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Os deputados federais Erika Hilton (PSOL-SP), Luciene Cavalcante (PSOL-SP) e o Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) solicitaram ao Ministério Público Federal (MPF) a apuração sobre a morte da influenciadora digital Karol Eller e da prática da chamada “cura gay” a que ela teria sido submetida na igreja Assembleia de Deus de Rio Verde, em Goiás.

Eller morreu na última quinta-feira (12), aos 36 anos. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio consumado, ocorrido às 22h no bairro do Campo Belo, zona sul da capital paulista. 

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Os parlamentares alegam que a igreja evangélica é responsável pela realização do retiro de jovens Maanaim, que oferece práticas para “conversão” de jovens bissexuais e homossexuais à heterossexualidade. Segundo o documento apresentado ao MPF, Karol Eller foi uma das vítimas dessa prática. 

“Serve a presente [representação] para solicitar deste órgão [MPF] a apuração dos fatos narrados com a devida investigação da prática de ‘cura gay’ pelos representados e demais entidades, profissionais, grupos e empresas em atividade no Brasil, com as medidas cabíveis para a devida ação de tutela coletiva e a devida ação penal pública pelos crimes de homotransfobia, tortura psicológica e incitação ao suicídio pelas autoridades religiosas envolvidas”, diz o documento.

Sem respaldo científico, a prática é vedada por resolução do Conselho Federal de Psicologia desde 1999. Isso porque a bissexualidade e a homossexualidade não constituem doença nem distúrbio. 

“A história da Karol se confunde com a de várias outras pessoas que passaram ou passam por essa violência chamada de ‘cura gay’. Algumas igrejas desenvolvem essa prática acreditando que a homossexualidade, bissexualidade e transexualidade são patologias, doenças e pecado. Cria-se um ambiente de verdadeira tortura emocional, gerando culpa, medo, frustração, angústia, depressão”, afirmou o pastor Henrique Vieira em sua página na rede social X. 

Ele acrescentou que ouve relatos de pessoas que foram expulsas de casa, de atividades ministeriais, que foram submetidos a ritos de exorcismo. “Tudo fruto de uma leitura literalista, descontextualizada, dogmática e fria da Bíblia”, escreveu. 

O Ministério Público Federal (MPF) informou que recebeu a representação nessa terça-feira (17) e que o caso está em fase de análise preliminar para definição dos próximos passos. A procuradoria pode decidir por instauração de inquérito, arquivamento ou outras medidas cabíveis. O órgão informou ainda que não há prazo para conclusão da avaliação inicial.

A Agência Brasil buscou contato com a igreja Assembleia de Deus, de Rio Verde, em Goiás, pelos meios disponíveis no site e nas redes sociais, mas não houve retorno até a publicação desta matéria.

Chegaram no Supremo Tribunal Federal (STF), nas últimas semanas, duas ações de inconstitucionalidade sobre as novas diretrizes do Conselho Federal de Psicologia que proíbem atendimentos associados a crenças religiosas.

A resolução, publicada em abril, reforça o caráter laico da profissão. Veja alguns pontos vedados:

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- Induzir a crenças religiosas ou a qualquer tipo de preconceito, no exercício profissional;

- Usar o título de psicóloga ou psicólogo associado a vertentes religiosas;

- Associar conceitos, métodos e técnicas da psicologia a crenças religiosas;

- Usar, como forma de publicidade e propaganda, suas crenças religiosas.

As ações foram distribuídos ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Ele não pretende decidir individualmente e está decidido a levar o caso para julgamento direto no plenário.

Os processos devem ser analisadas em conjunto, mas não há uma data prevista para o julgamento. As ações só serão liberadas para inclusão na pauta depois que o Conselho Federal de Psicologia enviar suas justificativas e a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República concluírem seus pareceres.

Com as manifestações em mãos, Moraes decidirá quando liberar os processos para julgamento e a Presidência do STF poderá marcar uma data. Não há prazo para esses andamentos, o que significa que o tempo corre a favor do Conselho Federal de Psicologia, já que por enquanto não há risco de Moraes derrubar monocraticamente a resolução.

A primeira ação é movida em conjunto pelo Partido Novo e pelo Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR). Eles afirmam que a resolução restringe a liberdade de crença e pedem que o STF declare o texto inconstitucional.

"A crença em determinada religião ou a consciência religiosa de um indivíduo não apenas estão ligadas a essência de seu ser, seus afetos mais profundos, como necessariamente se manifestam na vida desse indivíduo como um todo", argumentam.

O PDT também entrou com ação, mas em sentido contrário. O partido pede que o Supremo Tribunal Federal declare válida e resolução. O argumento é que a espiritualidade não pode ser usada para 'desvirtuar os standards da psicologia'.

"Mesmo respeitando a espiritualidade de cada profissional, o campo de incidência e a autonomia dos profissionais de psicanálise devem ficar muito bem distintos de imposições religiosas", diz um trecho da ação. "Tal desenlaçamento não implica proibição, vedação ou perseguição ao exercício da fé e da crença, seja tanto em seu aspecto intimista como em manifestações coletivas."

O partido afirma ainda que Novo e IBDR buscam, por 'vias transversas', garantir a promoção de terapias de conversão sexual, popularmente conhecidas como 'cura gay', 'através de inseminação de conteúdo religioso em detrimento da técnica e da ciência inerente à profissão'. O STF já reconheceu que qualquer prática terapêutica que considere a homossexualidade como um 'desvio' é ilegal.

A resolução foi aprovada por unanimidade, em dezembro de 2022, por uma assembleia formada pelo Conselho Federal de Psicologia e pelos 24 conselhos regionais. O texto foi publicado em 6 de abril de 2023, quando começou a valer.

A versão final foi construída a partir de sugestões de pesquisadores e do grupo de trabalho criado em 2014 para debater o tema. O Código de Ética da Psicologia já trazia diretrizes semelhantes, entre elas a proibição de 'induzir' convicções morais, ideológicas e religiosas aos pacientes.

"A resolução orienta que psicólogas e psicólogos devem atuar segundo os princípios éticos da profissão, pautando seus serviços com base no respeito à singularidade e à diversidade de pensamentos, crenças e convicções dos indivíduos e grupos, de forma a considerar o caráter laico do Estado e da Psicologia como ciência e profissão", justificou o Conselho Federal de Psicologia ao publicar a resolução.

A escritora britânica J.K. Rowling, autora da saga de Harry Potter, criou polêmica na internet ao fazer um comentário considerado transfóbico no Twitter. Rowling comparou o tratamento hormonal para pessoas transgênero aos tratamentos de conversão sexual conhecidos como “cura gay”. “Estamos assistindo a um novo tipo de terapia de conversão para jovens gays”, publicou a escritora em seu perfil do Twitter, fazendo alusão às prescrições hormonais para jovens que questionam sua identidade de gênero. A escritora classificou o tratamento hormonal como os “novos antidepressivos”. 

Para justificar sua opinião, Rowling citou artigos e estudos que afirmam a existência de efeitos colaterais após o tratamento, como problemas de ‘’fertilidade e/ou função sexual completa’’.  Ao finalizar sua postagem, ela afirmou que “se o sexo não é real, não há atração pelo mesmo sexo”.

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Ativistas da causa LGBT logo se manifestaram contra a declaração da autora, entre eles Christine Burns, advogada norte-americana que faz campanha por direitos trans desde os anos 90. “A sugestão de que alguém submeta uma criança a um tratamento de mudança de gênero para evitar que ‘cresça gay ou lésbica’ é uma calúnia para todos os pais que cuidam destas crianças”, afirmou Burns.

Essa não foi a primeira vez que J.K. Rowling atacou a comunidade trans. No mês passado, a autora se mostrou incomodada com um artigo do site de desenvolvimento global da Devex, onde eles diziam estar “criando um mundo mais igualitário pós-Covid-19 para pessoas que menstruam”. A criadora de Harry Potter disse, na ocasião, que as pessoas que menstruam são chamadas de mulheres. O comentário não agradou por excluir propositalmente outras pessoas que também menstruam mas que não se identificam como mulheres, como é o caso de homens trans e pessoas não binárias.

O subprocurador Augusto Aras disse, nesta quarta-feira (25), que não acredita na cura gay e defendeu a validação constitucional do casamento entre pessoas do mesmo sexo. 

Aras fez a defesa ao responder um questionamento do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que o sabatina hoje pela indicação do presidente Jair Bolsonaro (PSL), para o comando da Procuradoria Geral da República (PGR). 

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Contarato indagou Augusto Aras sobre as teses de uma carta da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), assinada pelo indicado a PGR, que diz que "deve ser facultado a qualquer pessoa tornar-se paciente em tratamento de reversão sexual, por motivos religiosos ou não".

Aras salientou que a “cura gay é uma dessas artificialidade pela qual eu não tenho nenhuma consideração de ordem científica porque reconheço duas coisas: na medicina, o gênero homem e mulher, e que na vida pessoal, cada um faça na idade adequada a sua escolha e seja respeitado".

Outro item da carta observa que "a instituição familiar deve ser preservada como heterossexual e monogâmica". Quanto a este quesito, o senador perguntou: "O senhor não reconhece a minha família procurador? Eu tenho uma subfamília? Essa carta estabelece cura gay. Eu sou doente, procurador?".

Por sua vez, o subprocurador disse que não chegou a ler todo o documento da Anajure. "Depois, cobrado, li, e vi que o artigo 7 tinha um enfoque que já foi superado pelas decisões do STF. Eu não quero de nenhuma maneira dizer que alguém não tenha família. Tenho amigos que têm um casamento homoafetivo. Sou um homem que estuda culturas, não posso deixar de compreender fenômenos culturais e humanos", disse.

“A minha única ressalva é de ordem formal. Eu me sentiria muito mais confortável com uma legislação, uma norma constitucional, em que eu não leia nessa Constituição homem e mulher e sim pessoa, cidadã, cidadão", acrescentou Aras.

Um homem que por duas décadas liderou um programa de terapia de conversão baseado na fé, ou a "cura gay", se revelou homossexual. McKrae Game, de 51 anos, integrava o Hope for Wholeness, no norte da Carolina do Sul, nos Estados Unidos. Agora, o ex-líder da "cura gay" está tentando consertar os danos causados na comunidade que atacou durante maior parte de sua vida. 

Ao site Postand Courier, Game revelou que era gay quando recebeu aconselhamento de um terapeuta que garantiu que ele poderia superar as atrações que sentia por outros homens; era gay quando casou com uma mulher e quando milhares de pessoas o procuravam para receber conselhos "baseados na fé em Cristo". 

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Por muitos anos, McKrae tentou matar os seus reais sentimentos afetivos e sua identidade de gênero, como salienta. Só depois de ter sido demitido da clínica de reabilitação que trabalhava em novembro de 2017, que criou coragem para, em junho deste ano, revelar a sua condição sexual publicamente. 

"Como ex-líderes ex-gays, testemunhando o incrível dano causado àqueles que tentaram mudar sua orientação sexual ou identidade de gênero, nos unimos pedindo a proibição da terapia de conversão", afirma Game. Ele diz acreditar que a "terapia de conversão não é apenas uma mentira, mas é muito prejudicial". 

Com agenda oficial de trabalho cheia e de compromissos importantes, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves se reuniu nesta semana com um grupo de 'ex-gays' e com psicólogos que defendem a máxima da 'cura LGBT'.

Em seu gabinete em Brasília, a ministra recebeu integrantes do Movimento Ex-Gays do brasil (MEGB), que luta pelo "direito de deixar e permanecer". A teoria do grupo é que eles têm a "livre escolha de não mais vivenciar a homossexualidade", mas que isso não os tornam homofóbicos.

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Apesar do Conselho Federal de Psicologia (CFP) ter condenado a lógica da 'cura gay' a ministra esteve com psicólogos que colocam em prática a atividade. Eles se mostram contrários à determinação do CFP que proíbe a atuação de psicólogos em tratamentos para 'curar' a homossexualidade. O grupo em questão, inclusive, pretende formar uma equipe para disputar a presidência do Conselho.

Antes de se tornar ministra, Damares já protagonizou registros em que prega a 'conversão' da sexualidade, além de ter caracterizado a homossexualidade como 'aberração' e 'doença'. 

Apesar dos grupos terem postado fotos com a ministra, não foi divulgado o que exatamente foi tratado durante a reunião. Em sua agenda oficial, Damares também não detalhou o encontro com os psicólogos e os 'ex-gays'.

O ministro alemão da Saúde quer apresentar até o fim do ano um projeto de lei para proibir as supostas "terapias de conversão" da orientação sexual dos homossexuais.

"Sou partidário de proibir estas terapias. Porque a homossexualidade não é uma doença e não precisa de terapia", afirmou o ministro conservador Jens Spahn, gay declarado, em entrevista coletiva.

O ministro apresentará até o fim de 2019 um projeto de lei que será debatido no Parlamento. Em caso de aprovação, a Alemanha se unirá a Malta e a algumas regiões autônomas espanholas que proíbem as práticas.

As terapias são proposta principalmente por grupos religiosos radicais na Alemanha. Quase 1.000 pessoas participam a cada ano, de acordo com a fundação Magnus-Hirschfeld, que defende os direitos da comunidade LGBT.

"As terapias de conversão não curam, mas provocam doenças", afirmou o ministro, que citou os primeiros resultados de uma comissão criada no início do ano.

A comissão, integrada por especialistas, afirmou que acabar com as supostas conversões é "necessário em termos médicos e juridicamente possível".

Entre os depoimentos citados no relatório, uma mulher explicou que um "terapeuta" prescreveu sessões de luminoterapia e conversas de doutrinação. A paciente interrompeu o "tratamento" quando o "especialista" sugeriu eletrochoques.

O ator norte-americano Kevin McHale, famoso por atuar na série Glee, acusou o presidente Jair Bolsonaro de censurar um filme que trata sobre um processo de "cura gay".

A declaração gerou polêmica nas redes sociais e foi rebatida pelo brasileiro. O filme "Boy erased" estava previsto para estrear no circuito de cinema brasileiro na última quinta-feira (31), mas teve a premier cancelada um dia depois. Com isso, a história que conta a vida de um jovem que se submete a um tratamento batizado de "cura gay" nos Estados Unidos poderá ser vista apenas no streaming.

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A decisão foi revelada pela distribuidora Universal e gerou polêmica entre os internautas nas redes sociais, que falaram em censura. Muitos acusaram a empresa de ter medo da onda conservadora que tomou conta do Brasil.

"Então começou. Boy Erased acabou de ser banido no Brasil. Bolsonaro é uma ameaça e um perigo para a comunidade LGBTQ+ no Brasil. Censurar um filme sobre os perigos da terapia de conversão é só o começo", publicou o ator no Twitter.

Bolsonaro, por sua vez, usou a mesma rede social para rebater as acusações e negar que tenha mandado censurar o longa. "Fui informado de que um ator americano está me acusando de censurar seu filme no Brasil. Mentira! Tenho mais o que fazer. Boa noite a todos", escreveu.

Em comunicado, a Universal afirmou que a decisão de cancelar ocorreu "única e exclusivamente por uma questão comercial baseada no custo de campanha de lançamento versus estimativa de bilheteria nos cinemas".

Da Ansa

O juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho decidiu que psicólogos podem exercer o tratamento para o que chama de "orientação sexual egodistônica".

O magistrado havia concedido liminar que proibia o Conselho Federal de Psicologia de "censurar" a terapia, em ação movida por psicólogos defensores do método. O tratamento é proibido desde 1999 por resolução do Conselho Federal de Psicologia.

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Uma das autoras da ação havia sido censurada por prometer a terapia pelo Conselho Federal de Psicologia. Em sua defesa, durante processo administrativo, ela usou trechos da bíblia para justificar o tratamento.

De acordo com o juiz, o Conselho "busca inviabilizar o atendimento pelos psicólogos daqueles indivíduos egodistônicos, que estão em conflito quanto a sua própria homossexualidade".

"Por isso, cumpre ao Judiciário, no Estado Democrático de Direito, como guardião das liberdades constitucionais, impedir que o CFP, ainda que motivado no combate à homofobia, leve a efeito qualquer espécie de censura aos psicólogos que queiram promover eventual estudo ou investigação científica relacionada à orientação sexual egodistônica", anotou.

O deputado federal Marco Feliciano (PSC) concedeu uma entrevista que deve causar bastante repercussão. O parlamentar, que falou sobre vários temas polêmicos, chegou a defender o presidente Michel Temer (PMDB) ao ser questionado se era a favor do impeachment do peemedebista, após denúncia onde foi acusado de obstrução de Justiça e organização criminosa. Para Feliciano, Temer foi vítima de uma “armação“. 

“O presidente Michel Temer foi vítima de uma sórdida armação perpetrada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista a fim de conseguirem uma delação premiada que os livrassem de penas altas em condenações de privação de liberdade”, declarou.

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Feliciano se explicou. “Nossas leis preveem 2 tipos de flagrantes: o esperado, onde se tem notícia de que um crime está para acontecer e a polícia é acionada e o reprime durante ou logo após da consumação do crime, ação perfeitamente legal para o devido processo penal, mas também existe a figura do flagrante preparado onde o agente público ou privado induz alguém a cometer crime sem intenção anterior, apenas criando uma falsa vantagem, mas de consumação impossível. Foi o que vitimou o presidente”, argumentou. 

Feliciano falou que, por esses motivos, não se pode discutir um impeachment. “Se nem houve a possibilidade de delito, todo aquele episódio da mala com dinheiro pode-se enquadrar nessa tese e tornar nulo todo o processo”. Também afirmou que o Brasil melhorou “consideravelmente” após o impeachment que tirou Dilma Rousseff (PT) do poder porque antes, segundo ele, o país estava “sem autoridade”. 

O parlamentar, que também é pastor, comentou a polêmica sobre a cura gay e chegou a dizer que “não existe cura para algo que não é doença” e que a imprensa gosta de “deturpar” o contexto. 

“O Juiz na sua decisão teve o cuidado de frisar que não se trata de cura, mas a possibilidade de atendimento clínico pelo profissional de psicologia por pessoas que não se sentem confortável emocionalmente com uma tendência de comportamento de afeição pelo mesmo sexo e querem poder, ao menos, conversar com um profissional formado e que tem autorização do Conselho Federal de Psicologia para tratar pacientes que queiram ser acompanhados numa abordagem de atração pelo mesmo sexo o que é um paradoxo. Afirmo sempre: não existe cura para algo que não é doença, portanto isso que a imprensa reverbera não existe”, enfatizou. 

 

Ainda comentou o filme "O evangelho segundo Jesus, Rainha do céu", no qual Jesus Cristo na peça é travesti. Ele criticou. “Certamente colocar a figura de Jesus como travesti, além de ser uma ofensa aos cristãos, também considero uma grande ofensa aos travestis, pois muitos são cristãos e misturar um símbolo sagrado com um travesti, é impossível não resvalar para o caricato o que não acrescenta nada para ninguém". 

Uma manifestação em favor dos direitos dos homossexuais lotou as ruas do centro do Recife, nesta sexta (22). Organizado por diversos coletivos, o ato Não somos doentes! protestou contra a decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho que liberou a 'cura gay' dando permissão para o tratamento médico em função da "reprogramação sexual" em pessoas com orientação não-heterrossexual. O movimento começou numa concentração na praça do Derby, às 16h, e foi em direção até o Palácio da Justiça, onde encerrou por volta das 20h.

De cima do trio, Marina Presbítero, do movimento Mulheres em Luta, organizadora do ato falou sobre o movimento: "No país todo está rolando esse movimento contra esse juiz que quer tratar os LGBT's como doentes. Não tem como reverter orientação sexual porque não é doença, é questão de identidade das pessoas. Então é preciso que a gente se junte, se organize contra a lgtfobia num país onde mais se mata gays no mundo. Os crimes são com requinte de crueldade, o estupro coletivo às lésbicas, é preciso que acabemos com o preconceito. Estamos encerrando na frente da sede da justiça pra dizer pra essa justiça fascista que não vão classificar a gente como doentes". O estudante Pedro Neto acompanhava a caminhada e engrossou o coro dos manifestantes: "Essa galera tem a mente fechada". E o professor Vinicius Queiroz completou: "Eu sou gay com orgulho. No domingo sofri um ataque homofóbico. Fui à delegacia e eles me trataram como qualquer um. Por isso, estou aqui, não só por mim, mas por todos, para que nós tenhamos, para toda a população, mais segurança pública."

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Sueli Aquino, coordenadora do ‘Mães pela Diversidade’, também falou em prol da causa: "Estamos protestando contra a patologização dos lgbt's que foi uma coisa que se lutou muito desde 1999. A portaria 01/99 já despatologiza todo tipo de homossexualidade e hoje vem um juiz que não entende nada de psiquiatria e acha que pode repatologizar isso. Está na hora de a pessoa dizer como ela se sente e o que ela quer ser." Participaram do ato, nesta sexta (22), o Fórum LGBT de Pernambuco, formado pelo Instituto Papai, Gema, Ser Coletivo, Conles, RUA, Amotrans, Leões do Norte, ABLGBT, GayMado, Mães Pela Diversidade, Candaces, Gestos, LUAS, Lutas e Cores, Movimento Mulheres em Luta Pernambuco, Movimento Zoada, Brigadas Populares Pernambuco, Rua Juventude Anticapitalista, Tire seu Bairro do Armário Coletivo LGBT Comunista Pernambuco, Brigadas Populares, Poesis, Afronte, Simpere, AfroLGBT, MML, Quilombo Raça e Classe,  ANEL e bloco Tire Seu Bairro Do Armário, com apoio do grupo GTXMOON.

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Uma liminar que abriu a possibilidade de tratar a homossexualidade como uma doença no Brasil desencadeou uma batalha judicial que nesta sexta-feira se deslocará para as ruas, com protestos no Rio de Janeiro e em São Paulo para pedir sua anulação.

O juiz Waldemar de Carvalho ordenou, na última segunda-feira, ao Conselho Federal de Psicologia (CFP) que se deixe de proibir as terapias de reversão sexual, algo que para a entidade permite enquadrar a homossexualidade como uma patologia reversível.

Antes da medida cautelar concedida por Carvalho a pedido de um grupo de psicólogos, essa prática podia levar à suspensão da licença profissional. A reação contra "a cura gay" foi tão veemente quanto imediata.

O CFP apresentou um recurso advertindo que a decisão "abre a perigosa possibilidade de uso de terapias de (re)orientação sexual". O Conselho explicou que a decisão respondia a uma solicitação de "defensores dessa prática, que representa uma violação dos direitos humanos e não tem qualquer embasamento científico".

A comunidade LGBT repudiou a medida, que segundo seus detratores busca reduzir os direitos dos homossexuais através da interpretação jurídica de uma norma que já foi alvo de várias tentativas de anulação.

"Ser LGBT+ não é uma doença! Contra os retrocessos e a perda de direitos", afirma uma das frases de protesto difundidas nas redes sociais no Rio de Janeiro, acompanhada da imagem de um punho fechado pintado com as cores do arco-íris.

Em São Paulo, a premissa é exigir a "revogação imediata da medida cautelar da 'Cura Gay'". A sentença do juiz Carvalho não suspende os efeitos da resolução do CFP, mas ordena que este deixe de interpretá-la "de modo que impeça os psicólogos de promoverem os estudos ou o atendimento profissional, de forma reservada, pertinente" da (re)orientação sexual.

Segundo o Conselho, essa interpretação vai contra o posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), que definiu a homossexualidade como uma variação natural da sexualidade humana.

Além dos artistas brasileiros, nomes estrangeiros também se pronunciaram contra a decisão do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho que permite que sejam feitas terapia de ‘reversão sexual’, o que está sendo chamado de ‘cura gay’. Demi Lovato e Tove Lo fizeram posts em suas redes sociais se manifestando sobre o tema.

A foto postada pelas duas foi a mesma: um punho fechado, erguido ao alto e pintado nas cores do arco-íris, com a frase “amor não é doença, trate seu preconceito”. Na sua legenda, no Facebook, Demi escreveu, em inglês: “Pensando em você hoje, Brasil. Espero que essa decisão errada seja corrigida em breve. Eu amo vocês”, e acrescentou as hashtags ‘#respeito’ e ‘#amor’ em português.

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Já a cantora sueca Tove Lo, em uma publicação feita no Instagram, também mandou uma mensagem de apoio aos brasileiros que a acompanham. “’Amor não é a doença, é a cura’. Para todos os meus fãs gays do Brasil, não achem nem por um segundo que vocês precisam de algum tipo de ‘cura’ por causa de quem você ama”, esceveu. 

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Bruna Marquezine também encontrou uma forma de protestar contra a decisão da Justiça do Distrito Federal, que concedeu uma liminar permitindo que psicólogos tratem homossexuais como doentes, oferecendo terapias de reversão sexual. Na última terça-feira, dia 19, a atriz surgiu dando um beijo na boca da atriz Flora Diegues, sua parceria de cena na próxima novela das sete da Globo, Deus Salve o Rei.

Na legenda, Flora ironizou a decisão da justiça e escreveu: Hoje a gente acordou bem gay! Além de Bruna, Tatá Werneck, Fernanda Nobre e Julia Guerra também aparecem em fotos beijando a atriz Flora Diegues nos bastidores de gravação da novela.

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As atrizes não foram as primeiras a se manifestar contra a chamada cura gay. Nas redes sociais, dezenas de celebridades se manifestaram contra a decisão da justiça publicando mensagens de revolta nas redes sociais.

A autorização para que psicólogos realizem o tratamento em homossexuais, inclusive, com terapias para a “reversão sexual” gerou reação entre políticos, artistas e profissionais do setor. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, nesta terça-feira (19), a decisão liminar do juiz do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho. Em publicação nas redes sociais, o petista prestou solidariedade ao segmento.

“O momento é de curar o ódio, a intolerância e o preconceito. Minha solidariedade à luta LGBT”, salientou o ex-presidente. Na decisão polêmica, o magistrado determina que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) não proíba os psicólogos de fazer o atendimento ou estudos neste sentido e veta a necessidade de licença prévia para a atuação. 

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Lula não foi o único a comentar o assunto. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) chamou de “aberração” a medida. “É uma aberração jurídica, como outras que acontecem no País. Como é que o Judiciário se presta a isso? O Judiciário não está agindo de acordo com a Constituição", comentou. A deputada Jandira Feghali (PCdoB) classificou como “absurdo” o ato. “Terapia de reversão sexual é idade média!! E pensar que esse assunto já tinha sido enterrado”, observou. 

A Justiça Federal autorizou que psicólogos realizem o tratamento para homossexuais, inclusive, com terapias para a “reversão sexual”. A decisão é do juiz do Distrito Federal Waldemar Cláudio de Carvalho. Na liminar, ele determina que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) não proíba os psicólogos de fazer o atendimento ou estudos neste sentido e veta a necessidade de licença prévia para a atuação. 

Esse tipo de tratamento é proibido desde 1999 por uma resolução do CFP. O órgão disse que vai recorrer da decisão. A liminar foi expedida na última quinta-feira (15). A ação popular que questionava a resolução do Conselho é assinada por um grupo de profissionais da área defensores das terapias de reversão sexual. 

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Na resolução 01/1999, o CFP lista as normas de condutas dos psicólogos no tratamento de questões envolvendo casos de orientação sexual. Em nota, o Conselho Federal de Psicologia disse que terapias de reversão sexual representam “uma violação dos direitos humanos e não têm qualquer embasamento científico”. Além disso, de acordo com a organização, a medida tomada em 1999 trouxe impactos positivos contra a LGBTfobia. 

O ex-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e deputado, Marco Feliciano (PSC-SP), voltará ao Estado para participar do Projeto Evangélico Libertador a convite do vereador André Ferreira (PMDB) e do deputado federal Anderson Ferreira (PR). O parlamentar, que também é pastor evangélico da Igreja Assembleia de Deus pregará às 19h no bairro de Tabatinga, na cidade de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife e em Jordão Baixo, na capital pernambucana, nesta quinta (13) e sexta-feira (14), respectivamente.

Feliciano ficou conhecido nacionalmente por propor uma polêmica proposta da "cura gay" na Câmara Federal e apesar de ultimamente, em pleno ano eleitoral, ter vindo a Pernambuco com frequência, o vereador peemedebista alega que não há intenções políticas nos encontros como o de hoje. “O evento é evangélico, chamamos de cruzadas evangélicas e ele vai pregar e não fazer show. O projeto já existe há mais de 15 anos no Estado e o pastor Marcos está como pastor, não como deputado. É um trabalho que leva a palavra de Deus”, explicou Ferreira.

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O peemedebista também anunciou que já estão marcadas para o primeiro semestre, cerca de dez vindas do deputado a Pernambuco, mas devem ser fechados novos eventos depois de junho.

Questionado sobre o apoio eleitoral que devem dar a Feliciano, o vereador confirmar que pode haver eventos específicos sobre política, mas apenas no período permitido pela Justiça Eleitoral. “Podemos fazer durante a campanha, mas não no projeto Libertador. A gente pode conciliar algumas agendas políticas nas partes da manhã, mas que não atrapalhem o evento à noite”, antecipou. 

Homoafetividades e Cura Gay: Entre o Normal e o Patológico é o tema do encontro que o Núcleo Humanas promove nesta sexta-feira (23), a partir das 19h, no auditório da Livraria Saraiva do Shopping RioMar, no Pina.

O debate sobre as questões envolvendo o tema – a exemplo do polêmico Projeto de Decreto Legislativo da Cura Gay, relações homoafetivas e outros pontos – será comandando por Maria Conceição, presidente do Conselho Regional de Psicologia; Letícia Rezende, sócia do CPPL e pesquisadora na área da transexualidade; e Rhemo Guedes, advogado, militante do Grupo LGBT e coordenador do Centro Estadual de Combate à Homofobia. A entrada no evento é gratuita. 

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Com informações da assessoria

Menos de 24 horas após ter a sua tramitação interrompida, o texto do projeto conhecido como "cura gay" foi reapresentado na Câmara na tarde desta quarta-feira. O autor do novo projeto é o deputado Anderson Ferreira (PR-PE), que apresentou conteúdo idêntico à proposta original, cujo autor era o deputado João Campos (PMDB-GO).

O texto apresentado por Ferreira também suspende trecho de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia que proibiu profissionais da área de colaborar com eventos e serviços que prometam "tratamento e cura" da homossexualidade. O deputado pernambucano foi o relator do projeto na Comissão dos Direitos Humanos.

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Para começar a tramitar, no entanto, o novo projeto precisa do aval da Mesa Diretora da Casa. Como o Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 234 de 2011 foi arquivado nesta terça, 2, a pedido do próprio autor, matéria semelhante só poderia ser reapresentada no próximo ano. Há dúvidas, porém, se essa regra valeria no caso de autores diferentes. Caso a Mesa opte por indeferir a proposta, Ferreira promete recorrer da decisão.

"O projeto foi rotulado de uma maneira pejorativa pela mídia sem que houvesse um debate amplo", justificou Ferreira, em entrevista à Rádio Estadão. "Em nenhum momento tratamos projeto sobre Cura Gay, mas, sim, garantindo o exercício pleno do profissional de psicologia".

'Cura gay'

Pressionado pelas ruas e sem apoio do próprio partido, João Campos havia pedido, nesta terça-feira, a retirada de tramitação do seu projeto, que ficou conhecido como "cura gay". A proposição foi alvo de críticas nas diversas manifestações que tomaram o País nas últimas semanas.

Como já tinha um parecer aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Casa, o requerimento de Campos, pela retirada do projeto, teve de ir a Plenário. Caso tivesse o mérito rejeitado - e não apenas a tramitação interrompida - o projeto da "cura gay" só poderia ser representado na próxima legislatura, que se inicia em 2015.

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira um requerimento para a retirada de tramitação de projeto apelidado de "cura gay". Todos os partidos orientaram suas bancadas favoravelmente à retirada de tramitação do projeto, salvo o PSOL.

"Nós votamos não porque gostaríamos de ver esse projeto derrotado em Plenário. Não gostaríamos de deixar uma brecha para que outra pessoa, no ano que vem, reapresente o projeto", criticou o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). "Gostaríamos que a proposta fosse enterrada e fosse para o lixo da história, de onde nunca deveria ter saído", acrescentou.

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Havia a intenção de lideranças da Câmara de levar o projeto para votação em Plenário ainda nesta semana, para rejeitá-lo. O deputado e autor da proposta João Campos (PSDB-GO), no entanto, se antecipou e pediu a retirada de tramitação na reunião do Colégio de Líderes, nesta tarde. Como um parecer já havia sido aprovado por uma comissão na Casa, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, que é presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), o pedido de retirada de tramitação precisou passar pelo crivo do Plenário.

Na prática, ao ter a tramitação retirada - e não o mérito rejeitado - o projeto pode ser reapresentado a partir do próximo ano. Caso a proposta tivesse ido a voto e fosse derrubada, ela só poderia ser reapresentada na próxima legislatura, que se inicia em 2015.

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