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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a redução da taxa Selic de 9% para 8,5% ao ano "é essencial diante da crise internacional". De acordo com a entidade, o Copom adotou uma decisão acertada ao reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual.

"O cenário externo adverso exige ações rápidas e estruturantes, e a redução dos juros é componente essencial nessas medidas. No campo interno, a inflação está em desaceleração, proporcionando ambiente positivo para uma política monetária mais ativa", avalia a CNI, em nota.

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A confederação destaca, ainda, que os indicadores prévios do Produto Interno Bruto (PIB) mostram desaceleração em relação a 2011, "ano em que a economia já não mostrou grande desenvoltura". Além disso, a entidade afirma que a indústria é a mais afetada pela queda na demanda externa e lembra que a produção industrial recuou 0,5% no primeiro trimestre em relação ao quarto trimestre de 2011. "O segmento de bens de capital, que sustenta o investimento, caiu 9% na mesma base de comparação", destaca o texto da CNI.

A CNI lembra que a queda de juros barateia o crédito e, em consequência, contribui para a retomada dos investimentos e o reaquecimento da demanda interna. "É importante que a essa redução se some maior austeridade nos gastos públicos, de forma a não prejudicar o atual cenário inflacionário benéfico", cita o comunicado.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) classificou o corte da taxa básica de juros, para 8,5%, como positiva, mas afirmou que o governo precisa tomar medidas adicionais para recuperar a competitividade da indústria brasileira.

"A queda nos juros e o equilíbrio cambial são positivos, mas não podem ser as únicas iniciativas", disse em nota Paulo Skaf, presidente da entidade, após a decisão nesta quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo ele, o momento pede ações mais eficientes para redução de custos de produção.

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A Fiesp pede medidas que reduzam a carga tributária, o custo de energia elétrica e a burocracia, além de iniciativas que possam melhorar a infraestrutura e logística no País.

A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) comemorou a queda na taxa básica de juros (Selic), para 8,5%, anunciada na noite desta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. "Se o dólar é a mãe de todos os males, o juro é o pai. Por isso, qualquer redução é louvável", disse o diretor secretário da Abimaq, Carlos Buch Pastoriza.

Segundo ele, apesar da queda, o governo precisa seguir pressionando as instituições privadas a baixarem suas taxas de financiamento. "Para o tomador de empréstimos, os juros ainda chegam entre 80% e 100% ao ano, o que é um absurdo", afirmou Pastoriza.

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Na opinião dele, o governo não precisa temer uma alta na inflação, o que poderia levar o Copom a encerrar a série de queda na Selic. "É bom lembrar que temos um cenário de queda nos preços das commodities, que ajuda a segurar a inflação, e uma limitação na alta de preços, como ônibus e salários de funcionalismo, por conta do ano eleitoral."

Os votos nominais dos diretores de todas as 166 reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) realizadas até hoje nunca serão conhecidos. A assessoria de imprensa da instituição esclareceu que essa informação não existe porque, até a decisão de abril, o regulamento do colegiado previa apenas voto oral, sem registro em documento.

Documento assinado nesta quarta-feira pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, lembra ainda que o regulamento antigo "não consagra a necessidade de registro nominal dos votos oralmente proferidos em reunião". E completa que "a ausência de registro individualizado dos votos justificava-se por considerações regulatórias legítimas e conformes à lei então vigente".

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Apesar dessa realidade que vigorava até a reunião de abril, o BC reconhece que, com a nova Lei de Acesso a Informações, "os votos oralmente proferidos pelos diretores do Copom conceituam-se como informações".

"Tendo em vista esse novo quadro normativo, a Procuradoria Geral recomendou a alteração do regulamento do Copom, para que passe a consagrar expressamente a necessidade de registro nominal dos votos proferidos pelos membros do colegiado, bem como sua divulgação", cita Tombini.

O Banco Central (BC) manteve a expectativa de que a gasolina e o gás de cozinha devem terminar o ano com preços estáveis. De acordo com a ata da reunião de abril do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado nesta quinta-feira pelo BC, a estimativa de elevação do preço do combustível seguiu em 0% em 2012 no caso dos dois derivados de petróleo, exatamente como estimado na ata divulgada em março.

Já a expectativa de reajuste do preço da eletricidade neste ano caiu de 2,3% previstos em março para 1,3% em abril. Quanto às tarifas de telefonia fixa em 2012, o BC manteve a aposta de que o preço deve ter alta de 1,5%, exatamente como em março.

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Para o conjunto de tarifas públicas, os chamados preços administrados, o BC manteve a expectativa de que aumento acumulado em 2012 de 4%, mesmo cenário previsto em março.

Taxa neutra

O Copom repete na ata que ocorreram mudanças estruturais significativas na economia brasileira. Essas mudanças determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na taxa neutra.

"Apoiam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco, consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo, da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais", diz a ata divulgada nesta manhã.

Além disso, diz o documento, o processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito e pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB.

Para o Copom, todas essas transformações caracterizam-se por um elevado grau de perenidade - embora, em virtude dos próprios ciclos econômicos, reversões pontuais e temporárias possam ocorrer - e contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez.

A ata também repete avaliação do Copom de que tem contribuído para a redução das taxas de juros domésticas, inclusive da taxa neutra, o aumento na oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação. Na avaliação do Comitê, essa mudanças são de caráter permanente.

Crédito

A ata revela que o BC trabalha com a hipótese de que o mercado de crédito deve apresentar expansão "moderada". Os membros do Copom afirmam que "o cenário central também contempla expansão moderada do crédito". Ainda sobre esse tema, o BC classificou como "oportunas iniciativas no sentido de moderar concessões de subsídios por intermédio de operações de crédito".

Em março, o estoque das operações de crédito aumentou 1,7% na comparação com fevereiro e atingiu R$ 2,069 trilhões. Em 12 meses, houve expansão acumulada de 18%. Ontem, o BC repetiu a perspectiva de que a carteira deve ter crescimento de 15% no acumulado de 2012. Ou seja, o crédito deve moderar nos próximos meses.

A ata do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), realizado na semana passada e divulgada nesta quinta-feira, sacramentou a extensão da queda dos juros básicos da economia e retirou o compromisso em manter o tabelamento da Selic ligeiramente acima do mínimo histórico. A taxa está hoje em 9% ao ano. Mas os cortes virão com parcimônia, potencialmente com recuos de 0,25 ponto porcentual, embora existam divergências quanto à dosagem. Essa é a interpretação de três fontes - um economista, um operador e um executivo do mercado financeiro que já acompanhou de perto as decisões do colegiado em gestões anteriores.

O Banco Central avisou na ata que uma queda adicional da taxa básica de juros (Selic) deve ser conduzida com "parcimônia". No encontro da semana passada, o Comitê reduziu a Selic em 0,75 ponto porcentual, de 9,75% para 9%. "Mesmo considerando que a recuperação da atividade vem ocorrendo mais lentamente do que se antecipava, o Copom entende que, dados os efeitos cumulativos e defasados das ações de política implementadas até o momento, qualquer movimento de flexibilização monetária adicional deve ser conduzido com parcimônia", diz o documento.

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"Parcimônia quer dizer 0,25 ponto porcentual (pp). Moderado é 0,50 pp", comentou a fonte que já esteve próxima das decisões do Copom em uma gestão anterior à do atual presidente do BC, Alexandre Tombini. Essa fonte vê uma sequência de 0,25 pp de cortes da Selic.

"O Bacen sacramentou a extensão da queda dos juros. Mas mantemos nosso cenário de corte de 0,50 ponto porcentual para o encontro de maio", disse o economista-chefe da Prosper, Eduardo Velho, por meio do sistema de mensagem eletrônica AE Chat, da plataforma de notícias AE BroadCast.

"Análise crua indica movimentos de 0,25 ponto porcentual. Entre zero e dois cortes, dependendo dos dados", comentou um operador de uma grande seguradora estrangeira que atua no segmento de DIs na BM&FBovespa.

Riscos

Na ata, o Banco Central alertou que continuam elevados os riscos associados ao processo de "desalavancagem" dos bancos, das famílias e dos governos nos principais blocos econômicos. De acordo com o documento, o Copom avalia que a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre do ano passado foi maior do que se antecipava e que eventos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia. "Esses e outros elementos, portanto, compõem um ambiente econômico em que prevalece o nível de incerteza muito acima do usual", diz a ata.

Na avaliação dos integrantes do Copom, o cenário prospectivo para a inflação, desde sua última reunião, manteve sinais favoráveis. O Comitê ressalta também que, no cenário central com que trabalha, a taxa de inflação posiciona-se em torno da meta em 2012, de 4,5%.

As taxas dos contratos futuros de juros recuaram de forma consistente nesta quinta-feira em meio à percepção de que o comunicado divulgado na quarta-feira pelo Copom, após a redução da Selic de 9,75% para 9,00% ao ano, sugere que o ciclo de baixa do juro ainda não terminou. A interpretação sobre alguns trechos do comunicado feita por operadores levou à redução de prêmios ao longo de toda a curva a termo, em especial nos vencimentos de curto e médio prazos. Porém, vários economistas seguem fazendo uma análise mais comedida do comunicado, mantendo a previsão de que o ciclo de baixa da Selic foi encerrado na quarta-feira, em 9% ao ano.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa do contrato futuro de DI com vencimento em janeiro de 2013 (1.045.140 contratos) marcava 8,42%, ante 8,67% do ajuste de ontem. O DI de janeiro de 2014 (745.630 contratos) apontava taxa de 8,90%, ante 9,10%. Entre os vencimentos longos, o DI de janeiro de 2017 (110.730 contratos) estava em 10,15%, de 10,20% no ajuste, enquanto o DI de janeiro de 2021 (10.315 contratos) estava em 10,70%, de 10,71% na véspera.

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Na quarta-feira, após anunciar a queda de 0,75 ponto porcentual da Selic, o BC divulgou o comunicado da reunião do Copom, no qual citou que "permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação". Além disso, apontou que "até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária".

Os comentários do BC geraram toda sorte de interpretações ao longo desta quinta-feira. Para muitos operadores, o texto possui um viés próximo da ideia de que o Copom, na reunião de 29 e 30 de maio, poderá reduzir em mais 0,25 ponto porcentual a Selic. Alguns bancos, como Itaú Unibanco e Bradesco, abriram a possibilidade de um corte ainda maior, de 0,50 ponto porcentual. Com isso, as taxas dos DIs caem nesta quinta-feira.

"Algumas apostas em uma continuidade de redução da Selic para 8,75% já estavam presentes no mercado de juros. Mas o fato de o BC ter usado o termo 'dando prosseguimento' não passou a sensação de parada", ponderou um operador. "Mas apenas a ata conseguirá dar uma dimensão mais precisa do que virá pela frente. Esse movimento de queda desta quinta-feira pode ser completamente revertido na próxima quinta-feira", continuou.

Na contramão, profissionais como Darwin Dib, economista-chefe do CM Capital Markets, questionam as interpretações "baixistas" e o próprio comportamento do mercado nesta quinta-feira. "O comunicado foi indolor, insípido e inodoro, que é o que se espera do BC. O comunicado foi redigido de forma a não sinalizar nada - e isso faz todo o sentido. Qual é a lógica de o BC reduzir sua própria margem de manobra, eliminando a possibilidade de novas quedas?", questiona.

A expectativa é de que, na divulgação da ata da reunião do Copom, na próxima semana, novas pistas sejam dadas sobre o movimento da Selic em maio. De todo modo, profissionais do mercado alertam para a postura do BC, que dependerá do cenário externo. Se houver acirramento da crise, a Selic pode, de fato, voltar a cair.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de reduzir a taxa básica de juros do País em 0,75 ponto porcentual, para 9% ao ano, anunciada nesta noite de quarta-feira, veio dentro do que era esperado pelo economista Thiago Carlos, da Link Investimentos.

Em entrevista à Agência Estado, o analista ressaltou, entretanto, que o conteúdo do comunicado divulgado pelo BC deu a entender que, ao contrário do que era imaginado pela maioria do mercado, cresceram as possibilidades de uma continuidade no processo de afrouxamento monetário, iniciado em agosto do ano passado.

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"A chance de o BC continuar cortando os juros, para mim, aumentou significativamente com este comunicado, já que ele vê um risco para a trajetória de inflação bastante limitado", disse Thiago Carlos. "Dá uma ideia de continuidade, já que ele não fala em pausa no processo em nenhum momento", acrescentou o economista.

Questionado se, mesmo com a surpresa do texto, já haveria uma projeção da Link para a próxima reunião do Copom, agendada para o final de maio, o economista da instituição respondeu que, inicialmente, um corte mais moderado que o da reunião de abril seria mais condizente com o cenário atual da economia nacional.

"Poderia ser um corte de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião", afirmou. "Mas é preciso esperar a ata, para ver se não haverá alguma sinalização diferente por parte do BC", ponderou, referindo-se ao documento da autoridade monetária que deverá ser divulgado na quinta-feira da próxima semana.

Para a Força Sindical, a redução da taxa Selic para 9% ao ano foi "extremamente tímida". Em nota assinada pelo deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical e conhecido por Paulinho, a entidade afirma que foi uma "queda conta-gotas" e que "o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade para fazer uma drástica redução na taxa básica de juros, que poderia funcionar como um estímulo para a criação de novos empregos e para o aumento da produção no País".

A nota afirma que "os juros altos sangram o País e inviabilizam o desenvolvimento". A Força Sindical lembra que o mercado de trabalho tem diminuído o ímpeto de geração de empregos, ao mesmo tempo em que a indústria tem piorado seu desempenho nos últimos meses. "Mais uma vez o Banco Central frustra os anseios dos trabalhadores", critica a entidade.

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A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT) acredita que é preciso seguir com os cortes da taxa Selic para que o custo dos empréstimos bancários recue também. O corte de 0,75 ponto porcentual, anunciado nesta quarta-feira pelo Comitê de Política Monetária (Copom), reduziu o juro básico para 9% ao ano.

A entidade vê espaço para novas reduções do juro que levem a taxa a níveis internacionais e forcem os bancos a também reduzir o spread e suas taxas de juros. "Embora a nova queda da Selic seja um passo positivo, o Brasil continua com uma das maiores taxas de juros do mundo", disse o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, em nota.

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A Contraf-CUT disse ainda que apoia o movimento de redução de taxas iniciado pelos bancos públicos para forçar o sistema todo a acompanhar os cortes. Nesta quarta-feira, o Itaú e o Bradesco anunciaram reduções, seguindo os passos do HSBC, após Banco do Brasil e Caixa anunciarem a redução do custo dos empréstimos para pessoa física e jurídica.

"A queda nos juros não pode ser apenas perfumaria. É preciso que os bancos reduzam de fato o spread e os juros", afirmou Cordeiro. Ele defendeu ainda a realização de uma Conferência Nacional do Sistema Financeiro que discuta com a sociedade o papel das instituições financeiras.

A entidade também destacou que a Selic precisa ser menor, pois o desembolso do Tesouro para pagar os juros da dívida pública supera o gasto com o maior programa de transferência de renda do governo e beneficia os mais ricos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade nesta quarta-feira pela redução de 0,75 ponto porcentual da taxa básica Selic, para 9% ao ano. Conforme o comunicado do Banco Central distribuído logo após ao anúncio, a autoridade monetária segue atenta às condições frágeis do cenário econômico internacional.

Veja abaixo a íntegra do comunicado do Copom:

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"O Copom considera que, neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária.

Diante disso, dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 9,00% a.a., sem viés."

A agenda de indicadores desta segunda-feira, ainda que tenha reservado algumas surpresas, não conseguiu distanciar as taxas de juros mais curtas de perto dos ajustes. Isso porque, na visão dos agentes, o Banco Central, por meio da ata da última reunião do Copom e de seu presidente, Alexandre Tombini, já deixou muito claro que haverá um novo corte de 0,75 ponto porcentual da Selic na reunião que termina na quarta-feira, para 9% ao ano. A dúvida é se há espaço para a autoridade monetária ir além. O IBC-Br acima do esperado e o IGP-10 pior do que as expectativas dizem que não. Mas, por outro lado, a criação fraca de empregos pode levar o Copom a, pelo menos, buscar o piso histórico de 8,75% da Selic. Por isso, enquanto não veem o texto sobre a decisão do encontro desta semana, os investidores optaram por esperar.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (144.780 contratos) estava em 8,71%, de 8,70% no ajuste de sexta-feira. O DI janeiro de 2014, com giro de 200.090 contratos, subia para 9,14%, de 9,11% na sexta. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (27.415 contratos) indicava 10,26%, idêntico ao ajuste, e o DI janeiro de 2021 (6.715 contratos) marcava 10,75%, ante 10,73% na sexta-feira.

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Dados aquém do esperado lá fora e aqui levam o mercado a manter parte de suas fichas na possibilidade de um novo corte da Selic após a reunião desta semana. Os dados do mercado de trabalho são um exemplo. O saldo líquido de empregos criados com carteira assinada no País foi de 111.746 em março. Em termos dessazonalizados, de acordo com a Tendências, o número de vagas criadas em março foi de 97.344, ante 118.015 em fevereiro. Considerando esse ajuste, a consultoria salientou que a desaceleração do emprego formal na margem não se verificava desde outubro do ano passado.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou contração de 0,23% em fevereiro na comparação com janeiro, na série com ajuste sazonal, de acordo com dados do Banco Central. A despeito de ser o pior desempenho mensal desde outubro de 2011, o IBC-Br superou a mediana das expectativas do AE Projeções, que era negativa em 0,30%. Outro dado que impede o recuo das taxas é o IGP-10. O índice acelerou para 0,70% em abril, depois da alta de 0,27% em março.

No exterior, o índice Empire State de atividade industrial do Fed de Nova York recuou para 6,56 em abril, de 20,21 em março, ante previsão de queda para 17,5. Os EUA, por outro lado, também informaram que as vendas no varejo do país subiram 0,8% em março, na comparação com fevereiro, ante previsão de alta de 0,3%.

De volta ao âmbito doméstico, a pesquisa Focus, divulgada logo cedo pelo Banco Central, também recebeu atenção, mas sem alterar significativamente os preços dos DIs. Os analistas ouvidos pelo BC revisaram a previsão para o IPCA de 2012, de 5,06% para 5,08%.

Na ata da reunião do mês de março, divulgada hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) amenizou a avaliação de que o cenário externo afeta o sentimento dos consumidores e empresários no Brasil. De acordo com o texto, "a transmissão dos desenvolvimentos externos para a economia brasileira" acontece por vários canais, entre eles, a "redução da corrente de comércio, moderação do fluxo de investimentos e condições de crédito mais restritivas".

No documento anterior, os diretores do BC afirmavam que o cenário internacional também gerava a "piora no sentimento de consumidores e de empresários".

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Nesse trecho do documento, os diretores do BC dizem que a autoridade monetária "entende que os efeitos da complexidade que cerca o ambiente internacional se somam aos da moderação da atividade doméstica". Esse quadro gera, segundo a ata, "recuo das projeções para o crescimento da economia brasileira neste e no próximo ano".

Pela primeira vez, o Banco Central (BC) incluiu na ata a avaliação que estão ocorrendo agora mudanças no padrão de crescimento em casos específicos de países emergentes. Para o BC, esse é um desenvolvimento que "tende a ser permanente".

A ata não explicita quais seriam esses casos específicos, mas autoridades do governo brasileiro, entre elas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, têm ressaltado nos últimos dias a preocupação com relação à desaceleração do ritmo de crescimento da China e o impacto desse cenário para a economia global.

O BC entender que os riscos para a estabilidade financeira global se mantiveram elevados desde janeiro. Como exemplo aponta os derivados do processo de desalavancagem em curso nos principais blocos econômicos. Na avaliação do Copom, permanecem elevadas as chances de que restrições às quais hoje estão expostas diversas economias maduras se prolonguem por um período de tempo maior do que o antecipado.

Segundo o BC, nas economias maduras parece limitado o espaço para utilização de política monetária e prevalece um cenário de restrição fiscal "neste e nos próximos anos". Além disso, em importantes economias emergentes, apesar da resiliência da demanda doméstica, o ritmo de atividade tem moderado, em parte, consequência de ações de política e do enfraquecimento da demanda externa, via canal do comércio exterior.

O Banco Central continua projetando que a inflação acumulada em 12 meses seguirá em declínio, depois de começar a recuar no último trimestre. Para o BC, a inflação medida pelo IPCA está se deslocando na direção da trajetória de metas. "Por si só a inversão na tendência da inflação contribuirá para melhorar as expectativas dos agentes econômicos, em especial dos formadores de preços, sobre a dinâmica da inflação nos próximos trimestres", diz a ata da última reunião do Copom divulgada hoje.

Para o BC, essa melhora no sentimento será potencializada pelo processo, ora em curso, de reavaliação do ritmo da atividade, doméstica e externa, neste e nos próximos semestres.

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Embora considere que a expansão da demanda doméstica seja moderada, o BC avalia que são favoráveis as perspectivas para a atividade econômica, frente a sinais de que a expansão da oferta de crédito, embora mostre algum arrefecimento, tende a persistir tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas.

O BC também afirma que a confiança de consumidores está em níveis elevados. "O Comitê entende, adicionalmente, que a atividade doméstica continuará a ser favorecida pelas transferências públicas, bem como pelo vigor do mercado de trabalho, que se reflete em taxas de desemprego historicamente baixas e em crescimento dos salários, apesar de certa acomodação na margem".

O Banco Central (BC) reafirma na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que mudanças estruturais significativas na economia brasileira determinaram recuo nas taxas de juros em geral. "E, em particular, na taxa neutra", afirma a ata, divulgada hoje pelo BC.

Segundo o BC, sustentam essa visão, entre outros fatores, a redução dos prêmios de risco - consequência direta do cumprimento da meta de inflação pelo oitavo ano consecutivo - , da estabilidade macroeconômica e de avanços institucionais.

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Para os integrantes do BC, o processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente da relação entre dívida pública e Produto Interno Bruto (PIB).

Para o Copom, todas essas transformações caracterizam-se por um elevado grau de "perenidade" e contribuem para que a economia brasileira hoje apresente sólidos indicadores de solvência e de liquidez. O documento pondera, no entanto, que em virtude dos próprios ciclos econômicos, reversões pontuais e temporárias podem ocorrer.

Combustíveis

Apesar de algumas sinalizações da Petrobras e de integrantes do governo de que poderá haver aumento da gasolina, o Copom não considerou essa possibilidade ao decidir pela queda de 0,75 ponto porcentual da taxa de juros na reunião da semana passada. A ata do Copom, divulgada hoje, mantém as projeções de reajuste zero para os preços da gasolina e do gás de bujão em 2012.

As projeções de reajuste das tarifas de telefonia fixa foram mantidas em 1,5%. Para os preços de eletricidade, o BC manteve também a estimativa de reajuste de 2,3% no acumulado do ano.

Segundo a ata, a projeção de reajuste para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados para o acumulado de 2012 foi mantida em 4,0%, valor considerado na reunião do Copom de janeiro. Já para 2013 a projeção de preços administrados caiu de 4,6% para 4,5%. De acordo com o BC, essa projeção considera, entre outras variáveis, componentes sazonais, variações cambiais, inflação de preços livres e inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP).

Demanda doméstica

Apesar dos sinais de retomada mais lenta do crescimento econômico, o BC manteve a avaliação de que a demanda doméstica da economia brasileira ainda se apresenta "robusta". Especialmente, segundo o BC, o consumo das famílias. De acordo com a ata, esse cenário ocorre em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão do crédito.

Para o BC, esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos trimestres. Neste período, a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política monetária recentemente implementadas, que são "defasados e cumulativos".

A ata reafirma também que iniciativas recentes reforçam um cenário de contenção das despesas do setor público. Outro fator importante de contenção da demanda agregada, apontado pelo BC, é a "substancial e persistente" deterioração do cenário internacional.

"Esses elementos e os desenvolvimentos no âmbito parafiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", diz a ata.

Caminho certo

Para indicar que está no caminho certo de redução dos juros, o BC faz questão de ressaltar que o cenário central traçado pelo Copom para a inflação evoluiu como esperado. Essa é uma das novidades da ata da última reunião do Copom.

No documento, o BC destaca que o Copom não detecta mudanças substantivas nas estimativas "para o ajuste total das condições monetárias subjacente a esse cenário". Sem dar muitas explicações, a ata afirma que "à vista disso" dois membros do Comitê avaliaram que seria oportuna a manutenção do ritmo de ajuste da taxa Selic, de queda em 0,50 ponto porcentual da Selic. Mas a maioria argumentou que, "para redistribuição temporal do ajuste total das condições monetárias", neste momento a estratégia mais apropriada era reduzir a Selic em 0,75 ponto porcentual.

O Banco do Brasil anunciou hoje à noite mais uma redução de suas taxas de juros praticadas em linhas de crédito destinadas a pessoas físicas e jurídicas. A redução está em linha com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a Selic em 0,75 ponto porcentual.

Esta é a quinta redução consecutiva de taxas promovidas pelo BB desde julho, acompanhando as cinco últimas reuniões do Copom.

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As novas taxas do BB entram em vigor a partir de amanhã (08). O Banco do Brasil reafirma que manterá as revisões dos juros em consonância com os ajustes decididos pelo Copom.

Entre as taxas que sofreram redução para pessoas físicas está a da linha BB Crédito Veículo (de 1,32% para 1,29% ao mês). Na linha BB Crediário - Material de Construção, a taxa caiu de 2,30% para 2,26% ao mês.

Para empresas, a taxa na linha BB Giro Saúde foi reduzida de 1,62% para 1,60% ao mês, e na linha BB Giro APL, de 1,62% para 1,60%. Na linha de crédito BB Capital de Giro Mix Pasep, a taxa foi reduzida de 2,17% para 2,14%.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da Central Única dos Trabalhadores (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro, elogiou a redução da taxa básica de juros, para 9,75% ao ano, mas cobrou cortes maiores e mais rápidos para acelerar a retomada da economia.

Na avaliação dele, o governo errou ao aumentar a Selic em meio à crise internacional, e o resultado foi o crescimento de apenas 2,7% do PIB em 2011. "Agora, a direção do BC precisa acelerar o processo de derrubada da taxa básica para corrigir a barbeiragem que fez lá atrás", afirmou.

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"O Brasil continua com uma das maiores taxas de juros do mundo, o que impacta também na nossa dívida pública. Em 2011, o pagamento de juros da dívida pública consumiu R$ 216,1 bilhões somente até novembro. É o 'bolsa-banqueiro', o maior programa de transferência de renda do governo, beneficiando os mais ricos", afirmou. "É fundamental acelerar a queda na Selic e também pressionar os bancos por juros menores, incentivando as áreas produtivas e a criação de emprego."

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) comemorou o corte da Selic, anunciado hoje à noite, mas avalia que há espaço para novas reduções. "A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de ampliar o ritmo de redução da Selic, com queda de 0,75 ponto porcentual, é indispensável para enfrentar o quadro atual de enfraquecimento da atividade econômica brasileira, em especial da indústria", cita a entidade, em nota. Para a CNI, esse cenário interno de desaquecimento e a expansão da liquidez internacional justificam a ação mais agressiva do Banco Central. O Copom reduziu hoje a Selic de 10,5% ao ano para 9,75% ao ano.

Para a confederação, a Selic pode cair ainda mais. "A CNI destaca que, com certeza, há necessidade imediata de novas reduções na Selic. A inflação está em desaceleração e a indústria precisa de ações urgentes para recuperar o ritmo da atividade. Uma queda mais incisiva dos juros também contribuirá para amenizar as pressões sobre a moeda brasileira, valorizada pela maciça entrada de capitais de curto prazo no País", destaca a nota.

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A CNI defende que é fundamental executar uma política fiscal não expansionista, para assim haver maior espaço para cortes adicionais nos juros. A confederação alerta, ainda, que "essa nova combinação da política macroeconômica é essencial para a retomada do crescimento do PIB acima da média mundial".

Na nota divulgada à imprensa, a CNI afirma ainda que o fraco resultado do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 e a queda da produção industrial em janeiro, apurados pelo IBGE, "explicitam a situação de perda de ritmo da atividade industrial". A confederação alerta que a crise europeia influenciou esse desempenho, mas adverte que "as raízes dessa retração são também estruturais e não apenas conjunturais". A confederação critica também que, entre outros fatores que elevam o custo de produzir no Brasil, estão "o câmbio sobrevalorizado e juros reais dos mais altos do mundo".

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considerou que a redução de 0,75 ponto porcentual na taxa Selic, anunciada hoje à noite, é bem-vinda, mas chega atrasada e é insuficiente para impulsionar a economia do país.

"Depois de um 2011 decepcionante, com a indústria de transformação estagnada e crescimento de 0,1%, 2012 começa confirmando tendência negativa e não ensaia melhora", disse o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em nota distribuída à imprensa. A Fiesp cita, em seguida, o resultado da Produção Industrial Mensal, divulgada hoje pelo IBGE, que mostrou queda de 2,1% em janeiro ante dezembro.

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Diante do quadro, Skaf afirma que a redução dos juros e a adoção de medidas setoriais isoladas são inócuas para devolver a competitividade ao Brasil. "O governo precisa implantar um conjunto de medidas que seja capaz de mudar qualitativamente a situação da indústria. Precisamos de ações imediatas para recuperar a competitividade brasileira em relação ao câmbio, juros, custo de energia e infraestrutura para que o nosso País pare de exportar empregos."

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) avaliou como "muito positiva" a redução da taxa Selic de 10,5% para 9,75% ao ano, em decisão anunciada nesta noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Em nota, a confederação diz estimar que trata-se apenas do primeiro passo "no sentido de consolidar uma política fiscal que impulsione a retomada de um crescimento econômico mais vigoroso e de longo prazo".

"Em uma economia globalizada, os efeitos externos provocam ondas fortes muitas vezes indesejadas, conforme constatou o próprio IBGE, ao divulgar um crescimento de apenas 2,7% do nosso PIB (Produto Interno Bruto) em 2011. É preciso pulso forte para evitar um número igualmente pífio em 2012", comenta o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

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