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Em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira (9), o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde Elcio Franco tentou justificar a diferença de tratamentos da pasta dispensados à vacina produzida pela Fiocruz/Astrazeneca e ao imunizante do Instituto Butantan de São Paulo. Segundo ele, a Coronavac não poderia ser contratada antes de uma alteração legal, que foi efetivada por uma Medida Provisória editada apenas em janeiro de 2021. Franco negou que havia uma "resistência" do governo sobre o imunizante do Butantan, mas que as incertezas em torno da produção das vacinas contra a Covid-19 eram levadas em conta pelo governo.

"Eu gostaria de destacar como parte da resposta que a fase 3 de estudos clínicos é também considerada cemitério de vacinas, desenvolvimento de vacina gera muitas incertezas, aspecto que permeou negociação de todas as vacinas. Acompanhamento constante de estudos clínicos ocorria justamente pela incerteza que essa fase pode causar", disse Franco.

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Ele afirmou que esse seria um dos motivos de o governo não ter contratado a vacina do Butantan antes de janeiro deste ano, mas foi confrontado pela cúpula da CPI sobre o motivo de essa preocupação não ter sido levada em conta no caso da AstraZeneca.

Em depoimento anterior à CPI, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, relatou que o governo assinou o contrato para adquirir a Coronavac apenas seis meses após a primeira proposta. A compra foi assinada em 7 de janeiro deste ano. Ele ainda afirmou que, após o presidente Jair Bolsonaro declarar que a vacina não seria incorporada ao plano nacional de Imunização, as tratativas com o Ministério da Saúde foram paralisadas.

O episódio ocorreu em outubro do ano passado, logo após a pasta manifestar publicamente sua intenção de adquirir a Coronavac. O relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), cobrou o fato de o contrato não ter sido assinado naquele mês. Em resposta, Franco citou "incertezas" em torno do imunizante.

Questionado por Renan sobre como o ex-ministro Eduardo Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro se envolviam nas discussões sobre a compra de imunizantes, Franco afirmou que Pazuello o orientava a acelerar os processos "na medida do possível e dentro da legalidade". "A orientação era que adquiríssemos a maior quantidade desde que garantida a segurança e eficácia pela Anvisa", disse.

Na última semana, o Governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou em seu Twitter  que toda a população adulta de SP deve ser vacinada contra o Covid-19 até o final de outubro. A notícia animou diversos seguidores do político e cresce a curiodade para entender  mais sobre  como funcionam as diferentes opções disponíveis no país no momento - CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca. 

De acordo com o médico imunologista Milton Galper, a vacina da Pfizer possui eficiência de 95% e usa uma tecnologia de RNA mensageiro, diferente da CoronaVac e AstraZeneca, que utilizam fragmentos do vírus para realizar a imunização. 

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A AstraZeneca possui uma eficácia inferior à da Pfizer. Já a CoronaVac tem uma eficácia ainda menor, pouco acima dos 50%, que segundo Galper, é o mínimo exigido. “No caso da CoronaVac, trabalhos que analisaram as faixas etárias submetidas a ela demonstram eficácia de 26% em pessoas acima dos 80 anos, o que levou à especulação de uma eventual terceira dose, mas isso ainda não foi estabelecido”, comenta.

Apesar de possuir uma eficiência mais baixa, o imunologista destaca que experiências feitas na cidade Serrana (SP) mostraram uma queda substancial nos números de mortes e hospitalizações após toda a população ser vacinada com a CoronaVac. 

Outro ponto de discussão são os efeitos colaterais das vacinas, principalmente os casos relatados por aqueles que receberam a primeira dose da AstraZeneca. Galper afirma que tais reações como febre, mal estar e dor de cabeça são normais. “Também são irrelevantes em função da proteção oferecida.  A aplicação da vacina estaria suspensa apenas no caso de gestantes em virtude de um pequeno risco maior de trombose”, aponta.

O que acontece depois da vacinação?

Após mais de um ano de pandemia, muitos anseiam para voltar às suas vidas normais e se questionam sobre o tempo de cobertura da imunização de cada uma das vacinas, mas o médico endocrinologista e metabologista José Marcelo Natividade ressalta que ainda não é possível realizar essas previsões, uma vez que esses dados necessitam de tempo para serem obtidos. “Isso não é uma exclusividade da vacina da Covid 19. Todas as vacinas conhecidas passaram por isso. Especula-se que que talvez tenha que se vacinar anualmente ou mesmo um reforço vacinal, para ampliar a proteção contra a Covid e suas variações”, explica. 

Normalmente a imunização ocorre após 14 dias da aplicação da segunda dose, ou da primeira, como é o caso da vacina da Janssen, mas Natividade lembra que o tempo pode variar de acordo com a faixa etária da pessoa. “A população tem sido submetida a um mix de vacinas com tecnologias diferentes. A não transmissibilidade do vírus pós-vacinação só está comprovada nas vacinas da Pfizer e Moderna”, salienta. 

O médico afirma que ainda não existem estudos aprofundados sobre o contágio após receber outros imunizantes e, por conta disso, uma grande parte da população precisará manter o distanciamento social e o uso de máscaras por algum tempo. “Pode ser que até lá, novos estudos comprovem a eficácia de outras vacinas na não transmissibilidade do vírus pós imunização, o que gera um grau maior de relaxamento de regras de biossegurança atualmente em curso”, calcula.

Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, 10,7 mil doses de vacina contra a Covid-19 foram perdidas após o uso de agulhas e seringas inapropriadas. O imunizante nos lotes desperdiçados é o CoronaVac, produzido pelo Instituto Butantan. Com a quantidade de doses, seria possível imunizar cerca de 5.300 pessoas com as duas aplicações necessárias para a imunização completa.

A Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) divulgou, na última sexta-feira (28), o calendário de vacinação contra a Covid-19 para a primeira semana de junho. Os contemplados são grávidas e puérperas com comorbidades, pessoas com idade acima de 18 anos, além daqueles que precisam receber a segunda dose da vacina. Nesse último dia 1º, a gestão confirmou a perda das doses. Em nota ao LeiaJá, a Prefeitura informou que a perda técnica aconteceu porque as seringas não têm agulhas do tipo “volume morto”, que evitam o acúmulo do líquido.

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Confira a nota:

“Em relação ao referido número de perda técnica de doses de vacina da Coronavac, a Prefeitura Municipal de Juiz de Fora informa que isso se deve às características técnicas da seringa utilizada. Tais seringas não possuem as agulhas do tipo "baixo volume morto", que evitam que haja acúmulo do líquido dentro das mesmas, o que proporciona a referida perda técnica. Desse modo, o volume aspirado de dentro dos frascos não corresponde ao número de doses previsto.

Cabe pontuar que, em razão do pacto federativo em torno do qual se estabelece o Plano Nacional de Imunização, é dever dos governos estaduais o fornecimento de seringas e agulhas, enquanto aos governos municipais cabe a organização da vacinação.

Cumpre destacar que, mesmo desafiada pelas dificuldades técnicas, a Prefeitura de Juiz de Fora avança a vacinação de forma inquestionável, sendo a cidade do interior do estado que mais aplicou doses e com índice superior ao estado e ao país”.

Apesar do desfalque, a PJF esclarece que o ritmo da vacinação no município não será afetado e que Juiz de Fora “segue acima das médias nacional e estadual na aplicação de doses de imunizantes contra a Covid-19”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, nesta terça-feira (1º), o uso emergencial da vacina chinesa anticovid CoronaVac, do laboratório Sinovac, informou a agência da ONU em comunicado.

O comitê de especialistas em vacinas da OMS recomendou esta vacina, que requer duas doses com intervalo de duas a quatro semanas, para pessoas com 18 anos de idade ou mais.

A vacina CoronaVac já é aplicada em 22 países e territórios, segundo dados coletados pela AFP. Além da China, está sendo usada no Brasil, Tunísia, Chile, Indonésia, México, Tailândia e Turquia, entre outros.

Este é o segundo imunizante chinês aprovado pela OMS, e a partir de agora também poderá ser usado pelo dispositivo internacional Covax de distribuição de vacinas anticovid, principalmente em países desfavorecidos.

"O mundo precisa desesperadamente de várias vacinas anticovid-19 para enfrentar as enormes desigualdades em todo o planeta", declarou Mariangela Simao, vice-diretora-geral da OMS encarregada do acesso aos medicamentos e aos produtos de saúde.

Em 7 de maio, a OMS aprovou a vacina da Sinopharm, fabricada em Pequim.

A eficácia da CoronaVac para prevenir os casos de covid-19 sintomáticos é de 51%, mas tem uma eficácia de 100% para evitar casos graves e hospitalizações nas populações estudadas, segundo a OMS. Sua eficácia em maiores de 60 anos não foi estudada.

Este produto, do tipo vacina inativa, "é fácil de armazenar, o que facilita a administração e faz com que esteja especialmente adaptado aos países com poucos recursos", destacou a agência da ONU.

A organização também aprovou o uso das vacinas da Moderna, da Pfizer/BioNTech, as duas da AstraZeneca fabricadas na Índia e na Coreia do Sul (embora o produto seja idêntico, a OMS as contabiliza como duas vacinas diferentes na hora de dar sua aprovação) e a da Johnson&Johnson, chamada "Janssen".

Este procedimento ajuda aqueles países que não têm meios para determinar por si só a eficácia e a segurança de um medicamento, para acessarem mais rapidamente as vacinas. Além disso, permitirá que o sistema Covax possa contar com outros imunizantes.

O Covax foi lançado pela OMS com a Aliança Mundial para as Vacinas e a Imunização (Gavi) e a Coalizão para as Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi) para distribuir vacinas contra a covid-19 em países de baixa renda.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informa em comunicado nesta terça-feira (1°) que aprovou a vacina Coronavac, da chinesa Sinovac, para uso emergencial contra a Covid-19. Com isso, a entidade diz que dá a países, financiadores e comunidades a garantia de que ela "atende aos padrões para segurança, eficácia e fabricação". O imunizante é o mais utilizado no Brasil até o momento, com fabricação aqui pelo Instituto Butantan.

A declaração dada agora pela OMS é um requisito para que a vacina seja ofertada no Mecanismo Covax e para que participe de licitações internacionais. "Isso permite que países acelerem sua própria aprovação regulatória para importar e administrar vacinas contra a covid-19", diz a entidade.

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A avaliação é feita por um grupo composto por especialistas em regulação do mundo e por um Grupo de Aconselhamento Técnico. A OMS disse que, no caso da CoronaVac, a avaliação incluiu inspeções in loco do local de produção na China.

A OMS diz que a vacina usa o vírus inativado e tem requisitos "simples" para estocagem, o que a torna "muito gerenciável e particularmente adequada" para condições de "baixos recursos".

De acordo com a OMS, a vacina é recomendada para adultos a partir de 18 anos, com aplicação em duas doses, sendo o intervalo entre estas de entre duas a quatro semanas. "Os resultados de eficácia mostraram que a vacina evitou a doença sintomática em 51% dos vacinados e evitou covid-19 severa e hospitalizações em 100% da população estudada", destaca a OMS.

A entidade nota que poucos adultos a partir de 60 anos fizeram parte dos estudos clínicos, por isso a eficácia não pôde ser estimada para essa faixa etária. Ainda assim, a OMS diz que não está recomendando um limite máximo de idade, pois dados posteriores em vários países sugerem que ela também protege os mais velhos. "Não há razão para acreditar que a vacina tenha um perfil de segurança diferente em populações mais velhas e mais novas", diz a instituição.

As vacinas já aprovadas pela OMS para uso emergencial incluem ainda a da Pfizer/BioNTech, da Astrazeneca-SK Bio, do Instituto Serum da Índia, da Astra Zeneca UE, da Janssen, da Moderna e a da chinesa Sinopharm, diz a nota da organização.

O estudo feito com a vacina CoronaVac na cidade de Serrana, no interior paulista, demonstrou que, com 75% da população vacinada, a pandemia do novo coronavírus pode ser controlada. O dado foi apresentado nesta segunda-feira (31) em entrevista coletiva no Instituto Butantan, um dos fabricantes da vacina.

“O estudo indica que com 75% da população imunizada com duas doses da vacina, a pandemia foi controlada em Serrana e isso pode se reproduzir em todo o Brasil”, disse João Doria, governador de São Paulo.

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A CoronaVac é uma vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan e faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI). A vacina é aplicada em duas doses.

O estudo, chamado de Projeto S, teve início no dia 17 de fevereiro e o objetivo era vacinar toda a população adulta da cidade para avaliar a efetividade da CoronaVac. Serrana tem cerca de 45 mil habitantes, dos quais 38% são menores de 18 anos, que ainda não podem ser vacinados por falta de estudos clínicos para essa faixa etária.

O Projeto S previa vacinar 28.380 adultos com mais de 18 anos que vivem na cidade. Desse total populacional, 97,7% tomaram a primeira dose do imunizante [o que corresponde a 27.722 pessoas] e 95,7% completaram seu esquema vacinal, tomando também a segunda dose [27.160 pessoas].

Serrana foi escolhida porque apresentava alto índice de prevalência de infecções por covid-19, além de estar perto de um centro universitário e ter um hospital regional. Para o estudo, a cidade foi dividida em quatro áreas, que foram vacinadas com uma semana de diferença entre elas. A primeira área a ser vacinada, definida por sorteio, foi a verde, seguida pela área amarela, cinza e azul.

Com o fim da vacinação em massa, a cidade viu reduzir em 95% o número de mortes por covid-19. Já o número de casos sintomáticos da doença caiu 80%. E a quantidade de hospitalizações teve uma queda de 86%.

Segurança

Além da efetividade, o estudo também apresentou dados sobre segurança, ou seja, se a vacina produz efeitos adversos nas pessoas que a tomam.

Segundo Marcos Borges, diretor do Hospital Estadual de Serrana, durante a vacinação em Serrana foram observados 67 eventos adversos graves, nenhum deles relacionado à vacina. Nesse estudo, todos os eventos adversos graves que ocorrem após a vacinação são relatados. Entre eles, Borges citou acidentes de trânsito.

Após a primeira dose, foram observadas 4,4% de reações adversas, sendo somente 0,02% considerados de grau 3, como mialgia ou cefaleia. Já após a segunda dose ocorreram 0,2% de relatos de reações adversas, nenhuma de grau 3.

Entre a aplicação da primeira e segunda doses, ocorreram 15 internações e cinco mortes entre as pessoas com idade acima de 60 anos e 28 internações e dois óbitos na população abaixo de 60 anos. Até 14 dias da aplicação da segunda dose, ocorreram duas internações e um óbito na população acima de 60 anos e três internações na população abaixo dos 60 anos. Passados mais de 14 dias da aplicação da segunda dose, esses números caíram para duas internações na população até 60 anos. Não houve registro de internações ou mortes de pessoas acima de 60 anos passados 14 dias da vacinação.

Proteção dos não-imunizados

A pesquisa mostrou ainda que a vacinação protege tanto os adultos imunizados quanto crianças e adolescentes que não receberam a vacina. Segundo o estudo, a imunização gerou uma espécie de cinturão imunológico em Serrana, reduzindo drasticamente a transmissão do coronavírus no município.

“A redução de casos em pessoas que não receberam a vacina indica a queda da circulação do vírus. Isso reforça a vacinação como uma medida de saúde pública, e não somente individual”, falou Ricardo Palácios, diretor de pesquisa clínica do Instituto Butantan.

“Crianças e adolescentes menores de 18 anos não poderiam tomar a vacina por falta de estudos. Mas houve redução dos casos também em crianças. Não vimos, nesse estudo, o efeito de empurrar o aumento de casos para os não vacinados. O que vimos foi proteção também para eles”, disse Palácios. Isso indicaria, segundo ele, que não será necessário vacinar as crianças, neste momento, para o retorno das atividades escolares presenciais.

Outro efeito observado no estudo, segundo ele, foi a diminuição de casos inclusive entre os idosos não-vacinados. “O efeito da vacina é tão forte que consegue proteger até aqueles que não foram vacinados, mesmo nas faixas etárias mais avançadas. E, quando acabamos a vacinação, acabaram casos de hospitalizações e óbitos entre os vacinados. E ainda conseguimos controlar também entre os casos não vacinados, não importando faixa etária. Isso nos traz esperança e alegria”, disse Palácios.

Por isso, disse ele, não é importante oferecer uma terceira dose de vacina aos idosos neste momento como tem sido cogitado. O que o estudo deixa claro é que é importante aumentar o número de vacinados para que os idosos também tenham mais proteção contra a doença. “Temos que aumentar a escala de vacinação para ofertar aos idosos os benefícios indiretos da vacinação [em vez de aumentar doses]”, disse Palácios.

Cidades vizinhas

Serrana está dentro de uma região que, neste momento, enfrenta elevação no número de casos e de internações. Há cidades nessa região que tiveram recentemente que decretar lockdown, com fechamento de comércio e proibição de circulação de pessoas.

Mas a incidência da covid-19 em Serrana foi bem menor do que nas cidades vizinhas. Enquanto a região apresenta alta nos casos de covid-19, Serrana manteve taxas baixas de contágio graças à vacinação. Mesmo com cerca de 10 mil moradores que transitam por outras cidades diariamente, ela alcançou um cenário de controle da pandemia. “Sem vacinação, talvez Serrana hoje estaria em colapso”, disse Palácios.

Apesar disso, a cidade ainda não vai liberar o comércio ou permitir que as pessoas circulem nas ruas sem máscaras. “Ela [Serrana] não pode dar um passaporte verde só porque participou de estudo e as pessoas foram vacinadas. É preciso tomar os mesmos cuidados vigentes. O fato de ter esse resultado de vacinação, vai ajudar lá na frente, no plano de flexibilização. Por enquanto, ela segue em obediência ao Plano São Paulo”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

Segundo Covas, esse estudo não foi encerrado: a cidade de Serrana vai continuar sendo monitorada pelo prazo de um ano.

Variantes

Segundo Palácios, a vacinação em massa em Serrana não provocou o surgimento de novas variantes na cidade. E, a vacina, segundo ele, se mostrou efetiva com relação à variante P.1, que surgiu em Manaus e que é a mais predominante na região onde Serrana está inserida. “Todos esses dados que estamos demonstrando de efetividade são resultados que ocorrem na vigência de uma pandemia predominantemente pela variante P.1. E isso é reconfirmação de que a vacina é efetiva em relação a essa variante P.1”, disse ele.

“Podemos sonhar com o controle da pandemia. Mas as pessoas devem parar de pensar na pandemia como um problema individual. É a comunidade que vai me proteger; é a somatória da minha vacinação com a vacinação do outro [que vai controlar a pandemia]”, explicou Palácios.

O detalhamento da pesquisa está disponível na página na internet. Os dados, segundo Dimas Covas, ainda serão publicados em uma revista científica para avaliação dos pares.

Um outro estudo, semelhante a este, está sendo desenvolvido na cidade paulista de Botucatu, com a vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz.

 

A Coronavac foi capaz de reduzir em 97% a mortalidade por Covid-19 no Uruguai, segundo estudo preliminar feito pelo Ministério da Saúde daquele país e divulgado nesta quinta-feira (27). Os dados mostram ainda que o imunizante da Pfizer também teve alta proteção contra as mortes, ainda que em patamar inferior ao da Coronavac: 80%.

O governo uruguaio solicita cautela na interpretação dos dados e na comparação entre o desempenho das vacinas já que os resultados não foram estratificados segundo faixa etária, presença de comorbidades e maior risco de exposição ao vírus.

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Ambas as vacinas mostraram proteção altíssima contra internações em UTI. A Coronavac reduziu em 95% essas hospitalizações. No caso do imunizante da Pfizer, a diminuição foi de 99%.

Os dados de efetividade, ou seja, "de vida real", confirmam que a proteção contra casos graves e mortes é muito superior à taxa de proteção geral contra qualquer grau sintomático da doença. Nesse último caso, o índice foi de 57% para a Coronavac e 75% para a Pfizer. Isso quer dizer que, mesmo que a vacina não impeça a infecção, ela tem um papel fundamental para que a doença não se agrave.

Os cálculos foram feitos medindo o número de internados e mortos na população que já recebeu as duas doses das vacinas há mais de 14 dias. De acordo com o Ministério da Saúde uruguaio, 712.716 pessoas estavam nessa situação em relação à Coronavac. Destas, 5.360 testaram positivo para a Covid, 19 foram internadas em UTI e seis morreram. Isso representa uma taxa de infecção de 36,9 casos por 100 mil pessoas por dia de seguimento. A taxa de internação foi de 0,17 e a de óbitos, de 0,04.

No caso da Pfizer, são 149.329 pessoas com esquema vacinal completo há mais de duas semanas, das quais 691 tiveram a infecção, uma foi hospitalizada em terapia intensiva e oito morreram - todas com mais de 80 anos. Os dados equivalem a uma taxa de infecção de 21,6 casos por 100 mil pessoas por dia de seguimento. A taxa de internação foi de 0,03 e a de óbitos, de 0,25.

Entre os indivíduos não vacinados, a incidência foi de 85,1 casos por 100 mil pessoas/dia, o índice de internação foi de 5,15 e o de mortes ficou em 1,05. Os números referem-se ao período de acompanhamento entre 1º de março e 25 de maio.

O governo uruguaio enfatizou que os dados são preliminares e que os ajustes estatísticos para faixa etária, presença de comorbidade e outros fatores serão comunicados nos próximos informes.

O Uruguai é um dos países com vacinação mais avançada da América do Sul. A nação já conseguiu imunizar 28% de sua população com duas doses. No Brasil, esse índice está em 10%.

A vacina chinesa contra a Covid-19 CoronaVac reduz em 97% a mortalidade por essa doença, contra 80% da americana Pfizer, de acordo com os resultados preliminares de um estudo publicado nesta quinta-feira (27) e realizado com a população uruguaia.

“A redução da mortalidade de Covid-19, decorridos mais de 14 dias desde a última dose da vacina, é de 97% para Coronavac e 80% para Pfizer”, aponta o 'Estudo de eficácia da vacinação contra SARS-CoV-2 no Uruguai em 2021', realizado pelo Ministério da Saúde Pública (MSP).

O relatório indica que, do número total de 712.716 pessoas totalmente imunizadas com Coronavac em 25 de maio, 5.360 testaram positivo para coronavírus. Dessas pessoas, 19 precisaram de internação em UTI e 6 faleceram.

Da mesma forma, do total de pessoas completamente imunizadas com a vacina da Pfizer na mesma data (149.329), 691 foram infectadas com covid, apenas uma necessitou de hospitalização no CTI e 8 morreram. O relatório esclarece que, neste caso, todos tinham mais de 80 anos.

Em percentuais, a redução de casos com a vacina do laboratório chinês Sinovac é de 57% e com a Pfizer é de 75%.

Enquanto isso, o relatório observou uma eficácia de 95% para a CoronaVac e 99% para a Pfizer em hospitalizações em unidades de terapia intensiva.

O estudo esclarece que os números são preliminares e "devem ser interpretados com cautela, pois não levam em consideração a idade das pessoas, suas comorbidades e grupos de alta exposição", como os funcionários da saúde. Esses ajustes estatísticos serão comunicados em relatórios futuros.

Exemplo de gestão no início da pandemia, o Uruguai, de 3,5 milhões de habitantes e que nunca recorreu ao confinamento e mantém grande parte de suas atividades abertas, vive o pior momento da crise sanitária.

O governo do presidente Luis Lacalle Pou aposta todas as fichas na vacinação, que vem progredindo intensamente desde o seu início, em 1º de março.

Atualmente, 47% da população já recebeu a primeira dose da vacina e 28% a segunda.

A coordenadora do Plano Estadual de Imunização contra a Covid-19 no estado de São Paulo, Regiane de Paula, anunciou que existem 338 mil pessoas que ainda não receberam a segunda dose da vacina Coronavac. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa, organizada nesta última quarta-feira (26).

Após o comunicado, a coordenadora informou que todos os municípios têm imunizantes disponíveis e que todos devem completar o esquema vacinal.  De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o plano de vacinação é essencial para a população, que após receber o imunizante tem maior desenvolvimento de produzir anticorpos que atuam contra o vírus.

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Desta forma, caso o indivíduo não tenha as duas doses aplicadas no corpo, não haverá proteção completa contra a Covid-19,  por isso recomenda-se um intervalo de 14 a 28 dias entre a primeira e a segunda dose da Coronavac.  Até o momento, no Estado de São Paulo, segundo o levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa a partir dos dados das Secretarias Estaduais de Saúde, todo o estado paulista tem cerca de 12% da população está completamente vacinada (5,5 milhões), já as pessoas que receberam apenas a primeira dose correspondem a 23% da população paulista (10,9 milhões). 

A fim de ampliar o projeto de vacinação, o Governo de São Paulo também anunciou uma possível projeção para os próximos públicos que estarão aptos a receber o imunizante. A partir de 1° de julho, pessoas entre 55 e 59 anos estarão incluídas no plano e, a partir do dia 21 de julho, os profissionais da educação também integram o grupo, sendo eles de 18 a 46 anos.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que o imunizante desenvolvido e envasado pelo instituto recebeu uma das avaliações "mais rigorosas" feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Covas depõe nesta quinta-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid do Senado e respondeu a uma bateria de perguntas do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre a eficácia da Coronovac.

Segundo o diretor, todos os dados necessários para aprovação do imunizante foram entregues à agência sanitária brasileira, que aprovou o uso do imunizante do País. Questionado sobre o porquê desses dados não terem sido disponibilizados ao público por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), Dimas Covas afirmou que a obrigação do Butantan era divulgar esses dados apenas para a Anvisa, que é o órgão que avalia o uso emergencial do imunizante.

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"Nossa obrigação era fornecer os dados para a Anvisa que iria autorizar o uso emergencial. Não haveria porque divulgar isso antes do conhecimento da Anvisa. Quem avalia os dados é a Anvisa. É o órgão que tem que avaliar e dar a autorização. Que foi o que aconteceu. A Anvisa recebeu todos os dados, os dados do Brasil, da China, da Turquia, avaliou o processo e deu seu parecer conclusivo em relação ao uso emergencial, que por sinal foi muito rigoroso", declarou o diretor.

Recrudescimento da pandemia

Dimas Covas, avaliou, no depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, que "tudo indica" que o País possa ter um recrudescimento da pandemia. Segundo ele, o aumento no número de casos será "turbinado" por variantes da Covid-19.

A análise de Dimas Covas veio após o vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), perguntar se ele concordava com uma fala do presidente da República de que estávamos "no final da pandemia", o diretor discordou. Para o diretor do Butantan, ainda estaremos lutando contra a pandemia nos próximos anos.

"Essa pandemia ainda vai persistir durante 2021, ainda vamos lutar com ela em 2021, quiçá no começo de 2022", declarou Covas, atentando que mesmo com a vacinação, ainda pode haver a necessidade de haver um reforço vacinal contra Covid-19.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, depõe, nesta quinta-feira (27), aos senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia. Em resposta ao senador Humberto Costa, Dimas afirmou que a fábrica de produção de vacina do Butantan está sendo reformada com o dinheiro de iniciativa privada, depois que o Ministério da Saúde negou o investimento de recursos para tal fim.  

"A fábrica está sendo reformada a pela iniciativa privada. Não tem um centavo do governo federal. No próximo ano vamos operar a produção integral desta vacina [Coronavac]", declarou.

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O senador lembrou que foi anunciado R$ 1,9 bilhão para a construção de fábricas para produção de vacina no país e questionou a Dimas se alguma verba teria ido para o Butantan, o diretor foi reticente: "não". 

O investimento em ações do Butantan para a imunização contra a Covid-19 também foi tema da fala do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

“O Butantan tem como seu principal parceiro o Ministério da Saúde. Aqui se fez diversas ilações que por atitudes, falas [do presidente] isso teria prejudicado o Butantan. Nos dois primeiros anos do Governo dele houve uma parceria e contou com o repasse de R$ 6 bilhões. Será que é correto afirmar que teve má vontade, que o Governo atrapalhou quando o Governo investe mais de R$ 6 bilhões? Será que é justo alegar que houve falta de empenho e solidariedade do Governo Federal? Parece até que o governo interditou a sua relação com o Instituto Butantan. Estamos falando de São Paulo, estamos falando de um Instituto que assinou contrato de R$ 6 bilhões”, argumentou FBC.

O que foi rebatido por Dimas Covas: “A Coronavac só começou a ser de fato ressarcida em fevereiro. Em nenhum momento a falta de recursos federais impediu o desenvolvimento da vacina. Para esta vacina não houve investimento direto, para a Fiocruz houve um ponto nove de investimento, nesta situação houve apenas ressarcimento de contrato".

Críticas

Opositor, Humberto Costa não mediu críticas em seu tempo de intervenção na CPI. "É demolidor, a prova mais cabal, mais até do que o depoimento da Pfizer... Feliz o país que pudesse ter um governador e um presidente da República dando murro na mesa por vacina. Tenho muitas divergências com ele [João Doria], não vão deixar de existir, enquanto ele estava batendo na mesa querendo vacina, o de cá estava oferecendo cloroquina a uma ema", frisou, fazendo menção a um áudio que o senador Marcos Rogério (DEM) exibiu na comissão mais cedo. 

 

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, presta depoimento nesta quinta-feira (27) à CPI da Pandemia. Em sua apresentação inicial, ele afirmou que houve um oferecimento de 60 milhões de doses da CoronaVac ao governo federal ainda em julho de 2020, mas o instituto não recebeu uma resposta efetiva. Segundo o pesquisador, em outubro de 2020, foi feita uma nova oferta de 100 milhões de doses e apenas neste mês houve uma “sinalização positiva para que a vacina fosse incorporada”. 

Na ocasião, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, mas horas depois foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

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"Óbvio que isso causa uma frustração da nossa parte. Voltamos ao Butantan e continuamos o projeto. Mas aí já com algumas dificuldades. A inexistência de um contrato com o ministério, que é nosso único cliente, colocava uma incerteza em termos de financiamento. E já tínhamos contratado com a Sinovac uma parte importante do projeto", disse Dimas.

Além disso, Covas ressaltou que o Butantan solicitou verbas para eformar uma fábrica e fazer estudos clínicos, o que foi negado. 

"Poderíamos ter iniciado a vacinação antes do que começou? Já tínhamos as doses, já estavam disponíveis. E eu, muitas vezes, declarei em público que poderíamos ser o primeiro país a começar a vacinação", afirmou Dimas. 

O presidente do Butantan afirmou que em dezembro de 2020 o Instituto Butantan já possuía 5,5 milhões de doses da CoronaVac estocadas e 4 milhões em produção. Nessa mesma época, só haviam sido vacinadas 4 milhões de pessoas em todo o mundo.

*Com a Agência Senado

A CPI da Pandemia ouve, nesta quinta-feira (27), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Esse instituto é responsável pela produção no Brasil da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 mais aplicada até o momento em brasileiros.

Entre outras questões, Dimas Covas será questionado sobre as dificuldades que o Buntantan vem enfrentando para produzir essas vacinas. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que é necessário ter esclarecimentos sobre os motivos do atraso da entrega de insumos provenientes da China. Acompanhe:

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*Da Agência Senado

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, rebateu nesta quarta-feira (26) o estudo que identificou uma menor eficiência da Coronavac em idosos com mais de 80 anos. Segundo ele, a vacina "é eficiente e, neste momento, não existe a necessidade de se preocupar com uma terceira dose".

Covas afirmou que os estudos do Butantan realizados nas cidades de São Paulo e Serrana (SP), no Estado do Ceará e também no Chile mostram que a vacina tem alta eficiência também nos idosos. "Ou seja, ela é capaz de proteger contra os sintomas da doença, contra as internações e contra os óbitos em todas as faixas etárias", disse, em vídeo publicado no Twitter pelo governador de São Paulo João Doria (PSDB).

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Na última semana, o estudo Vaccine Effectiveness in Brazil Against Covid-19 (Eficácia de vacinas contra covid-19 no Brasil), elaborado pelo Vebra Covid-19, mostrou que a efetividade do imunizante entre os que têm mais de 80 anos foi menor do que a taxa global identificada pelo Butantan, de 50,7%. A Coronavac foi desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e é distribuída no Brasil pelo instituto.

Para Covas, a pesquisa "não corresponde aos fatos". "Portanto, fiquem tranquilos", afirmou.

O Governo de Pernambuco garantiu nesta quinta-feira (20), por meio de coletiva online, que todos os municípios pernambucanos já têm à disposição vacinas da Pfizer para imunizar as grávidas e puérperas.

"Pernambuco é o primeiro estado do país a descentralizar o imunizante para todos os municípios. Todas as gestantes e puérperas, público prioritário para ser vacinado com a Pfizer, poderão tomar as suas vacinas nos postos de saúde do seu município”, diz o secretário de Saúde André Longo. 

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Além disso, o secretário assegura que as 58 mil doses da Coronavac já estão sendo distribuídas para todos os 129 municípios do Estado, que estão com déficit desse imunizante para concluir o esquema vacinal de sua população. "Estamos solicitando ao Ministério da Saúde doses adicionais para assegurar a finalização do esquema vacinal daqueles que estão ainda com um déficit da segunda dose", pontua.

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Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello repetiu a fala desta quarta-feira (19) e disse, nesta quinta-feira (20), que o presidente Jair Bolsonaro nunca falou pessoalmente com ele sobre não comprar a Coronavac, vacina contra Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac. Pazuello também negou que o presidente tenha interferido na compra do imunizante.

O ex-ministro disse que o contrato com o Instituto Butantan para aquisição de vacinas foi assinado assim que a legislação permitiu. Ele afirmou que uma carta de intenção para compra da vacina foi elaborada em outubro e o contrato foi assinado em janeiro, após a sanção de medida provisória que autorizava a aquisição do imunizante.

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Sobre o "eu mando, ele obedece", uma fala do presidente Jair Bolsonaro em um vídeo feito com o então ministro Pazuello em outubro do ano passado, Pazuello afirmou que se tratava apenas de uma "posição de internet", que não tinha nada a ver com contratos da Coronavac. O vídeo tem sido apontado pelos senadores da CPI como uma prova de que Pazuello não teria comando total do Ministério da Saúde, e apenas atenderia às demandas do presidente, tendo inclusive atrasado a compra de vacinas do país chinês devido a questões políticas.

Apesar das falas do ex-ministro, no ano passado o presidente da República disse, na sua página do Facebook, que não compraria 46 milhões de doses da Coronavac. O comentário ocorreu no dia seguinte ao anúncio da compra do imunizante feito pelo Ministério da Saúde.

O ex-ministro também disse que não se reuniu com empresários para tratar de compra de vacinas durante o período que administrou a pasta da Saúde. "Posso ter recebido um CEO, posso ter recebido alguém que também é um empresário, mas para cortesia de tomar um café", afirmou o ex-ministro.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, confirmou nesta quarta-feira (19) que o volume de insumos para a vacina CoronaVac que chegará ao Brasil na próxima semana será menor do que foi inicialmente previsto. A quantidade confirmada pelo governo chinês é de apenas 3 mil litros de insumo farmacêutico ativo (IFA), mil a menos do que havia sido anunciado pelo Instituto Butantan na última segunda-feira (17).

Os 3 mil litros de insumos para a vacina devem chegar ao Brasil entre os dias 25 e 26 de maio e são suficientes para fabricar cerca de 5 milhões doses de vacina.

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A CoronaVac é uma vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac, que tem enviado os insumos para que a vacina seja produzida no Brasil. Segundo o Butantan, a Sinovac já tem 10 mil litros de insumos prontos para enviar ao Brasil, mas aguarda a autorização de embarque do governo chinês.

Com o atraso na chegada dos insumos, Dimas Covas prevê que haverá atraso também na entrega das doses da vacina ao Ministério da Saúde. “O Butantan tinha uma previsão de entrega de 12 milhões de doses [da vacina CoronaVac] em maio e 6 milhões em junho [para o Ministério da Saúde]. Para totalizar esse volume, precisaríamos de 10 mil litros [de insumos], que deveriam estar disponíveis no começo de maio. Na primeira previsão, no início desta semana, chegou a informação da Sinovac de que teria solicitado autorização para 4 mil litros [de insumos], e ontem foram autorizados efetivamente 3 mil litros de insumos. Com isso, o cronograma [de entrega de vacina para o Ministério da Saúde] não se cumprirá, e aguardamos a próxima remessa de matéria-prima”, disse Covas.

Dimas Covas informou que, nesta madrugada, houve nova reunião com a Sinovac. Segundo ele, o Instituto Butantan espera que novas remessas de insumos sejam autorizadas pelo governo chinês em breve.

Carência mundial

A produção de vacinas contra a covid-19 no Butantan está paralisada desde a última sexta-feira (14), por falta do ingrediente farmacêutico básico. Segundo o instituto, a falta de matéria-prima ocorreu por problemas burocráticos provocados por declarações de membros do governo brasileiro sobre a China.

No último domingo (16), ao participar da abertura de uma campanha de testagem da população para o novo coronavírus, em Botucatu (SP), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou a interrupção na produção de vacinas contra a covid-19 pelo Instituto Butantan por falta do IFA. Queiroga ressaltou que a carência da matéria-prima é mundial. “É importante passar uma mensagem positiva para a sociedade brasileira, e não essa cantilena de que está faltando [IFA]. O Brasil precisa de tranquilidade para superarmos juntos essa dificuldade sanitária”, disse.

Perguntado se os problemas com o IFA poderiam ser reflexo de questões diplomáticas com a China, Queiroga disse que o país asiático tem sido um grande parceiro para o Brasil e que não vê nenhuma fissura nas relações entre o governo brasileiro e o chinês.

“O presidente[ Jair Bolsonaro] tem uma excelente relação não só com a China, mas com todas as nações com que o Brasil estabelece relações internacionais. A China integra um bloco econômico importante que é o Brics, o Brasil faz parte, a Rússia faz parte, e as relações são absolutamente normais”, ressaltou Queiroga.

 

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou que devem chegar, na próxima terça-feira (25), 3 mil litros de insumos vindos da China para a produção da vacina da Covid-19. Diante da redução da quantidade de insumos - inicialmente de 10 mil litros para 4 mil litros no início da semana e agora 3 mil litros - Covas afirma que o cronograma de entrega de doses de imunização para maio não será mantido.

A previsão de entrega das vacinas da Coronavac era de 12 milhões de doses para maio e 6 milhões para junho. No entanto, para totalizar a quantidade acordada, seria necessária a entrega dos 10 mil litros pela Sinovac. Segundo Covas, com o novo calendário, a expectativa de doses fica em aberto.

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Em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 18, o diretor do Butantan ainda informou que, na madrugada de ontem para hoje, houve uma reunião entre o embaixador do Brasil em Pequim, Paulo Mesquita, e a Sinovac.

Covas classificou que as informações da reunião foram positivas. "Esperamos que isso surta efeito a partir de agora junto ao governo chinês para que haja essa flexibilização para a liberação de mais doses", pontuou o diretor. "Já aguardamos notícia do próximo embarque".

A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES) informou que vai concluir nesta quarta-feira (19) a distribuição da CoronaVac aos municípios que precisam completar o esquema vacinal das pessoas que receberam a primeira dose contra a Covid-19 do imunizante fabricado pelo Instituto Butantan, em São Paulo, a partir de insumos da China.

A secretaria recebeu nessa terça-feira (18) do Ministério da Saúde 174,4 mil doses de CoronaVac e está fazendo a distribuição para 56 cidades do interior que ainda precisam receber o imunizante, segundo Programa Nacional de Imunizações, para completar a segunda aplicação. A distribuição ocorre de acordo com os números informados pelos 92 municípios do estado.

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Segundo a orientação do Ministério da Saúde, grávidas e puérperas com comorbidade devem ser imunizadas com a CoronaVac ou com a vacina da Pfizer. As que tomaram a primeira dose da Astrazeneca devem aguardar a definição do protocolo pelo ministério.

Doses em atraso

Na capital, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou ontem que as doses em atraso da CoronaVac já foram aplicadas e esta semana deve ser completado o esquema vacinal de quem recebeu a primeira dose a partir do dia 19 de abril.

Duque de Caxias, na baixada fluminense, informou que está aplicando a segunda dose da CoronaVac em quem recebeu a primeira no dia 3 de abril. Já Maricá, na região metropolitana, retoma hoje a vacinação de quem recebeu a primeira dose há 28 dias ou mais. Segundo a prefeitura, as doses recebidas serão o suficiente para completar o esquema vacinal de todos os que estão em atraso.

O município do Rio de Janeiro regulariza esta semana a aplicação da segunda dose da CoronaVac, para quem tomou a primeira dose do imunizante em abril. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os grupos que estavam com a segunda dose atrasada foram atendidos até a segunda-feira (17) e ao longo da semana serão vacinadas as pessoas que tomaram a primeira dose partir do dia 19 de abril e que entram agora no prazo para tomar a segunda aplicação.

No sábado (15) a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que distribuiu 90 mil doses de CoronaVac aos municípios, além das 162.210 entregues na quinta e sexta-feira, todas destinadas à segunda aplicação. De acordo com a SES, o estado ainda precisa receber 165.780 doses de CoronaVac, segundo o levantamento encaminhado pelos municípios. Nem todas essas doses estão em atraso.

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A produção da CoronaVac pelo Instituto Butantan, em São Paulo, está paralisada desde sexta-feira (14), por falta do insumo farmacêutico ativo (IFA), matéria-prima da vacina. O material é enviado pela China e, segundo o instituto, não havia sido liberado pelo país oriental por causa de entraves diplomáticos causados por declarações de autoridades do governo brasileiro.

Ontem, o Butantan informou que a China liberou o envio de 4 mil litros de IFA, suficientes para a produção de 7 milhões de doses da vacina. O IFA deve chegar ao Brasil no dia 26 de maio. O contrato com o laboratório chinês Sinovac prevê o envio de mais 6 mil litros de IFA, ainda sem data para entrega.

O Butantan entregou na sexta-feira (14) ao Ministério da Saúde o último lote fabricado até o momento, com 1,1 milhão de doses. O instituto já entregou 47,2 milhões de doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunizações, cumprindo o primeiro contrato firmado, que previa 46 milhões de doses. O segundo acordo prevê a disponibilização de 54 milhões de doses até o final de agosto.

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