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Saem os banqueiros. Entram os políticos. O Fórum Econômico de Davos abre as portas na semana que vem, do dia 23 a 27, na busca desesperada por um receita para recolocar a economia global de volta no caminho do crescimento. O problema, segundo os próprios organizadores, é que aparentemente o mapa para sair da crise foi perdido, enquanto o "egoísmo" de países e uma "fadiga da globalização" estariam ganhando terreno.

O evento que já foi o arauto da perfeição do modelo econômico, hoje - em busca também de uma redefinição do seu papel - se apresenta como o "laboratório ideal" para que estratégias sejam debatidas.

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O encontro na estação de esqui da Suíça terá a recuperação econômica no centro das atenções, numa agenda fortemente dominada pela crise europeia e disputas de opinião cada vez mais acirradas sobre o receituário para tirar o mundo da crise.

Mas, se originalmente foram os bancos que jogaram o planeta no caos, agora os políticos são chamados para traçar uma saída. Não por acaso, a edição 2013 do evento contará com um número recorde de chefes de Estado e de governo, cerca de 50 deles, além de mais de 300 ministros.

Todos levarão ao evento o mesmo discurso: o crescimento. O problema é que cada um conta com uma estratégia diferente."Precisamos sair do clima de crise", alertou Klaus Schwab, fundador do fórum e que estabeleceu o "dinamismo resistente" como tema do evento deste ano. Na agenda ainda estarão temas diversos como a guerra na Síria e obesidade.

Além dos políticos, Davos receberá 1,5 mil executivos. Já a participação latino-americana será pífia. Apenas Guatemala, Costa Rica e Panamá mandam seus chefes de Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Nesta quarta-feira (25), em Davos, na Suíça, foi aberto oficialmente o Fórum Econômico Mundial, sob o tema "A grande transformação: dar formas a novos modelos". O discurso de abertura foi feito pela primeira ministra alemã, Angela Merckel, que assegurou em sua fala que a Europa sairá da crise financeira ainda mais forte e competitiva.

A primeira ministra mencionou em seu discurso a necessidade de uma maior integração entre os países da União Europeia para restaurar a confiança em todo o bloco, além de tocar na questão da expansão do Fundo de Resgate Europeu. Ao mencionar o tema, a primeira ministra alemã disse não estar preparada para ajudar os países com problemas financeiros. “Eu não quero prometer o que não posso cumprir”, disse. São necessárias regras fiscais mais rígidas, segundo Merckel. A crise está preocupando os países.

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Ao todo são esperados 40 chefes europeus na reunião até domingo. Entre eles, a primeira ministra do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde; o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi; o diretor geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon; o secretário do tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, e o primeiro ministro britânico David Cameron.

A capacidade de geração de empregos desponta como o principal desafio no atual ambiente de crise do capitalismo. A insatisfação com a falta de postos de trabalho está refletida no forte descontentamento entre os jovens, especialmente afetados pela situação econômica desfavorável nos países desenvolvidos. Na busca por saídas, a palavra "inovação" é a que mais aparece entre os participantes do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

O evento começou hoje nos Alpes suíços com um acalorado debate sobre o modelo econômico. Estaria o capitalismo do século 20 falhando em atender a sociedade do século 21? "Sim, perdemos a bússola moral", disparou a secretária-geral da International Trade Union Confederation (ITUC), Sharan Burrow. "Talvez (o problema) não seja o sistema, mas a forma como o executamos", defendeu o presidente da Alcatel-Lucent, Ben Verwaayen.

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O fundador e diretor-gerente do Carlyle Group, David Rubenstein, parafraseou o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill: "O capitalismo é o pior sistema, exceto todos os outros". Ele acredita que o modelo foi o que criou mais bem-estar, só que possui imperfeições, tanto que atualmente o mundo desenvolvido vive as consequências da recessão. "O principal problema do capitalismo são os ciclos de alta de baixa".

Raghuram Rajan, professor da Universidade de Chicago e uma das principais vozes desta crise, avalia que a grande ameaça ao capitalismo é a quantidade de pessoas que estão sem emprego e, portanto, fora do sistema. O descontentamento entre os jovens é evidente, especialmente em países como a Espanha e a Grécia, onde a taxa de desemprego entre os mais novos é extremamente elevada. Verwaayen, da Alcatel-Lucent, concorda que o principal desafio do mundo em transformação é a criação de empregos. "Precisamos falar em inovação, sustentabilidade e reformas", disse. "A principal questão é que o crescimento está desacelerando no Ocidente e precisamos revitalizá-los com mais inovação", afirmou Rajan.

Os especialistas também debateram a ascensão do chamado "capitalismo de estado", cujo principal representante é a China, onde o governo direciona a criação de empregos. "Se os problemas do Ocidente não forem resolvidos, o capitalismo de estado vai prevalecer, mas não sabemos se ele trará empregos com melhor remuneração", afirmou Rubenstein, do Carlyle.

Na busca por vilões para a crise do capitalismo, é impossível deixar de apontar os bancos. As instituições financeiras atingiram o tamanho de grandes demais para falir. Isso significa que, se tiverem problemas, terão de ser obrigatoriamente socorridas pelos governos. Rajan, um dos primeiros a denunciar o nível de risco do sistema antes da explosão da crise, reafirma que esse é um problema. Mas, mostra-se contrário ao desmembramento das instituições. "A solução não é criar bancos menores, é fazer os grandes funcionarem melhor".

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