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O DEM anunciou que questionará no Supremo Tribunal Federal (STF) a Medida Provisória que será editada pelo governo para promover mudanças no novo Código Florestal. Vice-presidente do partido, o deputado Ronaldo Caiado (GO) afirma que a MP não poderia ser editada antes de o Congresso analisar os 12 vetos presidenciais ao projeto.

O deputado afirma que fará uma questão de ordem no plenário da Câmara para alertar a Casa sobre a inconstitucionalidade da medida. Ele acusou o governo de ter tomado sua decisão atendendo ONGs internacionais. "O governo não reúne ministérios para resolver a calamidade no Nordeste, onde não só o rebanho está morrendo, mas população também. A presidente só reúne ministério para atender ONGs internacionais", diz Caiado.

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O Advogado Geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou nesta sexta que o material aprovado pela presidente Dilma Rousseff com relação ao Código Florestal será divulgado apenas na segunda-feira, quando será entregue ao Congresso Nacional. Segundo ele, "o texto é feito para o Brasil, é estruturante, pois passou por um grande debate político".

O advogado geral da União, Luís Inácio Adams, afirmou nesta sexta ter confiança de que a Medida Provisória (MP) que o governo enviará ao Congresso propondo modificações ao Código Florestal será aprovada. "Temos confiança da qualidade do que está sendo proposto", disse Adams, durante anúncio dos vetos ao Código Florestal.

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Segundo ele, o próximo passo agora é levar e discutir com os parlamentares os elementos que levaram à adoção desse texto. "Essa discussão nos traz muita confiança, porque atendido o pequeno produtor e atendido o equilíbrio ambiental, esse projeto tem todas as condições e capacidade de ser mantido pelo Congresso Nacional", disse.

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, afirmou que a recuperação das áreas de preservação permanente (APP) não deve afetar a produção agropecuparia brasileira. Ele disse que é evidente que alguma propriedade pode perder área, mas observou que, nos últimos anos, a produção brasileira vem aumentando sem aumento da área plantada, graças ao aumento da produtividade.

O governo anunciou que foram feitos 12 vetos ao texto do Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados e 32 modificações que serão propostas em uma Medida Provisória a ser editada pelo Executivo.

O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, afirmou nesta sexta-feira que o texto do Código Florestal não é dos ambientalistas nem dos ruralistas. "Esse é o Código daqueles que têm bom senso", diz ele, prevendo a continuidade do debate no Congresso Nacional.

Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, com o novo texto o governo está garantindo a inclusão social e produtiva de milhares de produtores rurais. Segundo ele, no processo de regularização, não haverá "anistia para ninguém, todos terão de contribuir para a recomposição de áreas de preservação permanente (APP) que foram utilizadas ao longo dos anos". Ele observou que a recomposição será proporcional ao tamanho da propriedade e quem tem mais área de terra vai recompor mais.

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A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, explicou nesta sexta-feira que o governo levou em conta algumas diretrizes para definir os vetos ao Código Florestal. São elas: recompor o texto aprovado pelo Senado; preservar acordos e respeitar o Congresso Nacional; não anistiar o desmatador; preservar os pequenos proprietários; responsabilizar todos pela recuperação ambiental e manter os estatutos de Área de Preservação Permanente (APP) e reserva legal.

Segundo ela, entre as premissas do governo estão a preservação das florestas e dos biomas brasileiros e a produção agrícola sustentável. A ministra disse que o objetivo é não permitir anistia aos desmatadores e nem a redução da proteção ambiental.

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Ela afirmou que o texto favorece os produtores da agricultura familiar, que têm propriedades com limite de até quatro módulos fiscais. Segundo ela, esse grupo abrange cerca de 90% das propriedades rurais e corresponde a 24% da área agrícola do País.

Izabella disse ainda que o veto parcial da presidente Dilma Rousseff "é respeito ao Congresso Nacional e evita a insegurança jurídica".

Participam ainda do anúncio os ministros da Agricultura, Mendes Ribeiro; do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; e o ministro da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams.

A presidente Dilma Rousseff vetou 12 artigos do projeto de lei do Código Florestal aprovado no final de abril pela Câmara dos Deputados. A presidente realizou também 32 modificações no texto, sendo que 14 recuperaram o texto aprovado no ano passado pelo Senado Federal, cinco são dispositivos novos e 13 são ajustes ou adequações de conteúdo do projeto. Segundo o ministro da Advocacia Geral da União, Luís Inácio Adams, as alterações serão introduzidas por meio de medida provisória, junto com a publicação dos vetos, na próxima segunda-feira.

De acordo com Adams, a presidente decidiu reintroduzir o artigo primeiro do texto aprovado no Senado, que trata dos princípios da lei, que ela entende ser essencial para a produção sustentável e o meio ambiente. Vetou o artigo 61 que, segundo Adams, a presidente considera central para a questão produtiva e social.

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O anúncio foi feito nesta sexta-feira em entrevista coletiva que conta também com a participação dos ministros Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) e Mendes Ribeiro (Agricultura).

A presidente Dilma Rousseff tem reunião na manhã desta sexta-feira com os líderes do governo no Congresso para apresentar a eles os vetos decididos pelo governo para o texto do Código Florestal. O anúncio oficial está previsto para as 14 horas com a presença dos ministros Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, e Mendes Ribeiro, da Agricultura.

A informação foi prestada na noite da quinta, pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que conversou com os líderes Arlindo Chinaglia (PT-SP), José Pimentel (PT-CE) e Eduardo Braga (PMDB-AM), para já começar a estratégia de discussão do Código no Congresso. "A reunião é para começar a operar", comentou Ideli. Para a ministra, "a reação da opinião pública confirmou a tese defendida pelo governo de que teria sido muito melhor terem apostado no acordo em torno do texto do Senado, que era muito mais equilibrado, tinha mais condições de ser colocado em prática".

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Ideli assegurou ainda que não há nenhum impedimento para o governo apresentar um novo texto ao Congresso para preencher as lacunas que surgirão em decorrência dos vetos, seja ele por medida provisória, seja por projeto de lei. A ministra disse ainda que todo o esforço está sendo feito para aproveitar ao máximo o espírito do texto que havia sido aprovado pelos senadores e depois foi alterado pelos deputados, na Câmara.

Ideli disse que vai propor à presidente que, após a decisão sobre o veto, na semana que vem, ela e os ministros que participaram das discussões, convidem os líderes dos partidos da base aliada para apresentarem os motivos dos vetos e verem como o governo espera que o novo texto a ser apresentado para preencher as lacunas existentes,

tramite na Câmara e no Senado.

A presidente decidiu vetar parcialmente o texto do novo Código Florestal votado pelo Congresso. Segundo um dos interlocutores da presidente que acompanha de perto a discussão interna no Palácio do Planalto, a ideia é manter todo o texto comum, que passou pelo crivo de

deputados e senadores, e vetar as polêmicas que geram insegurança jurídica e envolvem conflitos entre ambientalistas do governo e o setor produtivo. A palavra final nestas polêmicas será dada pela própria presidente, que já decidiu editar Medida Provisória tratando do Assunto.

Até a noite passada, porém, não havia sequer um esboço do texto da Medida Provisória por meio da qual o governo pretende aperfeiçoar a proposta do Congresso e evitar insegurança jurídica no setor. Um dos participantes da reunião da quinta-feira disse que a presidente estava examinando "com lupa" o texto do novo Código e discutindo cada detalhe

com a equipe de juristas e técnicos.

O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta quinta-feira que o texto do Código Florestal sofrerá "vetos parciais" da presidente Dilma Rousseff. Dilma tem até amanhã para decidir sobre o tema.

"Vetos parciais", respondeu Temer, quando deixava o gabinete da vice-presidência, depois da reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o empresário João Dória Jr. e o economista Paulo Rabello de Castro. Temer, no entanto, disse que não sabe o número de artigos que deverão ser vetados por Dilma.

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O governo não concorda com as mudanças feitas na Câmara do texto aprovado pelo Senado. Uma das maiores queixas é em relação ao artigo 62, que, no entender do Planalto, significa anistia aos desmatadores.

Os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) receberam na manhã desta quinta-feira cerca de 2 milhões de assinaturas contra o texto do Código Florestal.

Os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, receberam na manhã desta quinta-feira cerca de 2 milhões de assinaturas contra o texto do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados, que está sob análise da presidente Dilma Rousseff.

Dilma tem até amanhã para decidir sobre o que fazer com o texto. A versão da Câmara desagradou ao Planalto, que preferia a versão do Senado Federal, considerada mais equilibrada entre as reivindicações de ambientalistas e ruralistas.

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"Essa reunião tem, sem dúvida, um lado histórico. A presidenta ter pedido para três ministros ouvirem o que 2 milhões de pessoas disseram mostra que faz diferença elas se mobilizarem", disse o diretor de campanhas da organização internacional Avaaz, Pedro Abramovay. A Avaaz é uma organização global de campanhas que possui mais de 1,5 milhão de membros no País.

De acordo com Abramovay, mais de 300 mil assinaturas são de brasileiros - franceses, alemães e holandeses também demonstraram preocupação com as consequências do texto do Código aprovado pela Câmara. As assinaturas não foram impressas às autoridades. Em vez disso, foi entregue uma foto de uma página na internet indicando a contagem do número de assinaturas.

"O texto aprovado é um texto horrível. É muito difícil pensar uma solução que respeite algum pedaço desse texto, é o texto do desmatamento. A gente quer o veto total ao desmatamento. Esse texto com aquilo que está lá tem de ser inteiramente rechaçado", criticou. "Sem dúvida, agora vamos acompanhar vigilantes e observando para saber se a decisão que a presidenta Dilma vai tomar é uma decisão a favor da motosserra ou se é uma decisão a favor do desenvolvimento sustentável." Entre os assinantes estão a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o cineasta Fernando Meirelles, de "Cidade de Deus" e "O jardineiro fiel".

A presidente Dilma Rousseff poderá se reunir nesta quinta com líderes dos partidos da base aliada para explicar a eles os vetos que fará ao texto do Código Florestal, aprovado pelo Congresso. O objetivo é diminuir a resistência dos parlamentares e evitar a derrubada do veto que fará a vários dos 84 artigos do Código.

O governo não concorda com as mudanças feitas na Câmara e uma das maiores queixas é em relação ao artigo 62, que, no entender do Planalto, significa anistia aos desmatadores. O artigo 62 trata da polêmica regularização de propriedades que desmataram Áreas de Preservação Permanente (APPs).

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Nesta quarta, a presidente, mais uma vez, dedicou praticamente toda a sua agenda a discutir item por item os vetos que pretende fazer ao texto. Dilma comandou mais uma rodada de discussão do texto final do Código, repassando cada ponto, com todos os ministros envolvidos na discussão: Gleisi Hoffmann, da Casa Civil; Izabella Teixeira, do Meio Ambiente; Mendes Ribeiro Filho, da Agricultura; Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário; e Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União (AGU). Nesta quinta, ela repetirá a rodada.

Segundo a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, a intenção da presidente é definir hoje se o veto será integral ou parcial, para que a decisão seja publicada no Diário Oficial da União de sexta-feira. Além do que vetar, Dilma está analisando o texto que enviará ao Congresso para evitar que surjam lacunas na lei por causa de seu veto. Ainda não está decidido se o governo vai encaminhar um novo projeto de lei, uma medida provisória ou aproveitar o projeto que tramita no Senado.

Para Ideli, "não há a menor hipótese" de os vetos serem derrubados pelo Congresso. "Não há possibilidade pelo número de votos que a matéria teve na Câmara. E não há a menor possibilidade política." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A presidente Dilma Rousseff deverá decidir até amanhã, quinta-feira, o que fazer com o texto do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados. A informação é da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Segundo ela, os vetos ao código virão acompanhados de complemento, para não haver vácuo legislativo. "Eles (Dilma e ministros da área) estão trabalhando na análise do texto, o que pode ser aproveitado ou não do texto, até porque ficou muito recortado. Tem vários assuntos que, como foram subtraídos, também não tem como vetar, então você teria que produzir algum texto. Tem algumas questões que poderão ser solucionadas por medidas que não são de lei, mas por decreto, por resoluções. Então toda essa colcha de retalhos está sendo debatida e com certeza, deverá vir um complemento. Até porque não podemos ter um vácuo legislativo.", afirmou. Para Ideli só haverá um veto total ao texto aprovado se nada puder ser aproveitado. "Eu tenho essa convicção de que só acontecerá um veto total se for absolutamente impossível de aproveitar nada, pela harmonia do texto legal.", disse.

Na avaliação da ministra "não há a menor hipótese" de os vetos da presidente serem derrubados pelo Congresso. "Não há menor hipótese até pelo número de votos que a matéria teve na Câmara. Não há a menor possibilidade política", afirmou a ministra.

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O texto aprovado pela Câmara contraria o interesse do governo, que preferia a versão que saiu do Senado Federal, considerada mais equilibrada entre as reivindicações de ambientalistas e ruralistas.

Nesta quarta à tarde, Dilma voltará a se reunir com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira para discutir a sanção da lei.

"O prazo fatal para o veto é agora sexta-feira, dia 25. Então estamos todos na expectativa de que, no mais tardar, até amanhã, ela (Dilma) deva estar já com a decisão tomada para poder fazer a publicação no Diário Oficial da sexta-feira", disse Ideli a jornalistas, antes de participar de seminário em Brasília.

Se a presidente Dilma Rousseff vetar o projeto de lei aprovado na Câmara que reforma o Código Florestal e retomar um texto nos moldes do votado no Senado no fim de 2011, a perda de produção agrícola no País pode ficar em torno de 3 milhões de hectares. O número, que considera a recuperação de matas ciliares, foi obtido com base em análise de especialistas em cima de cálculo do Ministério do Meio Ambiente sobre quanto deveria ser recomposto de vegetação natural com o texto do Senado.

No ano passado, uma projeção feita no Departamento de Florestas da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do MMA considerou que, ao todo, seriam necessários recuperar cerca de 31,5 milhões de hectares (Mha), sendo 18 Mha de Reserva Legal e entre 12,5 Mha e 15 Mha de Área de Preservação Permanente. No entanto, especialistas ouvidos pelo Estado ponderam que o foco tem de ser em APP, visto que o texto do Senado prevê a possibilidade de o déficit de reserva legal ser compensado em outra área.

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Por outro lado, em APPs, pesquisas apontam que o grosso de sua ocupação não é para produzir arroz e feijão. Cerca de 80% do uso irregular é de pecuária de baixa produtividade - somente os 20% restantes seriam de fato são ocupados por agricultura. Daí o cálculo de que a perda de área para produção agrícola seria de no máximo 3 Mha.

A questão é delicada hoje no Brasil porque faltam dados sobre como se dá exatamente a ocupação do solo no Brasil. Cálculos a partir de imagens de satélite não são 100% precisos e ainda não existe uma adesão dos proprietários ao cadastro rural.

Compensação polêmica

Os ruralistas, por exemplo, têm uma visão mais dramática. A senadora Kátia Abreu (PSD/TO) considera que se voltar o texto do Senado, o Brasil vai acabar abrindo mão de toda a área prevista na recuperação - que ela diz ser ainda um pouco maior, de 33 milhões de hectares.

Ela questiona, por exemplo, a compensação de RL em outro lugar. "Só temos 27,7% de área de produção agrícola no Brasil, descontados os 11% que são preservados nas propriedades particulares. O resto do País é terra devoluta do Incra, terra de índio, parques nacionais ou terras de Marinha e Exército e cidade. Onde eu vou arrumar floresta para compensar mesmo? É lógico que é em área de produção."

A análise considerada pela comunidade científica é bem diferente. De acordo com cálculos do agrônomo Gerd Sparovek, da Esalq/USP, sobram áreas para fazer essa compensação.

"A sobra que existe de vegetação natural fora de APP e RL e de Unidade de Conservação são 294 milhões de hectares. Não é tudo propriedade privada, claro. Isso inclui terra pública não destinada, que não tem titulação e que não sabemos quanto é exatamente", afirma. "Mas tem área suficiente em todos os biomas. O que acontece é que alguns Estados não têm, como São Paulo e Paraná. As propriedades deles teriam de compensar no mesmo bioma, mas em outros Estados."

O texto do Senado prevê essa possibilidade. E pressupõe também que a compensação é uma espécie de mecanismo de mercado. "O proprietário que ceder sua terra para outro proprietário resolver seu déficit vai receber por isso. Não é bondade", diz.

O próprio censo agropecuário do IBGE de 2006 - o mais recente - conta uma história diferente. Segundo o levantamento, os proprietários rurais declararam a existência em suas terras de 94 Mha de florestas, sendo 50,2 Mha destinadas para APP ou RL; 8,2 Mha são de florestas consorciadas com pastagem e 35,6 Mha são de matas e florestas fora de APP. Em teoria, a compensação poderia também ocorrer aí.

Pastagem improdutiva

Por isso, defendem pesquisadores, o foco se volta para as regiões de mata ciliar. Nelas sim a recuperação envolve transformar área hoje usada para produção.

Segundo projeção feita por Sparovek sobre o total de déficit de área protegida em propriedades agrícolas hoje no Brasil, com base no Código Florestal ainda vigente, faltam cerca de 55 Mha de APP. Desses, 45 Mha seriam ocupados por pecuária e 10 Mha por agricultura. Daí sai a proporção citada no início do texto.

E recuperar pastagem, dizem os cientistas, é na verdade um bom negócio para o próprio produtor. Como em geral no Brasil a produtividade dessas áreas é muito baixo, em torno de uma cabeça de gado por hectare, investimentos que pudessem ao menos dobrar isso acabariam liberando cerca de 70 Mha no País e compensariam a "perda" com a recuperação de mata. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cerca de 100 manifestantes pedindo o veto da presidente Dilma Rousseff ao Código Florestal fecharam o trânsito na Esplanada dos Ministérios e chegaram à frente do Palácio do Planalto. Um deles quis subir a rampa do Planalto, provocando correria da segurança. Mais de 10 carros da polícia estiveram "estacionados" para tentar conter os manifestantes na tarde desta terça-feira.

Enquanto isso, a presidente Dilma estava reunida com os ministros do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da Agricultura, Mendes Ribeiro; com a Advocacia Geral da União (AGU) e Agência Nacional de Águas, discutindo exatamente os vetos ao Código Florestal. A presidente tem até sexta-feira (25) para anunciar sua decisão sobre o Código.

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A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse nesta segunda-feira que a presidente Dilma Rousseff vai vetar parte do texto do Código Florestal, em relação ao que foi aprovado na Câmara dos Deputados. "Vai ter veto e o prazo é dia 25. Vai ter veto e qual é? Ela é que sabe", disse Ideli, apontando para a presidente.

Dilma, Ideli, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), participaram da cerimônia de assinatura da ordem de serviço das obras de construção da ponte sobre a Lagoa de Imaruí, em Laguna, município a 130 quilômetros de Florianópolis.

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O Código Florestal virou uma dor de cabeça para o governo, que preferia a versão aprovada pelo Senado Federal, considerada mais equilibrada entre as reivindicações de ambientalistas e ruralistas. Em mensagem enviada ao Partido Verde (PV) após o primeiro turno das eleições de 2010, na tentativa de conquistar o apoio de Marina Silva, Dilma disse expressar "acordo com o veto a propostas que reduzam áreas de reserva legal e preservação permanente, embora seja necessário inovar em relação à legislação em vigor. "Somos totalmente favoráveis ao veto à anistia para desmatadores", afirmou Dilma, na carta.

São Paulo, 19 - O último ato público na capital paulista da campanha #VetaTudoDilma ocorre amanhã, a partir das 10 horas, em frente ao Monumento às Bandeiras, na região do Parque do Ibirapuera. O movimento Veta, Dilma pede que a presidente Dilma Rousseff vete o Novo Código Florestal, aprovado na Câmara no dia 25 de abril. A presidente tem até o dia 25 de maio para emitir seu parecer.

Os organizadores esperam cerca de 1.500 participantes, entre representantes de movimentos sociais, ONGs, estudantes e personalidades. O #VetaTudoDilma é organizado pela Fundação SOS Mata Atlântica e cerca de 100 outras instituições.

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Os organizadores estão pedindo que os participantes vistam camisetas verdes, a cor-símbolo das florestas brasileiras. Em nota, a coordenadora da Rede de Águas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, disse que "o objetivo do ato é mostrar o descontentamento e a reprovação a esse texto que não acolheu a manifestação da sociedade, de lideranças e da comunidade científica."

Também em nota, o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, afirmou que já foram recolhidas 1,8 milhão de assinaturas digitais contra a sanção do novo código pela presidente. "É uma campanha nacional", assegurou.

A presidente Dilma Rousseff driblou seguranças, ministros e parlamentares que a acompanhavam nesta sexta-feira durante solenidade de entrega de unidades habitacionais em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, para cumprimentar adeptos da campanha "Veta Dilma", que pedem a ela para vetar no novo Código Florestal aprovado pelo Congresso. Segundo os integrantes do grupo, Dilma acenou todo o tempo com a cabeça, indicando que pode atender ao apelo.

O movimento contrário ao texto aprovado pela Câmara no fim de abril ganhou corpo nas redes sociais e, na semana passada, levou até a atriz Camila Pitanga a quebrar o protocolo - com um devido pedido de licença - durante cerimônia no Rio de Janeiro para pedir o veto à presidente. A resposta de Dilma foi apenas um sorriso, a mesma dada aos manifestantes em Betim. O código revoltou ambientalistas, que apontam retrocessos na legislação ambiental do País caso ele seja sancionado.

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Nesta sexta-feira, porém, houve uma diferença. A presidente participava de cerimônia para inauguração de uma creche e entrega de 1.160 imóveis dos conjuntos habitacionais Parque das Palmeiras I e II e Baviera, construídos no bairro Sítio Poções por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Os cerca de 50 manifestantes foram mantidos afastados do evento, fora das grades armadas pela segurança no entorno dos prédios onde era realizada a solenidade com a presença de Dilma, dos ministros Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Aloísio Mercadante (Educação) e Aguinaldo Ribeiro (Cidades), além de prefeitos, parlamentares e outras autoridades.

Do lado de dentro, era possível ver apenas duas faixas com o "Veta Dilma" estendidas na varanda de um vizinho. Ao deixar o local, no entanto, a presidente ouviu o coro de "Dilma pode vetar, o Brasil vai te apoiar", se desvencilhou do esquema de segurança e da comitiva oficial e atravessou a rua para cumprimentar os manifestantes. "Quando eles (seguranças e comitiva) viram que ela ia atravessar a rua, veio aquele bolo de gente atrás", conta o estudante Raul Lansky, de 19 anos, um dos organizadores do protesto.

O rapaz lembrou que, ao chegar ao evento, a presidente já havia aberto o vidro do veículo oficial para saudar o grupo, composto em sua maioria por pessoas sem vinculação a entidades. "Ela é muito sisuda, mas deu um sorriso franco", comentou. No corpo-a-corpo, Dilma também não falou com o grupo, mas cumprimentou os manifestantes mais próximos da grade, alguns deles com máscaras de deputados federais do PMDB mineiro que votaram a favor do projeto, como Newton Cardoso, Paulo Piau e Leonardo Quintão.

"Quando desejamos coragem para ela vetar, a presidente sorriu e acenou concordando", lembrou o estudante, esperançoso de que o gesto indique a posição presidencial diante do código. "Ela indicou que pode vetar alguns trechos do texto, mas não especificou quais", disse o deputado estadual Durval Ângelo (PT), que participou da solenidade no palanque junto com a presidente.

Durante o evento, a presidente evitou tratar de política ou temas polêmicos e, em um discurso de 14 minutos, optou por um tom emotivo, com foco no dia das mães e na segurança que a casa própria oferece às famílias. Mas admitiu que famílias com renda mais baixa não têm condições de adquirir um imóvel no País sem ajuda do governo. "Pela primeira vez, posso dizer o seguinte para vocês: é impossível alguém comprar casa no Brasil se ganha até um salário. É impossível alguém comprar casa no Brasil se ganhar até R$ 1,6 mil e não tiver uma poupança. Porque a inflação não fecha. O preço que você paga por uma casa e o salário que a pessoa recebe não fecham", disse.

E acrescentou que, desde a extinção do Banco Nacional de Habitação (BNH) em 1986, é a primeira vez que o governo está "garantindo casa para quem não tinha casa". Os conjuntos habitacionais foram construídos com investimento de R$ 53,7 milhões e os apartamentos de 44 metros quadrados são destinados a famílias com renda de até R$ 1,6 mil. Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF), as prestações dos financiamentos equivalem a 10% da renda dos beneficiários, com prazo de dez anos para pagamento.

Ao mesmo tempo em que analisa vetos ao Código Florestal para reestabelecer a exigência de recomposição da vegetação às margens de rios - derrubada parcialmente pela Câmara no mês passado -, a presidente Dilma Rousseff autorizou incluir as Áreas de Preservação Permanente (APPs) das propriedades na contabilidade das metas de biodiversidade, que o Brasil se comprometeu atingir até 2020.

A decisão valoriza as áreas de proteção nas propriedades privadas. E dá um sinal aos produtores rurais de que a exigência de proteger e recuperar a vegetação em seus imóveis poderá reduzir a necessidade de criar mais parques e reservas no País.

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Atualmente, há 310 Unidades de Conservação (UCs), que reúnem 758 mil km² de áreas protegidas.

A proposta de incluir as áreas de proteção nas propriedades privadas nas metas de biodiversidade foi levada ao Planalto formalmente por entidades que representam o agronegócio. Na conferência de biodiversidade de Nagoya, no Japão, em 2010, o Brasil se comprometeu a conservar a vegetação nativa de pelo menos 17% de cada bioma por meio de parques e reservas.

Em princípio, somente as UCs e as terras indígenas contariam para o alcance das chamadas Metas de Aichi de Biodiversidade, acertadas na reunião de 2010 da Convenção sobre Diversidade Biológica.

"Excluir áreas extremamente relevantes para a biodiversidade somente porque são áreas privadas é desprezar o valor que essas áreas possuem para a conservação da biodiversidade brasileira", diz o documento assinado por 11 entidades que representam o agronegócio e entregue à ministra Gleisi Hoffmann.

O documento afirma que as APPs mantidas em propriedades privadas no País somam 570 mil km².

Cálculos do governo estimam que 330 mil km² de áreas de proteção nas propriedades privadas teriam de ser recuperadas em consequência da versão do Código Florestal aprovada pelo Senado em dezembro, com o aval do governo, e em parte derrubada pela Câmara no mês passado.

Setor produtivo

"Não excluo essa hipótese, o Brasil se comprometeu em atingir a meta e discute como fazer isso", adiantou o secretário de Biodiversidade e Floresta do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcanti, que coordena o debate sobre detalhamento das metas.

Na semana que vem, uma reunião da Comissão Nacional de Biodiversidade deve fechar o detalhamento das metas brasileiras. "As metas são perfeitamente alcançáveis e nada obriga que isso aconteça apenas por meio das Unidades de Conservação federais", completou.

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin, defende que as APPs entrem na contabilidade, mas insiste em que isso não significa um freio à criação de Unidades de Conservação. "O que importa é a conservação da biodiversidade, precisamos ver isso como uma oportunidade e é importante que o setor produtivo se coloque como agente de proteção", disse.

A principal polêmica se concentra nas áreas protegidas na Amazônia. Uma das metas propostas pelo governo prevê que as Unidades de Conservação na Amazônia alcancem 55% do bioma. "Isso significa que, em 2020, 225 milhões de hectares da Amazônia serão protegidos por unidades de conservação", critica documento do agronegócio. Atualmente, as Unidades de Conservação e as terras indígenas na Amazônia somam 155 milhões de hectares. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou nesta terça-feira que tem "convicção" de que a presidente Dilma Rousseff vetará pontos do Código Florestal aprovado na Câmara. Entre eles,o que anistia desmatadores e os que prejudicam os pequenos agricultores rurais.

"A presidenta deverá tomar, como decisão nos próximos dias, o veto. Eu tenho a convicção de que alguns artigos serão, com certeza, vetados", afirmou Ideli, na saída de um encontro com líderes governistas do Senado. "Isto está consagrado. Anistia a desmatadores e prejuízo aos pequenos agricultores são duas questões que a presidenta já havia sinalizado claramente que não admitirá no Código Florestal", completou.

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A ministra disse que vê com "bons olhos" o projeto dos senadores Jorge Viana (PT-AC) e Luiz Henrique (PMDB-SC) que poderia suprir as lacunas dos eventuais vetos de Dilma. A proposta restaura o texto do Senado que o governo federal apoiava mas que foi desvirtuado posteriormente na Câmara.

A proposta do novo código chegou na segunda-feira ao Palácio do Planalto. Dilma tem até o dia 25 para decidir o que fazer: se vetá-lo integralmente ou parcialmente.

Ideli disse também que o governo irá se esforçar para que a Câmara dos Deputados vote hoje a PEC do Trabalho Escravo. A proposta, que prevê a expropriação de propriedades rurais ou urbanas onde for constatado trabalho escravo, está parada no plenário da Casa desde agosto de 2004. Na ocasião, a PEC foi aprovada em primeiro turno, logo após o assassinato dos fiscais de trabalho em Unaí, município de Minas Gerais.

"É uma matéria reconhecida, inclusive, internacionalmente como uma medida extremamente efetiva e eficaz no combate ao trabalho escravo", afirmou. "Vamos trabalhar para que esta PEC seja apreciada e a votação seja encerrada", disse.

O presidente da Câmara, deputado Marco Maia, reuniu-se na manhã desta terça-feira com os ministros do Trabalho, Brizola Neto; de Direitos Humanos, Maria do Rosário; e da Igualdade Racial, Luiza Bairros, para discutir a questão. Representantes das centrais sindicais participam da reunião. Artistas, como Letícia Sabatella e Marcus Winter, também participaram de encontro sobre a proposta no Congresso.

Os envolvidos no debate esperam que a Câmara realize uma sessão extraordinária para votar a matéria, uma vez que a pauta do plenário está trancada por sete medidas provisórias.

Para Ideli, não deve haver resistência entre os ruralistas. "Ela não é uma questão de propriedade, de ação, de atuação da agricultura ou da pecuária", afirmou. "Trabalho escravo é um crime. E, portanto, como crime tem que ser tratado e tem que ter penalidade", completou.

A possível edição de Medidas Provisórias (MPs) pela presidente Dilma Rousseff para substituir artigos vetados por ela no Código Florestal terá o apoio de deputados federais que aprovaram o projeto. "Há um consenso e é o melhor caminho finalizar esse projeto com uma discussão conjunta entre Câmara, Senado e o governo", disse o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), após reunião de parlamentares da Comissão da Agricultura e Pecuária da Câmara, na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP).

Ontem, o senador Blairo Maggi (PR-MT) defendeu uma reunião entre congressistas e o governo para definir os últimos ajustes no Código Florestal. "É fundamental que essa reunião seja logo no começo da próxima semana", afirmou Nogueira. Ainda segundo ele, além de substituir possíveis vetos, "as MPs poderiam tratar de outros assuntos que ficaram de fora do projeto aprovado, como a preservação de nascentes e ainda o uso da água para a irrigação", concluiu.

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O Congresso Nacional tentará, até a próxima semana, um novo acordo com o governo federal para minimizar os impactos de possíveis vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto do Código Florestal, aprovado semana passada na Câmara. A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado aprovou nesta quinta uma proposta para que senadores e deputados se reúnam e discutam, pontualmente, com representantes do governo, a troca dos artigos do projeto aprovado a serem vetados por Medidas Provisórias (MPs).

"Vamos negociar para que, no mesmo momento do veto, a presidente faça a apresentação de uma MP com (o texto) que foi aprovado no Senado e foi negociado entre todos", disse o senador Blairo Maggi, à Agência Estado. A intenção da Comissão de Agricultura, segundo ele, é fazer com que, avalizado pelos deputados, o texto final seja mais próximo ao do aprovado no Senado. "O projeto do Senado é mais equilibrado e o governo defende isso. Nunca vi um projeto com tanta discussão no Senado", disse. "Não tiro de forma alguma a legitimidade da Câmara de fazer o que fizeram", completou.

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Maggi classificou como uma "atitude política e menos prática" a decisão do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) de reapresentar no Senado o projeto do Código Florestal alternado na Câmara. "Se for seguir o trâmite normal, só daqui a dois a três anos o projeto seguiria ao final. Não é essa a postura agora", afirmou o parlamentar, durante visita à Agrishow, Ribeirão Preto (SP).

A principal feira e tecnologia agrícola do País foi alvo de protestos de movimentos ambientalistas e de sem-terra, nesta quinta, em defesa do veto de Dilma ao projeto. Pela manhã, cerca de 20 manifestantes colocaram uma faixa com os dizeres "Veta Dilma" na entrada da feira. Há pouco, integrantes da Fundação SOS Mata Atlântica tentavam inflar um balão com o mesmo slogan para sobrevoarem o evento.

Mercado - Alheio aos protestos, Maggi visitou estandes de grandes montadoras e avaliou como positivo o momento das commodities, principalmente a soja, mas pregou cautela. "Não creio eu que sejam preços sustentáveis no longo prazo e acho que produtor tem de aproveitar o momento e vender".

O senador elogiou o governo pela manutenção do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para o financiamento de máquinas agrícolas até o final de 2013. "A gente tem de dar a mão à palmatória ao governo pelo PSI perene, com juros fixos, longo prazo, para o financiamento de máquinas", concluiu.

O texto do novo código florestal brasileiro foi aprovado esta semana pela Câmara dos Deputados, com 274 votos a favor e 184 contra. O relator, deputado Paulo Piau, protegendo  o setor de agronegócios, retirou do texto, aprovado pelo Senado no ano passado, princípios que caracterizam o Código Florestal como uma lei ambiental.

De acordo com o novo código, não há mais obrigatoriedade de se divulgar na internet os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR); nem é obrigatório recompor 30 mts de mata em torno de nascentes de água nas áreas de preservação permanentemente ocupadas por atividades rurais consolidadas até julho de 2008. Além disso, foi retirada, também, a regra de recomposição de vegetação nativa em imóveis de agricultura familiar.

Revisar o Código Florestal era necessário, bem como tantas outras legislações existentes em nosso país precisam passar pelo mesmo processo. É fato que o Código de 1965 era difícil de ser cumprido e que não ajudava o Estado a controlar de forma eficaz o desmatamento ilegal, além de não trazer benefícios para quem conserva as florestas.

Após quase 10 anos de discussões, os ambientalistas consideram que o projeto aprovado é um retrocesso e um atraso na proteção do meio ambiente. Em contrapartida, os ruralistas comemoram as mudanças que o novo texto traz. Diante do impasse e da expectativa criada em torno de um possível veto da presidente Dilma Rousseff a alguns artigos  do Código, cabe questionarmos como é possível conciliar produção e proteção ao meio ambiente.

Contextualizando, o Brasil possui a segunda maior mata verde do mundo, a floresta Amazônica, com cerca de 7 milhões de quilômetros quadradosdivididos entre o nosso país, Venezuela, Suriname, Guianas Francesa e Inglesa, Equador, Colômbia e cuja maior área fica em nosso território – 5 milhões de km². A Amazônia é considerada a maior floresta tropical do mundo e dentro da área reconhecida como Amazônia Legal, 26.000km são desmatados todos os anos. A maior parte dela foi  devastada  à toa.

O planeta vive um momento que a preservação do meio ambiente é prioridade. A título de comparação, caso o desmatamento sofrido pela região Amazônica continue ao ritmo atual, pelo menos 55% da floresta desaparecerá até 2030. É preciso lembrar, também, que o desmatamento desordenado prejudica a fauna, aumentando o número de espécies em extinção, agrava a seca e o risco de desabamentos. O que o cenário mundial nos mostra são reservatórios de água potável cada vez menores e a temperatura global se elevando a cada ano.

Temos a consciência que é necessário produzir alimentos para sobrevivência da população, mas, será que é preciso desmatar terras para essa produção? Sem dúvidas seria melhor criar alternativas de aproveitamento para áreas já destinadas a esse tipo de cultura. Revisar as leis é preciso, visto que nossa legislação é antiga e que o Brasil tem um histórico de falhas no que se refere a rigidez do cumprimento das mesmas. Mas, antes de qualquer mudança, faz-se necessário pensar nas consequências que elas resultarão.

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