Uma audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (18), na Câmara Municipal do Recife discutiu os casos de morte em decorrência da fiação elétrica exposta em postes da Região Metropolitana do Recife (RMR) e em especial a morte do advogado Davi Lima Santiago Filho, em junho deste ano.
A reunião foi solicitada pelo vereador Marco Aurélio, membro da Comissão de Meio Ambiente, Transporte e Trânsito e contou com a presença do pai de Davi Lucas e familiares, além de representantes da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe), do Procon, de outros órgãos e da sociedade.
##RECOMENDA##De 2012 até agora, pelo menos 37 pessoas morreram por causa de choques elétricos no Estado, de acordo com relatório da Arpe. No entanto o presidente da Celpe, Luiz Antônio Ciarlini afirmou durante sua participação na bancada da audiência, que a situação em que morreu o advogado não corresponde ao padrão estabelecido pela empresa.
O presidente afirmou que os principais motivos de mortes por choques elétricos são construção irregulares que invadem a área de segurança, trabalho em obra próximo à rede, podas irregulares, ligações clandestinas, tentativas de furto. Mais uma vez questionado pelo vereador Marco Aurélio, sobre as condições do fio desencapado que matou Davi Lima, o presidente se limitou a dizer “que isto foge do padrão da Celpe”.
O diretor do Procon-Recife, José Neves, afirmou durante a audiência que órgão instaurou um procedimento investigativo para verificar o serviço prestado pela Celpe à população. Se constatado que é abaixo da qualidade necessária, a Companhia pode pagar multa que chega a R$ 2 milhões, cabendo ainda ampla defesa da mesma.
Durante a reunião, foram apresentadas fotos do emaranhado de fios de diversas ruas do Recife, alguns deles expostos e pendurados. O presidente da Celpe se comprometeu em analisar um por um. De acordo com ele, em nenhuma das imagens postadas ultimamente pela mídia em relação à fios, era de responsabilidade da empresa e sim das instituições de telefonia.
Uma outra audiência deve ser convocada, desta vez pelo vereador Jurandir Liberal, que vai discutir o espaço aéreo poluído visualmente pelo o excesso de fiação.