Tópicos | Censo 2010

Nos últimos dez anos, o número de mulheres responsáveis pela família passou de 22,2% para 37,3%. Esse é um dos resultados apresentados nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em análise dos dados do Censo 2010. Entre os motivos citados na pesquisa estão a mudança de valores em relação ao papel da mulher na sociedade, o ingresso no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade, combinados com a redução da fecundidade.

Esses fatores também contribuíram para as mudanças na estrutura da família. Houve um aumento considerável no número de casais sem filhos entre 2000 e 2010, que passou de 14,9% para 20,2% do total.

##RECOMENDA##

O Censo 2010 também mostra uma crescente mudança na configuração das famílias que residem numa mesma unidade doméstica. Cerca de 16% das famílias têm filhos de apenas um dos cônjuges, ou seja, pessoas divorciadas que se casam novamente e formam uma nova família.

A pesquisa também confirma a maior ocorrência de pessoas morando sozinhas em áreas urbanas. Do total de 6,9 milhões de residências, 88% estão situadas nos grandes cidades. Entre os moradores, 40% das mulheres são viúvas e 58,9% dos homens são solteiros.

O Censo 2010 mostrou a melhoria dos domicílios no Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera adequada a ocupação quando nos domicílios existem até dois moradores por dormitório. O percentual cresceu de 62,9% (1991) para 81,9% (2010). Mas as diferenças regionais ainda são grandes. Enquanto a região Sul apresenta 90,1% dos domicílios com até dois moradores por cômodo, no Norte apenas 66,2% tinham essa característica.

Em relação ao serviço de abastecimento de água e esgotamento sanitário, a região Nordeste foi a que apresentou o desenvolvimento mais acelerado no período. Em relação à presença de água encanada nos domicílios, o índice cresce de 52,8%, em 1991, para, 76,3%, em 2010. Sobre o serviço de esgotamento sanitário, o percentual cresceu de 24,2% de domicílios com esgotamento adequado, em 1991, para 45,4%, em 2010. A coleta direta e indireta de lixo por serviço de limpeza também cresceu (41,6% para 75,0%).

##RECOMENDA##

Em todo o Brasil, em 2010, o fornecimento de energia elétrica por companhias de distribuição era o serviço mais abrangente, chegando à quase totalidade dos domicílios, principalmente no Sul (99,3%) e Sudeste (99,0%). O Norte (89,3%) e o Nordeste (96,9%) alcançaram os maiores avanços quando comparados a 1991(67,0% e 71,7%, respectivamente).

A redução dos níveis de fecundidade nos últimos 70 anos foi a principal razão para a queda do ritmo de crescimento da população, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa de fecundidade (número médio de filhos que teria uma mulher ao final do seu período fértil) caiu de 6,16 em 1940 para 1,90 em 2010. Os dados mais recentes foram divulgados nesta quarta-feira (17) com análise do Censo 2010.

Como o índice ficou abaixo do nível de reposição, que é de 2,10 filhos por mulher, verifica-se uma diminuição no número de crianças no Brasil e um crescente envelhecimento da população. A região Norte é a única que possui uma taxa de fecundidade acima do nível de reposição (2,47). O Nordeste registra 2,06.

##RECOMENDA##

Um dos fatores que contribuiu para a redução da fecundidade foi o aumento no nível de instrução. Entre as mulheres que possuem o ensino fundamental incompleto, a taxa de fecundidade chega a três filhos por mulher. Já entre que possuem o ensino superior completo, a taxa é de 1,14 filho.

A pesquisa também mostra que quanto mais instrução maior é a faixa etária da maternidade. A maior contribuição de fecundidade entre as mulheres sem instrução e com ensino fundamental completo é na faixa dos 20 aos 24 anos. O grupo de médio completo e superior incompleto mostra um comportamento do padrão da fecundidade mais dilatado, com concentração no grupo de 25 a 29 anos, enquanto no grupo de mulheres com ensino superior completo a maior contribuição da fecundidade vem daquelas com idades entre 30 e 34 anos.

O Censo 2010 aponta ainda que quanto maior a renda per capita maior é o planejamento familiar e a diminuição da fecundidade.

Mais da metade da população brasileira continua solteira. É o que mostram os novos dados do Censo 2010 divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o estado civil no País. Do total, 55,3% dos brasileiros declararam-se solteiros, o que representa um leve aumento considerando o registrado em 2000 (54,8%). Os casados caíram de 37,0% para 34,8%. Já o percentual de divorciados quase dobrou, passando de 1,7%, em 2000, para 3,1% em 2010.

No Nordeste, os solteiros também são a maioria (mais de 60%). Já os casados representam 29,5%. Em Pernambuco, das 7.373.671 pessoas, 59,5% estão solteiras e 31,8% estão casadas.

##RECOMENDA##

O censo também revela o aumento no número de uniões consensuais no Brasil. Em 2000, 28,6% das pessoas casadas viviam em união consensual. Em 2010, era 36,4%. Dos casais, 42,9% optaram pelo casamento no civil e no religioso. O percentual é menor que o de 2000, quando foi registrado o índice de 49,4%. Também houve queda nos casamentos apenas no religioso (de 4,4% para 3,4%) e apenas no civil (de 17,5% para 17,2%).

Pela representação por regiões, o IBGE verificou que mais da metade (52,6%) dos casais do mesmo sexo estão na região Sudeste. Em relação ao nível educacional, 25,8% das pessoas envolvidas em uniões com cônjuges do mesmo sexo declararam possuir superior completo. Em termos de opção religiosa, houve predominância de pessoas católicas (47,4%), seguida por pessoas sem religião (20,4%).

A pesquisa também mostrou que a raça está entre os fatores considerados na escolha de parceiros conjugais. O Censo 2010 mostrou que 69,3% dos casais são da mesma raça. De acordo com o estudo, entre os fatores que são levados em conta na escolha de um parceiro estão a renda, a educação e a cor ou raça. “Isso desconstrói o mito da altíssima miscigenação da harmonia racial. Há uma seletividade, há um viés pela escolha do parceiro por cor ou raça”, explicou o pesquisador do IBGE José Luis Petruccelli, especialista na questão.

O IBGE identificou, ainda, 60 mil casais homoafetivos vivendo juntos no país. A maioria das uniões (99,6%) não é formalizada e mais da metade está concentrada na região Sudeste (52%), seguida pelo Nordeste (20%), Sul (13%), Centro-Oeste (8,4%) e Norte (6%).

A taxa de fecundidade caiu de 2,38 filhos por mulher em 2000 para 1,86 em 2010, o que indica que pela primeira vez o Brasil ficou abaixo da taxa de reposição, de 2,1 filhos por mulher. Em 1940, a taxa brasileira era de 6,16 filhos por mulher. Os dados que já tinham sido divulgados pelo IBGE foram detalhados segundo raça, renda e escolaridade da população.

As mulheres indígenas foram as únicas que mantiveram a taxa de 2000, de 3,8 filhos. A região Norte é a única que tem a taxa acima da reposição, com 2,1 filhos.

##RECOMENDA##

Nas camadas de baixa instrução e baixa renda as taxas também estão acima dos níveis de reposição. Entre as mulheres sem estudos ou com o fundamental incompleto, a taxa chega a 3,09 filhos. As que têm entre o ensino fundamental completo e o ensino médio incompleto, a taxa é de 2,54 filhos. A partir do curso médio completo, as taxas caem para 1,34 filho e 1,14 filho no caso das mulheres que têm curso superior.

A taxa de menos de 2,1 filhos por mulher indica, segundo o IBGE, que a partir da década de 2030 a tendência será de diminuição da população.

O Censo 2010 encontrou 60 mil casais homossexuais que dividem a mesma casa, como já tinha sido divulgado pelo IBGE. Desse total de uniões, 53,8% eram de mulheres. No total de pessoas que declararam ter cônjuges do mesmo sexo, 47,4% se disseram católicas e 20,4% sem religião. Pouco mais de um quarto (25,8%) tinha curso superior completo. A grande maioria dos casais (52,6%) vive no Sudeste.

O município de Águas de São Pedro tem a maior proporção de domicílios com casais gays, de 0,18%. Em seguida, vem outro município Paulista, São João de Iracema (0,17%) e Tiradentes (MG), com 0,14%. Entre as capitais, Florianópolis tem a maior proporção de domicílios com casais do mesmo sexo: 0,11%, seguida de Porto Alegre, com 0,10%.

##RECOMENDA##

Em números absolutos, as cidades com mais casais gays são São Paulo (7.532), Rio de Janeiro (5.612), Salvador (1.595) e Fortaleza (1.559).

Os brasileiros que vivem sozinhos chegaram a 6,9 milhões em 2010. Pouco mais de 12% dos domicílios brasileiros têm apenas um morador. Em 2000, eram 8,6%. Na Escandinávia, os domicílios com um único morador são em torno de 37% do total. Em países europeus como França, Bélgica, Áustria, Holanda e Alemanha, varia de 30% a 35%. O México tem apenas 7,6% de unidades unipessoais, segundo comparação divulgada pelo IBGE.

Se por um lado o aumento das pessoas que vivem sozinhas indica autonomia e independência financeira, os técnicos do IBGE destacam os estudos que apontam o fenômeno como "pouco sustentável". "O crescimento das unidades domésticas unipessoais tem algumas consequências importantes para a formulação de políticas públicas. O consumo de energia por pessoa é maior para as unidades unipessoais do que para as famílias com mais pessoas. O custo de vida por pessoa é geralmente mais elevado do que nas unidades domésticas multipessoais. Além disso, uma única pessoa pode ser mais vulnerável, já que não há, em caso de desemprego ou outros problemas, uma retaguarda presente na unidade doméstica", diz o estudo do IBGE.

##RECOMENDA##

O IBGE traçou um perfil dos solitários brasileiros. A maior parte é homem, tem entre 40 e 59 anos. No caso dos homens, é solteiro. Das mulheres, viúva.

A cidade com maior proporção de domicílios onde vive apenas uma pessoa é Herval, no Rio Grande do Sul, onde pouco mais de um quarto (26,3%) das moradias é unipessoal. Entre as capitais, Porto Alegre tem a maior proporção de solitários, com 21,4% das residências com apenas um morador.

Por causa da maior inserção da mulher no mercado de trabalho, dos anos 1980 para cá, é crescente, segundo o IBGE, a proporção de casais em que os dois cônjuges têm rendimento. Em 2010, 62,7% dos casais tinham renda do marido e da mulher. Essa proporção era de apenas 41,9% em 2000.

As uniões entre casais de raças diferentes são crescentes no País, mas na última década houve quase estagnação em relação ao Censo anterior. Em 1960, 88% dos casais eram formados por pessoas da mesma raça, porcentual que caiu para 80% em 1980. Em 2000, chegou a 70,9%. Em 2010, a proporção de casais da mesma raça ficou praticamente a mesma: 69,3%.

##RECOMENDA##

Segundo o IBGE, o "maior salto ocorreu no período de 1980 a 2000, provavelmente em função da diminuição das desigualdades educacionais ocorridas no País nesse período". Os dados mostram que homens e mulheres tendem a se unir a pessoas do mesmo nível educacional. Em 2010, 68,2% dos casais tinham o mesmo nível de instrução. Em 2000, eram 65%.

Quatro em cada dez índios brasileiros vivem fora das terras indígenas reconhecidas pelo governo, apontam dados do Censo 2010 divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O País tem 896,9 mil índios (0,47% da população brasileira) divididos em 305 etnias e que falam 274 línguas diferentes. O resultado surpreendeu os técnicos do IBGE, que partiram de informações preliminares da existência de 220 a 225 etnias e 180 línguas.

Pela primeira vez, o IBGE fez o raio x do território indígena. Quase 380 mil índios (42,3% do total) vivem fora de terras próprias e 517,3 mil (57,7%) ocupam as 505 terras demarcadas, equivalentes a 12,5% do território brasileiro. Foram pesquisadas as terras regularizadas até dezembro de 2010.

##RECOMENDA##

Em metodologia diferente dos demais Censos, o IBGE levou em conta não apenas a população que se declarou indígena ao responder o quesito sobre cor ou raça, mas contou também aqueles que se consideram indígenas, mesmo que tenham se declarado brancos, negros, pardos ou amarelos.

O Censo encontrou 78,9 mil indígenas não declarados, que se somam aos 817,9 mil encontrados na pesquisa de raça. A soma dos indígenas declarados e não declarados inicia uma nova série histórica do Censo. Em 2000, foram contabilizados apenas os que declararam raça indígena. Eram 734,1 mil. A população de raça indígena cresceu na década 11,4%, proporção menor do que o total da população brasileira, que aumentou 12,2% entre 2000 e 2010.

"Para muitos indígenas, cor ou raça é uma classificação dos brancos. Eles podem responder que são pardos, por exemplo, mas se considerarem indígenas. Você pode perguntar qual é raça e ele responder 'xavante' e não indígena ou amarelo ou branco", diz a pesquisadora do IBGE Nilza Pereira. Esses quase 80 mil que se consideram mas não se declaram índios responderam ser pardos, na maioria (67,5%). Pouco mais de 22% se disseram brancos.

As terras indígenas somam 567,5 mil habitantes, mas 30,6 mil (5,4%) deles não se declaram nem se consideram índios. Segundo técnicos do IBGE, essa ocupação nem sempre é conflituosa. Em muitos casos, os habitantes não-indígenas são pessoas que se casaram com índios e passaram a morar nas áreas demarcadas ou pesquisadores, agentes de saúde, de assistência social, das Forças Armadas e outros profissionais que vivem nas terras indígenas sozinhos ou com suas famílias. Há casos que chamam atenção, como da terra indígena Fulni-Ô, em Pernambuco (município de Águas Belas, no sertão), em que 18,6 mil dos 23,8 mil habitantes são não-indígenas. A localidade, no entanto, luta pela preservação de sua cultura e é uma das raríssimas etnias nordestinas que manteve a língua original.

Dentro de 156 países, o Brasil ocupa a 72ª posição no Índice Integrado de Telefonia, Internet e Celular (Itic) de Inclusão Digital. Divulgado ontem (31) pela primeira vez, o indicativo mostra que 51,25% da população brasileira têm acesso ao computador, à internet, ao celular e ao telefone fixo, segundo cálculos da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Fundação Telefônica/Vivo, - baseando-se nos dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto Gallup.

Segundo a pesquisa, a média mundial de acesso à conectividade é 49,1%. O país que possui o maior indicador é o da Suécia, com 95,8%, seguido pela Islândia e Cingapura, empatadas com 95,5%. Nas últimas colocações estão a Etiópia, com 8,25%%; República Centro-Africana com 5,5% e Burundi (5,75%), todos no Continente Africano. Já na América Latina, a Venezuela possui o maior índice de acesso às tecnologias da informação com 62%, seguida pelo Chile e Uruguai, ambos com 55%.

##RECOMENDA##

Para o economista da FGV e responsável pela pesquisa, Marcelo Neri, o Brasil está no meio do caminho quando o assunto é inclusão digital. "O Brasil é um copo meio cheio ou meio vazio, depende da maneira como se vê" avaliou, durante a divulgação dos dados. Para o economista, nos próximos anos, o acesso ao telefone celular será um fator decisivo.

A pesquisa da FGV também levou em consideração a inclusão digital entre os municípios brasileiros. Das mais de 5 mil cidades listadas no Censo de 2010, a conectividade é maior em São Caetano do Sul (SP), Santos (SP), Florianópolis (SC), Vitória (ES) e Niterói (RJ) - todas com indicador acima de 70%.

Segundo Marcelo Neri, as cinco cidades apresentam melhores condições socioeconômicas, facilitando o acesso ao mercado digital. "Uma condição necessária para usar internet é um grau de educação que camadas pobres ainda não dispõem. É preciso acelerar [a inserção] por meio de plataformas como o celular, que as pessoas já usam", sugeriu.

Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília ocupam a 19ª, 20ª e a 21ª posições no ranking nacional, respectivamente.

No Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, 12 de junho, o IBGE divulga números do Censo 2010, que contou 3,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos trabalhando, cerca de 530 mil a menos que em 2000.

A população ocupada de 10 a 15 anos equivalia a 1,9% dos trabalhadores, 1,6 milhão de pessoas. Já na faixa de 16 ou 17 anos, caso em que o trabalho é autorizado, desde que não seja prejudicial à saúde, à segurança e à moralidade, eles eram 1,8 milhão (2,1% do total). Os adolescentes de 14 ou 15 anos só poderiam trabalhar como aprendizes. Em 2000, as crianças e adolescentes de 10 a 17 anos de idade representavam 6% das 65,6 milhões de pessoas ocupadas de 10 anos ou mais de idade.

De 2000 para 2010, o número de pessoas ocupadas de 10 a 15 anos de idade passou de 1,791 milhão, em 2000, para 1,599 milhão, em 2010, uma redução de 198 mil pessoas (10,8%). Entre os adolescentes de 16 ou 17 anos de idade, a redução foi de 336 mil, passando de 2,144 milhões para 1,807 milhão no mesmo período (15,7%).

A redução no número de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos de idade, de 2000 para 2010, em área rural foi maior que em área urbana. Enquanto na área rural houve uma queda de 339 mil pessoas, passando de 1,395 milhão em 2000 para 1,056 milhão em 2010, na área urbana a redução foi de 190 mil, caindo de 2,541 milhões para 2,351 milhões no mesmo período.

A parcela de crianças e adolescentes ocupados do sexo masculino (2,065 milhões) manteve-se superior à feminina (1,342 milhão) em 2010. No grupo etário de 10 a 15 anos, os meninos representaram 60,3% (964 mil), ao passo que na faixa de 16 ou 17 anos, 60,9% (1,101 milhão). Em 2000, o diferencial era maior, alcançando 66,9%, na faixa de 10 a 15 anos de idade (1,199 milhão homens para 593 mil mulheres), e 64,0%, na de 16 ou 17 anos de idade (1,371 milhão de homens para 773 mulheres).

O estudo completo está disponível no site da instituição.

Confira na tabela os dados do Estado e dos municípios pernambucanos.

Com mais de um quarto (26,5%) da população vivendo em municípios da zona costeira, segundo o Censo 2010, o Brasil ganhou hoje o primeiro Atlas Geográfico das Zonas Costeiras e Oceânicas. Recheada de imagens de satélite, a publicação é uma parceria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com a Marinha.

O atlas mostra que as regiões Sul e Sudeste são as que apresentam maior porcentual de espécies exóticas aquáticas identificadas. Essas espécies são, na maioria das vezes, introduzidas no País inadvertidamente, transportadas na água de lastro ou mesmo fixadas no casco de navios. A publicação também apresenta um mapa com a chamada logística do petróleo, envolvendo os principais poços de produção, os terminais de distribuição, as refinarias, etc.

##RECOMENDA##

No capítulo sobre ecossistemas costeiros e marinhos, o estudo ressalta que mais de 90% das áreas consideradas prioritárias de conservação encontram-se fora das áreas abrangidas por Unidades de Conservação. Para o IBGE, isso demonstra a "importância da definição dessas áreas como prioritárias para a preservação da fauna brasileira".

"Na parte de geologia, é possível conhecer como é o Brasil no fundo do mar. Ver a diferença de extensão da plataforma, como é larga no sul e na foz do Amazonas, e como é muito estreita no Nordeste", disse o geógrafo Marco Antonio de Carvalho Oliveira, da equipe que planejou e coordenou a publicação. Ele também destaca o quadro que mostra a evolução urbana do País, com o crescimento da interiorização a partir da década de 1970. "O diferencial é a quantidade de recursos didáticos que o atlas contém."

O atlas também tem um mapa que mostra os municípios afetados pelo ciclone extratropical Catarina, que atingiu a região Sul no fim de março de 2004. Foi o primeiro furacão registrado no Atlântico Sul, resultante de uma combinação rara de condicionantes meteorológicos e oceanográficos. O Catarina foi classificado como um furacão categoria 1 na escala Saffir-Simpson (com ventos entre 120 e 150 km/h). A imagem foi trabalhada com a inclusão dos limites estaduais, sedes de municípios e áreas urbanizadas, mostrando as regiões efetivamente afetadas pelo fenômeno.

Brasília - Nos municípios brasileiros menos populosos, com até 20 mil habitantes, o número de homens ultrapassa o de mulheres de forma mais evidente. Em 20 dessas cidades, localizadas principalmente no estado de São Paulo, a população masculina supera em pelo menos 30% a feminina.

A constatação faz parte dos Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgado hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento faz uma análise do Censo 2010, focando em temas como aspectos demográficos, educacionais, de saneamento e do perfil de distribuição dos rendimentos nos municípios brasileiros.

##RECOMENDA##

De acordo com o estudo, no caso das cidades paulistas, esse fenômeno pode ser explicado, em parte, pela instalação recente de penitenciárias masculinas. Em Balbinos, por exemplo, a criação de dois presídios na última década fez a população local saltar de 1.313 para 3.702, entre os dois últimos censos do IBGE (de 2000 e 2010). A proporção da presença masculina acompanhou o movimento e passou de 106,1 homens para grupo de 100 mulheres, em 2000, para 428,8 homens para cada 100 mulheres em 2010.

O levantamento destaca que os outros municípios, localizados nos estados do Pará, de Pernambuco, Santa Catarina e Mato Grosso, no entanto, já apresentavam uma concentração maior de homens no início da década, tendo sido acentuada ao longo dos anos.

É o caso Cumaru do Norte, no Pará, que já em 2000 registrava 129,9 homens para 100 mulheres e aumentou a razão de sexo para 138,7 homens para cada centena de mulheres.

No outro extremo, entre as 20 cidades com maior concentração de mulheres, 12 são capitais. Oito delas localizadas na Região Nordeste, três na Sudeste e uma na Sul. O município onde há menor diferença entre a população masculina e feminina é Santos (SP), com 84,4 homens em cada grupo de 100 mulheres.

Entre as capitais, Recife foi a que apresentou a menor presença de homens, com 85,7 pessoas do sexo masculino para 100 mulheres, seguida de Porto Alegre (86,5), Aracaju (86,8) e Salvador (87,5). A única capital onde o número de homens superou o de mulheres foi Porto Velho, onde existem 103,2 homens para 100 mulheres.

Quando a análise considera os grupos etários, o levantamento mostra que na faixa de idosos (com 60 anos ou mais) há, geralmente, maior predominância de mulheres. “No grupo de idosos, fica mais evidente o efeito da maior mortalidade masculina, uma vez que um quantitativo menor de homens atinge essa idade”, destaca o documento.

Na média do país para essa faixa etária, há 80,1 homens para 100 mulheres. Nos estados do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, há uma média de três idosos para cada quatro idosas.

O documento do IBGE destaca ainda que também na faixa de 20 a 34 anos há predominância feminina, especialmente no Distrito Federal – onde há 91,5 homens para 100 mulheres – e nos estados de Alagoas (92,8), Sergipe (94,6), Pernambuco (94,8) e Rio de Janeiro (95,5). No outro extremo, Mato Grosso (107,0), Santa Catarina (102,0), Rondônia (101,2) e Pará (100,3) são os estados com maioria masculina nesta faixa de idade.

Rio de Janeiro - O número de municípios onde os domicílios tinham maioria de pretos e pardos aumentou 7,6 pontos percentuais, entre 2000 e 2010, ao passar de 49,2% para 56,8%. A constatação faz parte do Mapa da População Preta & Parda no Brasil segundo os Indicadores do Censo de 2010, divulgado hoje (14).

Em 1.021 cidades (18,3% do total), pretos e pardos eram mais de 75% da população. O estudo foi elaborado pelo Laboratório de Análises Econômicas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

##RECOMENDA##

O percentual de pessoas que se declararam pretas passou de 6,2% para 7,6% em uma década. O aumento foi maior entre as que se declararam pardas, de 38,5% para 43,1% no mesmo período. Em 2010, aproximadamente 91 milhões de pessoas se classificaram como brancas, 15 milhões como pretas, 82 milhões como pardas, 2 milhões como amarelas e 817 mil como indígenas.

O coordenador da pesquisa, Marcelo Paixão, acredita que os indicadores com base no Censo 2010 foram influenciados pelo processo de valorização da presença afrodescendente na sociedade brasileira e pela adoção das políticas afirmativas.

“Esses dados demonstram não só uma mudança demográfica, mas também política, social e cultural, porque expressa uma nova forma de visibilidade da população negra brasileira ao estimular que as pessoas assumam sua cor de pele de uma maneira mais aberta.”

O censo, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a cada dez anos, introduziu, em 2010, a pergunta sobre cor ou raça para todos os domicílios e não mais por amostra, como era feito anteriormente.

Segundo Marcelo Paixão, a comparação dessa informação com dados futuros do IBGE, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do ano que vem e o Censo de 2020, será muito útil para traçar um perfil mais fiel da população.

“O interessante para 2020 é verificar se esse percentual da população preta e parda no Brasil vai continuar aumentando. Porque é claro que tem também uma população que não é negra. O ideal é que as bases de dados expressem melhor o perfil da população brasileira, que corresponda à realidade”, disse o economista.

De acordo com o levantamento de 2010, São Paulo é a cidade com maior número de pretos e pardos em todo o país, com cerca de 4,2 milhões, seguido do Rio de Janeiro (cerca de 3 milhões) e Salvador (cerca de 2,7 milhões).

Se forem considerados apenas negros, Salvador lidera o ranking com 743,7 mil, seguida de São Paulo (736 mil) e do Rio (724 mil).

No Norte e no Nordeste, respectivamente, 97,1% e 96,1% dos municípios eram formados por maioria preta e parda. No Centro-Oeste, esse percentual chegava a 75,5%, no Sudeste, a 37,1% e, no Sul, a apenas 2,3%.

Cunhataí, em Santa Catarina, é a única cidade brasileira sem a presença de pessoas que se declararam pretas.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando