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O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol, Otávio Noronha, indeferiu na manhã desta terça, dia 16 de março, o pedido de impugnação da partida do Sport contra a Juazeirense, em jogo válido pela Copa do Brasil.

Otávio Noronha indeferiu o pedido de impugnação do jogo - que teve uma série de fatos suspeitos - e determinou envio da cópia dos autos para a Procuradoria analisar possíveis infrações disciplinares, consideradas gravíssimas.

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Para o presidente do STJ, o Sport não poderia se recusado a atender a decisão e a determinação do árbitro de retorno ao campo para o reinício da partida, visto que os dispositivos do Regulamento Geral de Competições (RGC) "são claríssimos no sentido de que cabe somente ao Árbitro determinar se há ou não condições de jogo".

Confira abaixo a íntegra da decisão do presidente Otávio Noronha:

“A peça Exordial é certo modo heterodoxa, visto que a um só tempo deduz pedido de impugnação de partida e requer a instauração de inquérito, sendo que cada um dos procedimentos tem um rito próprio, que são absolutamente incongruentes entre si.

Não há dúvida, porém, que diversos dos fatos ocorridos na partida e alardeados pelo Clube Impugnante são dignos de criteriosa apuração, por constituir, em tese, um sem número de infrações disciplinares gravíssimas e que não poderão escapar ao crivo da Justiça Desportiva.

Neste cenário, determino de ofício que se extraiam cópias destes autos, e que se autue em separado um novo expediente, relativo às notícias de infração trazidas e do requerimento de instauração de inquérito, abrindo-se, incontinenti, vista à Procuradoria Geral de Justiça Desportiva, na forma do §2° do art. 81 do CBJD.

Prossigo, então na apreciação da admissibilidade da Impugnação de Partida formulada pelo Sport Recife.

Da interpretação sistemática do CBJD, notoriamente dos seus artigos 84 e 259, §1°, erigiu-se o entendimento uníssono deste Tribunal, no sentido de que somente se admite a Impugnação ao resultado de Partida nas hipóteses de acontecimento de erro de direito relevante o suficiente para alterar o resultado do certame.

No presente caso, o Sport Recife sustenta fundamentalmente que o árbitro do jogo andou mal ao declarar a vitória do Juazeirense por 3 a 2, por entender e sustentar, que na forma do RGC, tendo o Clube Mandante sido na realidade, o responsável pela suspensão da partida, seria o caso de se declarar a sua derrota pelo score de 3 a 0.

Sucede, com todas as vênias, que a sustentação do Clube Impugnante está em total descompasso com os fatos ocorridos e parte de uma premissa absolutamente equivocada.

É que malgrado haja notícia do acontecimento de diversos fatos deletérios e repugnantes havidos na partida, e que serão, com toda a certeza, objeto de criteriosa apuração por esta Corte Desportiva, a Equipe do Clube Impugnante, de forma alguma poderia ter agido no exercício arbitrário de suas próprias razões, recusando-se peremptoriamente a atender a decisão e a determinação do árbitro de retorno ao campo para o reinício da partida.

Ora, o próprio Clube Requerente indicou em sua Exordial os dispositivos do RGC, que são claríssimos no sentido de que cabe somente ao Árbitro determinar se há ou não condições de jogo, colacionando outrossim, precedente deste STJD nesse sentido.

Assim, é que ao contrário do que narra o Impugnante em sua Petição, a partida não foi encerrada por falta de condições de jogo, mas pela recusa de sua Equipe de retornar à partida, em franca desobediência à autoridade do árbitro.

Veja-se que o que consta da súmula é corroborado pelo relato do Delegado da Partida Jurandy Ribeiro da Silva.

Registre-se que os documentos juntados e os vídeos acessíveis pelo link fornecido pela defesa da Impugnante, em nada contribuíram para ilidir a presunção de veracidade e legitimidade do relato contido nos documentos lavrados pela equipe de arbitragem. Inteligência do art. 58 do CBJD.

Muito ao contrário, o que se vê é realmente a resistência e a desobediência da delegação da Equipe impugnante, inconformada com a decisão do árbitro, no sentido de que havia condição de jogo, e que a partida deveria retornar para seus quatro minutos finais.

Veja-se aliás, que discutir se havia ou não condições de luminosidade adequadas para a retomada da partida, é questão que além de escapar à competência deste Tribunal, à luz do que dispõe o RGC, no sentido que esta é uma atribuição do árbitro, significaria ingressar na reanalise de questão de fato, o que é vedado na sede deste procedimento de fundamentação vinculada e restrita que é a Impugnação de Partida.

Para que fique absolutamente claro: Nenhum dos lamentáveis fatos alegados pelo Impugnante, ainda que ao final comprovados, justificaria o verdadeiro motim de sua delegação, que ao fim e ao cabo, parece mesmo ter abandonado a partida, o que, aliás, em tese, encerra inclusive infração prevista no CBJD, a ser apurada pela PGJD.

Dispõe o inciso III, do §2º, do artigo 84 do CBJD, que o Presidente do Tribunal competente deverá indeferir liminarmente a inicial do procedimento de impugnação de resultado de partida, quando faltar condição para sua iniciativa.

“Art. 84 (...) 2º A petição inicial será liminarmente indeferida pelo Presidente do Tribunal competente quando: (NR).

III - faltar condição exigida pelo Código para a iniciativa da impugnação;”

É justamente o que ocorre no presente caso à luz da fundamentação acima lançada.

Tudo isso posto, INDEFIRO a Exordial, na forma do impositivo previsto no inciso III, do §2º do art. 84 do CBJD.

Determino de ofício se extraiam cópias destes autos, e que se autue em separado um novo expediente, relativo às notícias de infração trazidas e do requerimento de instauração de inquérito, abrindo-se, incontinenti, vista à Procuradoria Geral de Justiça Desportiva, na forma do §2° do art. 81 do CBJD.

Determino outrossim, que se dê ciência à PGJD acerca dos atos perpetrados pela Equipe do Sport, aqui Impugnante, e que, em tese, podem configurar infração ao art. 205 do CBJD. 

Transitado em julgado, arquive-se”, despachou o presidente do STJD do Futebol.

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu nesta segunda-feira, 15, da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou a quebra do sigilo fiscal e bancário do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e de outras 94 pessoas e empresas investigadas no chamado "inquérito das rachadinhas".

No documento, a PGR pede que o caso seja levado ao Supremo Tribunal Federal. Na avaliação do procurador Roberto Luís Oppermann Thomé, que assina o recurso extraordinário, a análise no STJ está "esgotada". No entanto, para chegar ao Supremo, o recurso ainda precisa ter a admissibilidade reconhecida no próprio Superior Tribunal de Justiça - pelo presidente da Corte, Humberto Martins, ou vice-presidente, Jorge Mussi.

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Ao STJ, Thomé também sustenta que não houve nulidade no pedido do Ministério Público do Rio para quebrar os sigilos dos investigados.

No final de fevereiro, pelo placar de 4 votos a 1, a Quinta Turma do STJ determinou que os investigadores do Ministério Público do Rio retirem da apuração todas as informações obtidas a partir da devassa nas contas de Flávio Bolsonaro e dos demais alvos da medida. A decisão foi tomada em conjunto pelos ministros João Otávio de Noronha, Reynaldo Soares da Fonseca, Ribeiro Dantas e José Ilan Paciornik. Apenas o relator do caso, Felix Fischer, defendeu as quebras de sigilo, mas acabou isolado no julgamento.

A decisão é considerada pelos procuradores o maior revés desde a abertura do inquérito, há mais de dois anos. Os ministros ainda vão analisar, na próxima terça, 16, dois outros recursos apresentados pela defesa do senador que podem implodir as investigações sobre o suposto esquema de desvio de salários no gabinete de Flávio Bolsonaro durante os mandatos como deputado estadual no Rio de Janeiro.

Os pedidos restantes miram no compartilhamento de informações pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) com o Ministério Público do Rio e as decisões tomadas pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio, desde o início das investigações.

Em relação ao Coaf, os advogados alegam que houve quebra dos sigilos bancário e fiscal sem autorização judicial. No caso de Itabaiana, a defesa do senador argumenta que, após a Justiça do Rio reconhecer o foro privilegiado de Flávio, as decisões do magistrado no caso devem ser anuladas.

O desembargador João Pedro Gebran Neto, relator das ações da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), afirmou que a revisão de decisões e condenações no âmbito da operação não conseguem 'sombrear a qualidade e retidão' do que foi decidido pelo colegiado ao longo dos sete anos da investigação. O desagravo foi lido na sessão de quarta, 10, após a Lava Jato sofrer sucessivas e impactantes derrotas no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na segunda, o ministro Edson Fachin anulou as quatro ações penais contra Lula no Paraná, duas delas, envolvendo o triplex do Guarujá e o sítio de Atibaia, já haviam sido julgadas pelo TRF-4. No dia seguinte, a Segunda Turma do STF retomou o julgamento sobre a suspeição de Sérgio Moro no caso do triplex, discussão que abre brechas para contaminar os processos de outros réus da Lava Jato.

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Gebran Neto é responsável pelos casos da operação em segunda instância e foi quem relatou o voto que aumentou as duas condenações de Lula na Lava Jato. No caso do sítio de Atibaia, a pena do petista subiu de 12 para 17 anos de prisão e, no processo do triplex, saltou de nove para 12 anos de reclusão.

Às vésperas do aniversário de sete anos da operação, o desembargador abriu a sessão relembrando que a investigação 'desvelou o maior escândalo de corrupção da história deste país', mas que não há nada a se comemorar, 'somente destacar o sentimento de termos dignamente cumprido a Constituição Federal'.

"Por vezes decisões podem ser reformadas, porém, nenhuma revisão de decisões tem o apanágio de sombrear a qualidade e a retidão daquilo que foi desenvolvido nesta Corte. Muito menos trazer conotações ou ofensas pessoais, mas tão somente indicar a interpretação diversa sobre o direito pleiteado", afirmou.

No discurso, Gebran Neto afirmou que sempre ouviu 'todos os advogados', assim como os procuradores da República que atuaram nos processos, mantendo um 'mútuo, elevado e republicano respeito'. Uma das críticas que impulsionaram a discussão sobre a suspeição de Moro foram as mensagens trocadas pelo então juiz com a força-tarefa da operação, obtidas na Operação Spoofing e divulgadas pela defesa de Lula, que demonstrariam aproximação indevida entre o magistrado e os investigadores.

Gebran Neto também lembrou os feitos do Tribunal da Lava Jato, afirmando que o colegiado julgou mais de 1.300 recursos relacionados à operação desde o seu início. O desembargador, no entanto, disse que iria se abster de comentar as decisões judiciais proferidas pelo TRF-4.

"Temos a convicção de que empregamos o máximo das nossas capacidades, de que aplicamos o melhor direito e atuamos com o mais elevado espírito de justiça. As muitas decisões examinadas e mantidas pelo STJ reforçam essa convicção", disse.

O TRF-4 também divulgou nota nesta quinta, 11, ao rebater acusações do ministro Gilmar Mendes, que defendeu mudanças na Justiça Federal no Paraná. Em sua avaliação, o Judiciário federal 'está vivendo uma imensa crise a partir deste fenômeno de Curitiba, que se nacionalizou'.

O Tribunal da Lava Jato afirmou que todos os processos da operação que tramitaram em primeira e segunda instância seguiram 'o devido processo legal'. "Em face do direito ao contraditório e à ampla defesa, com os meios e os recursos a ela inerentes, as partes interessadas têm a possibilidade de submeter as decisões deste Tribunal ao escrutínio dos Tribunais e Conselhos superiores", frisou.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin enviou nesta sexta-feira (12) ao plenário da Corte recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato.

Após prazo para a defesa se manifestar, caberá ao presidente do STF, ministro Luiz Fux, escolher a data do julgamento em plenário, composto pelos 11 ministros.

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No recurso, a PGR pretende derrubar a decisão de Fachin, que, na segunda-feira (8), anulou as condenações.

A PGR argumenta que o reconhecimento da competência da 13ª Vara Federal para julgar Lula “perdurou por um longo período de cerca de cinco anos”, e que modificar o entendimento a essa altura geraria instabilidade processual e insegurança jurídica.

No recurso, a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que assina a peça, defende que as denúncias apresentadas pelo MPF tiveram sucesso em demonstrar, de forma “clara”, o elo dos fatos investigados nos quatro processos com os casos de corrupção na Petrobras.

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o PT "não pode ter medo de polarizar", e sim, de "não polarizar e ficar esquecido". Segundo Lula, o que não pode acontecer, no entanto, é polarização como aconteceu nas eleições de 2014 com o PSDB que, em sua avaliação, "radicalizaram com ódio".

Para o petista, a sigla "vai sempre disputar eleições para polarizar, seja Bolsonaro ou qualquer partido". "Podemos polarizar com quem quer que seja desde que seja esquerda com direita", afirmou. Lula explica que, desde as eleições de 1988, o PT investe na polarização política.

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Para as próximas eleições presidenciais, no entanto, Lula afirma que não tem certeza dos seus planos. Segundo ele, discutir candidatura é "só mais para frente". "Quando chegar o momento, vamos discutir 2022, se vai ter candidato de uma frente ampla ou do PT", afirma. Apesar do futuro incerto, Lula afirma que, assim que for vacinado, irá voltar a percorrer o Brasil e construir alianças. "Precisamos recuperar relações internacionais para o País crescer, empresários confiarem e retomarmos investimentos".

Segundo Lula, ele está "convencido que aliança política será possível; por isso, temos que ter paciência". "Quando chegar momento de decidir, veremos se vai ser possível construir alianças fora da esquerda", aponta. "Você pode construir programa que envolva setores conservadores, por exemplo vacina e auxílio emergencial". Para Lula, a "única coisa que eu penso é que Flávio Dino, Boulos e dirigentes sindicais andem este País". "Em 2002, com José Alencar como meu vice, foi 1ª vez que fizemos aliança entre o capital e o trabalho".

Em sua visão, o apoio a favor de Ciro Gomes em 2022 ainda é incerto. "Se Ciro Gomes continuar com grosserias, não vai ter apoio da esquerda nem confiança da direita", comenta. Ainda, Lula disse não ter certeza sobre o atual governador de São Paulo, João Doria. "Temos um candidato do PSDB, vamos desenterrar aquele Doria?", questionou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que "não sabe qual atitude, mas alguma atitude temos que tomar" para a destituição de Jair Bolsonaro. Em entrevista no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista, seu berço político, ele afirmou que se considera "radical", mas só porque gosta de "ir à raiz dos problemas do País". No discurso, o ex-presidente diz que governo deve existir para encontrar solução para as pessoas em crise durante a pandemia da covid-19.

Para Lula, o Brasil precisa obrigar o governo a "comprar vacina, pagar auxílio emergencial e fazer investimentos". Segundo o ex-presidente, o País não pode mais permitir que o presidente Jair Bolsonaro "continue governando".

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Ao chamar a população para "lutar" contra o governo, pediu desculpas pelo longo discurso e afirmou que "faz cinco anos que não falo". No entanto, apesar da rejeição que aponta ter passado durante esse tempo, o petista considerou que "a Lava Jato desapareceu da minha vida; estou satisfeito com reconhecimento da minha inocência".

Lula agradeceu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin pela decisão que o tornou elegível, e disse que a "verdade" foi dita. "Tivemos 100% de êxito na decisão do Fachin; tinha 4 processos, de repente desapareceram". Segundo Lula, ele irá continuar a dar declarações e quer "conversar com classe política e com empresários".

Lula também afirmou que Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estão "vendendo" o Brasil para o exterior. "Não é possível que preço do combustível siga cotação internacional se nós produzimos petróleo aqui", afirmou na entrevista.

O petista afirma que o governo está se "desfazendo de tecnologia do pré-sal em nome do deus mercado e do petróleo". No discurso, Lula questiona até quando o Brasil terá que pedir licença aos Estados Unidos e Europa para poderem exercer o direito no País. "Será que nós vamos ficar refém do mercado, não importa como?", questionou.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que quer tomar logo a vacina contra a Covid-19, independentemente de sua origem. Lula disse que vai pedir ao povo brasileiro para não seguir nenhuma "decisão imbecil" do presidente Jair Bolsonaro.

"Eu tenho 75 anos de idade. Eu falo brincando que tenho energia de 30 e tesão de 20. Eu acho que é por isso que não tomei vacina ainda, porque o pessoal não se é 30, se é 20 ou 75 [...] Na semana que vem, se Deus quiser, vou tomar a minha vacina. Não importa de que país, não importa se é duas ou uma só. Quero fazer propaganda para o povo brasileiro: não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do Ministro da Saúde. Tome vacina", disparou.

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As críticas ao governo de Jair Bolsonaro, principalmente no combate à covid-19, não pararam por aí.

"Se o Brasil tivesse um presidente que se respeitasse e respeitasse o povo brasileiro, a primeira coisa que teria feito em março do ano passado era criar um comitê de crise envolvendo seu ministro da saúde, secretário da saúde dos estados, cientistas e toda a semana orientar a sociedade brasileira do que fazer. Era preciso priorizar dinheiro e comprar as vacinas que pudessem comprar em qualquer lugar do planeta terra porque nós tivemos momentos que teve vacina que a gente se quer aceitou. A própria Pfizer tentou oferecer vacina e a gente não quis porque nós tínhamos um presidente que inventou uma tal de cloroquina, que falava que quem tem medo do Covid era maricas, que o Covid era uma gripezinha, que era coisa de covarde, que ele era ex-atleta e que, portanto, ele não ia pegar. Esse não é o papel no mundo civilizado de um presidente da República", disse Lula.

O ex-presidente ainda usou parte do tempo do pronunciamento para desqualificar a carreira de Bolsonaro.

"Ele não sabe o que é ser um presidente da República. Ele a vida inteira não foi nada. Ele não foi nem capitão. Ele era tenente e foi promovido porque se aposentou e, se aposentou porque queria explodir quartel porque ele virou um dirigente sindical de soldado, queria aumento de salário. Depois que se aposentou, ele nunca mais fez nada na vida. Ele foi vereador e deputado e, durante 32 anos exerceu o mandato e conseguiu passar para a sociedade a ideia de que ele não era político", criticou.

Da Redação, com Agência Estado

Após anulação dos processos julgados pelo ex-juiz Sergio Moro no âmbito da Lava Jato, nesta quarta-feira (10), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz seu primeiro pronunciamento através do Youtube.

Com os direitos políticos readquiridos, o petista está elegível para 2022 e aguarda pela suspeição de Moro no Supremo Tribunal Federal (STF) por imparcialidade.

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Confira:

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A decisão do ministro Edson Fachin foi baseada nas provas colhidas na Operação Spoonfing e em conversas entre o ex-magistrado de Curitiba e procuradores do Ministério Público Federal (MPF), que trabalhavam em conjunto pela condenação.

A 2ª turma do STF retomou nessa terça (9), a sessão que julgar a possível suspeição do ex-juiz Sergio Moro. No entanto, após pedido de vista (mais tempo para analisar) do ministro Kássio Nunes, a votação foi interrompida em 2 a 2.

Os ministros Edson Fachin e Carmém Lúcia votaram livrando o ex-juiz da suspeição, e Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowisk votaram contra Moro. Porém, após a votação de Nunes, já está acordado que Fachin e Lúcia irão se pronunciar novamente, o que levantou a possibilidade de que eles mudem seus votos.

O eventual retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à disputa eleitoral deve reeditar a polarização entre direita e esquerda no Brasil, pressionar partidos de centro a definir candidatos caso queiram ser competitivos nas eleições do ano que vem e, também, livrar o ex-ministro Sérgio Moro de depoimentos que poderiam desgastá-lo eleitoralmente. É a avaliação de cientistas políticos que analisaram os impactos da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"A decisão do ministro Edson Fachin dá uma mudança brusca e completa no cenário eleitoral. Não que o PT não tivesse colocado antes uma disputa, eventualmente a do Fernando Haddad, mas com a entrada do Lula, ele é um candidato extremamente competitivo", afirmou o professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de São Paulo (USP) José Álvaro Moisés. Ele cita pesquisa feita pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) e publicada com exclusividade pelo Estadão no último domingo, 7, que colocam o ex-presidente com maior potencial eleitoral do que Jair Bolsonaro.

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"Em um certo sentido, essa decisão reconstrói o cenário de uma polarização de uma esquerda de direita, entre a extrema-direita e uma esquerda forte, caracterizada. Desse ponto de vista, todas as questões relativas à polarização, a uma certa ideia de divisão da sociedade, serão recolocadas", avaliou o professor. Para ele, é uma "reordenação completa do cenário eleitoral", e uma "reposição do que foi 2018", com dúvidas sobre os impactos disso para o País.

Para Lula, na avaliação de Moisés, há a possibilidade de que sua apresentação como vítima de perseguições jurídicas possa fortalecer ainda mais sua figura. "Esse é um fator que vai contar como um fator a favor dele, aparecer como uma vítima que foi injustiçada." Já para o presidente Jair Bolsonaro, ainda segundo análise do professor, a presença de Lula como rival poderá aglutinar eleitores que, ao longo do mandato, deixaram de apoiar explicitamente o presidente.

Para os partidos de centro, entretanto, a presença de Lula forçará os partidos que queriam rivalizar contra Bolsonaro a acelerar definições. "Todo aquele esforço que se estava fazendo para a construção de uma frente que ia da centro-esquerda até a centro-direita para ter um candidato forte para derrotar o Bolsonaro em 2022, em um certo sentido, terá de ser alterado porque mudaram as condições em que essa estratégia estava definida", afirma.

"(A decisão) não impede a emergência de um candidato de centro, mas ele terá de ser extremamente competitivo, com capacidade de comunicação e um programa de governo, político e ideológico que seja capaz de se contrapor a essas forças de polarização", complementa.

Já a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Maria do Socorro Braga afirma ser possível que os partidos de centro estivessem esperando um posicionamento do PT para tomarem suas próprias decisões. "Bolsonaro nunca saiu do palanque. Com o retorno do Lula, você tem dois candidatos. E o centro está de fato nesta briga, que se acirra até antes de fevereiro, na escolha dos dois candidatos (para o Congresso). Pelo conjunto de nomes, está muito difícil decidir. Mas eles têm de se antecipar." Nesse contexto, segundo a professora, DEM e PSDB, que saíram chamuscados da eleição no Congresso, devem voltar a se aproximar.

Maria do Socorro destaca outro ponto relacionado ao centro, que é a preservação de Sergio Moro a constrangimentos aos quais eles poderia ter se submetido caso tivesse sua suspeição nos inquéritos de Lula analisada pelo STF. "Esse resultado tem muito a ver com a ação de Fachin em relação à Lava Jato", afirma. Dessa forma, "de repente, pode até ser o candidato do centro democrático, em que pese haver muita gente contra ele", analisa a professora.

Sobre os cenários de uma disputa entre Lula e Bolsonaro, o coordenador da pós-graduação em Ciências Políticas da Fundação Escola de Sociologia e Política (Fesp) de São Paulo, Humberto Dantas, destaca, em artigo enviado ao Estadão, que o momento de Bolsonaro, "derretendo em alguns aspectos que impactam na eleição presidencial", é ruim. Dessa forma, "o PT sabe que uma de suas estratégias vencedoras é esperar o País derreter para apresentar uma solução milagrosa". Por outro lado, o governo Dilma Rousseff e seu governo desastroso seriam uma "herança maldita" que o partido teria de explicar em uma disputa contra o presidente.

A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular os processos e condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato joga luz mais uma vez ao 'racha' na Corte.

Em entrevista à rádio Bandeirantes, o decano Marco Aurélio Mello admitiu ter sido pego de surpresa com o parecer e afirmou que o sentimento é de 'perplexidade'. "Fiquei surpreso de voltar-se à estaca zero depois das ações serem julgadas, de haver pronunciamento do TRF, do STJ", disse.

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Em decisão monocrática na segunda-feira, 8, Fachin, que é relator no STF dos processos abertos a partir das investigações da Lava Jato, redirecionou as ações penais envolvendo o ex-presidente de Curitiba para o Distrito Federal. Na avaliação do ministro, como as denúncias extrapolam o escândalo de corrupção da Petrobrás relevado pela operação, o juízo de Curitiba não tinha competência para julgar e processar os casos do triplex do Guarujá, sítio de Atibaia, sede do Instituto Lula e doações da Odebrecht.

A justificativa foi colocada em dúvida por Marco Aurélio na entrevista. Para o ministro, o argumento é discutível. "Vamos aguardar para ver os desdobramentos, se terá ou não a impugnação a essa decisão", afirmou. "Habeas corpus é da competência do colegiado. Eu mesmo não julgo habeas corpus individualmente", acrescentou.

Ainda na avaliação do decano, a decisão de Edson Fachin é 'péssima' para a imagem do Judiciário e 'frustra' a sociedade. "Ele potencializou, não há a menor dúvida, o princípio da territorialidade. O que revela esse princípio? Que é competente órgão julgador do local da prática criminosa. Aí, entendeu que o ex-presidente Lula praticou os atos aqui em Brasília. Mas o próprio Código de Processo Penal prevê dois institutos que afastam a territorialidade. Refiro-me à continência, quando se tem no processo vários acusados, e à conexão probatória - estarem os fatos interligados. Esses dois institutos geram a prevenção de um certo juízo. Agora, para o Judiciário, isso foi péssimo, já que a sociedade fica decepcionada depois de tantos procedimentos voltar-se à estaca zero", criticou.

Na entrevista, o ministro também marcou oposição ao movimento de extinguir o habeas corpus de Lula, que pede a declaração de parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro. Fachin declarou 'a perda de objeto' do recurso ao anular as condenações do petista. Para Marco Aurélio, a suspeição precisa ser analisada pelo plenário. O ministro Gilmar Mendes pautou o tema para a sessão da 2ª Turma da Corte desta terça, 9, mas Fachin indicou o adiamento do julgamento.

"Há de haver uma resposta. Agora, que a resposta seja a partir da legislação de regência, não se chegando a transformação do juiz Sergio Moro de mocinho em bandido. Foi um grande juiz. Pena ele ter virado às costas à cadeira de juiz para assumir um cargo de auxiliar do presidente da República", disse o decano.

Um juiz federal que já anulou provas da Operação Lava Jato em um recente caso pode herdar os processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O titular da 12.ª Vara Federal do Distrito Federal, Marcus Vinícius Reis Bastos, é um dos quatro magistrados que podem ser sorteados para conduzir as ações que resultaram na condenação do petista, após o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin apontar incompetência da 13.ª Vara da Justiça Federal do Paraná.

Bastos anulou, há exatos dois meses, as provas obtidas na Operação Carbonara Chimica, a 63.ª fase da Lava Jato, deflagrada para apurar suspeita de propinas aos ex-ministros da Fazenda Antônio Palocci (governo Lula) e Guido Mantega (governos Lula e Dilma), em troca da edição de medidas provisórias favoráveis à Odebrecht.

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À época, o juiz federal apontou que a operação foi determinada por juízo incompetente e, por isso, as provas deveriam ser anuladas. É um entendimento que, se repetido no caso Lula, também pode invalidar as diligências realizadas nos inquéritos envolvendo o petista, por ordem do ex-juiz Sérgio Moro.

O juiz também já absolveu o ex-presidente Michel Temer, denunciado por suposta compra de silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Além de Reis Bastos, também podem ser sorteados a juíza substituta da 12.ª Vara, Pollyanna Kelly Medeiros, e os juízes federais Vallisney Oliveira, titular da 10.ª Vara Criminal da Justiça Federal do DF, e Ricardo Leite, substituto da 10.ª Vara.

Dentre os quatro, Vallisney Oliveira é considerado por criminalistas como o mais "linha dura". No fim de janeiro, o magistrado condenou a mãe do ex-ministro Geddel Vieira Lima a dez anos de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa, no processo que apurou a origem dos R$ 51 milhões encontrados em malas de dinheiro. Vallisney também é o juiz responsável pela Operação Zelotes, que tem Lula entre os réus. A operação apontou indícios irregularidades na compra de 36 caças Gripen.

O juiz Ricardo Leite conduz a ação penal da Operação Spoofing, que investigou os hackers que invadiram aparelhos celulares de integrantes da Lava Jato, expondo conversas que fragilizaram a Lava Jato. Criminalistas o consideram um juiz de perfil moderado.

A juíza Pollyanna Kelly Medeiros ficou marcada por uma atuação dura na Operação Panatenaico, que apurou corrupção nas obras do Estádio Mané Garrincha. É também a relatora da Operação Registro Espúrio, que investigou esquema de favorecimento a sindicatos no extinto Ministério do Trabalho - entre os réus está o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta terça-feira (9) que a "chicana jurídica" não muda os fatos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seus direitos políticos restaurados ontem, depois da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin que anulou todas as condenações impostas a Lula pela 13ª Vara de Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato. Para Mourão, "independente da chicana jurídica que seja feita, a realidade é a seguinte: contra fatos, não há argumentos".

"A imensa maioria do povo brasileiro é constituída de homens e mulheres de bem, igual vocês jornalistas, que acordam de manhã cedo para trabalhar o dia inteiro, que se espremem em ônibus apertado, em trens lotados, muitos vendendo o almoço para poder comprar o jantar, outros com salários que não são compatíveis com a dignidade da vida, mas todos, sem exceção, procuram se basear em princípios da ética, da moral, dos bons costumes e respeito à integridade, honestidade e probidade", disse o vice-presidente na chegada ao Palácio do Planalto nesta manhã.

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Mourão avaliou ser cedo para analisar os impactos da decisão de Fachin. "Tem muita espuma nesse chope, precisa ser decantado isso. Tem muita gente fazendo análise prospectiva por mera extrapolação de tendência. Não se faz isso. Tem que esperar todas as consequências e decorrências. Então tem muita coisa pra rolar", completou. Mourão afirmou também desconhecer se a decisão surpreendeu membros do governo ou o próprio presidente, Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira pela manhã, antes da decisão de Fachin, Mourão havia classificado como "só especulação" o favoritismo de Lula para eventual disputa em 2022, segundo apontou levantamento feito pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) e publicado com exclusividade pelo Estadão/Broadcast. De acordo com a pesquisa, 50% dos entrevistados votariam com certeza ou poderiam votar em Lula se ele se candidatasse novamente à Presidência, enquanto 44% afirmaram que não o escolheriam de jeito nenhum. Já o presidente Jair Bolsonaro registrou no levantamento 38% de votos potenciais - 12 pontos porcentuais a menos que Lula - e 56% de rejeição - 12 pontos porcentuais a mais que Lula.

Assim como o governador Paulo Câmara (PSB), o prefeito do Recife, João Campos (PSB), também aprovou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, em anular as condenações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nessa segunda (8), o ministro conferiu o direito de elegibilidade ao petista, após compreender que a 13ª Vara Federal de Curitiba – comandada pelo ex-juiz Sergio Moro - não tinha competência para o julgá-lo.

Em seu perfil oficial do Twitter, João se mostrou favorável à retomada de direitos políticos do ex-presidente com a anulação dos casos do tríplex do Guarujá, do sítio em Atibaia, da sede do Instituto Lula e das suas respectivas doações. O prefeito frisou o respeito à Constituição e disse que a legislação deve prevalecer a qualquer paixão política ou ideológica.

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Fachin avaliou a articulação atípica e incoerente entre a força-tarefa de procuradores da operação Lava Jato com o ex-juiz Sergio Moro. Mensagens que tiveram o sigilo quebrado após a ação de hackers sugerem que a acusação e o julgador trabalhavam juntos pela condenação de Lula.

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O ex-governador do Ceará e ex-ministro Ciro Gomes (PDT) defendeu na manhã desta terça-feira, 9, a criação de uma chapa para disputar as eleições presidenciais de 2022 que inclua representantes políticos para além da esquerda. Entretanto, em entrevista à rádio CBN, Ciro disse ter reservas em relação a compor com o PT e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve ontem os direitos políticos restaurados.

"O que eu quero dizer é que o Brasil precisa, diante do problema grave que temos, construir um caminho de futuro e, francamente, não vejo o caminho de futuro ser construído com a volta ao passado lulopetista envelhecido, desgastado e inconfiável, e, pior, que tem a característica de fazer o outro lado se reunir também com base no ódio", disse Ciro.

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"Acabei de comemorar a devolução dos direitos políticos do Lula, porque ele tinha direito a isso. A vida inteira lutei, mas, se sob o ponto de vista jurídico ele tem esses direitos, politicamente, ele faz parte grave do problema brasileiro", completou o ex-ministro.

Nesta segunda-feira, 8, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin anulou todas as decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba em ações contra o ex-presidente Lula.

Ciro disse que aceita se reunir com todo brasileiro para discutir uma aliança para as próximas eleições, mas ressaltou que não pretende ligar para conversar com Lula. Segundo o ex-ministro, a participação do PT no pleito de 2022 contribui para a polarização da disputa.

"Já disse e quero repetir que o Brasil não cabe na esquerda. A esquerda tem seu valor, mas o Brasil é um Estado muito mais complexo, difícil e heterogêneo", afirmou. "Entretanto, para ser muito franco, o comportamento do lulopetismo é parte central do problema, o que volto a dizer, não elimina a possibilidade de diálogo", completou Ciro.

O ex-ministro também reforçou a necessidade de se aguardar as próximas etapas do julgamento do ex-presidente, que deverão determinar se foram corretas ou não as decisões da vara de Curitiba. "A petezada está toda soltando foguetes e abrindo champagne, mas isso é uma coisa apressada. Precisamos deixar o tempo amadurecer", reforçou Ciro.

O ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, no Ministério Público Federal, em Curitiba, Deltan Dallagnol criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta segunda-feira, 8, de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu perfil em rede social, ele afirmou que "esse é mais um dos casos derrubados recentemente num sistema de justiça que rediscute e redecide a mesma questão dezenas de vezes nas cortes e que favorece a anulação dos processos criminais".

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A 13.ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Luiz Antônio Bonat, originária da Lava Jato, foi declarada incompetente para julgar os processos de Lula. Decisão do relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, determinou a anulação das condenações de Luiz Inácio Lula da Silva e o envio dos processos contra o ex-presidente para a Justiça Federal no Distrito Federal.

"Hoje, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, por entender que seus processos deveriam correr em Brasília e não em Curitiba. É preciso dizer três coisas sobre isso", escreveu Deltan.

O procurador lembrou que "a tramitação desses casos em Curitiba foi decidida várias vezes pelos tribunais, inclusive pelo próprio Supremo". "Ou seja, a condução desses casos em Curitiba pela Operação Lava Jato seguiu as regras do jogo então existentes. O que mudou para que viesse essa decisão contrária às anteriores? Houve uma mudança das regras do jogo no STF, que expandiu gradativamente seu entendimento de que os casos de Curitiba deveriam ser redistribuídos pelo país, conforme explicitado na decisão do Ministro Fachin."

MDB

Deltan afirma que "de fato, a Suprema Corte expandiu o entendimento de que os casos não relacionados diretamente à Petrobras deveriam sair de Curitiba" e lembra casos envolvendo políticos do MDB em corrupção na Transpetro. Na semana passada, o relator da Lava Jato havia retirado processo da 13.ª Vara Federal.

Para ele, "embora o Ministro Fachin tenha ficado vencido na maior parte desses outros casos, ele entendeu que o Tribunal precisava ser coerente e "apartidário" (única palavra sublinhada e negritada em sua decisão)".

"Esse é mais um dos casos derrubados recentemente num sistema de justiça que rediscute e redecide a mesma questão dezenas de vezes nas cortes e que favorece a anulação dos processos criminais. Os tribunais têm um papel essencial em nossa democracia e precisam ser respeitados, mas o sistema de justiça precisa de aperfeiçoamentos."

Em decisão de 46 páginas, o relator da operação no Supremo determinou a remessa dos autos dos processos à Justiça Federal do Distrito Federal, que vai decidir 'acerca da possibilidade da convalidação dos atos instrutórios'. Em razão do entendimento, o ministro ainda declarou a perda de objeto de dez habeas corpus e quatro reclamações apresentadas à corte pela defesa do petista.

Prescrição

O ex-coordenador da Lava Jato afirmou que as investigações e processos envolvendo o ex-presidente serão retomados em Brasília, "mas com reais chances de prescrição dos crimes pelo decurso do tempo". O juiz da 13.ª Vara Federal, em Curitiba, Luiz Antônio Bonat, informou que vai enviar os casos para a Justiça do Distrito Federal.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou nesta segunda-feira, 8, que vai recorrer da decisão de Fachin. Além das decisões de Moro, que condenou Lula no caso do triplex do Guarujá, Fachin também anulou os atos proferidos pela juíza Gabriela Hardt, responsável pela sentença no caso do sítio de Atibaia. O despacho do ministro, porém, deixa margem para que, em Brasília, o novo juiz titular do caso valide todos os atos praticados pela 13ª Vara.

A assessoria de imprensa da PGR informou que o recurso será preparado pela subprocuradora-geral Lindôra Maria de Araújo, braço-direito do procurador-geral, Augusto Aras, e responsável pelos processos da Lava Jato no STF. O órgão não deu detalhes sobre quais pontos da decisão serão contestados

Revés

Deltan afirma que a decisão não apaga dos processos as provas levantadas pela Lava Jato contra Lula. Para ele, "nada disso, contudo, apaga a consistência dos fatos e das provas dos casos, sobre os quais caberá ao Judiciário dar a última palavra".

Segundo ele, é preciso atenção para o "amplo retrocesso" vivido no Brasil, no combate à corrupção. "Para além da anulação dos casos na operação Lava Jato, é preciso abrir os olhos para os amplos retrocessos que estão acontecendo no combate à corrupção - e aqui não trato mais de um ou outro caso concreto."

LEIA A ÍNTEGRA DA POSTAGEM DE DELTAN DALLAGNOLL

Hoje, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, por entender que seus processos deveriam correr em Brasília e não em Curitiba. É preciso dizer três coisas sobre isso.

1. Primeiro, a tramitação desses casos em Curitiba foi decidida várias vezes pelos tribunais, inclusive pelo próprio Supremo. Ou seja, a condução desses casos em Curitiba pela operação Lava Jato seguiu as regras do jogo então existentes. O que mudou para que viesse essa decisão contrária às anteriores? Houve uma mudança das regras do jogo no STF, que expandiu gradativamente seu entendimento de que os casos de Curitiba deveriam ser redistribuídos pelo país, conforme explicitado na decisão do Ministro Fachin.

De fato, a Suprema Corte expandiu o entendimento de que os casos não relacionados diretamente à Petrobras deveriam sair de Curitiba. Assim, recentemente, retirou de Curitiba casos envolvendo políticos do MDB em corrupção na Transpetro, pertencente ao Grupo Petrobras. Embora o Ministro Fachin tenha ficado vencido na maior parte desses outros casos, ele entendeu que o Tribunal precisava ser coerente e "apartidário" (única palavra sublinhada e negritada em sua decisão): se o STF retirou esses outros casos de Curitiba, aqueles envolvendo o ex-presidente também deveriam sair do local. Ou seja, para situações idênticas, entendeu que a decisão deve ser a mesma.

Esse é mais um dos casos derrubados recentemente num sistema de justiça que rediscute e redecide a mesma questão dezenas de vezes nas cortes e que favorece a anulação dos processos criminais. Os tribunais têm um papel essencial em nossa democracia e precisam ser respeitados, mas o sistema de justiça precisa de aperfeiçoamentos. Outros casos, como de corrupção na compra da refinaria de Pasadena, foram anulados pela mudança de entendimento do STF. Partindo do pressuposto de que o Ministro Fachin sempre teve uma atuação correta e firme, inclusive na operação Lava Jato, concluímos que ele, apesar de entender de forma diferente, aplicou o entendimento estabelecido pela maioria da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal.

2. As investigações e processos envolvendo o ex-presidente serão retomados em breve em Brasília, mas com reais chances de prescrição dos crimes pelo decurso do tempo. Várias questões ali discutidas serão rediscutidas novamente nos tribunais, inclusive no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Nada disso, contudo, apaga a consistência dos fatos e das provas dos casos, sobre os quais caberá ao Judiciário dar a última palavra.

3. Para além da anulação dos casos na operação Lava Jato, é preciso abrir os olhos para os amplos retrocessos que estão acontecendo no combate à corrupção - e aqui não trato mais de um ou outro caso concreto. O fim da prisão em segunda instância dificultou demais a responsabilização dos corruptos, novas regras foram criadas que dificultam investigações e condenações, estão tramitando propostas que desfiguram a lei de lavagem de dinheiro e a lei de improbidade administrativa e há ações em marcha para retaliar os investigadores que trabalharam na Operação Lava Jato. Precisamos discutir essa série de mudanças em curso para definir como brasileiros que país queremos ter: o país da impunidade e corrupção, que corre o risco de retroceder vinte anos no combate a esse mal, ou um país democrático em que impere a lei. Essa é uma questão apartidária que impacta o futuro nosso e dos nossos filhos.

A decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, de anular todas as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, por considerar a 13ª Vara Federal de Curitiba "incompetente" para julgar os casos que envolvem Lula, pode abrir precedente para que outros investigados ou mesmo réus da força-tarefa façam o mesmo questionamento e também consigam anular decisões ou postergá-las. O entendimento é de especialistas em direito penal ouvidos pelo Estadão na tarde desta segunda-feira, 8.

O advogado criminalista Davi Tangerino, professor de Direito Penal da UERJ e da FGV-SP, diz que Fachin seguiu o entendimento que o STF tem adotado desde 2015, no qual considera-se que a competência da 13a Vara Federal de Curitiba se dá apenas a fatos diretamente relacionados à Petrobrás. "O que não é o caso do ex-presidente Lula. Assim, honrando seu papel de ministro, Fachin rendeu-se ao entendimento da Corte, ainda que discordando. Nesse ponto, merece todo o reconhecimento de quem dignifica o cargo, agindo como servidor público e não como proprietário de um cargo", afirmou, resssaltando que tal decisão pode agora ser usada por todos aqueles que foram processados em Curitiba por fatos não diretamente relacionados à Petrobras. "Eles poderão pedir carona nessa decisão."

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Para o professor de Direito Constitucionalista Joaquim Falcão, no entanto, para que esses novos questionamentos ocorram é preciso aguardar outras duas decisões. A primeira delas diz respeito à posição da Procuradoria-Geral da República. Se o controlador-geral, Augusto Aras, recorrer, como se espera, o plenário do STF será convocado a referendar a decisão de Fachin. A segunda está relacionada à postura a ser adotada pelo próximo juiz responsável pelos casos do ex-presidente. "Ele pode covalidar a decisão de Fachin por completo, em parte ou mesmo não covalidar. Se não covalidar, as condenações voltarão a valer", explica.

Na avaliação de Falcão, o ministro "Fachin defendeu um pênalti que alas do STF estavam prestes a chutar contra o ex-juiz Sérgio Moro. A decisão dele é neutra em relação a Moro. A incompetência, portanto, é da 13ª Vara Federal, não dele."

De acordo com a advogada e professora da Faculdade de Direito da USP Helena Lobo da Costa, somente réus de casos que tenham essa mesma característica observada nos processos de Lula - não ter ligação direta com contratos da Petrobrás - poderão utilizar a decisão de Fachin como precedente. "Mas ela não é vinculante, ou seja, cada um que se encaixar na tese, terá de recorrer e tentar fazer valer no seu processo", explica.

Reitor da Faculdade de Direito da USP, o professor Floriano de Azevedo Marques considera a decisão de Fachin "drástica" e importante, apesar de ocorrer a "destempo", segundo ele. O professor destaca que, além de precedentes, ela pode provocar prescrições em função dos processos revistos. "Provavelmente, varias condutas estarão prescritas. Porque o recebimento da denúncia interrompe o lapso prescricional e, se o ato de recebimento foi anulado, não houve interrupção

A decisão que anulou condenações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, por ordem do ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF), teve destaque em alguns dos principais jornais do mundo nesta segunda-feira, 8. Leitores em países como Reino Unido, França e Argentina encontraram a notícia na primeira página das edições online dos jornais.

O francês Le Monde destacou que a decisão "potencialmente o torna elegível para enfrentar Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2022". A publicação também mostra que a Bolsa braileira (B3) caiu mais de 4% logo após a decisão, e que a notícia provocou reação dos aliados de Bolsonaro.

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O New York Times, nos EUA, diz que a decisão tem o "potencial de remodelar o futuro político do Brasil". O jornal informa que há ampla expectativa de que Lula deve concorrer à Presidência em 2022. No Washington Post, também dos EUA, destaca que as condenações de Lula tinham relação com escândalos na Petrobrás mas que, segundo Fachin, o caso do ex-presidente não teria relação direta com os casos de corrupção investigados na estatal.

Os dois principais jornais argentinos, Clarín e La Nación, destacaram que Lula agora poderá voltar a ser candidato. O Clarín informou que Fachin "ordenou que a investigação fosse reiniciada em outras jurisdições devido à suposta parcialidade do Ministério Público e do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro".

O La Nación diz que "Bolsonaro vê com bons olhos reeditar a polarização com o PT".

O The Guardian, da Inglaterra, diz que Lula "pode estar pronto para uma sensacional tentativa de retorno" após a decisão judicial. O jornal ouviu analistas que classificaram a notícia como uma "bomba política".

Políticos, líderes partidários e potenciais candidatos à Presidência comentaram as consequências da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e devolveu sua elegibilidade. O apresentador Luciano Huck, que cogita uma eventual candidatura no ano que vem, disse que qualquer decisão judicial deve ser respeitada, mas disse que "figurinha repetida não completa álbum", em uma referência às chances de Lula no pleito de 2022.

Candidato do PT em 2018, indicado por Lula, o ex-ministro Fernando Haddad escreveu em sua conta oficial no Twitter que "por justiça, a luta sempre vale. Sem ela, não há paz".

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Já presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), defendeu que a decisão de Fachin não resulte na "absolvição" do ex-juiz Sérgio Moro em processos que tratam da sua suspeição. Lira disse que ainda tem dúvidas sobre a consequência da decisão para Moro, e disse que o ex-juiz "jamais" mereceria escapar do processo de suspeição.

"Minha maior dúvida é se a decisão monocrática foi para absolver Lula ou Moro", escreveu Lira em sua conta oficial no Twitter. "Lula pode até merecer. Moro, jamais!"

Alvo da Operação Lava Jato em 2017, o presidente da Câmara recentemente teve uma denúncia por organização criminosa arquivada pela Segunda Turma do STF. Ele ainda é réu por corrupção passiva em uma segunda ação relacionada à Lava Jato.

A decisão de Fachin, que na prática devolveu a elegibilidade ao ex-presidente Lula, também repercutiu entre outros parlamentares.

Um dos líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) disse que piora o cenário para a disputa das eleições presidenciais no ano que vem. Ele aposta em uma polarização entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro no próximo ano.

"A única chance de Bolsonaro em 2022 é Lula, e a única chance de Lula é Bolsonaro", escreveu Kataguiri, que organizou as manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff entre 2014 e 2016. "Um só tem chances de vencer se for para o segundo turno com alguém de rejeição semelhante. Brasil segue afundando em qualquer um dos cenários."

Ex-candidato à Presidência pelo PV em 2014, Eduardo Jorge indicou que deseja ver tanto Bolsonaro quanto Lula derrotados nas eleições do próximo ano. "Será que vai encarar ou vai passar a bola e ficar como 'tecnico'. Espero que tope", escreveu Eduardo Jorge. "Em casos assim de líderes como Bolsonaro e Lula que se pretendem messiânicos o melhor remédio é derrotá-los pelo voto popular."

Ex-secretário de Desestatização do atual governo, Salim Mattar falou em "impunidade" e "enterro" do legado da Lava Jato no País. "O Brasil definitivamente não é para amadores!", escreveu. "Muito triste, a impunidade ainda impera neste país."

Esquerda

Aliados do ex-presidente Lula na esquerda comemoraram a decisão de Fachin, classificando a devolução dos direitos políticos do ex-presidente como "vitória".

"Há muitos anos, venho sublinhando que esses processos contra o ex-presidente Lula jamais poderiam ter sido julgados em Curitiba", escreveu o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). "Incompetência processual que pode e deve ser reconhecida a qualquer tempo. Vitória da Constituição. Como ex-magistrado federal, fico muito feliz."

"Essa é uma grande vitória para o nosso país", escreveu Manuela D'ávila (PCdoB), que disputou a vice-presidência da República na chapa de Fernando Haddad em 2018.

A 13.ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Luiz Antônio Bonat, foi comunicada por volta das 17h da decisão do relator da Operação Lava Jato, Edson Fachin, no Supremo Tribunal Federal (STF), que nesta segunda, feira, 8, determinou a anulação das condenações de Luiz Inácio Lula da Silva e o envio dos processos contra o ex-presidente para a Justiça Federal no Distrito Federal.

"Comunico-lhe os termos do(a) despacho/decisão proferido(a) nos autos em epígrafe, cuja cópia segue anexa. Atenciosamente. Ministro Edson Fachin."

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Fachin atendeu pedido da defesa do ex-presidente nos processos da Lava Jato, que apontou incompetência da 13.ª Vara Federal de Curitiba para julgar o petista no caso do tríplex do Guarujá (SP) e outros casos, por falta de competência.

"A 13ª Vara Federal de Curitiba informa que cumprirá a decisão do Excelentíssimo Ministro Edson Fachin do Supremo Tribunal Federal (STF), remetendo os autos ao juízo indicado", informa a nota divulgada na tarde desta segunda, 8.

Além das decisões de Moro, que condenou Lula no caso do triplex do Guarujá, Fachin também anulou os atos proferidos pela juíza Gabriela Hardt, responsável pela sentença no caso do sítio de Atibaia. O despacho do ministro, porém, deixa margem para que, em Brasília, o novo juiz titular do caso valide todos os atos praticados pela 13ª Vara.

Em decisão de 46 páginas, o relator da operação no Supremo determinou a remessa dos autos dos processos à Justiça Federal do Distrito Federal, que vai decidir 'acerca da possibilidade da convalidação dos atos instrutórios'. Em razão do entendimento, o ministro ainda declarou a perda de objeto de dez habeas corpus e quatro reclamações apresentadas à corte pela defesa do petista.

Os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Zanin Martins, que defendem Lula, afirmaram que a decisão do ministro Fachin está em sintonia com o que a defesa sustenta desde 2016 sobre a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para análise e processamento de quatro ações contra o ex-presidente que tramitaram naquele juízo.

Por outro lado, os advogados avaliam que a decisão de Fachin 'não tem o condão de reparar os danos irremediáveis causados pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores da Lava Jato ao ex-presidente Lula, ao Sistema de Justiça e ao Estado Democrático de Direito'.

O presidente Jair Bolsonaro reagiu à decisão do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticando a possibilidade de o petista ser candidato à presidência em 2022. Além disso, Bolsonaro afirmou que Fachin não deveria ter decidido sobre a anulação monocraticamente.

"Eu acredito que o povo brasileiro não queira sequer ter um candidato como esse em 22, muito menos pensar numa possível eleição dele", afirmou Bolsonaro em entrevista no Palácio da Alvorada. "Você pode ver, a Bolsa já foi lá pra baixo, o dólar foi lá pra cima. Todos nós sofremos com uma decisão como essa daí, agora a gente espera que a turma do supremo restabeleça aí os julgados."

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A anulação dos processos torna Lula elegível para as eleições presidenciais. Bolsonaro criticou a decisão monocrática de Fachin e afirmou que o processo deveria passar pelo plenário do STF. "Não pode, em hipótese alguma, um homem só ser o senhor do destino de um julgamento como esse. Então, não sou jurista, mas eu acho que nem é questão de turma, é questão de plenário decidir isso aí."

O presidente da República afirmou ter recebido a decisão com surpresa. Para ele, as condenações envolvendo o sítio em Atibaia e o triplex do Guarujá - alvos dos processos contra Lula - podem até ser objeto de suposição, mas houve desvios de recursos com obras fora do Brasil. "Todo mundo foi surpreendido com isso daí, afinal de contas, as bandalheiras que esse governo fez estão claras perante toda a sociedade."

Fachin e o PT

Bolsonaro relacionou a decisão de Fachin à ligação do magistrado com os governos do PT.

O chefe do Planalto criticou a possibilidade de Lula ser candidato à presidência em 2022 e afirmou que Fachin não deveria ter decidido sobre a anulação monocraticamente. O ministro foi indicado ao Supremo pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2015.

"Qualquer decisão dos 11 ministros é possível você prever o que eles pensam, né? E o que botam no papel. O ministro Fachin, ele sempre teve uma forte ligação com o PT, então não nos estranha uma decisão nesse sentido, mas obviamente é uma decisão monocrática, e vai ter que passar pra Turma, não sei, ou pelo plenário, para que tenha a devida eficácia", disse Bolsonaro em entrevista no Palácio da Alvorada.

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