Na manhã desta terça-feira, dia 15, Alice Wegmann participou do Encontro e bateu um papo com Patrícia Poeta sobre a estreia de Rensga Hits na TV Globo. A série já estava disponível no Globoplay, mas agora também poderá ser vista na televisão aberta.
A atriz, que coleciona uma série de papéis no currículo, começou a conversa refletindo sobre o seu amadurecimento profissional e detalhou o que a personagem Raíssa representa para ela.
##RECOMENDA##- Eu acho que a gente vai cada vez mais se apaixonando por essa profissão, porque tem sempre uma surpresa. A minha voz mudou, acho que eu mudei muito ao longo desses anos. A gente vai amadurecendo nas telinhas também. De certa forma, as pessoas que acompanham a gente também estão mudando. É muito lindo olhar para trás e reconhecer os erros e também as conquistas. A gente está estreando Rensga Hits!, que é uma série maravilhosa, faço uma cantora sertaneja, a gente já estreou ano passado na Globoplay e agora estreando na TV Globo dia 21. É uma série que a personagem é muito solar, eu vinha de personagens um pouco mais intensas, densas, eu estava muito em busca desse sol. A Raíssa veio como um sol na minha vida. Acho que foram grandes oportunidades de fazer personagens muito diferentes e eu gosto muito de gente. Acho que é através da arte que a gente acaba estudando um pouquinho mais.
Ao ser questionada se sempre gostou de cantar, a artista contou como é a sua relação com a música e como foi a preparação para a personagem:
- Eu sempre gostei muito de música. Acho que, depois do povo brasileiro, o que o Brasil tem de melhor é a nossa música. Digo incluindo todos os gêneros. Sempre ouvi muita MPB e o sertanejo entrou na minha vida tem uns três ou quatro anos, que eu ouvia com mais força. Foi muito legal entrar nesse universo, eu não cantava antes. Eu tocava um pouquinho de violão, cantava um pouquinho no meu chuveiro e a gente fez umas duas semanas de aula de canto intensivão. Chegamos em um lugar muito legal, quem fez a produção musical foi o Dudu Borges, que é um grande produtor musical. Acho que as músicas são chiclete, todo mundo fica com elas na cabeça durante um bom tempo.
Alice também está no elenco da segunda temporada da série Justiça, que toca em temáticas sensíveis ao falar sobre violência contra a mulher.
- É muito difícil a gente falar sobre Justiça em um país como o Brasil. É muito delicado. Eu acho que essa série já na primeira temporada levanta muitos questionamentos e debates muito importantes que o nosso país precisa falar mais sobre. É uma série que faz a gente questionar o que é certo e errado, até que ponto a gente pode ir. O Justiça traz várias histórias diferentes desses exemplos de situações que a gente vive aqui.
Ao comentar sobre a produção, a artista explicou sua personagem:
- Uma das histórias que vem nessa nova temporada é a da Carolina, que eu faço. É uma personagem abusada pelo tio. Isso acontece em um período de dois anos, ela vai embora para fugir da cidade dela. Quando volta, o tio continua tentando de alguma forma assediá-la. Tentando não, conseguindo. Ela se vê muito perdida, porque está sozinha em uma família que não reconhece aquilo que está acontecendo. Ela não tem muito bem com quem contar, isso acaba tensionando ainda mais, a vida dela toma rumos inimagináveis. É uma história muito envolvente, porque de alguma forma infelizmente muitas das mulheres vão se identificar. Acho que a gente tem falado cada vez mais sobre abusos, assédios, estupros que acontecem com uma frequência muito grande aqui no Brasil. Sinto que de alguma forma essa história vai dar uma chacoalhada também nesse assunto que é necessário. A gente precisa cada vez mais falar sobre isso, expor esse tipo de situação.
Em uma publicação feita em julho para divulgar a série, a atriz revelou aos seguidores que sofreu abuso. Ao relembrar o desabafo, ela explicou:
- Nesse meu relato nas redes sociais, eu abri isso justamente por saber que muitas das minhas amigas já passaram por isso, acho que a grande maioria, infelizmente. Sinto que a gente ainda tem muita dificuldade de falar, de assumir, porque a vergonha é muito grande. A gente sente culpa sobre uma coisa que a gente não tem. As feridas estão muito abertas ainda. Quanto mais a gente fala, mais isso vai se curando.