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O crescimento de denúncias por discurso de ódio na internet acende um alerta para o cenário de intolerância política na era digital. Crimes de discriminação no ambiente virtual tiveram alta de 67% em 2022 em relação ao ano anterior, sendo que a ocorrência com maior aumento foi de xenofobia, com explosão de 874%. Foi o terceiro ano eleitoral consecutivo em que essa tendência foi observada, segundo a SaferNet, entidade que monitora crimes cibernéticos.

Segundo dados da plataforma, discursos contendo misoginia, LGBTfobia, racismo e xenofobia tiveram crescimento expressivo em todos os três últimos anos eleitorais. Na média, as denúncias por intolerância na internet (incluindo, além dos crimes já citados, intolerância religiosa e neonazismo) cresceram 195% em 2018, em relação ao ano anterior, e 104% em 2020, fechando com a alta de 67% no ano passado. Enquanto isso, os anos não eleitorais (2019 e 2021) registraram queda das denúncias.

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Segundo o presidente do braço brasileiro da SaferNet, Thiago Tavares, esse é um reflexo da acentuada polarização política, que fica mais evidente nos anos em que a população vai às urnas. A campanha do ano passado discutiu não apenas propostas políticas, tendo também girado em torno de temas como religião, regionalismos e assuntos ligados a gênero e sexualidade. "Esta é uma tendência que tem se mostrado consistente, o que prova que a internet é reflexo da sociedade. (A alta) é um reflexo da polarização. A internet é uma caixa de ressonância", disse.

No Telegram, canais com milhares de membros misturam discurso político com racismo, preconceito contra nordestinos e até símbolos neonazistas. Na mesma rede, há um grupo que defende a separação do Sul do restante do País. O Telegram foi procurado para comentar a hospedagem de grupos que disseminam esse tipo de conteúdo, mas não se manifestou.

RADICAIS

O pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Odilon Caldeira Neto, referência em estudos sobre extremismo no Brasil, afirma que a internet permitiu que radicais se mobilizem de maneira autônoma. Ele alerta que, na era virtual, não é mais preciso haver uma "instância organizativa", como um partido ou instituição formal. "O que a gente vê agora é a existência de células pequenas e indivíduos, em teoria isolados, que acabam sendo formados politicamente através dos meios digitais", diz.

Segundo o relatório da SaferNet, as denúncias relacionadas ao neonazismo cresceram 260% em 2018 e 740% em 2020, ambos anos eleitorais. Em 2022, contudo, houve uma queda abrupta de mais de 80% desse tipo de ocorrência. Segundo Thiago Tavares, a drástica redução indica que parte das células neonazistas migraram da internet aberta, onde podiam ser identificadas rapidamente, para a deep web, território de difícil fiscalização.

Recentemente, um deputado do PL do Mato Grosso do Sul levou o Mein Kampf, livro escrito por Adolf Hitler, para a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado. Em fevereiro, uma vereadora foi cassada sob alegação de quebra de decoro parlamentar em São Miguel do Oeste (SC) após denunciar uma suposta saudação nazista no município. Na ocasião, centenas de pessoas ficaram com o braço estendido durante a execução do hino nacional em frente a um batalhão do Exército, durante manifestação que pedia um golpe militar.

O professor Marcos Napolitano, do Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP), destaca que, no Brasil, os alvos de grupos extremistas nem sempre são os mesmos da Europa. "O discurso de ódio se volta contra grupos que são alvos de preconceitos sociais e raciais generalizados no País. Estamos falando dos nordestinos e dos negros, grupos vítimas de racismo sobretudo no Sul e Sudeste", afirma.

LIÇÃO

A preocupação com o avanço da intolerância no Brasil motivou o Ministério dos Direitos Humanos a se inspirar na experiência de outros países no combate ao extremismo. A pasta deve consultar medidas adotadas na Alemanha e Finlândia, inicialmente, e avalia importar ideias para o País.

Relator do recém-criado Grupo de Trabalho de combate ao discurso de ódio e ao extremismo, do Ministério dos Direitos Humanos, o advogado Camilo Onoda Caldas defende a "vacinação" de crianças contra a intolerância, com inserção de materiais sobre diversidade na grade escolar. "É necessário que conteúdos a respeito da diversidade e contra o discurso de ódio façam parte do processo pedagógico e educacional que existe nas escolas e nas universidades", afirma. É nesse contexto que o grupo pretende consultar a experiência de outros países.

Caldas afirma que, dentro do Grupo de Trabalho, o entendimento é que é importante haver "repressão e monitoramento desses grupos que se organizam na internet e promovem o seu discurso por meio das redes sociais".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma portaria do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (22), determinou a criação de um grupo de trabalho (GT) que tem como objetivo apresentar “estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo”. Entre os integrantes desse grupo está o influenciador Felipe Neto e a ex-candidata à vice-presidência Manuela d’Ávila (PCdoB). Algo em comum entre os participantes é a experiência com o ativismo na internet e os relatos de perseguição enquanto vítimas do discurso de ódio.

A Secretaria-Executiva do Grupo de Trabalho, que prestará o apoio administrativo, será exercida pela Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A participação no Grupo de Trabalho será considerada prestação de serviço público relevante e não remunerada. O Grupo de Trabalho terá duração de 180 dias, prorrogáveis se necessário.

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Além de Manuela e Neto, também estão no grupo:

- Patrícia Campos Mello, jornalista;

- Débora Diniz, antropóloga e pesquisadora;

- Pedro Hallal, epidemiologista;

- Camilo Onoda Caldas, advogado como relator;

- Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista;

- Débora Diniz Rodrigues, antropóloga;

- Esther Solano, doutora em ciências sociais;

- Felippe Mendonça, advogado;

- Guilherme Stolle Paixão e Casarões, doutor em ciência política;

- João Cezar de Castro Rocha, escritor e historiador;

- Isabela Oliveira Kalil, doutora em antropologia social;

- Letícia Maria Costa da Nobrega Cesarino, doutora em antropologia sociocultural;

- Dolores Aronovich Aguero, professora universitária e ativista feminista;

- Lusmarina Campos Garcia, teóloga;

- Magali do Nascimento Cunha; doutora em ciências da comunicação;

- Marcos Xukuru, cacique do povo indígena;

- Michel Gherman, doutor em história social;

- Nina Santos, pesquisadora em comunicação;

- Rosane da Silva Borges, jornalista e doutora em comunicação e linguagem;

- Ricardo Campos;

- Ronilso Pacheco, teólogo;

- Rosana Pinheiro-Machado, antropóloga;

- Rodney William Eugênio, doutor em ciências sociais.

A personalização da política é uma das principais causas do extremismo do eleitorado que vai votar em novembro. Enquanto os programas partidários são descaracterizados, o debate se empobrece com a busca por um candidato 'super-herói', pontuou a cientista política e pós-graduanda em Direitos Humanos na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Letycia Raila. 

A analista explica que o debate sobre a desvalorização dos partidos é antigo e interfere em democracias mais estabelizadas como os Estados Unidos, que elegeu Barack Obama com a identidade racial e, em seguida, Donald Trump com pautas mais conservadoras.  "Hoje a gente consegue perceber um cenário muito mais personalista nas eleições do que um debate de ideias e ideologias, de fato", assinala Raila.   

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Candidatos sustentam partidos 

Ela destaca que o fenômeno também se exemplifica na diminuição da visibilidade histórica do PSDB, que se enfraqueceu pela falta de quadros populares, enquanto partidos nanicos ganharam protagonismo em torno da figura de seus integrantes, como antigo PSL que elegeu Jair Bolsonaro (PL), e o crescimento do PT apoiado na imagem de Lula.  "Apesar da gente ter um debate sobre ideologias, como o comunismo, o liberalismo, o capitalismo e etc, não necessariamente a gente tem esse debate a nível governamental. Hoje você não sabe exatamente quais os pontos de ideias dos candidatos", criticou a estudiosa.   

Problemas reais deixados de lado 

Na visão de Raila, ainda não é muito claro se essa realidade representa um grande risco à democracia. No entanto, enxerga que há o prejuízo de criar um eleitor que sempre espera por um 'super-herói' e deixa o debate dos reais problemas de lado.  Para o próximos eleitos ao Executivo, fica o desafio de conviver com seus opositores em um cenário inflamado e focar em trabalhar em prol da população.

O opositor russo preso Alexei Navalny e vários de seus colaboradores mais próximos são alvo de novas acusações de "extremismo" que podem levar a longas penas de prisão - anunciaram investigadores nesta terça-feira (28).

De acordo com um comunicado do Comitê de Investigação, responsável pelas principais investigações na Rússia, Navalny e seus aliados foram acusados de terem "criado e dirigido uma organização extremista", a qual pedia, de 2014 a 2021, "uma mudança de poder por meios violentos".

As organizações ligadas a Navalny foram proibidas em junho por extremismo, a apenas alguns meses das eleições legislativas realizadas em 19 de setembro.

O partido do presidente Vladimir Putin se proclamou vencedor nestas eleições, em meio a acusações de fraude e à flagrante ausência de qualquer forma de oposição real. As legendas políticas anti-Kremlin não puderam se apresentar.

Além de Navalny, estas novas investigações atingem Ivan Jdanov e Leonid Volkov. Ambos estão há meses no exílio.

As autoridades russas criticam o opositor e ativista anticorrupção de ter buscado "desacreditar os órgãos do Estado e suas políticas, desestabilizar a situação nas regiões, criar o desejo de protestar na população e convencer a opinião pública da necessidade de uma mudança de poder pela via violenta".

Se forem considerados culpados, Navalny, Jdanov e Volkov podem ser condenados a penas de 6 a 10 anos de prisão.

A França abriu uma investigação contra 76 mesquitas suspeitas de fomentar o extremismo e o que governo chama de "separatismo islâmico".

A operação foi chamada pelo ministro do Interior, Gérald Darmanin, como sem precedentes e, segundo ele, tem como objetivo combater a ameaça crescente do terrorismo religioso no país.

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"Seguindo minhas instruções, os serviços estatais vão lançar uma ação massiva e sem precedentes contra o separatismo islâmico", anunciou no Twitter Darmanin, encarregado da operação.

O risco de ataques do tipo ficou evidenciado após a decapitação do professor Samuel Paty, em outubro, nos arredores de Paris, por um jovem de origem chechena, depois que ele mostrou caricaturas do profeta Maomé durante uma aula, algo que é considerado idolotria pelos muçulmanos.

Poucas semanas depois, um jovem recém-chegado da Tunísia esfaqueou e matou três pessoas dentro da basílica de Nice - entre as vítimas, uma brasileira.

Darmanin disse que as 76 mesquitas, que estão entre os mais de 2.600 locais de culto muçulmanos na França, foram sinalizadas como possíveis ameaças aos valores republicanos da França e sua segurança.

Segundo o ministro, os templos serão fechados caso as suspeitas forem confirmadas.

"Existem em algumas áreas concentradas locais de culto que são claramente anti republicanos", disse Darmanin à rádio RTL. "Onde os imãs são seguidos pelos serviços de inteligência e onde o discurso vai contra os nossos valores."

O governo investigará o financiamento das mesquitas e os antecedentes de imãs considerados suspeitos e procurará evidências, entre outras coisas, de escolas corânicas, de estudos islâmicos, para crianças pequenas.

Darmanin não revelou quais locais de culto seriam inspecionados, mas em uma nota que enviou às autoridades regionais, a qual a AFP teve acesso, listou 16 endereços na região de Paris e outros 60 no resto do país.

O ministro também disse à RTL que o fato de apenas uma fração dos cerca de 2.600 locais de culto muçulmanos na França serem suspeitos de promulgar teorias radicais mostra "que estamos longe de uma situação de radicalização generalizada".

A operação acontece no momento em que Darmanin tenta evitar críticas ferozes a casos de brutalidade policial capturados por câmeras, que forçaram o governo a revisar o projeto de lei que restringe a divulgação de imagens de policiais em ação.

O presidente francês, Emmanuel Macron, que vem adotando uma narrativa rígida contra o jihadismo, vem falando de uma crescente ameaça do "separatismo islâmico" e seu desafio à unidade da república francesa secular.

Segundo Macron, os principais valores franceses, como a liberdade de crença, igualdade de gênero e o direito de blasfemar estão ameaçados em determinadas comunidades.

"Diante desse mal que está consumindo nosso país, a França se recuperou com resiliência, com determinação", escreveu o presidente em uma carta ao jornal Financial Times em novembro.

A repressão do governo, no entanto, deixou alguns muçulmanos se sentindo cada vez mais segregados em seu próprio país. Líderes muçulmanos, apesar de terem declarado apoio à luta do governo contra o extremismo, alertaram para que a ação não confunda uma esmagadora maioria de fiéis com "fomentadores do ódio". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O resultado das eleições municipais deste ano fortaleceram os partidos que compõem o Centrão, que a partir de 2021 vai comandar 2,4 mil cidades do país, o que corresponde a 45% dos municípios brasileiros. Mesmo sendo o sustentáculo do presidente Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, esse resultado não se dá por conta de apoios ou trabalhos políticos por parte do chefe do Executivo, que viu seus apadrinhados perderem as eleições nos municípios, muitos já no primeiro turno.

A cientista política Priscila Lapa aponta que o presidente Bolsonaro pode ter aprendido algumas questões em relação a eleição municipal, como por exemplo a falta que uma estrutura partidária faz. Priscila diz que a partir de agora, o presidente pode ter um custo político maior para atrair aliados para a sua base.

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“Ele poderia ter angariado algumas alianças na eleição que facilitassem esse caminho em direção a reeleição dele em 2022. Quem sofre uma derrota são as eleições para os extremos de discurso radical, a ideologia fazendo toda a modelagem”, explica. 

O cientista político e professor da Faculdade Damas, Elton Gomes, explica que Bolsonaro, assim como o ex-presidente Lula, principal líder da esquerda brasileira, enfrentam uma rejeição no país e foram maus cabos eleitorais desse processo político eleitoral de 2020. 

O Centrão, que fez uma grande quantidade de prefeituras e que elegeu a maior parte dos legisladores municipais, que são os vereadores, tornou-se mais importante e hoje, Bolsonaro que se elegeu criticando o Centrão, é cada vez mais dependente dele para sobreviver no cargo, aprovar legislação do interesse do Executivo e para executar a reeleição em 2022. 

O cientista aponta que, muito embora exista uma rejeição ao bolsonarismo verificado nas principais praças do Brasil, isso precisa ser contextualizado. 

“Inicialmente, a gente pode dizer que o presidente da República se prejudicou enormemente pelo fato de não possuir uma legenda, que é algo inédito na história política brasileira. Muito mal assessorado e extremamente inabilidoso do ponto de vista da arena política mais complexa, porque ele vinha de um setor do baixo clero, de um nicho de deputados que lhe permitiu sucessivas eleições, mas nunca fez parte do grande acordo nacional, nunca fez parte do sistema de barganhas e trocas que caracteriza para valer o sistema de presidencialismo de coalizão brasileiro”, diz Elton.

“O outro ponto é que o antipetismo continua com uma força muito expressiva no Brasil. O PT não elegeu nenhum prefeito nas capitais”, complementa.

No entanto, o professor acentua que a rejeição é um dos fenômenos mais importantes das democracias contemporâneas que passam por essa crise de representatividade. “Tome por exemplo o que aconteceu recentemente nos Estados Unidos. A vitória de Joe Biden se deveu, em grande medida, a enorme rejeição a figura polêmica do presidente Donald Trump, que permitiu uma aliança entre todas as forças de esquerda dos EUA. Você tem aqui no Brasil a rejeição sendo um determinante para você saber quem é que vai ser eleito, principalmente em cargos majoritários”, aponta. 

Elton reforça que as redes sociais são um canal para poder compartilhar o ódio e poder manifestar as insatisfações, neste caso do universo político, e isso potencializa o fenômeno da rejeição no Brasil e no mundo.

“Em geral, têm sido eleito no Brasil e no mundo o candidato menos rejeitado, aquele que consegue fazer da sua campanha um instrumento para poder aumentar a rejeição contra o seu adversário e para poder atenuar a rejeição contra si. Isso aconteceu aqui em Recife, com a candidatura de João Campos instrumentalizando a rejeição ao lulopetismo para poder impedir a virada de Marília, que já vinha acontecendo, no segundo turno”, pontua.

Após fracassar sua ofensiva para deter as ações do Supremo Tribunal Federal (STF), o bolsonarismo propõe agora uma détente entre as instituições e procura isolar os grupos radicais que pregam "intervenção militar", com o fechamento do Congresso e da Corte. Nos círculos mais próximos do presidente, o movimento é justificado em razão da avaliação de que extremistas, como Sara Geromini, estariam "contaminando" os movimentos pró-governo.

A decisão de se descolar desses grupos veio após ações do STF que levaram extremistas à prisão e à quebra de sigilos de apoiadores e parlamentares bolsonaristas, além da prisão de Fabrício Queiroz, apontado pelo Ministério Público como operador financeiro de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no esquema das rachadinhas. Os grupos intervencionistas sempre foram tolerados e até dividiram carros de som com expoentes do bolsonarismo. Organizadores de atos pró-governo e aliados do presidente pregam agora que eles sejam isolados e rotulados como indesejados, como se fossem black blocs da direita.

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"Desde as Diretas-Já sempre tem um maluco com uma placa que diz bobagem. Esse pessoal com bandeiras inadequadas não representa o pensamento do grupo que apoia Bolsonaro", disse ao Estadão Luís Felipe Belmonte, terceiro na hierarquia do Aliança Pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar. Belmonte foi um dos alvos da ação da PF no caso das fake news. "Essa história de fechar Congresso e STF é uma conversa estúpida e sem nenhum fundamento. Não tem apoio no grupo do Bolsonaro."

Um dos fundadores do Avança Brasil, Newton Caccaos disse que os grupos radicais "atrapalham" com atitudes impensadas, como os fogos contra o STF. "Não sei qual é a da Sara Geromini, que já foi de esquerda, mas virou de lado. Não podemos ser confundidos com os mais radicais e intervencionistas."

A operação de retirada do bolsonarismo das pautas extremistas ocorre dois meses após o presidente ter ido a ato que defendia o golpe em frente ao quartel do Exército, em Brasília. A mudança pode ser vista nas redes sociais. Na quinta-feira, o youtuber Alberto Silva, do canal O Giro de Notícia, publicou vídeo no qual aparece vociferando contra "eles", sem especificar o alvo. "Eles fazem esse tipo de notícia como se nós fôssemos bandidos", disse, citando escândalos do noticiário nos últimos anos. "Aqui o dinheiro é lícito."

Dias antes, o canal de Silva apagou 148 vídeos, segundo levantamento de Guilherme Felitti, da empresa de análise de dados Novelo. Os títulos e descrições das obras removidas dão uma ideia de quem seriam "eles": a sigla STF aparece 251 vezes, sempre como alvo. Outros canais também moderaram o discurso. "Sou contra fechar o Supremo", disse em vídeo Adilson Dini, do Ravox Brasil, um dos investigados pela Justiça.

Os bolsonaristas apagaram 3,1 mil vídeos desde que o STF agiu contra o esquema que buscava emparedar a Corte, segundo os dados de Felitti. "É claro que o STF está agindo com base em uma demanda, porque a democracia vem sendo atacada. O problema é que a gente está concentrando o poder no Supremo. Qual a garantia de que isso não vai ensejar abusos?", indagou o cientista social Caio Machado, da Universidade de Oxford, que pesquisa desinformação e discursos de ódio no YouTube.

Colisão

Para o ex-ministro da Defesa Raul Jungmann, Bolsonaro se elegeu como representante da antipolítica e com as redes sociais. "Mas não se governa com a antipolítica ou com as redes." Ao se recusar a criar uma coalizão, Bolsonaro escolheu o que Jungmann chama de "presidencialismo de colisão", uma fórmula que está esgotada.

"Desarticulada pelo STF, a base digital dele perde capacidade de operar. Também ficou evidente que as Forças Armadas nunca estiveram à disposição de Bolsonaro (para aventuras)." Símbolo disso seria a passagem à reserva do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, após pressão do Alto Comando do Exército.

Com a pandemia, as ações do STF e a falta de apoio à ideia de um golpe, o presidente se veria, na análise do cientista político José Álvaro Moisés, em uma encruzilhada. "Ele não cria uma resposta coordenada e eficaz contra a crise da covid-19. Isso afeta todas as classes sociais."

É por isso que Bolsonaro lançou a détente, afastando-se de manifestações e demitindo Abraham Weintraub da Educação. Na Guerra Fria, a détente foi a política entre as superpotências - EUA e URSS - que visava a diminuir as tensões e o risco de uma guerra catastrófica. A détente bolsonarista serve para estancar a crise com o STF e o Congresso. Em encontro com Dias Toffoli, presidente da Corte, Bolsonaro disse: "O nosso entendimento pode sinalizar que teremos dias melhores para o nosso país".

Para Manoel Fernandes, sócio da consultoria Bites, Bolsonaro precisa manter a base mobilizada com confrontos. "Em breve vai arrumar outro inimigo." O alvo, então, pode ser um governador ou o resgate da pauta de costumes. Na guerra fria entre os Poderes, o STF e o Congresso têm suas armas - o primeiro, inquéritos criminais e o segundo, o impeachment. Bolsonaro sabe. E, por isso, adota o estilo Jair paz e amor. "O que ninguém sabe é até quando", disse Moisés.

Redes sociais

Jair Bolsonaro mantém a força nas principais redes sociais. Levantamento da consultoria Bites mostra, por exemplo, que em uma delas, o Facebook, ele obteve neste ano mais compartilhamentos do que o presidente americano, Donald Trump. Bolsonaro tem 10,5 milhões de seguidores, fez 990 publicações e conseguiu 20 milhões de compartilhamentos. Trump, com 28 milhões de seguidores, publicou 2.680 posts e teve 17 milhões de compartilhamentos.

Desde a posse, Bolsonaro somou 14 milhões de seguidores nas suas redes - hoje tem 37,4 milhões. Fez 8,7 mil posts e obteve 1 bilhão de interações. Ao mesmo tempo, segundo Manoel Fernandes, sócio da Bites, criou um sistema de comunicação em torno dele - só os cinco principais sites de propaganda em forma de notícia do bolsonarismo contaram 24 milhões de visitas em maio, enquanto seus influenciadores mantêm de 400 mil a 2 milhões de seguidores no YouTube.

Mas nem tudo são rosas para o bolsonarismo. A radicalização dele criou um movimento - ainda difuso - de oposição. De 15 de março a 25 de junho, Bolsonaro teve 38,7 milhões de menções no Twitter associadas a hashtags positivas e 17,2 milhões negativas. "Um dado importante é a quantidade de perfis únicos que produziram as hashtags, incluindo as repetições. São 7,1 milhões de bolsonaristas e 8,2 milhões de perfis de oposição. Tem mais gente de oposição falando do que bolsonarista. Os bolsonaristas falam mais vezes", disse Fernandes. Para ele, os números mostram que só uma oposição unida e com um líder claro pode derrotar Bolsonaro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo menos 30 pessoas morreram e várias mulheres e crianças foram sequestradas neste domingo à noite (10) em um ataque jihadista no estado de Borno, nordeste da Nigéria, onde o grupo Estado Islâmico da África Ocidental (Iswap) está presente.

Os insurgentes "mataram nada menos que 30 pessoas, a maioria gente que viajava pela estrada entre Maiduguri e Damaturu, e incendiaram 18 veículos", informou em comunicado Ahmad Abdurrahman Bundi, porta-voz do governo local.

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Segundo ele, "muitas mulheres e crianças também foram sequestradas".

O ataque aconteceu na altura do povoado Auno, a 25 quilômetros da capital do estado, Maiduguri.

Nesta segunda-feira, havia dezenas de caminhões, ônibus e carros incendiados na beira da estrada, constatou um jornalista da AFP.

Um membro das milícias que colaboram com o Exército nigeriano para combater os extremistas islâmicos indicou que cerca de 30 veículos foram queimados.

"Muitos caminhoneiros e seus ajudantes morreram, queimados vivos enquanto dormiam", disse Babakura Kolo à AFP.

Os atacantes também se apoderaram de três ônibus que estavam indo para Maiduguri.

"Não sabemos quantas mulheres e crianças foram sequestradas, mas é uma quantia importante", acrescentou Kolo.

Depois disso, os agressores saquearam o povoado de Auno e atearam fogo ao que viam pela frente.

A autoria do ataque não foi reivindicada, mas a região tem uma forte presença do ISWAP, uma facção do grupo armado Boko Haram que se dividiu em 2016.

Nas últimas semanas, esse grupo cometeu vários ataques e sequestros nas estradas da região nordeste.

O grupo geralmente instala postos de controle militares falsos nas estradas, vestindo uniformes de soldados para parar veículos e, depois, sequestrar passageiros, ou roubar cargas de caminhões.

No início de dezembro, 14 pessoas, incluindo dois trabalhadores humanitários, foram sequestradas na localidade de Jakana. No mês passado, quatro soldados nigerianos foram mortos, e sete ficaram feridos, quando os jihadistas atacaram seu posto em Auno.

Recentemente, as Nações Unidas alertaram para um aumento no número de ataques no nordeste da Nigéria, em particular devido à estratégia de "supercampos militares" do Exército nigeriano. Esta força armada reuniu suas tropas em alguns pontos específicos, em uma enorme região, onde a infraestrutura é pobre, ou mesmo inexistente.

Populações e ONGs denunciam regularmente essa tática, que deixa áreas inteiras do território desprotegidas, com milhões de pessoas vivendo em insegurança, sem proteção do Estado e sem acesso à ajuda humanitária.

O conflito entre as Forças Armadas nigerianas e o Boko Haram matou 35.000 pessoas e deslocou cerca de dois milhões desde 2009.

O papa Francisco e o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestaram-se claramente contra o fanatismo religioso, por ocasião de um encontro no Vaticano nesta sexta-feira (20).

"Não podemos, não devemos virar os olhos quando os fiéis de diferentes confissões são perseguidos, em diversas partes do mundo", defendeu o papa em um vídeo comum.

Ele criticou "o uso da religião para fins de ódio, violência, opressão, extremismo e fanatismo cego, ou com o objetivo de forçar o exílio e a marginalização".

"Nossa reunião é particularmente significativa neste período de Natal", disse Guterres. "É um período de paz e de boa vontade, e fico triste de constatar que as comunidades cristãs - incluindo algumas das mais antigas do mundo - não podem celebrar Noel com toda segurança", condenou o secretário-geral da ONU.

Francisco entregou a seu convidado uma cópia de um texto sobre a "fraternidade humana", assinado em fevereiro de 2019 com o grande imã sunita do instituto egípcio Al-Azhar, o xeque Ahmed al-Tayeb, em uma visita aos Emirados Árabes Unidos.

Considerado uma etapa marcante no diálogo entre cristãos e muçulmanos, este texto faz um apelo pela liberdade de crença e de expressão, pela proteção dos lugares de culto e defendeu a plena cidadania para as "minorias" discriminadas.

Guterres classificou a declaração como "histórica" e "extremamente importante, já que somos testemunhas de ataques tão dramáticos contra a liberdade religiosa e a vida dos fiéis". Ele disse ainda que a ONU lançou um plano de ação para proteger os lugares religiosos, assim como uma estratégia para lutar contra o discurso de ódio.

A justiça russa condenou nesta sexta-feira (6) um estudante e blogueiro a três anos de prisão, mas com suspensão condicional da pena, por "extremismo", uma pena considerada clemente em um caso que gerou grande mobilização no país.

Egor Yukov, de 21 anos e estudante da prestigiosa Alta Escola de Economia (HSE) de Moscou, que tem 154.000 seguidores no YouTube, foi detido após sua participação em um protesto não autorizado da oposição em julho em Moscou.

Ele foi acusado de "incitação" ao extremismo pelo conteúdo de alguns de seus vídeos, nos quais defende "lutar brutalmente contra o sistema".

"A culpa do acusado está confirmada", afirmou a juíza de um tribunal de Moscou, que citou "sentimentos de ódio e repúdio ante a ordem constitucional".

Mas ao condená-lo a três anos de prisão com suspensão condicional, quando a Promotoria desejava quatro anos de detenção, a juíza foi mais clemente que o esperado em um caso que chamou a atenção na Rússia.

Vários simpatizantes de Yukov estavam reunidos no tribunal para manifestar apoio.

Outras pessoas detidas após a participação nas manifestações organizadas durante o verão em Moscou também serão julgadas.

Os manifestantes protestaram contra o veto a vários candidatos de oposição nas eleições locais de setembro.

A maioria dos protestos não foi autorizada. No total, 2.700 pessoas foram detidas e várias foram condenadas a penas de até quatro anos de prisão.

Durante uma caminhada na manhã deste domingo, 30, na Avenida Paulista, centro financeiro de São Paulo, a candidata da coligação Rede-PV, Marina Silva, manifestou preocupação com o momento político difícil que passa o País, onde candidaturas de direita e de esquerda "flertam" com o autoritarismo. "Vamos usar a liberdade que temos não para votar pelo medo, mas votar para melhorar, unir e pacificar o Brasil. Eu estou pronta para unir o Brasil e pacificar o Brasil. É uma escolha dos brasileiros. O Brasil não pode cair nos extremos", disse Marina.

Acompanhada de seu vice, Eduardo Jorge, a candidata disse que segue lutando para que a população escolha "um caminho justo, de paz e bom para todos". Marina lamentou que os extremos, nessa reta final da campanha, tentam impor sua visão de mundo e apelou para que o Brasil demonstre que não quer projetos autoritários, seja de um campo ou de outro. "As leis e as instituições têm de ser respeitadas e é por isso que estamos aqui, para dizer que não queremos nenhum retrocesso", reforçou.

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Marina reiterou o compromisso com a democracia, com o direito à livre manifestação de todos e defendeu uma nova governabilidade, "sem toma lá dá cá, sem autoritarismo". A candidata rechaçou projetos de governo que se aproximam do governo venezuelano e as posições políticas do candidato Jair Bolsonaro (PSL) que, publicamente, já demonstrou seu desrespeito com mulheres, negros, índios e homossexuais.

Para Marina, esse é o momento de reafirmar os princípios democráticos. "Não podemos, em hipótese alguma, abrir mão da nossa liberdade. Não se troca liberdade por segurança. Em um país em que se troca liberdade por segurança, é o lugar mais difícil e mais perigoso que existe de se viver", completou.

A candidata foi surpreendida pela homenagem espontânea de um grupo de forró que se apresentava na Avenida Paulista. Marina, que nesta campanha é sempre bem recebida pelo público em todos os lugares por onde passa, ouviu do grupo a canção "Asa Branca". Em seguida, o cantor fez um breve discurso chamando o eleitorado à responsabilidade de votar em Marina. "Se jogar o voto fora, depois não precisa reclamar não", declarou o artista de rua.

Em retribuição, Marina declamou um trecho do cordel de Zé Vicente da Paraíba, "O Autor da Natureza", musicado por Alceu Valença:

"O que chama demais minha atenção

É um touro raivoso na arena

Uma pulga do jeito que é pequena

Desafiar a braveza de um leão

Na picada ele logo se levanta

Pra coçar-se depressa com certeza

Tudo isso mostrando

O quanto é grande e suprema a natureza"

Na saída de evento na capital paulista, o candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, gravou vídeos para os seus eleitores e ressaltou que tem ficha limpa, além de condições de pacificar a família brasileira. "Esse extremismo é muito negativo", enfatizou.

As declarações vieram na tentativa de minimizar a polarização entre eleitores de Jair Bolsonaro (PSL) e do PT, representado por Fernando Haddad. Os dois candidatos lideram as pesquisas de intenção de voto para o Planalto.

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Sobre a agenda do dia, Ciro declarou que está disposto a focar na melhora da saúde brasileira. "Me reuni com representantes do setor da saúde, recebi pleitos importantes e saí com claras intenções de ajudar", afirmou.

O Facebook tornou-se um lugar fértil para posts com conteúdo violento e terrorista, admitiu a empresa, revelando que a quantidade de fotos e mensagens extremistas se multiplicaram em apenas três meses.

A rede social, que tem mais de 2 bilhões de usuários, divulgou pela primeira vez nesta terça-feira (15) seus números mostrando os níveis de postagens banidas e bloqueadas, do spam ao extremismo, no site.

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No total, 3,4 milhões de posts e imagens com conteúdo violento foram removidos ou bloqueados no site nos primeiros três meses deste ano. Este número representa um aumento impressionante de 183%.

A rede social, porém, diz que conseguiu aumentar a quantidade de conteúdo eliminado com as novas ferramentas baseadas em inteligência artificial, que foram usadas para encontrar e moderar material impróprio sem precisar que usuários individuais marcassem o post como suspeito.

Esse recurso funcionou muito bem contra o conteúdo como contas falsas e spam, diz o Facebook. "Este é o começo da jornada e não o dela, e estamos tentando ser o mais aberto possível", disse o vice-presidente de políticas públicas do Facebook para a Europa, Oriente Médio e África, Richard Allan, em comunicado.

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Um homem de Londres, no Reino Unido, foi sentenciado a sete anos de prisão por terrorismo por compartilhar conteúdo sobre o Estado Islâmico (EI) no Facebook e encorajar internautas a se unirem ao grupo extremista. Segundo as autoridades, Mohammed Kamal Hussain atuava também pelos aplicativos WhatsApp e Telegram.

A investigação começou quando um homem de identidade não divulgada contatou as autoridades inglesas com a cópia de uma mensagem privada que tinha recebido no Facebook enviada por Mohammed Kamal Hussain.

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No bate-papo, o extremista convidava o internauta a se juntar ao EI. A polícia descobriu que Mohammed, de 28 anos, era o autor dos textos, tendo postado diversos tipos de conteúdo elogiando o grupo terrorista na internet.

Segundo a imprensa britânica, no computador de Mohammed também foram encontradas receitas para a fabricação de bombas. Nascido em Bangladesh, ele teve o seu pedido de renovação de visto de permanência no Reino Unido recusado em 2014, mas continuou no país ilegalmente, em Londres.

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O Facebook está pagando para que vítimas do terrorismo conversem com as pessoas que compartilham material extremista online. Os extremistas estão sendo contatados pelo Messenger, aplicativo de bate-papo que pertence à empresa de Mark Zuckerberg.

O teste foi pago pelo Facebook, mas administrado pela organização que atua contra o extremismo Institute for Strategic Dialogue (ISD). A ISD utilizou um software para escanear várias páginas de extrema direita e islâmicas no Facebook e, em seguida, procurou o perfil de algumas pessoas para encontrar mensagens ou postagens de ódio.

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Ao entrar em contato com essas pessoas através do Messenger, a organização busca imitar a estratégia de recrutamento dos próprios grupos extremistas.

Aproximadamente metade dos usuários selecionados para participar do teste tinha demonstrado apoio para o extremismo islâmico. Das 569 pessoas que tiveram uma conversa com uma das vítimas, 76 pareceram mostrar sinais de impacto positivo, disseram os pesquisadores à BBC.

Um encarregados de se comunicar com os extremistas foi Colin Bidwell, que sobreviveu a um ataque terrorista na Tunísia em junho de 2015, no qual 38 pessoas foram mortas. Usando um perfil falso, Bidwell falou com pessoas que pareciam apoiar o extremismo islâmico e foi encarregado a desafiar seus pontos de vista.

Ele e outros 10 prestadores do serviço, que incluem ex-extremistas, sobreviventes ou conselheiros, receberam cerca de R$ 100 por cada hora trabalhada durante uma semana. O expediente diário era de oito horas.

As redes sociais são um dos espaços de recrutamento mais utilizados por grupos extremistas. Embora essa experiência tenha tido apenas impacto em 1% dos casos, os responsáveis pelo programa piloto acreditam que é preciso que agir nestes plataofrmas e agora eles estudam como expandir o projeto para outros países.

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Sete em cada dez assassinatos de grupos extremistas foram causados por supremacistas brancos nos Estados Unidos em 2017. O dado foi divulgado na noite de ontem (17) pela Anti-Defamation League (conhecido pela sigla ADL - Liga Anti-Difamação, em tradução livre), ONG que combate o antissemitismo e o racismo. Em números totais, as mortes causadas por esse grupo de pessoas é maior do que assassinatos cometidos por extremistas islâmicos.

De acordo com o relatório, os supremacistas foram responsáveis por 18 das 34 mortes ligadas à grupos extremistas em 2017 enquanto 9 foram de responsabilidade de terroristas islâmicos. Outro número evidenciado no relatório é o ranking de homicídios provocados por ações extremistas: 2017 teve o quinto maior número de mortes dessa natureza desde 1970. Os Estados Unidos tem 917 grupos radicais em atividade, segundo o documento. “Quando supremacistas brancos e outros extremistas estão mais encorajados e encontrar novos públicos para os seus pontos de vista cheios de ódio, a violência ganha espaço", afirmou o diretor da ONG, Jonathan Greenblatt.

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Por outro lado, o relatório aponta crescimento no número de assassinatos cometidos por nacionalistas negros. Cinco crimes foram atribuídos a grupos desse tipo. O relatório finaliza chamando atenção para o combate ao racismo como única forma de diminuir esses números.

14 pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas durante um ataque a cristãos na cidade de Omoku, na região de Port Harcourt, no sul da Nigéria.

O ataque aconteceu quando dois grupos saíram de duas missas que aconteceram na madrugada desta terça-feira (2). Segundo a polícia local, extremistas religiosos armados abriram fogo contra os grupos de fiéis.  

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De acordo com o jornal local Nigeria Independent, os atiradores coordenaram o ataque para atuar em dois lugares diferentes simultaneamente.   

Os autores dos disparos ainda estão foragidos.

 Apesar da região de Port Harcourt ser conhecida por conflitos com grupos criminosos devido a abundancia do petróleo, o ataque aos cristãos não foi associado a nenhuma facção conhecida.  

O YouTube removeu milhares de vídeos do clérigo radical americano de origem iemenita Anwar al-Awlaki, em um passo significante para a campanha anti-extremismo do serviço que pertence ao Google. Segundo o jornal britânico The Guardian, esta é a primeira vez que o site tomou uma ação concentrada contra uma pessoa em particular.

O extremista foi morto em 2011 por um ataque de avião não-tripulado da CIA no Iêmen, deixando para trás uma biblioteca substancial de sermões, palestras e ensaios no YouTube. Seus discursos mais radicais incentivam explicitamente a violência contra os norte-americanos.

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A política anti-extremista do site, porém, proíbe explicitamente os vídeos que incitam o terrorismo ou a violência. Mas as regras não abrangem o que fazer no caso de o trabalho de uma pessoa que infringe a norma ser enviado ao serviço por outras pessoas.

Agora, o Google decidiu que todo o trabalho de Awlaki representa uma exceção à regra. De acordo com o jornal americano The New York Times, uma busca por Awlaki em 2016 exibiu cerca de 70 mil vídeos. A mesma pesquisa atualmente mostra menos de 20 mil, a grande maioria dos quais são sobre Awlaki, em vez de ser ele próprio falando.

Sob a pressão de governos de todo o mundo para combater o extremismo online, o Twitter informou que suspendeu quase 300 mil contas globalmente ligadas ao terrorismo durante o primeiro semestre deste ano. Segundo a rede social, seus controles internos estão lhe permitindo apagar perfis usados com este propósito antes mesmo que surjam pedidos governamentais para encerrá-las.

Juntamente com o Facebook e o YouTube, o Twitter criou ferramentas de automação que rapidamente identificam conteúdo extremista ou materiais violentos dentre milhões de mensagens enviadas todos os dias. Só o Facebook tem cerca de 7.500 funcionários que filtram esses vídeos e postagens problemáticos.

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O Twitter disse que cerca de 75% das contas bloqueadas este ano foram detectadas antes que a pessoa por trás delas postasse seu primeiro tuíte. "Nossas ferramentas anti-spam estão ficando mais rápidas, mais eficientes e inteligentes", disse o microblog, em comunicado.

A rede social disse que recebeu cerca de 3% a mais de ordens judiciais para remover conteúdo publicado pelos usuários no primeiro semestre deste ano, em comparação com os últimos seis meses de 2016. Cerca de 90% dos pedidos de remoção vieram da Turquia, Rússia, França e Alemanha.

Centenas de pessoas se reuniram no campus da Universidade de Virgínia para uma vigília contra o ódio e a violência dias depois da manifestação violenta de supremacistas brancos que resultou em três mortes.

Os manifestantes se reuniram pacificamente no mesmo lugar em que centenas de nacionalistas brancos marcharam na sexta-feira, quando várias brigas irromperam.

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O grupo de manifestantes caminhou lentamente pelo campus nesta quarta-feira antes de cantarem e fazerem um minuto de silêncio pelas mortes em Charlottesville. Fonte: Associated Press.

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