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A 76ª edição do Festival de Cannes foi aberta oficialmente na noite desta terça-feira (16), pela atriz francesa Catherine Deneuve, durante uma cerimônia apresentada por sua filha, a também atriz Chiara Mastroianni.

"Declaro aberto o 76º Festival de Cannes", disse Deneuve, uma das lendas vivas do cinema francês, ao lado do ator americano Michael Douglas, que disse a mesma frase em inglês, minutos antes de receber a Palma de Ouro honorária por sua carreira.

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"Eu me pergunto como pude durar tanto tempo", disse Douglas ao receber o prêmio, enquanto era ovacionado pela plateia. "Que abraço!", disse ele ao público, que não parava de aplaudi-lo.

"Isso conta muito para mim, pois há centenas de festivais de cinema no mundo, mas só há um Cannes (...) É uma honra incrível", acrescentou.

"A idade pesa", brincou o ator, de 78 anos. Este festival "nos faz lembrar (...) que o cinema transcende os limites e aproxima as fronteiras", acrescentou.

"Queria abraçar Cannes e toda a França do fundo do meu coração", disse em francês, antes de receber a honraria das mãos de Uma Thurman.

"Jeanne du Barry", da diretora francesa Maïwenn, com Johnny Depp no papel do rei Luís XV, será exibido como filme de abertura do festival.

A mostra competitiva começa na quarta-feira, com dois longa-metragens, "Monster", do japonês Hirokazu Kore-Eda, e "Le Retour", da francesa Catherine Corsini.

No total, 21 cineastas disputam a Palma de Ouro, entre os quais sete mulheres - um recorde para o maior festival de cinema do mundo. Um júri de nove integrantes, presidido pelo sueco Ruben Östlund, premiado em 2022 por "Triângulo da Tristeza", irá escolher os ganhadores desta edição.

A atriz Catherine Deneuve, um dos ícones do cinema francês, foi internada às pressas na noite da última terça-feira (5), na França. Ela teve um mal estar e foi levada ao hospital em estado grave. Catherine tem 76 anos e acabou de lançar o filme Happy Birthday (Fête de famille). 

Segundo a emissora BFMTV, a atriz teve uma indisposição como resultado de uma fadiga crônica motivada por uma agenda sobrecarregada. A atriz está participando das filmagens de um novo filme da diretora Emmanuelle Bercot, na região de Paris. 

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Além disso, Deneuve tem emendado sessões de fotos. Ela também é ligada à moda francesa mantendo um ritmo intenso de aparições em eventos públicos na capital francesa, como o Paris Fashion Week. 

 

Em cartaz com "Fête de famille", Catherine Deneuve diz que não se vê como ícone do cinema e que adora surpreender, longe da imagem sofisticada que pode transparecer, e principalmente não hesita em assumir posições controversas, especialmente para defender Roman Polanski.

"Ícone do cinema? Francamente, não penso que eu seja isso. Muitas vezes ouço isso, muito por meio de jornais, revistas, fotos, mas só isso", declarou a estrela do cinema francês, cuja carreira começou há mais de 60 anos, em entrevista à AFP.

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"Também há o fato de eu estar muito ligada a Yves Saint Laurent, por isso essa imagem mais sofisticada. Mas francamente não, como atriz, eu não sou assim. É apenas uma imagem", acrescenta.

Ela também diz que gosta de surpreender "em papéis um pouco inesperados", e que "nem tudo esteja escrito com antecedência".

"Quero coisas que sinto que ainda não fiz", explica Catherine Deneuve, que se prepara para filmar em outubro o próximo filme de Emmanuelle Bercot "De son vivant", com Benoît Magimel.

Em "Fête de famille", de Cédric Kahn, um drama familiar misturado com comédia, ela interpreta Andréa, uma mãe que recebe seus três filhos por seu aniversário na casa da família: sua filha mais velha instável e imprevisível Claire (Emmanuelle Bercot), e seus filhos Vincent (Cédric Kahn), de vida resolvida, e Romain (Vincent Macaigne), cheio de projetos caóticos.

A chegada de Claire, a quem ela não vê há três anos, vai perturbar essa reunião de família, resultando em tempestades e acertos de contas.

"O que eu gostei foi o roteiro, que achei extraordinário, com personagens que realmente existem", contou a atriz de 75 anos, que diz "adorar filmar com escritores, com cineastas que escrevem seus roteiros".

Este ano ela estreou os filmes "L'Adieu à la nuit", de André Téchiné, e "La Dernière folie de Claire Darling", de Julie Bertucelli, além de ter aberto na quarta-feira o Festival de Veneza no papel de uma atriz "muito excessiva" em "La Vérité", do japonês Hirokazu Kore-Eda.

O Festival de Veneza este ano está sendo marcado pela presença polêmica em competição do último filme de Roman Polanski, "J'Accuse", sobre o caso Dreyfus, cuja exibição oficial será esta noite.

- "Excessivo" -

Como o fez em outras ocasiões, a estrela não hesita em se indignar com as críticas das feministas contra a presença em competição do cineasta franco-polonês, acusado de estupro em 1977 de uma adolescente de 13 anos.

"Acho incrivelmente violento e totalmente excessivo", reagiu.

"O tempo passou", afirmou sobre o diretor de 86 anos, com quem filmou em 1965 "Repulsa ao sexo", estimando que "a maioria das pessoas não sabe a realidade de como as coisas aconteceram".

Enquanto se prepara para presidir na próxima semana o Festival de Cinema americano de Deauville, Catherine Deneuve também defende Woody Allen, cujo último filme, "Um dia de chuva em Nova York", que não chegou a ser lançado nos cinemas devido a antigas acusações de agressão sexual, abrirá o evento.

"É o mesmo, é incrível", disse a atriz, afirmando que aceitaria, com certeza, filmar com o cineasta em um projeto que lhe convenha.

Nos Estados Unidos, "eles rapidamente disseram 'é o fim, banido', é preciso sair do país, sair da cidade, sair do cinema", lamenta a atriz, que também se posicionou contra-corrente do movimento #Metoo no início de 2018, assinando com cem mulheres um artigo defendendo "a liberdade de importunar". Ela então pediu desculpas às "vítimas de atos hediondos".

Para ela, "é preciso fazer a diferença entre o cineasta e a pessoa".

"As feministas têm uma visão limitada", considerou.

A atriz francesa Catherine Deneuve defendeu sua assinatura de uma carta em defesa da "liberdade de importunar" dos homens divulgada na semana passada na França e que gerou polêmica, mas pediu desculpas às vítimas de assédio sexual em um texto publicado na noite deste domingo (14) no site do jornal "Liberation".

"Cumprimento de modo fraterno todas as vítimas de atos odiosos que possam ter se sentido agredidas por este texto publicado no "Le Monde". É a elas, e apenas a elas, que apresento minhas desculpas", diz a atriz, 74.

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A carta, assinada por 100 mulheres, defende a "liberdade de importunar" dos homens, considerando-a "indispensável à liberdade sexual" e indo de encontro à onda surgida com o caso do produtor de cinema Harvey Weinstein nos Estados Unidos, uma posição criticada e muito comentada nos últimos dias.

"Efetivamente assinei a petição (...) Sim, amo a liberdade. Mas não amo essa característica da nossa época em que todos se sentem no direito de julgar, ser árbitros, condenar", explica Deneuve, comentando o assunto pela primeira vez desde a publicação da carta.

"Uma época em que simples denúncias nas redes sociais geram punições, demissões e, com frequência, linchamentos na mídia (...) Não desculpo nada. Não decido sobre a culpa desses homens, já que não estou qualificada para isso. E poucos estão", assinala.

A atriz mostra preocupação com "o perigo das limpezas nas artes". "Vão queimar Sade? Classificar Leonardo Da Vinci como un artista pedófilo? Tirar os Gauguin dos museus? Destruir os desenhos de Egon Schiele? Proibir os discos de Phil Spector? Este clima de censura me deixa sem voz e preocupada com o futuro de nossas sociedades."

"Evidentemente, nada no texto afirma que o assédio tem algo de bom, do contrário não o teria assinado", afirma a atriz, que lembrou seu compromisso feminista na época em que assinou o manifesto das 343 a favor do aborto, em 1971.

Para Deneuve, "a solução virá da educação de nossos meninos e meninas".

Militantes feministas francesas reagiram nesta quarta-feira (10) à defesa feita por um grupo de cerca de cem mulheres, entre elas a atriz Catherine Deneuve, ao direito dos homens de "importunar", acusando-as de desprezar as vítimas de violências sexuais.

"Cada vez que se avança para a igualdade, apesar de meio centímetro que seja, há almas boas que imediatamente alertam que podemos cair no excesso", afirmam as signatárias de um texto postado no site francetvinfo.

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Esse texto é uma resposta à manifestação divulgada na véspera no jornal francês Le Monde, no qual um grupo de mulheres alerta contra uma volta ao "puritanismo" como uma das consequências do escândalo do produtor de cinema americano Harvey Weinstein.

"Na França, todos os dias, milhares de mulheres são vítimas de assédio. Milhares de agressões sexuais. E centenas de estupro", recordam o novo grupo formado por cerca de trinta mulheres, entre elas a militante Caroline de Haas e várias jornalistas.

Para elas, as mulheres que assinaram o texto publicado no Le Monde, "misturam deliberadamente uma relação de sedução baseada no respeito e prazer com a violência".

Consideram que a maior parte das personalidades citadas no jornal francês são "reincidentes em termos de defesa de criminosos pedófilos ou apologia do estupro e utilizam sua visibilidade midiática para banalizar a violência sexual", além de "desprezar o fato de que milhões de mulheres sofram ou tenham sofrido este tipo de violência".

Em março passado, Deneuve, de 74 anos, gerou polêmica ao defender na televisão o cineasta Roman Polanski, acusado de ter estuprado uma menor há mais de 40 anos nos Estados Unidos, e assegurar que o cineasta certamente não sabia que a jovem tinha 13 anos.

"Sempre gostou de meninas novas. Sempre achei que a palavra estupro era excessiva", afirmou Deneuve.

"Com este texto tentam voltar a impor o tabu que começamos a levantar. Não conseguirão", enfatizaram as signatárias do novo protesto.

Referindo-se ao movimento que nasceu na França #Balancetonporc ("Delate teu porco", similar ao #MeToo), o grupo concluiu que "os porcos e seus aliados têm motivos para se preocupar. Seu velho mundo está a ponto de desaparecer".

O grupo do qual Deneuve, além de alertar para o "puritanismo" que se instalou após o caso Weinstein, considera ainda "legítima a conscientização sobre a violência sexual exercida contra as mulheres, sobretudo no âmbito profissional".

Mas, também afirmam, "esta libertação do discurso se transforma hoje no contrário: somos intimadas a falar como se deve, a silenciar o que irrita, e aqueles que se recusam a cumprir tais injunções são considerados traidores, cúmplices!"

Há homens que foram "sancionados no exercício de sua profissão, obrigados a se demitir, quando seu único erro foi ter tocado um joelho, tentado ganhar um beijo, falar de coisas 'íntimas' durante um jantar profissional, ou ter enviado mensagens de conotação sexual a uma mulher que não sentia uma atração recíproca", asseguram, falando de uma "onda purificadora".

"Enquanto mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo", afirma o coletivo, acrescentando que defende "uma liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual".

O artigo considerado antifeminista provou reações no mesmo dia de sua publicação.

Em um tuíte, a ex-ministra francesa dos Direitos das Mulheres, Laurence Rossignol, lamentou "esta estranha angústia de deixar de existir sem o olhar e o desejo dos homens, que leva mulheres inteligentes a escrever enormes asneiras".

"Este é um artigo para defender o direito de agredir sexualmente as mulheres e para insultar as feministas", denunciou ainda Caroline de Hass.

Após a cerimônia do Globo de Ouro, no último domingo (7), em que mulheres da indústria cinematográfica se uniram em uma campanha contra o assédio e abusos sexuais, outro grupo de mulheres bastante influentes publicou, nesta terça (9), um manifesto contra o movimento #MeToo, que elas chamaram de "denuncismo". O manifesto foi publicado no jornal francês Le Monde e contou com nomes como o da escritora Catherine Millet e da atriz Catherine Deneuve.

A carta se manifesta contra a onda de denúncia de abusos e assédio sexual na indústria que começou no último ano, em Hollywood. Assinado por 100 atrizes e acadêmicas francesas, o manifesto chama o movimento de "denuncismo" e afirma que os homens "devem ser livres para abordar as mulheres". Em um dos trechos, a carta diz: "Os homens foram punidos, obrigados a demitir-se, quando tudo o que eles fizeram foi tocar o joelho de alguém, tentar roubar um beijo, falar sobre coisas «íntimas» num jantar de negócios ou enviar mensagens sexualmente explícitas para uma mulher cuja atração era recíproca”; e lamenta a falta de oportunidade dos denunciados se defenderem. A Atriz Catherine Deneuve coloca que "é excessiva" a maneira com que as militantes do movimento #MeToo agem.

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O manifesto também fala sobre o estupro classificando-o como crime mas ressalta que "seduzir alguém, mesmo que de forma insistente" não é, e que os homens devem ter a “liberdade de importunar, indispensável à liberdade sexual”. Finalizando, as autoras afirmam: "Como mulheres, não nos reconhecemos neste feminismo, que além de denunciar o abuso de poder assume um ódio aos homens e à sexualidade"; e se dizem "suficientemente conscientes de que o desejo sexual é por sua natureza selvagem e agressivo".

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Um filme da diretora francesa Emmanuelle Bercot, com Catherine Deneuve no papel de uma juíza de menores que tenta salvar um jovem do mundo do crime, abre nesta quarta-feira o Festival de Cannes, que, em sua 68ª edição, destaca um olhar mais feminino, social e intimista.

"La tête en haut", da cineasta francesa de 47 anos, não disputa a Palma de Ouro, mas esta é a primeira vez em 30 anos que um filme de uma diretora abre o festival, que tem um início com menos glamour que nos últimos anos, com as atenções voltadas para a realidade social dura, mas com uma ponta de esperança.

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No filme, a diretora acompanha a vida, dos 6 aos 18 anos, do jovem Malony, um delinquente violento mas frágil, interpretado com brilho pelo novato Rod Paradot.

O filme, com momentos sombrios, mas com esperança, mostra os esforço da juíza (Catherine Deneuve) e de um professor (Benoît Magimel, prêmio de interpretação em Cannes por "O Pianista" em 2001) para salvar o jovem, que passou a infância entre adoções e centros de correção, ante a incapacidade de sua mãe (Sara Forestier), ua viciada em drogas, de cuidar dos filhos.

Bercot descreveu o longa-metragem como um "filme documental e de ficção", que não provocou nenhum entusiasmo na exibição para a imprensa.

A projeção oficial acontecerá durante a noite na sala Lumière do Palácio dos Festivais, no ato de abertura do evento.

Para Deneuve, o filme tem o "objetivo interessante" de mostrar o trabalho de juízes e educadores, mas ela tem consciência de que "não é possível salvar todos os jovens em dificuldades".

- Dramas sociais-

A musa de Luís Buñuel em "A Bela da Tarde" e "Tristana", que trabalha com Bercot pela segunda vez, considera que a escolha do filme para a abertura de Cannes "é uma resposta do festival a um ano difícil" na França.

Para aqueles surpresos com o tom social do festival em 2015, a programação não faz mais do que refletir uma realidade, segundo o presidente do evento, Pierre Lescure.

"Hoje, a realidade social francesa, que é um pouco mundial, inspira os diretores", afirmou.

Isto aconteceu na época da guerra do Vietnã, que inspirou alguns dos melhores filmes de guerra e que integraram a programação de Cannes na época, recordou.

Bercot é uma das três diretoras francesas presentes este ano em Cannes, ao lado de Maïwenn e Valerie Donzelli. As duas últimas estão na disputa pela Palma de Ouro.

Cinco filmes da mostra competitiva são franceses e três da Itália, com direito aos trabalhos mais recentes de dois diretores assíduos do festival, Nani Moretti e Paolo Sorrentino.

Os outros filmes na mostra oficial vêm do México, Estados Unidos (2), Grécia, Taiwan, China, Japão, Austrália, Hungria, Noruega e Canadá.

A competição oficial começa na quinta-feira com as exibições do italiano "Il raconto dei racconti", de Matteo Garrone, com a mexicana Salma Hayek como protagonista, e do japonês "Umimachi Diary", de Koreeda Hirokazu.

Um filme protagonizado pela grande dama do cinema francês Catherine Deneuve abrirá nesta quarta-feira o Festival de Cannes, onde os organizadores finalizam os detalhes para a grande festa do cinema.

Um cartaz de 11 por 24 metros com o rosto de outro ícone da sétima arte, a atriz sueca Ingrid Bergman, foi instalado na fachada do Palácio do Festival para a 68ª edição, que terminará no dia 24 de maio com o anúncio da Palma de Ouro.

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O sorriso de Ingrid Bergman (1915-1982), que receberá um tributo especial pelo centenário de seu nascimento, dará as boas-vindas a dezenas de estrelas e cineastas.

Ao contrário dos anos anteriores, quando o festival começou com filmes repletos de glamour como "Grace: A Princesa de Mônaco" ou "O Grande Gatsby", os organizadores optaram desta vez por um longa-metragem de temática social, "La Tête haute", no qual Catherine Deneuve, de 71 anos, interpreta uma juíza da vara de menores que tenta reabilitar um delinquente.

Pela primeira vez em mais de 30 anos, o filme de abertura - que não integra a mostra competitiva - é dirigido por uma mulher, a francesa Emmanuelle Bercot.

"Estou muito honrada e muito intrigada, porque é uma escolha totalmente inesperada. Me sinto bastante comovida de que um filme como este ganhe tanto destaque, de maneira tão prestigiosa, na abertura do festival", confessou à AFP a cineasta de 47 anos.

Outros filmes de temática social estão entre os 19 que disputam a Palma de Ouro ou nas mostras paralelas de Cannes.

O cinema francês, com quatro filmes na mostra oficial, e o italiano, com três, são os destaques da edição 2015.

Apenas um filme latino-americano, "Chronic", do mexicano Michel Franco, aspira a Palma de Ouro.

- Iates, estrelas e guerra às selfies -

O balneário da Costa Azul, que recebe dezenas de iates luxuosos para o festival, também dá os retoques finais aos espaços provisórios erguidos na praia para as festas noturnas.

A superprodução de "Mad Max: A Estrada da Fúria" montou sua gigantesca tenda diante da fachada do hotel Carlton para a estreia em 14 de maio.

Também já estão presentes os caçadores de autógrafos e outros fãs, que todos os anos acampam perto das barreiras de proteção, diante do tapete vermelho.

A polícia reforçou o dispositivo de segurança após os atentados jihadistas de janeiro em Paris e para enfrentar a onda de assaltos registrada todos os anos na cidade.

As estrelas de cada filme devem caminhar pelo tapete vermelho de 60 metros de comprimento por quatro de largura. Os organizadores recomendaram um limite às selfies, que consideram de mau gosto.

Catherine Deneuve entrou na batalha anti-selfies e ironizou os "famosos" com milhões de seguidores nas redes sociais que "nunca fizeram nada".

"Uma estrela é alguém que deve mostrar-se pouco e permanecer reservada", disse a atriz, imortalizada por Luis Buñuel em "A Bela da Tarde".

As escadas do Palácio do Festival devem receber nas próximas duas semanas estrelas como Cate Blanchett, Benicio del Toro, Matthew McConaughey, Michael Fassbender, Marion Cotillard, Colin Farrell, Michael Caine, Jane Fonda, Salma Hayek e Gerard Depardieu.

No total, a organização encomendou 83 rolos de tapete vermelho para os 26.000 metros quadrados das diversas instalações do festival, incluindo os 8.000 que cobrem os 24 degraus da entrada principal.

Trinta e seis salas de projeção, que vão de seis a 2.300 lugares de capacidade, programaram 1.500 sessões, incluindo a sala principal, totalmente reformada para a 68ª edição, que celebra os 120 anos da invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière.

Outros dois irmãos famosos da sétima arte, os cineastas americanos Joel e Ethan Coen, presidem o júri de nove integrantes responsável por definir o vencedor da cobiçada Palma de Ouro.

A atriz francesa Catherine Deneuve, considerada uma das mulheres mais lindas do cinema mundial, deu uma entrevista à AFP e não escondeu seu incômodo com os os paparazzi e os fãs de 'selfies'.

"Todo mundo quer fazer estas horrorosas chamadas 'selfies'. Eu me pergunto por que as pessoas querem essas fotos", afirmou a atriz que, depois de meio século de uma carreira excepcional, conserva intacto o interesse por novos horizontes artísticos, como o cinema indiano, que ela resolveu explorar em uma viagem a Mumbai.

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A atriz, que vai comemorar 71 anos na próxima semana, foi convidada a visitar a capital indiana do cinema para receber um prêmio pelo conjunto de sua carreira em um festival local.

Elegante como sempre, Deneuve manifesta sua desconfiança com este tipo de homenagem, "agradável, mas que, em alguns casos, pode parecer um enterro de primeira classe".

Deneuve lidera a delegação francesa que participa da sétima edição do "Encontro com o Cinema Francês", organizada pela UniFrance e que contará com projeções especiais para tentar vender produtos franceses aos produtores de Bollywood.

A atriz, que trabalhou em mais de 100 filmes, admite, no entanto, que não conhece muito o cinema indiano. Além de manifestar sua curiosidade, também não descarta trabalhar em uma produção indiana.

"Este cinema é tão diferente. Eles adoram histórias românticas, muita dança", comenta. "Estou certa de que existem jovens diretores que fazem outras coisas além dos contos de fada, ou comédias musicais, mas ainda não tive a sorte de conhecê-los", acrescentou.

Deneuve se disse mais familiarizada com séries americanas como "Breaking Bad", "Homeland" e "House of Cards", e que admira jovens atrizes como Cameron Diaz, Kate Winslet e Kirsten Stewart.

No entanto, não está preocupada em ter uma presença maior nos Estados Unidos.

"Já me fizeram propostas que não me pareceram mais interessantes que as que tenho na Europa, e não tenho motivos para filmar nos Estados Unidos simplesmente porque é em inglês", explicou.

Quanto à reclamação constante das atrizes sobre a falta de papéis femininos marcantes em Hollywood, Catherine Deneuve considera que o problema é menor no cinema europeu, onde "existem menos convenções sobre o poder da sedução de mulheres de certa idade nas telas".

"Nos Estados Unidos, o cinema é tão importante, tem custos tão elevados, que não se pode correr os mesmos riscos que na Europa", comenta ainda.

A candidata ao Oscar de 1993 por seu papel em "Indochina" afirma anda que se sente feliz por ter sido indicada ao prêmio, apesar de ter uma atitude muito particular em relação a isso.

"Se você quiser receber um Oscar, ou ao menos ser indicado, é preciso trabalhar muito e estar muito presente nos Estados Unidos para conhecer pessoas e fazer uma espécie de 'lobby'", explica, descartando sua intenção de se submeter a tudo isso.

Atualmente, seu interesse como atriz se concentra mais em um roteiro interessante ou um diretor do que em um papel em particular.

Também não descarta a possibilidade de atuar no teatro, apesar da fobia que tem dos palcos, como já admitiu várias vezes.

"A angústia do palco é algo que me afeta demais. É um pesadelo que tenho constantemente", confessa, por fim.

O Cineclube da Aliança Francesa traz como grande homenageada a diva do cinema francês, Catherine Deneuve. Protagonista dos dois filmes que serão exibidos nesta quinta-feira (27), a atriz é considerada um símbolo da beleza e elegância da Galícia.

Com entrada franca, serão exibidos os filmes “O último metrô” (Le Dernier Métro – 1980) às 17h30; e “Hotel das Américas” (Hótel des Amériques/ 1981), às 19h30. O evento será realizado no auditório da Aliança Francesa do Derby.

A Paris da década de 40 é retratada no primeiro filme em exibição, onde durante a ocupação nazista as pessoas tinham que correr para não perder o último metrô, o que alterava a rotina de suas vidas, como as encenações de um teatro em que o diretor, judeu, teve que deixar o país. Dirigido por François Truffaut, o filme traz também outro astro do cinema francês, Gerard Depardieu.

Já o segundo longa, Hotel das Américas, narra a história de um relacionamento amoroso pra lá de conturbado entre um dono de um hotel e sua pacata esposa, a bela Deneuve. O drama, de André Téchiné, traz Patrick Dewaere no elenco.

*Com informações da Aliança Francesa.

Serviço
Evento: Cineclube, com exibição dos filmes “O último metrô” e “Hotel das Américas”
Data: 27/10/2011 (quinta-feira)
Horários: 17h30 e 19h30
Local: Auditório André Malraux – Aliança Francesa do Recife
Endereço: Rua Amaro Bezerra, 466 – Derby/Recife
Informações: 81 3202-6262

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