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Na passagem da carruagem em que o rei Charles III, acompanhado da rainha Camilla, se dirigia à sua coroação em Londres, Anna Edwards exibiu um cartaz com a frase "Not my king!" (Não é meu rei), ao invés de agitar a bandeira britânica.

Assim como ela, centenas de manifestantes republicanos se concentraram na Trafalgar Square, na primeira hora deste sábado (6), e penduraram enormes bandeiras amarelas com os palavras "abolir a monarquia" ao longo do trajeto que o casal real fez neste dia histórico.

"Defendo a democracia e acredito que as pessoas deveriam poder escolher se querem ou não um monarca como chefe de Estado", afirmou Edwards, uma londrina de 33 anos.

"Não sou particularmente antimonarquista, mas sou a favor da eleição", disse ela à AFP, enquanto centenas e manifestantes chegavam em um clima festivo.

No entanto, uma pergunta estava na boca de todos: haveria intervenção da polícia, que tinha anunciado um nível muito baixo de "tolerância" aos protestos?

Rapidamente, espalhou-se a notícia que todo mundo temia: Graham Smith, líder do grupo 'Republic', que convocou a manifestação, tinha sido detido.

A polícia deteve "seis dos nossos organizadores e confiscou centenas de cartazes com o lema "Não é meu rei", confirmou à AFP um porta-voz do grupo minutos depois.

"Libertem Graham Smith!", repetiam os manifestantes, em coro, enquanto vigiavam a multidão, de uma plataforma elevada, usando câmeras e binóculos.

"É por isto exatamente que estamos aqui hoje, porque a monarquia representa tudo o que está errado no Reino Unido: os privilégios, a desigualdade e a falta de democracia", disse à AFP Martin Weegman, que usava um boné com a palavra 'Republic'.

- Detenções -

"Não posso acreditar, é revoltante", afirmou Eva, de 19 anos, enquanto via as imagens das detenções em seu telefone celular.

Esta estudante de Matemática explicou que, a princípio, não pensava participar da manifestação, mas mudou de opinião quando foi anunciada a promulgação acelerada, na quarta-feira, de uma nova lei, criticada pela ONU, que dá poderes maiores à polícia para limitar as manifestações.

"Tudo está errado nesta lei, portanto hoje não tenho realmente vontade de comemorar nada", acrescentou.

Os republicanos continuam sendo minoria no Reino Unido, mas se tornaram mais visíveis desde a morte da popular rainha Elizabeth II, em setembro.

Vários protestam quase habitualmente quando Charles III se desloca em alguma visita oficial.

Usando um chapéu estampado com a bandeira britânica, Alice Ridge, de 65 anos, foi saudar o rei, mas encontrou o protesto no meio do caminho.

"Não estraguem a festa", disse, visivelmente incomodada, antes de ir embora.

A convivência foi cordial entre os manifestantes e o restante da multidão até que, na aproximação do cortejo real, os apoiadores da monarquia vaiaram aqueles que gritavam "Não é meu rei!" e "Abaixo a coroa!". Em seguida, começaram a cantar o hino nacional, "God Save The King", enquanto agitavam bandeiras britânicas.

Jane, que está na faixa dos 30 anos, se divertiu com o confronto. Ela ficou contente de que tantos manifestantes tivessem saído, apesar da chuva, para criticar uma monarquia que chamou de "antiquada".

"É muito agradável ver gente sensata e reflexiva protestando contra essa farsa", contou.

"Agora, existe uma voz verdadeira para o republicanismo" no Reino Unido, acrescentou Anna, uma mulher de 54 anos, que não revelou o sobrenome.

Ela lembrou que pesquisas recentes mostram um aumento do sentimento republicano, sobretudo entre os mais jovens. "Chegou o momento", afirmou.

Oito meses depois de subir ao trono após a morte de sua mãe, Elizabeth II, Charles III foi coroado neste sábado (6) ao lado de sua esposa, Camilla, em uma cerimônia solene e suntuosa, única na Europa, um evento que não acontecia no Reino Unido há 70 anos.

O arcebispo de Canterbury, Justin Welby, líder espiritual da Igreja da Inglaterra, colocou na cabeça do monarca de 74 anos a coroa de Santo Eduardo, que não era utilizada desde a coroação, em 1953, de sua mãe, que faleceu em setembro do ano passado.

A rainha Camilla foi coroada imediatamente depois, em um ritual similar, porém mais simples.

Sentados na primeira fileira da imponente Abadia de Westminster, os herdeiros da coroa, William e Kate, acompanharam a cerimônia religiosa, pontuada por cânticos e leituras do Evangelho, concebida de acordo com um ritual de grande pompa que praticamente não mudou nós últimos mil anos.

Quase 2.300 convidados estavam no templo, incluindo a primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como centenas de representantes da sociedade civil britânica.

O príncipe Harry, filho mais novo de Charles, que mantém uma relação tensa com a família real, sentou ao lado dos primos na terceira fileira, sem a esposa Meghan Markle, que ficou na Califórnia com os dois filhos do casal.

"Deus salve o rei Charles!", afirmaram os presentes para marcar o início da cerimônia, depois que Charles III, de 74 anos, e Camilla, de 75, entraram com as capas cerimoniais na abadia, após uma breve procissão de carruagem que começou no Palácio de Buckingham.

Com a mão na Bíblia, o rei prestou juramento. Em seguida, na parte que é considerada a mais sagrada da cerimônia, o arcebispo Welby ungiu as mãos, o peito e a cabeça do monarca, que estava escondido da vista de todos por uma tela.

Em substituição à tradicional homenagem dos aristocratas, o religioso convidou todas as pessoas, onde quer que estivessem assistindo ou ouvindo a coroação, a jurar lealdade ao novo rei, uma novidade histórica que pretendia democratizar a cerimônia, mas que provocou fortes críticas do movimento contrário à monarquia.

- Manifestantes detidos -

Apesar da chuva persistente, milhares de fãs da monarquia se aglomeraram nas ruas de Londres, ao longo do percurso da carruagem real, para saudar os monarcas.

"Estamos muito entusiasmados, muito orgulhosos de sermos britânicos", disse à AFP Phyllis Taylor, de 60 anos, que viajou da Escócia para Londres com o marido para "esta ocasião muito especial".

No trajeto, no entanto, o casal real passou por cartazes do grupo antimonarquista "Republic", com a frase "Not my king" (Não é meu rei). Ativistas foram detidos quando se preparavam para protestar, o que perturbou a cidade algumas horas antes da cerimônia.

"Prenderam seis dos nossos organizadores e confiscaram centenas de cartazes. Não disseram o motivo da detenção, nem para onde foram levados", declarou à AFP um manifestante.

Quase 20 membros do grupo ecologista "Just Stop Oil" também foram detidos e algemados na mesma área, segundo um fotógrafo da AFP.

"Isto é algo que esperaríamos ver em Moscou, não em Londres", disse Yasmine Ahmed, diretora da ONG Human Rights Watch. "Os protestos pacíficos permitem exigir que os que estão no poder sejam responsabilizados, algo a que o governo do Reino Unido parece cada vez mais relutante", acrescentou, em referência a uma nova lei aprovada esta semana que dá mais poderes à polícia contra as manifestações.

- Joias e vestimentas com ouro -

Embora o rei desejasse uma cerimônia mais moderna e simples que a de sua mãe, em um momento de grave crise pelo aumento do custo de vida, três coroas cravejadas de diamantes foram utilizadas no evento: uma para Camilla e duas para Charles III, porque a coroa de Santo Eduardo é usada apenas no momento preciso da coroação.

Também foram utilizadas diversas vestimentas antigas bordadas a ouro: o rei apareceu com as peças de maneira progressiva durante a cerimônia, o que incluiu três cetros, uma espada cravejada de pedras preciosas e um par de esporas de ouro.

Em um aceno às convicções ecológicas do monarca, o óleo da unção era vegano, mas consagrado - como a tradição exige - na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, onde os cristãos acreditam que Jesus foi enterrado.

Após a cerimônia, os monarcas, acompanhados por milhares de militares e integrantes da realeza, retornam em uma nova procissão ao Palácio de Buckingham, onde, ao lado da família, acenam para a multidão.

O príncipe Harry não deve aparecer ao lado do pai, a menos que a família adote um gesto de reconciliação com o filho mais novo de Charles III, que fez duras críticas à monarquia, em particular contra a rainha Camilla e seu irmão mais velho, William.

Setenta anos depois de sua mãe, Charles III será coroado neste sábado (6), em uma cerimônia repleta de tradição e simbolismo, única na Europa, que reunirá milhares de admiradores em Londres, mas não estará livre de protestos do movimento antimonarquista britânico.

Os convidados estrangeiros, do presidente Lula aos reis Felipe VI e Letícia da Espanha, passando pela primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, chegaram a Londres, onde o monarca comparecerá a uma recepção na tarde de sexta-feira.

Antes, o rei passeou pelas imediações do Palácio de Buckingham com seu filho mais velho, William, 40 anos, herdeiro do trono, e a mulher dele, Katherine. Sorridentes e descontraídos, os três apertaram mãos, conversaram e tiraram fotos com os inúmeros admiradores e turistas ali reunidos, apesar da forte chuva que havia caído um pouco antes.

Fãs da realeza estão acampados há vários dias no Mall, a longa avenida que segue até o palácio, para garantir um lugar privilegiado e observar o cortejo real.

"É um momento histórico. Temos muita sorte de vivenciar uma coroação", declarou Marie Scott, 52 anos. Ela também disse que acompanhar os eventos reais presencialmente não é o mesmo que assistir na televisão.

Outros, como Mimi Gill, uma americana de 43 anos e fã da série da Netflix "The Crown", pretendem acompanhar o evento pela TV e comentar em tempo real nas redes sociais, "como fãs em todo o mundo".

E milhares de turistas desembarcarão em Londres para desfrutar a celebração nas ruas, decoradas com bandeiras britânicas.

A cerimônia incluirá elementos com séculos de história, mas com toques modernos, com a participação de bispas, líderes de religiões minoritárias e uma lista de convidados baseada na "meritocracia", em vez da "aristocracia".

A questão ambiental também terá um papel importante, com um óleo de unção vegano e elementos cerimoniais reciclados.

- Desinteresse dos jovens -

"É um momento de enorme orgulho nacional", afirmou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.

Mas se a coroação de Elizabeth II em 1953 foi assistida por 27 dos então 36 milhões de britânicos, a cerimônia de 2023 desperta bem menos expectativa: 62% dos entrevistados afirmaram não ter interesse no evento, segundo uma pesquisa publicada pelo instituto YouGov na quinta-feira.

Outra pesquisa do mesmo instituto mostrou que 25% dos britânicos gostariam de um chefe de Estado eleito, mas o índice alcança 40% entre os jovens de 18 a 24 anos

Coroado aos 74 anos, oito meses após a morte de sua mãe, Charles III tem a missão de modernizar a instituição.

Apesar dos esforços para mostrar-se alguém próximo e caloroso, de sua decisão de colaborar nas pesquisas sobre os laços históricos da monarquia com a escravidão e de sua paixão de longa data pela ecologia, ele tem muitas dificuldades para convencer as novas gerações.

- Críticas aos custos -

Charles III, cujo papel é meramente cerimonial e sem poder político, chegou ao trono do Reino Unido em um momento de vários desafios: das aspirações separatistas na Escócia e Irlanda do Norte até a a grave crise pelo custo de vida.

"Não temos a mesma vida, muitas pessoas estão sofrendo atualmente", destacou Eden Eawit, uma londrina de 38 anos que lamenta o custo elevado da cerimônia, de até 100 milhões de libras (125 milhões de dólares, 626 milhões de reais), segundo a imprensa, principalmente devido às medidas rigorosas de segurança.

O grupo antimonárquico "Republic" planeja organizar um protesto no centro de Londres no sábado.

A Jamaica, país da Commonwealth do qual Charles III também é rei, afirmou na quinta-feira que deseja a separação da coroa britânica. E o primeiro-ministro de Belize, Johnny Briceño, destacou que seu país será "provavelmente" o próximo membro da Comunidade Britânica que se tornará uma república. Ele criticou o papel da Inglaterra no tráfico de escravizados.

O rei, apesar das críticas, teve algumas satisfações, como quando recebeu na quinta-feira líderes dos povos indígenas do Canadá e do Brasil.

Dois deles, Uyunkar Domingo Peas e Atossa Soltani, ativistas da Amazônia, o presentearam com uma coroa de penas "em reconhecimento por seu compromisso com a proteção da floresta e a restauração da harmonia entre a humanidade e a natureza".

O papa Francisco, que não viajará a Londres, será representado pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin.

Como aconteceu no funeral de Elizabeth II em setembro, alguns países não foram convidados, como Venezuela, Rússia e Afeganistão.

Outros, como Nicarágua e Coreia do Norte, receberam convites apenas para os chefes de suas representações diplomáticas.

Como filho de um fazendeiro australiano, Simon Abney-Hastings pareceria um convidado improvável na coroação de Charles III. Entretanto, no evento histórico na Abadia de Westminster, em 6 de maio, ele será a única pessoa presente que poderia reivindicar o trono britânico.

Ainda que pareça improvável, a hipótese é baseada na pesquisa do historiador britânico Michael Jones.

Ele descobriu há duas décadas, na catedral francesa de Rouen, um documento que, a seu ver, prova que o rei inglês Edward IV (1442-1483) era ilegítimo.

Segundo Jones, durante as cinco semanas em que Edward pode ter sido concebido, seu pai Ricardo, duque de York, estava a 160 quilômetros de sua esposa, Cecília Neville.

Como resultado, o pesquisador argumenta que Edward não era o herdeiro legítimo do trono e que a linha de sucessão deveria ter passado para o irmão mais novo, George - um ancestral direto de Abney-Hastings.

Embora sem terras ou casas no Reino Unido, a linhagem de Simon Abney-Hastings, 48 anos, lhe rendeu o antigo título escocês de Conde de Loudoun.

Seu pai, Michael, emigrou do Reino Unido para a Austrália em 1960.

Ele mora atualmente em Wangaratta, no estado australiano de Victoria, e recebeu o convite para a cerimônia de coroação ao mostrar que seus ancestrais tradicionalmente desempenhavam um papel importante nas coroações dos monarcas ingleses.

- Esporas de ouro -

O 15º conde de Loudoun disse no Twitter que estava "encantado e sinceramente honrado" por exercer o papel desempenhado por seus ancestrais na cerimônia de 6 de maio.

Desde o século XIII, os condes de Loudoun têm sido encarregados de usar as esporas de ouro, uma parte cerimonial do ato de coroar um novo rei.

Feitas de ouro, couro e veludo, são entregues ao soberano como símbolo de seu papel como chefe das forças armadas.

Os condes de Loudoun participaram das cerimônias de coroação do rei George V, em 1911, e do rei George VI, avô de Charles, em 1937.

Abney-Hastings é uma das 13 pessoas ou organizações que, segundo o governo britânico, desempenharão um papel na coroação.

- Rei Michael I -

A descoberta de Jones foi um choque para a família Abney-Hastings há quase 20 anos.

Uma equipe de documentaristas britânicos o visitou em sua casa australiana em 2004 para o programa de televisão "Britain's Real Monarch" ("O verdadeiro monarca britânico", em tradução livre). E, para surpresa de toda a família, eles anunciaram que Michael era quem realmente deveria estar sentado no trono britânico como o rei Michael I.

Após sua morte em 2012 aos 69 anos, o direito passaria para seu filho Simon.

O advogado e secretário particular de Simon Abney-Hastings, Terence Guthridge, disse à AFP que "ele nunca teve essa opinião", embora os historiadores pensem que ele tem direito ao trono.

Na verdade, ele sempre foi um "leal e firme apoiador" da rainha Elizabeth II e de seu filho, Charles III. "Cartões de aniversário ou cartões de Natal são enviados todos os anos", acrescentou.

Em um mercado londrino está tudo pronto para a coroação de Charles III: chaveiros, colheres e dedais de costura com a imagem do novo rei. No entanto, faltam os clientes, que parecem pouco entusiasmados com o evento.

A coroação de Charles e de sua esposa Camilla acontecerá no dia 6 de maio na Abadia de Westminster. A de sua mãe, Elizabeth II, em 1953, contou com uma pomposa cerimônia e enorme fervor popular. Mas poucos traços restaram desse ímpeto nacional.

Uma pesquisa realizada em meados de abril mostrou que dois terços dos britânicos não estão interessados no evento.

"As pessoas compram menos do que no Jubileu" do reinado de 70 anos de Elizabeth II no ano passado, lamenta Kirtesh Patel, que vende objetos dedicados ao novo monarca no mercado de Walthamstow, no nordeste de Londres.

Canecas com o retrato de Charles e a frase "A Coroação de Sua Majestade" são vendidas por 6 libras (o equivalente a 7,5 dólares ou a 37,50 reais em valores atuais) e chaveiros por 3 (cerca de 18,75 reais em valores atuais).

"As pessoas estão menos interessadas neste rei", diz o comerciante indiano de 44 anos.

A soberana que faleceu em setembro, aos 96 anos, era extremamente popular. Mas seu herdeiro é um rei idoso, de 74 anos, e seu casamento com Camilla está longe do glamour de William, seu filho, com Catherine.

O vendedor também menciona a inflação acima de 10%, que afeta milhões de britânicos e muda a ordem de suas prioridades.

- "Custa muito" -

Perto de sua loja, Carole McNeil, uma professora aposentada de 82 anos, esclarece desde o início que não é "antimonarquia" e que acompanhará a coroação.

A professora relata, no entanto, que se sente "incomodada" porque a cerimônia "custa muito" ao país, ainda que seja muito mais modesta do que a cerimônia de 1953.

Para Carole McNeil, a família real deveria fazer mais. "Quando você ouve falar em todo o dinheiro que eles têm, eles mesmos deveriam pagá-la", ela protesta.

Rose Vetich se declara "republicana" e exclui a possibilidade de assistir à coroação. “Se o tempo estiver bom, vou passear pelo campo para tentar não pensar na monarquia”, diz esta professora e pesquisadora de 49 anos.

Sua opinião é minoritária. 58% dos britânicos mantêm seu apoio à monarquia e apenas 26% gostariam de um chefe de Estado eleito, de acordo com uma pesquisa recente.

Por isso, há também aqueles que, como Peter Haseldine, aguardam com ansiedade pelas comemorações do fim de semana.

Este contador aposentado esteve presente em 1953, com apenas cinco anos de idade, ao Mall, a avenida que parte do Palácio de Buckingham, para celebrar a ascensão ao trono de Elizabeth II. "Que multidão!", lembra ele.

“Viva o rei!” proclama sua esposa Lynn Jones, uma funcionária pública aposentada, orgulhosa de se apresentar como uma “grande defensora da monarquia”.

A sua casa está decorada com bandeiras com a imagem de Charles III. “A geração mais antiga é mais favorável” à Coroa, admite.

A várias gerações de distância, Louisa Keight, de 25 anos, "ainda" não teve tempo para pensar sobre tudo isso.

“Pode” ser que acompanhe a cerimônia porque pode ser interessante “do ponto de vista acadêmico ou histórico”, diz.

Como muitos britânicos, ela não é a favor nem contra a monarquia. “É uma situação complicada”, diz.

Katy Perry, Lionel Richie e Andrea Bocelli encabeçam a lista de artistas que irão se apresentar no show para a coroação de Charles III em Londres em maio, anunciou a BBC, ao revelar os nomes das principais estrelas, nenhuma delas britânica.

O espetáculo eclético também contará com a presença da banda Take That e do compositor de música clássica Alexis Ffrench para um público esperado de 20 mil pessoas no castelo de Windsor, cerca de 40 km a oeste de Londres, um dia após a coroação de 6 de maio.

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"O show celebrará um novo capítulo na história da nação, com temas de amor, respeito e otimismo, celebrando as quatro nações, suas comunidades e a Commonwealth", informou a BBC, que transmitirá o evento.

Haverá também um coral formado por membros de diferentes comunidades, incluindo socorristas, taxistas e bandas de reggae, além de um coral virtual formado por representantes da Commonwealth, aliança de nações integrada principalmente por ex-colônias britânicas.

O anúncio da programação confirma informações da imprensa de que grandes estrelas da música britânica, como Elton John, Adele, Ed Sheeran e Harry Styles não quiseram participar.

No ano passado, como motivo do 70º aniversário do reinado de Elizabeth II, bandas como Queen com Adam Lambert e Duran Duran, além de artistas como Alicia Keys e Rod Stewart se apresentaram no Palácio de Buckingham. Elton John gravou uma homenagem para a rainha.

A coração de Charles III, primeiro acontecimento deste tipo desde o de Elizabeth em 1953, não parece cativar os britânicos.

Mais preocupado com a alta da inflação que provocou uma grave crise social, o país viveu recentemente o Jubileu de Elizabeth II, em junho do ano passado, e seu funeral, em setembro.

De acordo com uma pesquisa do YouGov publicada nesta sexta-feira, 14, quase dois terços dos britânicos (64%) e 75% dos jovens não estão interessados na coroação, mas 46% dos entrevistados afirmaram que assistirão à transmissão ou a algumas das comemorações previstas.

A coroação propriamente dita, em 6 de maio, acontecerá na Abadia de Westminster diante de 2 mil convidados e deve ter duração de uma hora, em um formato modesto em comparação com a cerimônia para Elizabeth II (8 mil convidados e três horas de duração).

Diversos monarcas e líderes estrangeiros comparecerão, mas o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, será representado por sua esposa, Jill. Já o príncipe Harry, o filho mais novo de Charles III, envolvido em conflitos públicos com a família real, comparecerá sem sua esposa, Meghan Markle.

A família real britânica revelou neste domingo (10) detalhes da coroação de Charles III, que acontecerá em 6 de maio, como a criação de um emoji com a coroa que o novo monarca do Reino Unido usará na cerimônia.

Charles, 74, sucedeu a rainha Elizabeth II após a morte da mesma, em setembro passado. Sua coroação acontecerá na Abadia de Westminster, em Londres.

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Os atos da coroação irão durar três dias. Além do tradicional desfile, incluirão um show noturno e uma grande refeição nacional, entre outras iniciativas.

O Palácio de Buckingham informou que irá criar um emoji inspirado na coroa de Edward, do século XVII, que Elizabeth II usou em sua cerimônia de coroação, em 1953, assim como será feito por seu filho.

O emoji irá acompanhar as mensagens publicadas no Twitter com as hashtags #Coronation, #CoronationBigLunch, #TheBigHelpOut e outras do mesmo estilo.

A Coroa britânica já havia lançado um emoji especial, para o jubileu de platina da rainha Elizabeth II, em 2022.

Os detalhes mais recentes sobre a cerimônia do mês que vem indicam que a mesma será mais breve e menos complexa do que a coração de Elizabeth II. Começará às 10h GMT, e a mulher de Charles, Camilla, também será coroada.

A coroação do rei Charles III, em maio, contará com um show repleto de astros, um grande "almoço nacional" e uma iniciativa de promoção do voluntariado, além da tradicional cerimônia e das procissões, anunciou neste sábado o Palácio de Buckingham.

Os três dias de festejos, cerimônias e eventos comunitários serão uma oportunidade "para as pessoas se unirem na celebração de uma ocasião histórica", acrescentou o palácio. Até lá, a monarquia tentará reduzir o impacto negativo das afirmações incendiárias sobre a família real contidas no livro de memórias do príncipe Harry, filho mais novo do rei, lançado neste mês.

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Ainda não se sabe se Harry e a mulher, Meghan Markle, que vivem nos Estados Unidos, irão participar da coroação, que costuma acontecer meses após o monarca assumir suas funções, devido ao luto nacional e ao ajuste de detalhes do evento.

A coroação de Charles III, a primeira no Reino Unido desde 1953, acontecerá em 6 de maio, na Abadia de Westminster. Sua mulher, Camilla, 75, será coroada como consorte.

- Procissões -

O casal chegará procedente do palácio sem outros membros da família real, no que se conhece como "procissão do rei", e retornará com uma comitiva, na "procissão da coroação".

Para encerrar o primeiro dia, os membros da realeza irão saudar a população em uma sacada do Palácio de Buckingham, em cuja esplanada devem se concentrar milhares de pessoas.

- Show especial -

No dia seguinte, um "show especial da coroação" será realizado no Castelo de Windsor e transmitido ao vivo pela rede de TV BBC, com a participação de "ícones da música mundial e astros contemporâneos".

À noite, um espetáculo de luzes intitulado “Ilumina a nação” irá encher de cores lugares emblemáticos, com projetores, lasers e drones. Vizinhos e comunidades serão convidados a participar de "grandes almoços da coroação", como um "ato nacional de celebração e amizade".

A segunda-feira, último dia dos festejos, será organizada por grupos de caridade e religiosos, que “destacarão o impacto positivo do voluntariado nas comunidades do país".

Uma semana depois dos funerais de Elizabeth II, o Palácio de Buckingham apresentou nesta segunda-feira (26) o novo monograma real - as iniciais de Charles III - que será visto, entre outros, nos edifícios do governo, em caixas de correio e documentos oficiais.

Durante o reinado de Elizabeth II, o monograma era "EIIR", de Elizabeth II Regina (rainha em latim).

Durante o de seu seu filho, o monograma será "CIIIR", ou seja, Carlos III Rex (rei em latim). Nas imagens do monograma revelado pelo Palácio de Buckingham, o C e o R se entrelaçam e uma cora paira sobre as iniciais.

O novo monograma foi criado pelo "College of Arms", fundado em 1484 para desenvolver novos escudos de armas e conservar os registros genealógicos oficiais.

As cartas que saírem do Palácio de Buckingham terão o novo símbolo, "CIIIR", a partir da terça-feira, dia que marca o fim do luto real pela rainha, morta em 8 de setembro, aos 96 anos.

Pelo escritório postal de Buckingham passam cerca de 2.000 pacotes e cartas por ano, entre convites, respostas a cartas ou correspondências oficiais.

O novo monograma faz parte das muitas mudanças trazidas pela ascensão ao trono de Charles III.

O hino nacional foi modificado e os britânicos agora cantam "God Save The King".

O rosto do rei vai substituir pouco a pouco o da soberana nas notas de libras. E o passaporte também será modificado no Reino Unido e nos outros 14 países da Commonwealth, onde Charles III é o chefe de Estado.

No cargo há menos de uma semana, o novo rei Charles III já protagonizou alguns episódios virais de impaciência que chamaram a atenção para a sua personalidade. Já na sua cerimônia de proclamação como rei, o monarca aparece gesticulando irritado para funcionários tirarem um porta caneta da mesa. Em outro vídeo, ele reclama de uma caneta que vazou a tinta.

Ambas as imagens se espalharam pelas redes sociais, onde as pessoas vêm criticando o novo rei com adjetivos como "arrogante" e "mimado". Outros, porém, defendem o monarca, lembrando aos críticos que ele perdeu a mãe, a rainha Elizabeth II há poucos dias e ainda assim precisa seguir uma lista rigorosa de protocolos da monarquia.

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No sábado, 10, apenas dois dias depois de virar automaticamente rei após a morte da rainha mais longeva do Reino Unido, Charles foi oficialmente proclamado o novo monarca em uma cerimônia simbólica. Ele ainda deve passar pela coroação, que não tem data prevista até o momento.

No evento, um irritado Charles fez sinal para que seus assessores retirassem um porta-canetas e as canetas que estavam em seu caminho para que ele pudesse assinar os documentos da cerimônia. Em um frame diferente da mesma ocasião, o rei tenta afastar novamente a bandeja com as canetas e aperta a mandíbula para demonstrar urgência.

Então novamente nesta terça-feira, 13, durante sua viagem à Irlanda do Norte, o novo rei demonstrou outro momento de irritação com canetas. Ele estava assinando um livro de visitas na frente das câmeras no Castelo de Hillsborough, perto de Belfast, capital da Irlanda do Norte.

Ele teria reagido depois que a caneta que estava usando vazou. "Oh Deus, eu odeio isso (caneta)!", disse, levantando-se e entregando a caneta para sua esposa, Camilla, a rainha-consorte.

"Ah, olhe, está manchando tudo", Camilla disse enquanto o marido enxugava os dedos.

"Eu não suporto essa maldita coisa. Toda vez isso", Charles disse enquanto se afastava.

Antes de reclamar do vazamento da caneta, Charles havia escrito a data errada no documento, colocando 12 de setembro, antes de verificar com um assessor que lhe disse que era 13 de setembro. "Você assinou 12 de setembro mais cedo também", avisou Camilla.

Enquanto tabloides britânicos já corriam para traçar um perfil psicológico do novo rei com base em "especialistas em linguagem corporal", muitos britânicos saíram em defesa de Charles. "Espero que as pessoas não esqueçam que a mãe dele morreu dias atrás. A pressão mais extrema imaginável", escreveu o jornalista Benjamin Butterworth em resposta ao vídeo publicado pela emissora CBS.

"Acho isso injusto", escreveu uma internauta em resposta ao vídeo da cerimônia de proclamação. "Eu assisti ao vivo e ele se esforçou para gerenciar os enormes documentos devido aos objetos da mesa totalmente desnecessários e apontou ironicamente um item para ser tirado. Este clipe mostra ele voltando para assinar mais e os objetos estavam todos de volta no caminho. Ele não queria derramar tinta."

Estas não foram as primeiras gafes do rei. Em 2005, o então príncipe Charles foi flagrado fazendo comentários sobre um repórter da BBC durante uma sessão de fotos em uma estação de esqui. "Gente maldita, não suporto aquele homem. Ele é tão desagradável", comentou Charles, acompanhado dos filhos William e Harry, sem perceber que havia um microfone por perto.

Um rei pouco popular

Houve quem riu e se divertiu com a impaciência do rei. No entanto, as críticas que Charles III recebeu após a circulação dos vídeos não ajudarão a sua popularidade já baixa, principalmente em comparação à de sua mãe. Sua impopularidade é especialmente maior entre os jovens.

Segundo uma pesquisa publicada em maio pelo Yougov, apenas 29% dos britânicos entre 18 e 24 anos considerava que Charles faria um bom trabalho como rei. Em todas as outras faixas etárias, a maioria estimou que ele estaria à altura.

No entanto, em outra pesquisa publicada após a morte de Elizabeth II, o novo monarca ganhou 17 pontos entre os jovens, mas continua sem convencer a maioria. Os milennials preferem amplamente William, de 40 anos, filho mais velho de Charles e agora herdeiro ao trono.

O motivo desse descontentamento por Charles pode ter várias origens. "Ele não tem a mesma energia em seus discursos que a rainha", opina Sam, de 21 anos à agência AFP. Outros jovens entrevistados mencionam uma imagem "controversa", alimentada recentemente pelas "acusações de racismo" feitas por Meghan Markle contra a família real. Também uma "falta de carisma" ou sua aparência "antiquada".

"É claro que, depois dos 70, você não tem o mesmo charme fácil de quando tem 30 ou 40 anos", disse o especialista real Richard Fitzwilliams. "Ser jovem e glamoroso faz a diferença, mas é impossível passar diretamente para a próxima geração, a monarquia não funciona assim!", acrescenta.

A relação dos britânicos com Charles teve seus altos e baixos, em grande parte devido ao desastroso fim de seu casamento com a muito popular princesa Diana e seu romance e posterior casamento com Camilla, admite o especialista.

Apesar disso, pouco a pouco, sua popularidade cresce: nos últimos tempos, Charles é "respeitado por seu trabalho com as organizações beneficentes", acrescenta Fitzwilliams.

O que também não deve ajudar a imagem do novo rei é a notícia de que dezenas de funcionários da Clarence House, a residência de Charles III quando era príncipe de Gales, foram informados que serão demitidos em breve, em meio a cerimônias de despedida da rainha Elizabeth II.

Cerca de cem trabalhadores da ex-residência oficial do rei receberam cartas informando que os seus serviços não são mais necessários e que serão ajudados a encontrar novos empregos, revelou o jornal The Guardian na última terça-feira, 13.

"Todos estão furiosos, incluindo os secretários particulares e a equipe de comando. Todo o pessoal tem trabalhado muito desde a noite de quinta-feira (quando Elizabeth II morreu) para se deparar com isto. As pessoas estão muito alteradas", disse uma fonte anônima ao jornal britânico.

(Com agências internacionais)

As demissões são "inevitáveis" em Clarence House, a antiga residência oficial do agora rei Charles III, confirmou nesta quarta-feira (14) um porta-voz, uma decisão que foi rapidamente anunciada após sua ascensão ao trono, ganhando as críticas de um sindicato.

Dezenas de membros do pessoal da Clarence House já receberam sua carta de demissão, segundo o jornal The Guardian. Quase cem pessoas trabalhavam na residência do ex-príncipe de Gales, algumas há décadas.

Os serviços do rei e da rainha consorte Camilla serão transferidos ao Palácio de Buckingham, residência oficial dos monarcas em Londres. A antecessora de Charles III, a rainha Elizabeth II, morreu na última quinta-feira aos 96 anos.

"Após a ascensão ao trono na semana passada, as operações de residência do ex-príncipe de Gales e da ex-duquesa da Cornualha acabaram e, como exige a lei, começou um processo de consulta", indicou a Clarence House.

"Nossos funcionários prestaram um longo e leal serviço e, embora algumas demissões sejam inevitáveis, trabalhamos urgentemente para identificar funções alternativas para o maior número de empregados", disse a Clarence House à AFP.

O sindicato PCS condenou em nota a decisão "implacável" de anunciar demissões "em um período de luto" pela morte de Elizabeth II.

Os funcionários da Clarence House não são representados por nenhum sindicato reconhecido, segundo o The Guardian.

O jornal explica que os serviços reais pretendiam inicialmente adiar o anúncio para depois do funeral de Elizabeth II, previsto para 19 de setembro, mas que, após consulta jurídica, decidiram fazê-lo o mais rápido possível.

Todos os funcionários demitidos receberão indenizações "maiores" e a medida entrará em vigor depois de três meses, segundo fontes reais.

Uma multidão foi ao Palácio de Saint-James, em Londres, neste sábado (10), esperando ver Charles III na cerimônia de proclamação do novo rei.

"Temos a chance de ver o novo rei... Espero que ele venha por aqui. Prefiro vê-lo do que ouvir a proclamação!" explica Nicola Parmar, 49 anos.

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Visivelmente emocionada, a mulher conta que inicialmente viajou de Yorkshire, onde mora, para ir ao teatro com a mãe, mas teve que mudar de planos quando foi anunciada a morte de Elizabeth II.

Um carro com vidros escurecidos se aproxima e a mulher tenta ver seus ocupantes, como milhares de outras pessoas verificam todas as chegadas ao local. "Nós adoraríamos vê-lo".

A saída inesperada na sexta-feira de Charles III para cumprimentar o público em frente ao Palácio de Buckingham animou Sarah e Gerard Berdien, de 53 e 54 anos.

Acima de tudo, eles esperam "estabilidade" do novo monarca. "A rainha sempre foi a rainha. Espero que (Charles III) não estrague. Ela não teve um único escândalo em 70 anos", diz Gerard.

 "Boa sorte" Charles III 

O Reino Unido enfrenta um alto custo de vida, também sofre com os efeitos da guerra na Ucrânia e tem ainda uma nova primeira-ministra.

Charles III se torna rei em "um momento muito difícil", admite Malcolm Tyndall, de 54 anos, diretor de uma organização beneficente em Londres.

Ainda assim, Tyndall foi lhe desejar "boa sorte", convencido de que será "diferente". "Ele não pode ser como a mãe, espero que seja diferente, mas da forma mais gentil possível".

Algumas pessoas foram até o evento "por curiosidade", como Leendert Van Denberg, um holandês de 52 anos.

"É um momento histórico. Ela foi rainha por 70 anos!" Depois acrescenta: "Há algo curioso: há uma semana ninguém levava Charles a sério (...) E agora estamos todos esperando por sua aparição!", diz.

Proclamação

De repente, centenas de telefones celulares são levantados pelos braços no ar. Algumas notas de trompete anunciam a iminência da leitura da proclamação do rei.

O silêncio total é imediatamente imposto e, com atenção, a multidão ouve o texto lido por apenas dois minutos.

Então, um grito: "Deus salve o Rei" imediatamente ecoou em uníssono pelos milhares de espectadores reunidos por uma hora.

Ao longe, tiros de canhão ressoam e todos cantam solenemente o hino nacional, pela primeira vez com "Deus salve o rei", e não a rainha, antes de aplaudir.

"Hip Hip Hooray!" alguns gritam.

Charles III, que se tornou rei nesta quinta-feira (8) após a morte de sua mãe Elizabeth II, disse inúmeras frases controversas ou memoráveis durante seus anos como príncipe. A seguir uma seleção das principais:

- "Um momento de grande tristeza para mim e para todos os membros da minha família", declarou hoje sobre a morte da rainha.

- "Colditz com kilt", disse ele sobre a escola Gordonstoun, onde passou anos difíceis na adolescência, comparando o internato escocês a um castelo transformado em campo de prisioneiros pelos nazistas.

- "Brandy de cereja", disse aos 14 anos, quando entrou em um bar e se sentiu compelido a pedir uma bebida, causando um escândalo por não ter idade suficiente para beber álcool.

- "O que quer que signifique 'estar apaixonado', sim. Todo mundo tem sua própria interpretação", respondeu à pergunta se ele amava Diana Spencer em uma entrevista em 1981 por ocasião do noivado.

- "Estou absolutamente encantado e francamente surpreso que Diana esteja disposta a me aceitar" como marido, disse ele pouco antes.

- "Como um furúnculo monstruoso no rosto de um amigo querido e elegante", foi sua opinião em 1984 sobre uma proposta de modernização da National Gallery.

- "Realmente não há um emprego ou um papel estabelecido (...) seria muito fácil não fazer nada. O importante é servir este país", disse ele sobre seu papel na monarquia em 1985.

- "Tenho certeza que deve ser um inferno viver com uma coisa velha como eu!", afirmou em entrevista com Diana.

- "Venho falar com as plantas, realmente, é muito importante falar com elas. Acho que elas respondem", comentou sobre a jardinagem em 1986.

- "Sim. Até que as coisas se quebraram irremediavelmente, nós dois tentamos", disse ele em 1994, quando perguntado se ele tinha sido fiel a Diana.

- "A Sra. Parker Bowles é uma grande amiga... e continuará sendo amiga por muito tempo", disse na mesma entrevista, onde falou pela primeira vez sobre o fim de seu casamento.

- "Não sou muito bom em exibir sabedoria", declarou ele enquanto posava para fotógrafos em 1994.

- "Assustadoras e velhas estátuas de cera", teria dito sobre a delegação chinesa em declarações vazadas por ocasião da devolução de Hong Kong em 1997.

- "Espero, em particular, que a pesca ilegal da merluza austral ocupe um lugar de destaque em sua lista de prioridades", escreveu numa carta dirigida ao governo em 2004, mas revelada em 2015 por ocasião da publicação de cartas manuscritas endereçadas a diferentes ministérios durante o governo de Tony Blair.

- "Não suporto este homem. Ele é horrível, de verdade", disse ele sobre o correspondente real da BBC, capturado por um microfone, durante uma sessão de fotos com seus dois filhos antes de seu casamento com Camila.

- "Cansei de ser chamado de bastardo inglês (Pommie Bastard, expressão pejorativa australiana que designa os britânicos), posso garantir. Olha o que fez comigo. Graças a Deus foi bom para o caráter. Se você quer fortalecer o caráter vá para a Austrália", declarou ele em 2011 sobre seus estudos em Victoria.

- "Sua Majestade, mamãe", declarou durante o discurso de encerramento do Jubileu de diamante em 2012.

- "Não quero me ver na frente dos meus futuros netos dizendo: por que você não fez nada?", disse ele em 2013 sobre as mudanças climáticas.

- "Literalmente não temos mais tempo", lançou diante dos líderes mundiais na COP26 em novembro de 2021.

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