente, impedem que seus advogados o vejam", afirmou o Fundo.

Dois advogados conseguiram entrar na delegacia de Khimki, onde Navalny está, mas não puderam se reunir com ele, disse sua porta-voz Kira Yarmysh.

"Não lhes permitem ver Alexei", tuitou a porta-voz.

Em entrevista à Rádio Eco, de Moscou, uma de suas advogadas, Olga Mikhailova, afirmou que a polícia "viola a lei ao impedir a defesa" de se reunir com Navalny.

O opositor russo Alexei Navalny prevê voltar para Moscou neste domingo (17), após vários meses de tratamento na Alemanha depois de sofrer um suposto envenenamento, apesar das ameaças de prisão da Justiça russa.

Desde que o principal inimigo de Vladimir Putin anunciou na quarta-feira sua intenção de retornar, os serviços penitenciários russos (FSIN) alertaram que serão "obrigados" a prendê-lo por violar as condições de uma condenação com suspensão de pena que a Justiça lhe impôs em 2014.

Navalny, de 44 anos, não fez caso dessas manobras que, segundo ele, estão destinadas a "amedrontá-lo" e pediu aos seus apoiadores que o recebam no aeroporto de Vnukovo, onde seu avião deve pousar às 19h20 (15h20 no horário de Brasília).

Na véspera de sua partida, o opositor agradeceu os médicos, policiais e políticos alemães que conheceu durante os cinco meses que passou no país. "Obrigado, amigos", escreveu no Instagram.

A principal figura da oposição russa entrou subitamente em coma em agosto, quando retornava de uma viagem para a Sibéria. Inicialmente, foi hospitalizado em Omsk, uma grande cidade da região, mas alguns dias depois foi transferido para um hospital de Berlim após a pressão de seus familiares.

Três laboratórios europeus concluíram que o opositor foi envenenado com um agente nervoso do tipo Novichok, desenvolvido na época soviética, uma conclusão que foi confirmada pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OIAC), apesar de Moscou negar as afirmações.

O opositor acusa os serviços especiais russos (FSB) de tentar assassiná-lo por ordem direta de Vladimir Putin. No entanto, as autoridades russas acusam os serviços secretos ocidentais e até a higiene da vida de Navalny.

Até agora, Moscou se recusa a abrir uma investigação para descobrir o que aconteceu com Navalny, devido à suposta rejeição da Alemanha de compartilhar suas informações com a Rússia.

Berlim anunciou neste sábado que transmitiu a Moscou todos os elementos de sua investigação judicial, especialmente as "atas" dos interrogatórios de Navalny e "amostras de sangue e tecido, assim como pedaços de roupa", enquanto espera que as autoridades "resolvam o crime".

- Investigação por fraude -

Segundo o FSIN, Navalny violou quando estava na Alemanha as condições da condenação de 2014, que o obriga a se apresentar pelo menos duas vezes por semana à administração penitenciária.

Desde o final de dezembro, o opositor também é alvo de uma nova investigação por fraude, por suspeitas de ter gastado para seu uso pessoal 356 milhões de rublos (3,9 milhões de euros, 4,8 milhões de dólares) de doações.

Mais de 2.000 pessoas anunciaram no Facebook que irão recebê-lo, mas a Justiça alertou sobre os riscos de participar de um "evento público" não autorizado no aeroporto de Vnukovo.

Vários ativistas que iriam viajar de São Petersburgo para Moscou para se reunir com o opositor foram detidos pela polícia antes de sair, segundo a mídia local.

Por sua vez, grupos nacionalistas hostis a Navalny ameaçaram recebê-lo com "zelionka", um antisséptico de cor verde difícil de limpar, com o qual já atingiram o opositor no passado.

O aeroporto declarou que não autorizará a imprensa a trabalhar no terminal devido à pandemia de coronavírus. Vídeos publicados nas redes sociais mostraram a polícia anti-distúrbios em frene ao local.

O opositor russo Alexei Navalny, que atualmente se recupera na Alemanha após ter sido vítima de envenenamento em agosto, anunciou nesta quarta-feira (13) que retornará à Rússia no domingo, 17 de janeiro, apesar da ameaça de uma sentença de prisão.

"Eu sobrevivi. E agora (o presidente russo, Vladimir) Putin, que ordenou meu assassinato (...) manda seus servos fazerem de tudo para que eu não volte", disse o opositor de 44 anos em um vídeo postado em sua página no Instagram.

Ele acrescentou que comprou uma passagem em um voo comercial para o dia 17 de janeiro.

"Nunca me perguntei 'voltar ou não voltar'. Simplesmente porque não parti. Encontrei-me na Alemanha depois de chegar em uma caixa de reanimação", disse ele.

Em agosto, Navalny, um feroz militante anticorrupção e inimigo declarado do Kremlin, sentiu-se mal num avião, em voo voltando de uma viagem na Sibéria.

O avião fez um pouso de emergência na cidade russa de Omsk, onde o ativista ficou hospitalizado por cerca de 48 horas antes de ser transferido para a Alemanha em estado de coma.

O opositor conseguiu se recuperar e três laboratórios europeus concluíram que ele havia sido envenenado por uma substância neurotóxica do tipo Novichok, concebida por especialistas soviéticos para fins militares.

Esses resultados foram confirmados pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e uma investigação de diversos meios de comunicação apontou que os serviços especiais russos (FSB) eram os responsáveis pelo envenenamento.

Desde que saiu do coma, Navalny acusa Putin de ordenar seu assassinato, algo que o Kremlin nega.

O ativista corre o risco de ser preso na Rússia, já que a Justiça russa aceitou na terça-feira uma ação solicitando que uma suspensão da pena concedida ao opositor seja convertida em prisão.

De acordo com o site dos tribunais de Moscou, uma ação judicial reivindica "a anulação de uma sentença" de suspensão da pena concedida a Navalny por "desrespeito às obrigações exigidas".

Navalny alega que a denúncia foi apresentada pelos Serviços Penitenciários Russos (FSIN) sobre uma condenação proferida em 2014 e a considera uma manobra para impedi-lo de retornar ao seu país.

No final de dezembro, uma investigação foi aberta na Rússia contra ele "por fraude em larga escala" por ter supostamente gasto, para fins pessoais, doações recebidas no valor de 356 milhões de rublos (3,9 milhões de euros, 4,3 milhões de dólares correntes).

As autoridades mencionam em particular as doações ao Fundo de Combate à Corrupção, fundado pela oposição, e as de cinco outras organizações de direitos humanos das quais Navalni é o "diretor de fato".

A legislação russa prevê uma pena de até dez anos de prisão por este delito.

O principal opositor russo, Alexei Navalny, que se recupera de um envenenamento, afirmou que está melhor e espera voltar em alguns meses para seu país.

"As mãos tremem, se eu tomo uma garrafa de água é divertido, mas estou muito melhor", disse na entrevista, a primeira concedida pelo advogado e ativista anticorrupção de 44 anos a um jornalista russo, o youtuber Yury Dud, desde que recebeu alta do hospital de Berlim.

"Tive um período realmente desagradável, quando começava apenas a levantar da cama (...) Depois, me recuperei de maneira bastante rápida", completou o opositor, em um vídeo que já teve mais 1,8 milhão de visualizações.

Ao ser perguntado sobre o tempo de recuperação na Alemanha, Navalny respondeu que não sabe.

"Pergunto aos médicos quanto tempo vou precisar para que minhas mãos parem de tremer: eles respondem que têm pouca experiência no tema", declarou, em referência à substância neurotóxica Novichok.

"Um ano está quase descartado, mas dois meses acho possível", completou.

Ele também disse que descarta completamente a ideia de não retornar à Rússia.

Três laboratórios europeus concluíram que ele foi envenenado com um agente nervoso do tipo Novichok, desenvolvido com fins militares no período soviético. Vários países pediram à Rússia que apresente explicações e investigue o tema, mas Moscou rejeita todas as acusações.

Incansável ativista anticorrupção e crítico ferrenho do Kremlin, Navalny ficou gravemente doente em 20 de agosto, quando estava a bordo de um avião na Sibéria.

Nesta terça-feira, o opositor voltou a acusar o presidente russo, Vladimir Putin, de estar por trás do envenenamento, por meio do serviço secreto.

"Minha versão é que eram agentes do FSB (serviço de Inteligência interno), ou do SVR (serviço de Inteligência externo) sob ordem, certamente, de Putin", declarou.

Navalny recebeu alta do hospital no fim de setembro, após uma internação de um mês, e continua morando na Alemanha com a família.

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