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O deputado João Campos (PSDB-GO) disse nesta terça-feira que seu projeto, conhecido como "cura gay", foi inviabilizado por falta de apoio de seu partido e por isso ele decidiu retirá-lo de tramitação. "Foi por uma questão do partido. Quando o partido se manifestou contra, inviabilizou o projeto", explicou.

Como o projeto já teve parecer favorável da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, presidida pelo Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), a retirada da proposição terá de ser aprovada pelo plenário da Câmara. Se não for aprovada a retirada, a tendência é que o projeto seja derrotado pelos deputados na votação, uma vez que a "cura gay" se transformou em uma das principais bandeiras das manifestações das últimas semanas.

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O deputado João Campos (PSDB-GO), autor do projeto conhecido como “cura gay”, decidiu retirar a matéria da Câmara Federal. Um dos motivos para a decisão do tucano foi a nota divulgada pelo PSDB que chamou a PL de um “grave retrocesso”.

No Twitter, o deputado federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Marco Feliciano (PSC-SP), apreciador do projeto, elogiou a postura do parlamentar tucano, por entender que o PSDB inviabilizou a matéria. Contudo, o social-cristão, afirmou que a PL ainda pode voltar a ser discutida na próxima legislatura da Câmara, que deve conter um maior número de parlamentares evangélicos. 

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Ativistas devem se reunir, mais uma vez, nesta sexta-feira (28), no Recife, às 17h, em uma manifestação contra a cura gay. O encontro organizado pela internet tem como ponto de concentração, a Praça do Derby, na área central da cidade. 

Os manifestantes pedem a não aprovação do projeto intitulado de "CURA GAY", a imediata saída do Pastor Marcos Feliciano da presidência da comissão de direitos humanos da câmara de deputados, a saída da vereadora Michele Collins da presidência da comissão de direitos humanos da câmara de vereadores do Recife, a aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia e a garantia da laicidade do Brasil. 

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O PSDB divulgou ontem, 26, nota oficial manifestando publicamente "posição contrária" ao Projeto de Decreto Legislativo 234/2011, mais conhecido como "cura gay". O projeto, apresentado pelo deputado e pastor evangélico João Campos, filiado ao PSDB de Goiás, tem sido um dos principais alvos dos protestos de rua em todo o País. Ontem, 26, houve novas manifestações em São Paulo e Brasília.

Na Câmara, o projeto teve parecer favorável da Comissão de Direitos Humanos, sob a liderança do deputado e também pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Ele estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da orientação sexual e é contestado pelo Conselho Federal de Psicologia.

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A nota do PSDB diz: "O partido entende que a proposta, conhecida como ‘cura gay’, representa grave retrocesso nos avanços ocorridos no País para reconhecimento pleno dos direitos humanos e contraria resoluções do Conselho Federal de Psicologia e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que, desde 1999, rejeitam a classificação da homossexualidade como doença ou desordem psíquica".

A nota isola Campos, que é membro da bancada evangélica. Em outro movimento contrário aos interesses da legenda, o deputado votou terça, 25, a favor da PEC-37, que retiraria poderes de investigação dos ministérios públicos. Ele foi o único membro da bancada tucana a tomar essa decisão, já que o deputado Sérgio Guerra afirmou ter se enganado ao votar.

Projeto. Aprovado na semana passada pela Comissão de Direitos Humanos, o projeto de Campos suspende dois trechos de resolução do Conselho Federal de Psicologia. O primeiro deles anula o parágrafo único que diz que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades".

O outro trecho sustado da resolução determina que "os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais".

Campos não foi localizado ontem, 26, pela reportagem. O deputado, no entanto, nega que o objetivo do projeto seja tratar a homossexualidade. "O projeto não versa sobre a cura gay, pois homossexualidade não é doença", disse à reportagem na terça-feira, 25. Segundo o deputado, o que o motivou a propor o projeto foi que o Conselho teria extrapolado suas atribuições ao restringir a atuação de profissionais e, consequentemente, o direito das pessoas de buscarem ajuda.

Decisões como essa, diz, cabem ao Congresso, que é a Casa que tem o poder de legislar.

Protesto. Ontem, 26, na capital, um grupo de cerca de 500 pessoas protestou contra o projeto e contra a permanência de Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos. Os manifestantes caminharam da Avenida Paulista até a sede do PSC, partido do deputado, na região do parque Ibirapuera.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O tucano Daniel Coelho (PSDB) criticou, nesta quarta-feira (26), o projeto que permite aos psicológos promoverem um tratamento com o objetivo de curar a homosexualidade, proposto pelo deputado federal Marcos Feliciano, presidente da Comissão Dos Direitos Humanos, na Câmara. "O objetivo da proposta é agredir um segmento e dividir a sociedade", disparou.

A matéria foi aprovada no último dia 18 e, desde então, tem gerado muita polêmica entre os que são contra ou a favor do projeto. Segundo Daniel, além de dividir a nação entre os que respeitam o próximo e os homofóbicos, a proposta tem favorecido o aumento do preconceito contra a comunidade LGBT e os evangélicos. "A verdadeira intenção da proposta, de autoria de um parlamentar da bancada evangélica, é ganhar votos de um segmento que, às vezes, por ter pouca informação, acaba sendo manipulado" reiterou Coelho, lembrando que o Congresso tem de atuar em sintonia com os anseios da sociedade e não em dissonância.

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Depois da aprovação da Cura Gay pela Comissão de Direitos Humanos, liderada pelo deputado Marcos Feliciano, a atriz Thammy Miranda usou suas redes sociais para protestar. Ela postou uma imagem acompanhada com um texto em que se mostra indignada e usou da ironia para mostrar sua indignação com o projeto.

"Venho por meio desta comunicar q estou impossibilitada de trabalhar. To doente desde q nasci e aos 30 anos ainda nao consegui minha cura! Preciso da ajuda do governo para pagar minhas contas e sustentar os meus luxos. Me coloco tbm a disposição do Deputado em questão a me curar, pois nao sei mais o q vou fazer da vida com essa minha doença q ja dura 30 anos! Peço a ele tbm, bolsa desemprego, bolsa alimento, bolsa gasolina, bolsa balada, bolsa cabeleireiro, bolsa imposto. Pq to muito doente e nao posso nem sair na rua, da q eu passo isso pra alguém? Vai q é contagioso e todo mundo "fica" gay por minha culpa? "FICA" ne? Pq se é doenças, eu nao sou gay e sim "ESTOU" gay... Enfim DEPUTADO, estou ansiosamente no aguardo do seu contato, pois quero muito me curar! Nao sei se consigo viver mais 30 anos com essa doença! #vapaputaqopariu #semnoção #homofobicodocaralho #issoévandalismotambem #animalirracional", escreveu a atriz.

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O Conselho Federal de Psicologia espera que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) derrube o projeto apelidado de "cura gay", aprovado nesta terça-feira, 18, pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara, presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP). A proposta aprovada suspende trecho da resolução do Conselho de Psicologia de 1999 que proibiu profissionais da área de colaborar com eventos e serviços que ofereçam tratamento e cura de homossexualidade, além de vedar manifestação que reforce preconceitos sociais em relação aos homossexuais. O projeto passará ainda por duas comissões antes de chegar ao plenário da Casa.

"Nossa expectativa é de que na CCJ isso caia, porque entendemos ser inconstitucional a Câmara legislar sobre o exercício de uma profissão", disse Cynthia Ciarello, conselheira do Conselho Federal de Psicologia. "Os conselhos são uma autarquia pública e a resolução visa proteger a sociedade dos serviços dos profissionais, evitando preconceito e discriminação", complementou.

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Ela destacou que a resolução não impede o atendimento de homossexuais por psicólogos, mas apenas que o caso seja tratado como uma doença. "Não há nenhum impedimento de atender pessoas. O profissional está impedido em compreender o caso como de patologia", disse Cynthia. A conselheira observou ainda que a Organização Mundial de Saúde (OMS) já tem decisões que não permitem relacionar homossexualidade a patologia.

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara, presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP), aprovou a proposta que suspende trecho da resolução do Conselho Federal de Psicologia de 1999 que proibiu profissionais da área de colaborar com eventos e serviços que ofereçam tratamento e cura de homossexualidade, além de vedar manifestação que reforce preconceitos sociais em relação aos homossexuais. Apelidado de "cura gay", o projeto seguirá ainda para duas comissões antes de ir a plenário.

A bancada evangélica tenta aprovar a proposta há dois meses. Na sessão desta terça-feira, Feliciano cortou em alguns momentos a palavra do deputado Simplício Araújo (PPS-MA), o único titular da comissão a se posicionar de maneira contrária, para evitar que novamente a sessão se alongasse e o início da ordem do dia no plenário impedisse a aprovação.

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Ex-coordenador da bancada evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO) é o autor do projeto. Ele argumenta que o Conselho extrapolou suas atribuições restringindo a atuação de profissionais. "O Conselho Federal de Psicologia, ao restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional, por intermédio do questionado ato normativo, extrapolou o seu poder regulamentar", diz o tucano.

O relator Anderson Ferreira (PR-PE), que também é pastor, destacou em seu voto que a resolução proíbe ainda os psicólogos de fazerem manifestações públicas sobre o tema. Para ele, isso seria um cerceamento à "liberdade de pensamento e de manifestação" dos profissionais. Na visão do relator, o projeto defende o livre exercício da profissão de psicólogo. "Seu texto constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e mesmo da liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões que dizem respeito apenas a sua própria vida, sem prejudicar outrem".

Simplício Araújo afirmou que a bancada evangélica mobilizou-se para a aprovação por motivos eleitorais e que a proposta não deve sobreviver à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) porque não caberia ao Congresso revogar atos de órgãos de classe. "Hoje temos projetos, que como esse aqui, me envergonham de estar dentro dessa Casa. Estamos perdendo tempo com uma discussão que vai estar vencida. O que se quer aqui é uma ponte para ganhar voto", disse Araújo. "Não existe tratamento para o que não é doença. A doença que temos de combater é a cara de pau de alguns políticos", complementou.

A comissão de Direitos Humanos aprovou ainda um requerimento para promover um debate sobre "a erotização das nossas crianças através de imagens, de músicas nos meios de comunicações, cartilhas educativas e demais exposições".

A comissão de Direitos Humanos da Câmara, presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP), teve de adiar novamente a votação do projeto que suspende trecho da resolução do Conselho Federal de Psicologia de 1999 que proibiu profissionais da área de colaborar com eventos e serviços que ofereçam tratamento e cura de homossexualidade, além de vedar manifestações que reforcem preconceitos sociais em relação aos homossexuais. A reunião foi interrompida após o início da Ordem do Dia no plenário da Casa. Feliciano prometeu insistir e anunciou que o projeto, apelidado de "cura gay", continuará na pauta da comissão até sua votação.

Apesar da nova mobilização da bancada evangélica, um movimento de obstrução do deputado Simplício Araújo (PPS-MA) fez com que a sessão se alongasse até o início dos trabalhos no plenário. Ele pede aos colegas mais tempo para analisar a proposta e sugere que o Congresso não deveria intervir numa decisão de um conselho de profissão. O deputado do PPS chegou a bater boca com Feliciano ao ter o áudio do seu microfone cortado.

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"Isso aqui é uma ditadura", reclamou o deputado do PPS. "Vossa excelência está tumultuando, me respeite", rebateu o presidente da comissão. "Está tolhendo a minha palavra", disse Simplício. "Vou tolher enquanto for presidente dessa comissão", encerrou Feliciano.

A bancada evangélica tenta aprovar a proposta desde o mês passado. Ex-coordenador do grupo, o deputado João Campos (PSDB-GO) é o autor do projeto. Ele argumenta que o Conselho extrapolou suas atribuições restringindo a atuação de profissionais. "O Conselho Federal de Psicologia, ao restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional, por intermédio do questionado ato normativo, extrapolou o seu poder regulamentar", diz o tucano.

O relator, Anderson Ferreira (PR-PE), que também é pastor, destacou em seu voto que a resolução proíbe ainda os psicólogos de fazerem manifestações públicas sobre o tema. Para ele, isso seria um cerceamento à "liberdade de pensamento e de manifestação" dos profissionais. Na visão do relator, o projeto defende o livre exercício da profissão de psicólogo. "Seu texto constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e mesmo da liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões que dizem respeito apenas à sua própria vida, sem prejudicar outrem".

Feliciano disse após o encerramento da sessão que poderá colocar o projeto em votação nesta quarta-feira, 12, ou na próxima semana. Destacou que insiste no tema por ser esta a única proposta em tramitação na comissão que já tem parecer apresentado. "Não podemos mais deixar esse assunto protelar". Ele reclamou das "manobras" que tem atrasado o trâmite da proposta e afirmou que o projeto defende os direitos humanos por proteger psicólogos que tem sua liberdade profissional atacada pela resolução.

O projeto teve de passar pela Comissão de Direitos Humanos atendendo a pedido feito no ano passado por um dos opositores, o deputado Domingos Dutra (PT-MA), ex-presidente do colegiado. Ele solicitou que a comissão analisasse a proposta após o projeto ter recebido parecer favorável na comissão de Seguridade Social e Família de Roberto Lucena (PV-SP), um dos apoiadores de Feliciano. Como a bancada evangélica tomou conta da comissão neste ano, a tendência é que a proposta acabe sendo aprovada nas próximas sessões.

Um pedido de vista feito do deputado Simplício Araújo (PPS-MA) impediu nesta terça-feira a votação, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, do projeto que suspende trecho de resolução do Conselho Federal de Psicologia de 1999 que proibiu profissionais da área de "tratar" homossexualidade, proposta apelidada de "cura gay". O pedido tem validade de duas sessões.

A ação regimental impediu o sucesso de uma mobilização da bancada evangélica que desejava aprovar a proposta na comissão presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na véspera de uma manifestação convocada pelo pastor Silas Malafaia que pretende reunir dezenas de milhares de pessoas em Brasília contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Antes de seguir para o plenário da Casa, o projeto precisa ainda ser votado por outras duas comissões, as de Seguridade Social e Família e de Constituição e Justiça.

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A proposta da "cura gay" chegou à comissão em fevereiro, já sob o comando de Feliciano, mas ironicamente teve a tramitação iniciada pela Comissão de Direitos Humanos a pedido de um dos rivais do pastor, o ex-presidente Domingos Dutra (PT-MA). Foi ele quem pediu que a comissão participasse do debate, antes restrito aos outros dois colegiados.

Araújo justificou o pedido de vista argumentando não se sentir preparado para decidir sobre o assunto. "Estou diante de um projeto polêmico para sociedade e para votá-lo preciso estar seguro e nesse momento não tenho segurança para esse voto. Gostaria que isso fosse respeitado. Gostaria de avaliar esse projeto da forma como tem de ser avaliado, retirando dele todo e qualquer corporativismo e coisa parecida".

Feliciano fez críticas à imprensa pelo apelido de "cura gay" do projeto. Reclamou que até os veículos oficiais da Câmara estavam usando o apelido. Ressaltou que pedirá à Presidência da Câmara esclarecimentos sobre a veiculação do apelido em redes sociais pelos veículos da Casa.

O autor da proposta é o ex-coordenador da bancada evangélica João Campos (PSDB-GO). Ele argumenta que o conselho "usurpou a competência do legislativo" ao tratar do tema. "A competência para expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências não pode ser compreendida como competência para complementar a Constituição Federal, muito menos como competência para inovar no campo legislativo", diz o deputado.

O relator, Anderson Ferreira (PR-PE), afirmou que sustar o trecho da resolução é defender a liberdade dos psicólogos e seus pacientes. "Seu texto constitui uma defesa da liberdade de exercício da profissão e mesmo da liberdade individual de escolher um profissional para atender a questões que dizem respeito apenas à sua própria vida, sem prejudicar outrem".

Mesmo com a votação adiada, parlamentares aproveitaram para manifestar posição favorável à proposta. Eles afirmam que a opção de tratamento será apenas para quem desejar procurar um profissional da área. "Ninguém está falando que a partir desse momento pessoas vão sair correndo atrás dizendo: você é doente, você tem que se curar. É para quem procurar ajuda", disse Liliam Sá (PSD-RJ).

Brasília - Pela terceira vez consecutiva, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados cancelou nesta quarta-feira (22) a reunião em que seria apreciado o projeto que autoriza o tratamento psicológico ou a terapia para alterar a orientação sexual de homossexuais, chamado de “cura gay”. Hoje, o cancelamento da sessão, marcada para as 14h, ocorreu devido ao início da Ordem do Dia, período destinado a votações no plenário da Casa.

Na semana passada, a comissão também foi obrigada a cancelar os trabalhos devido à votação da Medida Provisória  (MP) 595, conhecida por MP dos Portos. Como a medida estava próxima de perder a validade, os deputados concentraram os esforços para apreciar a matéria, o que provocou o cancelamento das atividades de todas as comissões temáticas.

Há 15 dias, quando o projeto da “cura gay” foi colocado em pauta, pela primeira vez, pelo presidente da comissão, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), a reunião foi cancelada a pedido do presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), em função do debate de vários temas considerados polêmicos que levaram à Casa centenas de manifestantes de diversos setores da sociedade civil.

O projeto, que está sendo chamado de Projeto da Cura Gay, propõe a suspensão da validade de dois artigos de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia, em vigor desde 1999. De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), o projeto quer suprimir um dos trechos da Resolução nº 1/99, que proíbe os profissionais de participar de terapia para alterar a orientação sexual e de atribuir caráter patológico (de doença) à homossexualidade. Os profissionais também não podem adotar ação coercitiva a fim de orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.

O autor do projeto argumenta que as restrições do conselho são inconstitucionais e ferem a autonomia do paciente. Já representantes da instituição criticam a proposta sob o argumento de que não se pode tratar a homossexualidade como doença.

A 5ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro negou pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que anulasse uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que impede os psicólogos de oferecer tratamento para a cura da homossexualidade ou colaborar com eventos ou serviços que proponham algum tratamento com esse objetivo. Ainda cabe recurso, mas, consultado ontem, o MPF não informou se pretende recorrer.

A resolução do CFP prevê que "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades (...) nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados".

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"A norma proíbe os psicólogos de tratar a homossexualidade como doença, pois a Organização Mundial da Saúde já declarou que não é", afirmou o presidente do CFP, Humberto Verona. "O objetivo é evitar a disseminação do preconceito."

Os autores da ação afirmam que a intenção é corrigir um aspecto da norma. "Concordamos que psicólogos que ofereçam tratamento contra a homossexualidade sejam punidos", disse à reportagem o procurador da República Vinicius do Nascimento, outro autor da ação, quando ela foi proposta, no ano passado. "O problema ocorre quando o homossexual procura tratamento por conta própria. Se ele inicia um relacionamento hétero, provavelmente vai enfrentar ansiedade e outras dificuldades. Então talvez decida procurar um psicólogo para se tratar, mas o profissional não poderá atendê-lo, porque pode ser punido. É isso que queremos mudar: se a procura pelo psicólogo for voluntária, não pode haver punição ao profissional", afirmou à época.

O presidente do CFP nega que algum profissional tenha sido punido por orientar pacientes homossexuais. "O problema é anunciar a cura da homossexualidade, ou deixar de esclarecer ao paciente que ele não está doente. Se o paciente pedir a cura, o psicólogo deve contar que não existe, que não se trata de doença."

Sentença

Em sua sentença, o juiz federal Firly Nascimento Filho afirma que "não sendo doença, modernamente entende-se que trata-se de uma opção sexual que, numa democracia, pode ser exercida livremente, de acordo com as concepções pessoais do indivíduo. É certo que remanescem na sociedade instintos discriminatórios, que não podem ser tolerados, pois cabe ao Estado proteger as minorias dos ataques das maiorias".

A resolução do CFP também é combatida na Câmara dos Deputados por meio do decreto legislativo 234/2011, proposto pelo deputado federal João Campos (PSDB-GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica. O projeto tenta anular os mesmos trechos da resolução. O projeto está na pauta da reunião da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, presidida pelo deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). O deputado Anderson Ferreira (PR-PE), relator do projeto, emitiu parecer favorável à aprovação. Para entrar em vigor, precisa ser aprovado e seguir tramitando pela Câmara.

A expectativa em torno da votação de um projeto que autoriza o tratamento psicológico ou a terapia para alterar a orientação sexual de homossexuais reacendeu as críticas à Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados. Desde que o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) assumiu a coordenação dos trabalhos do grupo, manifestantes contrários à sua escolha para o cargo organizaram vários protestos e conseguiram cancelar algumas agendas de trabalho da comissão. Agora, a mesma comissão se prepara para decidir sobre um dos temas mais polêmicos envolvendo homossexuais.

A apreciação do  Projeto de Decreto da Câmara (PDC) que trata da "cura gay" deve ocorrer na próxima reunião do grupo, marcada para quarta-feira (8). O texto suspende resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbe os profissionais da área de participar de terapia para alterar a orientação sexual e a atribuição de caráter patológico à homossexualidade. Há quase 30 anos a homossexualidade foi excluída da Classificação Internacional das Doenças (CID).

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Apesar de toda a polêmica, o relator da proposta, deputado Anderson Ferreira (PR-PE), que apresentou parecer favorável ao projeto, garantiu que não vai mudar sua posição sobre a matéria. “Só estou tentando ajustar o desajuste que ele [o CFP] tentou fazer por meio dessa resolução. Todo o ser humano tem direito a procurar ajuda e tentar entender um conflito interno”, disse.

Segundo o parlamentar, a homossexualidade está relacionada a uma questão comportamental. “Em nenhum momento, disse que pode ser tratado como uma doença, apenas cito que é algo comportamental e se é comportamental você pode querer uma ajuda. A pessoa pode querer uma ajuda para tentar entender seu comportamento. Por que o conselho impede ajuda para ele tentar entender o comportamento que está tendo naquele momento?”, acrescentou.

“Em nenhum momento a resolução [do CFP] cria obstáculos ao exercício profissional, mas oferece indicadores e situa a prática profissional em contextos éticos e tecnicamente qualificados”, rebateu Clara Goldman, vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia. Para ela, o projeto em tramitação na Câmara fere um marco na defesa dos direitos humanos. A livre orientação sexual é um dispositivo reconhecido internacionalmente como promotor da garantia de direitos.

“A Opas [Organização Pan-Americana de Saúde] tem posições claras sobre as terapias de cura, chamadas de terapias de reversão, que não têm fundamento do ponto de vista científico e são eticamente inaceitáveis. Se estamos lutando por uma sociedade livre de ódio, violência, preconceito, como retroceder a um patamar que o mundo já reconheceu como equivocado, que é a patologização (transformação em doença) da homossexualidade?”, acrescentou.

Depois da apreciação e votação na Comissão de Direitos Humanos, o PDC 234/2011 ainda será analisado na Comissão de Seguridade Social e Família e na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Para a deputada Érika Kokay (PT-DF), que acredita que existe uma posição clara e já definida pela aprovação do projeto na comissão, a matéria não deve ser aprovada em outras comissões.

“O que os obscurantistas da Câmara querem é [que a homossexualidade] seja considerada uma doença e possibilitar que o profissional possa discriminar. Essa posição da CDHM, tenho certeza, não será referendada em outras comissões”, disse. “Nunca houve qualquer nível de cerceamento a qualquer psicólogo de atender uma pessoa em sofrimento”, acrescentou a parlamentar.

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