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Em cartaz com "Fête de famille", Catherine Deneuve diz que não se vê como ícone do cinema e que adora surpreender, longe da imagem sofisticada que pode transparecer, e principalmente não hesita em assumir posições controversas, especialmente para defender Roman Polanski.

"Ícone do cinema? Francamente, não penso que eu seja isso. Muitas vezes ouço isso, muito por meio de jornais, revistas, fotos, mas só isso", declarou a estrela do cinema francês, cuja carreira começou há mais de 60 anos, em entrevista à AFP.

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"Também há o fato de eu estar muito ligada a Yves Saint Laurent, por isso essa imagem mais sofisticada. Mas francamente não, como atriz, eu não sou assim. É apenas uma imagem", acrescenta.

Ela também diz que gosta de surpreender "em papéis um pouco inesperados", e que "nem tudo esteja escrito com antecedência".

"Quero coisas que sinto que ainda não fiz", explica Catherine Deneuve, que se prepara para filmar em outubro o próximo filme de Emmanuelle Bercot "De son vivant", com Benoît Magimel.

Em "Fête de famille", de Cédric Kahn, um drama familiar misturado com comédia, ela interpreta Andréa, uma mãe que recebe seus três filhos por seu aniversário na casa da família: sua filha mais velha instável e imprevisível Claire (Emmanuelle Bercot), e seus filhos Vincent (Cédric Kahn), de vida resolvida, e Romain (Vincent Macaigne), cheio de projetos caóticos.

A chegada de Claire, a quem ela não vê há três anos, vai perturbar essa reunião de família, resultando em tempestades e acertos de contas.

"O que eu gostei foi o roteiro, que achei extraordinário, com personagens que realmente existem", contou a atriz de 75 anos, que diz "adorar filmar com escritores, com cineastas que escrevem seus roteiros".

Este ano ela estreou os filmes "L'Adieu à la nuit", de André Téchiné, e "La Dernière folie de Claire Darling", de Julie Bertucelli, além de ter aberto na quarta-feira o Festival de Veneza no papel de uma atriz "muito excessiva" em "La Vérité", do japonês Hirokazu Kore-Eda.

O Festival de Veneza este ano está sendo marcado pela presença polêmica em competição do último filme de Roman Polanski, "J'Accuse", sobre o caso Dreyfus, cuja exibição oficial será esta noite.

- "Excessivo" -

Como o fez em outras ocasiões, a estrela não hesita em se indignar com as críticas das feministas contra a presença em competição do cineasta franco-polonês, acusado de estupro em 1977 de uma adolescente de 13 anos.

"Acho incrivelmente violento e totalmente excessivo", reagiu.

"O tempo passou", afirmou sobre o diretor de 86 anos, com quem filmou em 1965 "Repulsa ao sexo", estimando que "a maioria das pessoas não sabe a realidade de como as coisas aconteceram".

Enquanto se prepara para presidir na próxima semana o Festival de Cinema americano de Deauville, Catherine Deneuve também defende Woody Allen, cujo último filme, "Um dia de chuva em Nova York", que não chegou a ser lançado nos cinemas devido a antigas acusações de agressão sexual, abrirá o evento.

"É o mesmo, é incrível", disse a atriz, afirmando que aceitaria, com certeza, filmar com o cineasta em um projeto que lhe convenha.

Nos Estados Unidos, "eles rapidamente disseram 'é o fim, banido', é preciso sair do país, sair da cidade, sair do cinema", lamenta a atriz, que também se posicionou contra-corrente do movimento #Metoo no início de 2018, assinando com cem mulheres um artigo defendendo "a liberdade de importunar". Ela então pediu desculpas às "vítimas de atos hediondos".

Para ela, "é preciso fazer a diferença entre o cineasta e a pessoa".

"As feministas têm uma visão limitada", considerou.

O chileno Pablo Larráin e o colombiano Ciro Guerra, juntamente com diretores renomados, como Roman Polanski e Steven Soderberg, irão competir no Festival de Veneza pelo Leão de Ouro, anunciaram os organizadores nesta quinta-feira.

Para a 76ª edição do prestigiado festival, que acontecerá de 28 de agosto a 7 de setembro, 21 filmes foram escolhidos para a seção oficial, entre eles numerosos autores consagrados e alguns estreantes.

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Larraín vai competir com "Ema", estrelado por Gael García Bernal, no qual aborda a delicada questão das adoções infantis.

"Um filme incendiário, com personagens feministas extremistas, bem como sua narração cinematográfica, também extremista", comentou o diretor da Mostra, Alberto Barbera, durante a coletiva de imprensa para apresentação do concurso.

Ciro Guerra compete com uma adaptação de J.M. Coetzee, "Waiting fot the Barbarians" com Johnny Depp e Mark Rylance, uma história "alegórica", definiu Barbera, falando do romance que trata da questão da colonização e dos abusos nas guerras.

Pelo menos dez prêmios Oscars assistirão à Mostra Veneziana deste ano, disse Barbera, mencionando Meryl Streep, Brad Pitt, Joaquin Phoenix e Robert De Niro entre eles.

Os dois últimos são os protagonistas do blockbuster "Coringa", de Tood Phillips, um filme de super-heróis, mas "muito dark, muito mais negro", disse Barbera.

"É raro um filme de grandes produtores americanos querer competir em Veneza", disse o diretor do festival depois de elogiar a brilhante atuação de Phoenix e De Niro.

A edição deste ano traz uma lista de verdadeiros mestres do cinema, começando com Roman Polanski, em competição com "J'accuse", sobre o caso Dreyfus, o escândalo antissemita na França nos anos 60.

Outro nome, que garante a participação de muitas estrelas, é o de Soderberg, que concorre com "The Laundromat", um filme sobre o escândalo de vazamentos conhecido como "Panama Papers", com Meryl Streep e Antonio Banderas.

A seção oficial também contará com o americano James Gray, autor do épico espacial "Ad Astra", com Brad Pitt.

O festival será aberto com o filme "The Truth", do japonês Hirokazu Kore-eda, também em competição, com Catherine Deneuve, Juliette Binoche e Ethan Hawke.

A seguir, a lista dos filmes que disputarão o Leão de Ouro.

- The Truth, de Hirokazu Kore-eda

- The Perfect Candidate, de Haifaa Al Mansour

- About Endlessness, de Roy Andersson

- Wasp Network, de Olivier Assayas

- Marriage Story, de Noah Baumbach

- Guest Of Honor, de Atom Egoyan

- Ad Astra, de James Gray

- A Herdade, de Tiago Guedes

- Gloria Mundi, de Robert Guediguian

- Waiting For The Barbarians, de Ciro Guerra

- Ema, de Pablo Larrain

- Saturday Fiction, de Ye Lou

- Martin Eden, de Pietro Marcello

- La Mafia Non E Piu Quella Di Una Volta, de Franco Maresco

- The Painted Bird, de Vaclav Marhoul

- The Mayor Of Rione Sanita, de Mario Martone

- Babyteeth, de Shannon Murphy

- Coringa, de Todd Phillips

- J'Accuse, de Roman Polanski

- The Laundromat, de Steven Soderbergh

- No. 7 Cherry Lane, de Kong Yonfan

A "Osez le féminisme!", associação feminista da França, convocou uma manifestação em Paris contra uma retrospectiva organizada pela Cinémathèque em homenagem ao cineasta franco-polonês Roman Polanski, acusado por várias mulheres de agressões sexuais. 

O protesto está previsto para ocorrer nesta segunda-feira (31) a partir das 18h30 do horário local (16h30 de Brasília) em frente à instituição, onde o diretor de 84 anos irá assistir ao seu último longa, "Based on a true story".

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A Cinémathèque disse que não irá cancelar a exibição da retrospectiva. "Fiel aos seus valores e à sua tradição de independência, a Cinémathèque não pretende ser substituída por qualquer justiça", afirmou a instituição presidida pelo diretor Costa-Gavras, denunciando um pedido de "censura".

Uma petição cobrando o cancelamento da homenagem a Polanski já reúne mais de 26 mil assinaturas. 

A família de Wladyslaw Szpilman, protagonista do filme de Roman Polanski "O Pianista", ganhou um processo em apelação por difamação em relação a um livro que a acusava de colaborar com os nazistas, informou nesta segunda-feira à AFP o filho do músico, Andrzej Szpilman.

De acordo com a decisão do Tribunal de Apelações de Varsóvia de sexta-feira, a escritora polonesa Agata Tuszynska e a editora que havia publicado o livro "A cantora do gueto de Varsóvia: Wiera Gran, a acusada", têm que pedir desculpas em 15 dias à família Szpilman e suprimir os trechos questionados das futuras edições do livro.

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Em sua obra, Tuszynska havia citado declarações da cantora polonesa judaica Wiera Gran que acusavam Szpilman de ter sido membro da polícia polonesa no gueto de Varsóvia. As declarações não foram confirmadas.

Wiera Gran foi uma cantora muito conhecida dentro do gueto que, como Szpilman, sobreviveu ao Holocausto. Foi acusada depois de estabelecer relações com os nazistas. O Comitê de Judeus Poloneses acabou absolvendo-a, mas seus opositores prosseguiram com os ataques contra ela.

Estas críticas a levaram a emigrar a Israel e depois à França. Morreu em Paris em 2007, vítima de Alzheimer.

"Este julgamento permitirá melhorar os modelos éticos na Polônia e questionará a noção mal interpretada da liberdade de expressão", comemorou Andrzej Szpilman, lembrando um julgamento parecido que a família também ganhou em 2013 na Alemanha.

O pianista Wladyslaw Szpilman, falecido em Varsóvia em 2000, foi uma figura de destaque na Polônia. O filme do diretor franco-polonês Roman Polanski "O Pianista", baseado em sua autobiografia, o lançou à fama em todo o mundo. O filme, protagonizado pelo ator Adrian Brody, conquistou três Oscar em 2003.

A Polônia vai reabrir o processo de extradição aos Estados Unidos do cineasta franco-polonês Roman Polanski, acusado de ter estuprado uma menor de idade em 1977, anunciou nesta terça-feira (21) o ministro da Justiça, o conservador Zbigniew Ziobro.

O ministro informou que apresentará um recurso ao Tribunal Supremo para impugnar "uma decisão do tribunal de Cracóvia de não extraditar aos Estados Unidos Polanski, acusado de um crime cruel contra uma menor, o estupro de uma menor".

A declaração foi feita durante uma entrevista a uma rádio pública. "Para nós, isto não é uma surpresa", disse à AFP Jerzy Stachowicz, um dos advogados do diretor de filmes como "Chinatown" e "O Pianista".

"Nós já esperávamos. O senhor Ziobro já havia declarado há algum tempo que faria isto. No momento não podemos fazer comentários, pois não sabemos se já fez ou se ainda vai fazer", completou o advogado.

O tribunal de Cracóvia rejeitou no dia 30 de outubro a extradição de Roman Polanski e a promotoria da cidade decidiu não apelar contra a decisão.

A justiça polonesa rejeitou em definitivo o pedido de extradição americano de Roman Polanski, acusado nos Estados Unidos de ter estuprado uma menor de idade em 1977, anunciou a promotoria de Cracóvia, que desistiu de apelar da decisão de primeira instância favorável ao cineasta franco-polonês.

A análise dos motivos da decisão dos juízes "permite reconhecer como justificada a decisão do tribunal regional de Cracóvia de rejeitar a entrega de Roman Polanski às autoridades americanas", afirma um comunicado da promotoria.

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"Isto encerra os procedimentos judiciais contra Polanski", disse à AFP Jerzy Stachowicz, um dos advogados do cineasta.

O diretor de cinema franco-polonês Roman Polanski poderá rodar na Polônia uma parte de seu filme sobre o caso Dreyfus, anunciou o encarregado da organização dessa nova produção prevista para 2015, Tomasz Dabrowski. "Polanski gostaria de filmar na Polônia, país ao qual está muito apegado", disse Dabrowski à AFP.

"Até o momento, a decisão definitiva (sobre a filmagem na Polônia) não foi tomada ainda. Depende, sobretudo, dos assuntos judiciais relacionados com a ordem de captura americana emitida por um tribunal da Califórnia" contra Polanski, explicou.

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Polanski, de 80 anos, foi detido na Suíça em 2009, em cumprimento de um mandado de prisão emitido nesse caso e que o obrigou a viver, durante um ano, em prisão domiciliar. Em 2010, a Justiça suíça decidiu não extraditá-lo para os Estados Unidos.

O chamado caso Dreyfus (1894-1906) dividiu profundamente a sociedade francesa em torno da acusação de traição contra o capitão Alfred Dreyfus, um judeu francês originário da Alsácia, finalmente declarado inocente.

O roteiro desse filme de suspense é uma adaptação do livro do romancista Robert Harris. O orçamento está estimado em US$ 47 milhões. Segundo a imprensa polonesa, Polanski já alugou um apartamento na Cracóvia.

O documentário Weekend of a Champion, produzido por Roman Polanski, ficou sumido por 40 anos, até que o dono do estúdio onde estava guardado, em Londres, fechasse as portas e ligasse para o produtor perguntando o que fazer. Polanski disse que havia esquecido completamente do filme, que retrata seu amigo Jackie Stewart, em uma segunda tentativa de vencer seu o Grande Prêmio de Mônaco.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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