Tópicos | Contenção de Gastos

Na véspera do fim do ano, a Câmara acelera a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de ajuste nos gastos obrigatórios (como pessoal) para conseguir aprovar o texto ainda no primeiro trimestre de 2020, antes de o ambiente político ficar contaminado pelas eleições municipais de 2020.

Com a proximidade da campanha para os prefeituras, a avaliação é que ficará cada vez mais difícil aprovar novas medidas de ajuste impopulares, como a redução de jornada e salário.

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Batizada de PEC dos gatilhos, a proposta já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A orientação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é instalar a comissão especial ainda em 2019.

A corrida é para evitar também que as eleições coloquem a proposta em banho-maria, deixando em aberto a solução para o rombo de cerca de R$ 362 bilhões na chamada regra de ouro do Orçamento, que impede o governo de se endividar para pagar despesas correntes, como o pagamento de aluguel e salários. O descumprimento dessa regra é crime de responsabilidade para o presidente da República.

A ideia é que o avanço da PEC dos gatilhos prepare o terreno para a Câmara receber do Senado o texto da chamada PEC emergencial, enviada pelo governo em novembro e que tem conteúdo semelhante.

Irmã. A PEC emergencial é uma espécie de "irmã" da PEC dos gatilhos, embora com menor alcance e potencial de ajuste. Na prática, as duas propostas realimentam a disputa por protagonismo pela agenda de reformas econômicas travada entre Senado e Câmara, após a votação da reforma da Previdência.

Ambas propostas preveem medidas duras (gatilhos a serem acionados para redução das despesas) como redução de salários e jornada de servidores, demissão de servidor não estável, corte dos cargos em comissão e suspensão dos repasses ao BNDES.

Juntas, as duas PECs preveem 33 medidas de ajustes. A PEC dos gatilhos permite um ajuste nas receitas e despesas de R$ 152 bilhões, já a emergencial, de R$ 72,8 bilhões. A economia com a redução de jornada dos servidores é de R$ 8,72 bilhões ao ano nas duas propostas.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo/Broadcast, o autor da PEC, deputado Pedro Paulo (DEM- RJ), diz que a ideia é que o texto do Senado será "apensado" ao da Câmara, sem a necessidade de criar outra comissão especial. Enquanto a proposta do Senado não chega, ressalta ele, a Câmara vai adiantar o trabalho.

Pedro Paulo alerta que a PEC emergencial ajuda no ajuste do desequilíbrio fiscal, mas não resolve o problema. "A emergencial parece só uma PEC para o ciclo do mandato do presidente Bolsonaro. Empurra o problema para o outro mandato", diz.

Aliado do presidente da Câmara, Pedro Paulo rechaça a avaliação de risco de uma disputa de protagonismo entre Senado e Câmara retardarem o andamento das propostas como já ocorre com a reforma tributária. " A palavra final vai ser da Câmara. O que vai acontecer é que o Senado vai aprovar a emergencial e será apensada na nossa, o que economiza o tempo", diz ele, ressaltando que a proposta não precisará retornar ao Senado para nova votação, depois de aprovada na Câmara dos Deputados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O prefeito de Goiana, na Mata Sul de Pernambuco, Fred Gadêlha (PTB), anunciou uma redução nas despesas na máquina pública para amenizar os efeitos da crise econômica nacional. Entre as ações, está a redução do salário dele, dos secretários e dos cargos comissionados. 

De acordo com os decretos assinados pelo petebista no último dia 25, a remuneração salarial dele e do vice-prefeito serão reduzidos em 50%, o dos secretários em 34% e o dos servidores em cargos comissionados em 40%, 25%, 10% e 5%, de acordo com o grau do cargo comissionado.

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Na visão de Gadêlha, as medidas foram necessárias diante do cenário atual dos municípios. “Com o cenário em que o país se encontra e as consequentes medidas adotadas pelo Governo Federal que afetaram diretamente as receitas, gerando queda no repasse do FPM, foi necessário fazer este corte”, disse.

Além da redução salarial, o petebista também instalou um Comitê Gestor de Despesas para auxiliar o Executivo na implantação das medidas de contingenciamento de despesas.

O Portal LeiaJá acessou o Portal de Transparência da Prefeitura de Goiana para verificar o valor líquido da remuneração do prefeito e fazer os cálculos da redução, no entanto o número não está disponível. 

A redução dos cargos efetivos na estrutura administrativa da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) gerou imbróglios entre a Mesa Diretora e o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (Sindilegis). Como uma das medidas adotadas para a redução dos gastos da Casa, os parlamentares aprovaram nessa terça-feira (1°), em primeiro turno, a extinção de 167 vagas, no entanto, a decisão não agradou o sindicato. Para amenizar os desconfortos, os líderes do Sindilegis-PE e os integrantes da Mesa se reúnem nesta quarta (2). 

“Estamos nos adequando ao momento atual do Estado e não queremos prejudicar os servidores”, afirmou o presidente da Casa Joaquim Nabuco, Guilherme Uchoa (PDT), defendendo a proposta como medida de contingenciamento de gastos. Segundo ele,  o projeto será apreciado em segunda discussão pelo Plenário somente após negociação com a categoria.

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Na ótica do Sindilegis-PE, o corte “não diminui efetivamente as despesas, já que não haverá restrição às verbas de gabinete, e por reduzir o número de trabalhadores concursados na estrutura do Poder Legislativo”. “Somos a segunda Assembleia Legislativa do Nordeste em quantidade de deputados, mas ainda somos uma das últimas em número de servidores efetivos”, argumentou o presidente do sindicato, Marconi Glauco.

Os 167 cargos extintos são de categorias ainda não preenchidas e somente poderiam ser ocupadas por servidores aprovados em concurso público. A medida está prevista no Projeto de Lei nº 398/2015, de autoria da Mesa Diretora da Casa. A justificativa anexa à proposição sustenta que a readequação é necessária para “conformação à realidade econômica” do Estado. A mesma proposta, de iniciativa da Mesa Diretora, diminui o número de servidores comissionados na Casa para 15 funcionários por gabinete de deputado.

A alteração atinge também os acréscimos de cargos concedidos a membros da Mesa, a líderes de bancadas e a presidentes de comissões permanentes, que variam entre 100% e 60% de incremento na estrutura dos gabinetes.

 

Mantendo ainda em sigilo o que será cortado no orçamento da Prefeitura do Recife nos próximos dias, o prefeito Geraldo Julio (PSB) elencou, nesta segunda-feira (31), as prioridades para enfrentar a crise econômica e destacou que o déficit no orçamento da União, previsto para 2016, vai dificultar ainda mais o andamento da gestão. O prefeito se reuniu no último sábado (29) com o secretariado para avaliar as principais estratégias de contenção.  

“Algumas medidas [de redução] serão implantadas nos próximos dias para que a gente possa manter aquilo que é prioritário como toda a manutenção da cidade e as entregas esperadas pela população, como o Hospital da Mulher”, disse. “Tudo o que a gente puder fazer no sentido de reduzir as despesas e fazer mais pela população, vamos fazer. Capitais do Brasil não conseguem pagar a folha, nós estamos conseguindo e a gente vai tomar todas as medidas necessárias para continuar”, acrescentou. 

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Segundo o socialista, as medidas de contenção não devem atingir os serviços em áreas como saúde e educação, nem obras como o Hospital da Mulher e o Compaz. 

Indagado sobre em que atingiria a prefeitura o déficit de R$ 80 bilhões para o orçamento da União, Geraldo pontuou o repasse dos recursos federais. “Se a União prevê esse déficit, 2016 vai ser de dificuldade na transferência de recursos para as prefeituras que dependem tanto desse repasse. Isso provavelmente vai acontecer e a gente tem que se preparar”, frisou.  Atualmente as principais obras da gestão do socialista são em parceria com o Governo Federal. 

O líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB), reuniu-se na manhã desta sexta-feira (17) com o diretor do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Gustavo Souza Leão, no Recife, para coletar mais informações sobre uma portaria interna que proíbe, por um período de 90 dias, a "abertura de prontuário de primeira vez, exceto para pacientes egressos” e a “realização de exames laboratoriais e de imagens, para pacientes de ambulatório". A alegação, expressa na portaria, é de "contenção de despesas".

De acordo com Costa Filho, o diretor da unidade de saúde confirmou que o HGV está impossibilitado de receber novos pacientes ou de realizar exames para quem é atendido pelo ambulatório por ter recebido do Governo do Estado uma orientação para reduzir em 20% os custeios do hospital, que é referência no setor de ortopedia e recebe pacientes do Grande Recife e todo o interior. 

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"Não é possível aceitar que haja redução no orçamento em uma área que historicamente já sofre com problemas de financiamento. Esta portaria do HGV reforça que o setor de saúde em Pernambuco está em crise e que o Governo do Estado tem tratado o tema com descaso", enfatiza o parlamentar.  "A bancada de oposição apela ao Governo do Estado que mantenha e até amplie o volume do investimento na saúde, pois o que estamos observando é que os problemas na área vêm se acentuando em Pernambuco. Isto é desumano", acrescentou o petebista.

No mês de fevereiro, o Governo do Estado publicou um decreto instituindo o Plano de Contingenciamento de Gastos (PCG), para reduzir o custeio da máquina pública. "Na administração deste plano de custeio centros de referencia em saúde como o Hospital Getúlio Vargas e o Hospital Universitário Oswaldo Cruz precisam ser preservados. A população não pode esperar, por exemplo, 90 dias, para realizar exames. Esperamos que o hospital e o Governo do Estado revejam a  portaria do HGV", afirma Costa Filho. 

Após a reunião, o parlamentar também ressaltou que a intensa procura pelo HGV revela o problema crônico pelo qual passam as unidades de pronto-atendimento (UPAs) em todo o Estado e afirmou que aguarda da gestão estadual uma posição oficial sobre a situação do Hospital Getúlio Vargas. Além disso, a bancada vai encaminhar ao Poder Executivo um pedido de informação sobre os impactos do programa de contenção de despesas do Estado na saúde.

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