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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, aproveitou o painel mais importante do Fórum Econômico Mundial para anunciar mais amplamente as mudanças na política econômica brasileira - da ênfase no consumo para o estímulo ao investimento, arrumação das contas públicas, realinhamento de preços e reformas para facilitar o crescimento. A política, explicou, será baseada em instrumentos tradicionais.

O ministro reafirmou a intenção de conseguir neste ano um superávit primário - dinheiro destinado ao pagamento de juros - equivalente a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Absteve-se de explicar o mau estado das contas públicas brasileiras. Ao mencionar o baixo crescimento econômico do País, limitou-se a mencionar "vários fatores" e apenas citou como exemplo a queda de preços das commodities exportadas.

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Sem entrar nos detalhes da orientação seguida nos últimos quatro anos, apontou a necessidade de mudar a ênfase para o investimento. Além disso, atribuiu "em parte" às eleições a queda do montante investido no ano passado.

Como a discussão do cenário global envolvia o problema do emprego, o ministro apontou uma diferença mencionada frequentemente por seu antecessor: a criação de milhões de postos de trabalho no Brasil nos anos posteriores à crise de 2008. Não se referiu à qualidade e à produtividade dos empregos criados. "Houve muita criação de emprego nos últimos anos, muitos milhões. Temos uma das mais baixas taxas de emprego da nossa história, a mais baixa, de fato. A renda subiu muito, houve muita inclusão", disse o ministro. "Mas de alguma forma esse processo começou a desacelerar no último par de anos, em parte por causa das mudanças no preço de commodities, em todo o mercado emergente. E decidimos mudar. Tivemos eleições no ano passado, e essa foi uma das palavras mais faladas. E o governo, a presidente, decidiu no começo deste ano tomar algumas ações", complementou.

Levy participou de um painel sobre perspectivas da economia global, uma das sessões tradicionalmente mais concorridas. No ano passado, ninguém foi capaz de prever a queda do preço do petróleo, os ataques do Estado Islâmico e a crise na Crimeia, comentou no início o coordenador do debate, Lawrence Fink, presidente da gigante de investimentos Black Rock.

A redução dos preços do óleo e as enormes emissões de dinheiro anunciadas pelo Banco Central Europeu (BCE) foram destacadas por todos como fatores positivos para o crescimento mundial.

As duas novidades abrem espaço para maior investimento, comentou o vice diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, o economista chinês Min Zhu. O dirigente do FMI insistiu na importância de maiores investimentos produtivos tanto na Europa quanto em várias economias emergentes, incluída a brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ministros de relações exteriores e comércio de algumas das maiores economias mundiais se mostraram dispostos a concluir a Rodada Doha de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com ministro suíço para Assuntos Econômicos, Johann Schneider-Ammann.

Em evento paralelo ao Fórum Econômico Mundial em Davos, 21 membros da OMC, entre eles Brasil, China, União Europeia, Japão, Rússia e Estados Unidos, deram seu apoio aos esforços para concluir a rodada de negociações, disse Schneider-Ammann.

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O ministro suíço, que presidiu a reunião, disse que os participantes demonstraram otimismo quanto a um possível acordo, principalmente em áreas não resolvidas da agricultura, de produtos industriais e de serviços.

"Os ministros demonstraram disposição em se reunir de maneira aberta, franca e construtiva", disse Schneider-Ammann. "Este foi o comprometimento mais evidente que eu já vi." Fonte: Associated Press.

Ela se chama Inga Beale, e é a primeira mulher a dirigir a Lloyd's of London, uma seguradora com 325 anos de história. Sua participação em Davos, um fórum onde impera a presença masculina, é muito significativa.

Em entrevista à AFP durante o Fórum Econômico Mundial, ela explicou que a paridade entre mulheres e homens não se trata apenas de uma questão de justiça social, mas também de prosperidade econômica.

"Os setores com maior diversidade a nível de direção e conselhos administrativos têm melhores resultados", afirma Inga Beale, que em 2013 se tornou a primeira mulher a dirigir a Lloyd's, monumento do mundo dos seguros.

"Há toda uma população que devemos aproveitar. Os economistas têm estudado essa população deixada de lado, e estimam que o PIB dos Estados Unidos aumentaria 5% se tal população tivesse um emprego. Em outros países, o aumento seria até maior", diz.

Segundo ela, o mercado de seguros em Londres "está completamente desconectado", inclusive quando se trata do ambiente fortemente masculino dos alto quadros administrativos, que contam apenas com 4% de mulheres em cargos executivos.

"Quando fui eleita conselheira delegada, eu tinha provavelmente todas as qualidades necessárias: a experiência internacional, sempre no setor, ter dirigido empresas...", conta Beale, que entrou para o mundo dos seguros em 1982 e já dirigiu grandes companhias do setor.

Mas enquanto mulher, "é preciso ser muito decidida, e ser capaz de ignorar algumas coisas que ocorrem para seguir adiante".

"Houve momentos em que me perguntei: 'devo meu reconhecimento ao meu trabalho, ou a minha visibilidade como mulher?'", confessou.

As mulheres representam apenas 17% dos 2.500 líderes que se reúnem todos os anos na estação alpina de Davos, na Suíça, para fazer contatos e negócios e falar das grandes questões do mundo.

O número tem aumentado com regularidade, mas a cada ano gera críticas.

Nesta 45ª edição, foi organizado pela primeira vez o debate "Os dividendos da diversidade", onde foram abordadas não só as consequências da baixa taxa de emprego das mulheres, mas também o espaço de homossexuais e pessoas transgênero no mundo dos negócios.

Para Inga Beale, o cenário em Davos "reflete o que ocorre no mundo dos negócios".

Num encontro que só poderia ocorrer em Davos, a atriz Emma Watson, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o presidente ruandês, Paul Kagame, e o conselheiro delegado da Unilever Paul Polman lançaram nesta sexta-feira uma nova iniciativa para a promoção de emprego entre as mulheres.

Na Lloyd's, Beale lançou uma campanha para favorecer a diversidade. A companhia está crescendo rapidamente na China, América Latina e África, e "a melhor maneira de fazer isso bem é entendendo sua cultura, e contratando gente diferente", disse.

Mas o maior desafio é o que ela chama de discriminação "inconsciente", e que funciona em todos os sentidos.

"Durante minha carreira me lembro de estar à frente de uma equipe majoritariamente feminina", conta.

"Eu não havia decidido contratar mulheres. Era inconsciente, mas talvez a gente acabe contratando pessoas que parecem conosco. Quando me dei conta disso, há vinte anos, pensei: caramba! Tenho que contratar de forma consciente pessoas que não sejam como eu".

Nos primeiros painéis de quarta-feira (21), no Fórum Econômico Mundial de Davos, sinais de certo otimismo misturaram-se a uma sensação de insegurança de empresários e investidores, derivada da natureza muito ampla e pouco mapeada dos riscos globais.

A queda pela metade - totalmente inesperada - do preço do petróleo; o fato de os principais bancos centrais do mundo estarem entrando em rota de divergência (contração monetária nos EUA, mais expansão na zona do euro e no Japão); os muitos riscos geopolíticos; e até solavancos inesperados, como a repentina supervalorização do franco suíço na semana passada, na esteira da decisão do BC da Suíça de acabar com o limite à apreciação - todos esses são fatores que trazem incerteza à elite global reunida em Davos. Alguns deles são até positivos, como o petróleo barato, mas a forma drástica e imprevisível como ocorreu reforça o sentimento de cautela dos investidores.

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Recuperação

No lado positivo, o principal fato é a recuperação da economia americana, que está firmemente sustentada, como observou Anshu Jain, co-CEO do Deustche Bank, por diversos fatores: tecnologia, juros reduzidos, "shale gas" (gás de xisto) e a demanda dos consumidores, ainda mais fortalecida pela queda do preço do petróleo.

Segundo Anthony Scaramucci, fundador e sócio-gerente do hedge fund SkyBridge Capital, as empresas do S&P 500 estão sentadas numa pilha de mais de US$ 2 trilhões em dinheiro, e uma surpresa positiva pode ser a de que esses recursos comecem a ser investidos à medida que prossiga a recuperação da economia dos Estados Unidos. Os riscos, porém, são numerosos e alguns dos principais têm natureza pouco conhecida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Executivos da maior parte do mundo estão menos otimistas do que há um ano e os brasileiros estão entre os menos animados, segundo a pesquisa anual da empresa de consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). No Brasil, a parcela de dirigentes que estão confiantes no crescimento de suas companhias nos próximos 12 meses caiu de 42% para 30%. A média internacional se manteve em 39%.

O pessimismo vale tanto para as condições de cada país quanto para o cenário internacional. Desta vez, só 37% dos 1.322 consultados em 77 países, no fim do ano passado, disseram esperar maior crescimento global em 2015. Na pesquisa realizada no fim de 2013, foram 44%. Entre os brasileiros, o grupo dos otimistas quanto às perspectivas internacionais ficou em 27%.

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Quase dois terços dos brasileiros (64%) disseram haver mais ameaças ao crescimento de suas empresas agora do que há três anos. A infraestrutura inadequada, a resposta do governo ao déficit fiscal e à divida pública e o crescente peso dos tributos foram citados como os maiores perigos econômicos. Entre os principais problemas das empresas foram indicados a escassez de mão de obra qualificada, a corrupção e os subornos e o custo alto ou volátil da energia. Os brasileiros destacaram como tendência mais preocupante nos próximos cinco anos o excesso de regulação dos negócios. Essa resposta foi dada por 66% dos consultados no Brasil e por 78% na pesquisa global.

Estados Unidos

Os Estados Unidos foram apontados por 59% dos entrevistados no Brasil como o país mais importante para o crescimento de seus negócios neste ano. Em seguida, foram mencionadas a China(39%) e a Colômbia (23%). Na pesquisa geral, os países mencionados como os mais relevantes para a prosperidade mundial foram os Estados Unidos, a China, a Alemanha, o Reino Unido e o próprio Brasil, com 10% das menções.

Os quatro primeiros países foram citados em 38%, 34%, 19% e 11% das respostas. Também na avaliação interna os americanos, alemães e britânicos ficaram entre os mais otimistas. Não há grande surpresa: são essas as três grandes economias capitalistas com melhor desempenho nos últimos anos.

Essa foi a 18ª pesquisa anual realizada em todo o mundo pela PricewaterhouseCoopers com executivos principais de grandes empresas. Todo ano o relatório é divulgado um dia antes da abertura da reunião do Fórum Econômico Mundial. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, participará do Fórum Econômico Mundial, de 22 a 24 de janeiro, em Davos (Suíça), segundo informação divulgada nesta sexta-feira (16), no site da instituição. Na véspera, ele participa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá o rumo da taxa básica de juros, a Selic - atualmente em 11,75% ao ano.

De acordo com o AE Projeções, 76 de 82 instituições apostam em uma alta de 0,50 ponto porcentual da Selic, para 12,25% ao ano. Apenas seis casas preveem um aumento menor, de 0,25 ponto porcentual, o que levaria os juros para 12,00% ao ano. Tombini, que esteve na Suíça recentemente para participar de encontro do BIS, terá em Davos a companhia de seu chefe de gabinete, Otávio Damaso.

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Depois de semanas de articulação política em Brasília para definir a nova equipe de governo, interrompidas por dois períodos de descanso na Base Naval de Aratu (BA), a presidente Dilma Rousseff retomará neste mês a rotina de viagens, com a previsão de agenda internacional - em Davos e na Costa Rica - e de inauguração de uma das principais vitrines de sua campanha eleitoral: a primeira Casa da Mulher Brasileira.

Em um momento marcado pelo pessimismo em torno da economia nacional, com a inflação em alta e a possibilidade de o Brasil perder o grau de investimento, Dilma deve marcar presença pelo segundo ano consecutivo no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, que ocorre de 21 a 24 de janeiro.

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Segundo um auxiliar da presidente, o objetivo da viagem é intensificar o esforço do governo em promover ajuste nas contas públicas, além de atrair investimentos, fazer acenos ao mercado financeiro e reafirmar os fundamentos da política econômica.

Em seu quinto ano de governo, esta será apenas a segunda vez que Dilma irá a Davos - a primeira foi em 2014, depois de esnobar por três anos o fórum, que reúne um público altamente qualificado, formado pela elite do empresariado mundial, profissionais e políticos.

Depois de Davos, Dilma deverá ir à 3ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que ocorrerá em São José, na Costa Rica, entre os dias 28 e 29 de janeiro. O principal tema do encontro será o combate à pobreza - são esperados chefes de Estado de 33 países da América Latina e do Caribe.

A presidente também deve comparecer à posse do presidente reeleito da Bolívia, Evo Morales, retribuindo a cortesia feita por Evo, que viajou a Brasília para prestigiar a sua posse, na semana passada. A posse de Evo está marcada para o dia 21 nas ruínas de Tiwanaku, em pleno sítio arqueológico pré-colombiano; no dia seguinte, haverá solenidade na Assembleia Legislativa Plurinacional, em La Paz.

Violência

Na próxima semana, a agenda da presidente prevê viagem a Campo Grande (MS) para inaugurar a primeira unidade da Casa da Mulher Brasileira, espaço que reunirá os principais serviços para atendimento integral de vítimas de violência, informou ao jornal O Estado de S.Paulo a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Eleonora Menicucci. A medida faz parte do programa Mulher, Viver sem Violência, lançado por Dilma em março de 2013.

Dilma havia prometido entregar 27 unidades da Casa da Mulher Brasileira no final do primeiro mandato. A SPM alega que processos licitatórios "frustrados" e problemas operacionais "imprevisíveis" prejudicaram o cumprimento do cronograma. A implantação da Casa da Mulher Brasileira apareceu no horário eleitoral da petista em outubro, vendida como "ideia nova" para um segundo governo.

A presidente Dilma Rousseff deixou há pouco o hotel em que estava hospedada em Zurique e segue neste momento em direção ao aeroporto da cidade. A informação é da assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.

A previsão é que o voo da presidente decole por volta das 14h no horário local (11h de Brasília). Após ter participado do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, Dilma viaja para Havana, onde vai participar da 2ª Cúpula dos Países da América Latina e Caribe (Celac).

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A presidente da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta sexta-feira (24), em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, que o Brasil segue o regime de metas e que a inflação permanece sob controle no País. Segundo ela, o descontrole de preços no passado mostrou aos brasileiros o poder destrutivo da inflação para empresas e para a população. "Reitero que buscamos com determinação a convergência para o centro da meta inflacionária", disse.

"A estabilidade da moeda é um valor central do nosso País. Não transigimos com a inflação", afirmou. Segundo a presidente, o Brasil, que ainda sofre com algumas condições de desigualdade social, está sendo construído sem abdicar dos fundamentos macroeconômicos. "O controle da inflação e o equilíbrio das contas públicas são essenciais para assegurar a estabilidade", disse.

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Superávit

Dilma afirmou também que tem como uma meta importante melhorar superávit primário de Estados e municípios. "Olhando o futuro, queremos aprimorar controle das contas dos entes federados", afirmou.

Segundo a presidente, outra meta do País "é o reposicionamento dos bancos na expansão do crédito". "Nós construímos um sistema financeiro sólido, que contribuiu para a expansão sustentável do crédito ao longo dos anos", afirmou. Dilma disse ainda que o sistema é eficiente e funciona com harmonia entre as instituições privadas e públicas.

Durante o período de crise financeira global, disse Dilma, as instituições financeiras desempenharam um importante papel. "Com a normalização, a orientação estratégica é que as instituições públicas retornem suas vocações naturais", afirmou.

Segundo a presidente, a crise global ganha novos contornos, nesse momento de retirada de estímulos pelos países desenvolvidos, mas "ainda persistem desafios que geram volatilidade nos mercado financeiros".

Citando as reservas internacionais brasileiras, de US$ 376 bilhões, Dilma afirmou o país tem "um colhão seguro de absorção dessa volatilidade". "O Brasil tem na flutuação cambial sua primeira linha de defesa", discursou.

Dilma lembrou ainda do programa do swap do Banco Central e disse que ele tem sido capaz "de dar previsibilidade e estabilidade ao mercado de câmbio". Além disso, a presidente disse ainda que o fluxo estrangeiro "se mantém direcionado ao Brasil".

Meta fiscal

A presidente afirmou que em breve o governo definirá a meta fiscal para 2014, sem, no entanto, especificar uma data para o anúncio. Ela disse que as despesas correntes do governo central estão sob controle no Brasil e que houve uma "melhora qualitativa" das contas públicas nos últimos anos, com a redução da dívida líquida e da dívida bruta. "A meta de superávit do governo será condizente com essa diminuição do endividamento", afirmou a presidente, citando que a dívida bruta federal passou de 60,9% para 58,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2013. "Creio que temos um dos menores endividamentos públicos do mundo", comparou.

Educação

Em seu discurso, Dilma defendeu também o repasse dos royalties do petróleo à educação. Segundo ela, a decisão "histórica" de destinar 75% dos royalties do "pré-sal e do pós-sal" contribuirá para o desenvolvimento do ensino brasileiro. "Vamos transformar a riqueza finita (o petróleo), em riqueza perene (a educação)", revelou.

A presidente disse que a medida beneficia todos os brasileiros e, ao garantir maior investimento em educação e formação de mão de obra, provocará ganhos de produtividade, contribuindo para o crescimento econômico.

Ela também citou o programa Ciências Sem Fronteiras, que oferece intercâmbio para estudantes brasileiros no exterior. "Nosso objetivo é criar uma geração de técnicos, pesquisadores e cientistas", destacou.

As negociações secretas nas salas do Palácio do Congresso de Davos estressam você? As festas nos palácios aninhados nas neves dos Alpes suíços te cansam? O Fórum Econômico Mundial programou para esta quinta-feira uma sessão de meditação para relaxar. Davos exigiu que a professora seja ninguém menos do que a atriz americana premiada com o Oscar Goldie Hawn.

E, apesar da iminência do aguardado discurso do presidente iraniano Hassan Rohani, poucos minutos depois, a atriz de 68 anos e um punhado de outros não tiveram problemas para atrair público. Os delegados de vários países fizeram fila para participar e aqueles que não conseguiram uma vaga não esconderam sua decepção. Vestido com uma túnica de monge budista, o francês Matthieu Ricard tentou fazer o público relaxar, enquanto Goldie Hawn falou de seu projeto de meditação para as crianças.

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Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, "percebendo que o mundo havia mudado para sempre e que nossos filhos herdarão um mundo para o qual não estavam preparados", a atriz decidiu ajudá-los a aproveitar o poder da suas mentes. Sua fundação promove exercícios de meditação nas escolas nos cinco continentes e os efeitos são muito positivos, garante a atriz.

"Vamos levar toda a humanidade para a escola", diz a atriz, famosa pela comédia A recruta Benjamin. Richard Davidson, professor da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, apresentou dados que mostram que as pessoas que praticam meditação tem uma maior imunidade contra a gripe e uma maior resistência à dor. A meditação, de acordo com o professor, quando praticada por crianças desde cedo, permite ter uma melhor auto-controle e reduz o risco de delinquência mais tarde.

O príncipe Haakon da Noruega foi conquistado pela sessão. "Eu estive em uma reunião deste tipo há alguns anos, e isso é o que eu acho interessante em Davos, você pode fazer muitas coisas diferentes", declarou à AFP.

Goldie Hawn convidou os participantes do Fórum a se concentrar nas interações entre os indivíduos. "Devemos ouvir uns aos outros, cuidar profundamente, coletivamente, de nossa sociedade", lançou. "Nós temos o poder, a capacidade, e do dom que Deus nos deu as ferramentas, então vamos em frente", concluiu, sob aplausos.

A recuperação da economia global permitirá ao Brasil reduzir medidas anticíclicas. A promessa foi feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante entrevista coletiva realizada no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. "Com a recuperação da economia mundial, estaremos reduzindo a política anticíclica", afirmou.

"Não haverá mais desonerações fiscais e, portanto, haverá recomposição da arrecadação. Isso já começou a ocorrer nos números do fim de 2013. Em setembro, outubro, novembro e dezembro tivemos elevação da arrecadação. Isso reflete o maior crescimento em 2013 e a maior rentabilidade das empresas que estão pagando mais Imposto de Renda. Essa performance deverá continuar em 2014 facilitando um resultado fiscal necessário", disse.

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Outra ação está na recomposição de algumas alíquotas alteradas nos últimos anos. Mantega deu como exemplo a elevação das alíquotas de alguns produtos de consumo, como automóveis, linha branca e móveis. "Essa é uma trajetória já anunciada, não é nenhuma novidade. Mas algumas desonerações vieram para ficar, como a folha de pagamentos. Essa será uma redução de custos importante para o setor produtivo. O IPI sobre o investimento também permanecerá", disse.

Câmbio

O ministro disse que não acredita em uma grande oscilação do dólar, nem em problemas gerados pela variação cambial para empresas brasileiras, como aconteceu na crise de 2008. "Empresas brasileiras aprenderam a lição em 2008 e todas elas estão hedgeadas para eventual flutuação da taxa cambial. Não acredito que haja grande aumento do dólar, de flutuação do dólar", disse.

"Se você olhar ao longo do tempo, o dólar está mais ou menos estável ao redor desse patamar. Cada dia vai para um lado ou para o outro, mesmo assim tem oscilado pouco, não tem se distanciado de certos patamares no Brasil", afirmou Mantega. Diante do quadro, o ministro não vê motivos para preocupação. "Não tenho visto nenhum setor preocupado com isso. Não haverá problemas de derivativos", acrescentou.

Sobre o aumento dos investimentos na economia, o ministro comentou ainda que a política fiscal não será afetada. "O investimento está aumentando fundamentalmente nas concessões. Então, o investimento é privado. Não é necessário espaço fiscal", argumentou.

EUA

O ministro avalia ainda que a recuperação da economia dos Estados Unidos pode gerar alguma turbulência para mercados emergentes como o Brasil no primeiro momento. O efeito do fortalecimento da maior economia do mundo no médio prazo, porém, será positivo.

"Há uma recuperação mais forte dos EUA em relação a outros países avançados. Mas ainda é preciso consolidar essa reação e o acordo feito com o Congresso é positivo", disse Mantega. "Em um primeiro momento, isso traz problemas para emergentes por causa da redução dos estímulos monetários. Provisoriamente ainda teremos algumas questões cambiais, algum fluxo de capitais", afirmou.

Passada essa turbulência, o ministro prevê tempos melhores. "No médio prazo, o crescimento dos EUA é positivo para o Brasil e outros países. Se crescer mais, vão importar mais do Brasil. Portanto, isso será positivo", disse.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, acredita que o Brasil passará a crescer em um ritmo mais veloz nos próximos anos e a média de expansão da economia será maior que a registrada nos últimos anos. A previsão foi feita nesta quinta-feira (23), durante entrevista coletiva realizada no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. "O Brasil tem condições de crescer a taxas maiores em relação ao que vem crescendo nos últimos anos", disse o ministro.

Com a promessa de incentivar o investimento na economia brasileira, Mantega fez a otimista previsão de que a formação bruta de capital fixo pode chegar perto de 24% do Produto Interno Bruto (PIB). "Vamos acelerar a formação bruta de capital fixa, passar dos 20% do PIB e caminhar para 24% do PIB", disse. O ministro argumenta que o aumento do investimento é uma resposta ao baixo investimento nas últimas décadas.

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"Agora temos de privilegiar a expansão do investimento, principalmente em infraestrutura para tirar gargalos da estrutura produtiva. Nos últimos 30 a 40 anos, o Brasil investiu pouco. Mas nos últimos 10 anos, o investimento vem crescendo em torno de 6%. Em 2013, o investimento cresceu bem e chegou a 6,5%. Agora, o governo lançou um grande programa de concessões", disse na entrevista.

Mantega fez questão de reafirmar que os investimentos serão feitos em parceria com o setor privado. "O setor privado, em parceria com o governo, deverá implementar centenas de bilhões de dólares em investimentos no País. São praticamente dos os setores importantes da economia, como petróleo e gás, energia, rodovias, ferrovias e aeroportos", disse.

Inflação

O ministro reafirmou ainda a promessa de que o governo brasileiro seguirá atento ao controle da inflação. Em Davos, ele comemorou o resultado do IPCA-15 divulgado mais cedo. "O IPCA-15 veio abaixo da expectativa do mercado", comemorou.

"O Brasil tem controlado a inflação. Nos últimos 10 anos, temos ficado abaixo do limite máximo do regime de metas de inflação e vamos continuar assim nos próximos anos. O controle da inflação continuará sendo prioridade do governo sempre", disse durante a entrevista.

Além do controle da inflação, Mantega prometeu diversas vezes reforçar o volume de investimentos na economia. Isso será feito, segundo ele, ao mesmo tempo em que o governo agirá para reduzir o custo Brasil. "Ao mesmo tempo, vamos reduzir o custo do transporte e da importação e exportação", exemplificou.

"Crescer com um investimento forte é depender das nossas próprias condições porque já temos demanda interna. São negócios (os investimentos) lucrativos que vão atrair capitais. E terão apoio do governo para que sejam implementados", disse.

Política fiscal

Mantega se recusou a afirmar qual será o conteúdo do discurso da presidente Dilma Rousseff amanhã no Fórum Econômico Mundial. Mantega preferiu defender que é necessário que o Brasil tenha uma política fiscal sólida, mas não antecipou qualquer informação sobre a meta de esforço fiscal em 2014. "Acho que é necessário que mantenhamos sempre uma política fiscal sólida e é isso que continuaremos fazendo", disse.

O ministro reconheceu que o Brasil produziu resultados fiscais inferiores nos últimos anos como resultado das medidas para minimizar o efeito da crise internacional. "Fizemos um grande esforço nos últimos anos em que tivemos de fazer uma política anticíclica. Então, o primário foi um pouco menor", disse.

"Mesmo assim, o superávit primário do Brasil é o maior entre os BRICS. Continuaremos a fazer o primário necessário para continuar reduzindo a dívida líquida do setor público. E isso será feito também em 2014", disse Mantega, ao informar que ainda não há uma definição para a meta de 2014. "Só temos aquela proposta orçamentária apresentada em agosto. No início de fevereiro, devemos apresentar o formato final do desempenho orçamentário de 2014. Então, diremos quando vai ser contingenciado e teremos, com mais precisão, qual será o superávit primário de 2014", disse.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, nega a avaliação de que os países emergentes dos Brics estão em "crise de meia-idade". Em painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, nesta quinta-feira (23), o ministro brasileiro atribuiu a desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos, tradicionais compradores de produtos das nações emergentes. "Não há crise de meia-idade nos Brics, há uma crise mundial que afetou os Brics. Houve redução da demanda internacional, do comércio exterior, o que afetou os Brics", disse Mantega.

Para o ministro, os grandes emergentes continuarão a liderar o crescimento da economia mundial pelos próximos anos. Mantega explica que a recuperação das economias desenvolvidas e as reformas em emergentes garantirão o papel deles no futuro da economia global. "A economia mundial e os países avançados perto da recuperação. Essa recuperação externa ainda é gradual, ainda é lenta. Mas com essa recuperação teremos uma reativação do crescimento do comércio", disse Mantega.

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Na avaliação de Mantega, o comércio global, que crescia a um ritmo anual entre 6% e 7%, deve desacelerar para um ritmo de até 5%. "O comércio global crescia entre 6% e 7% ao ano antes da crise, sem contar os preços das commodities. Daqui para frente, o comércio global vai crescer 4% ou 5%. Não será o mesmo do passado. Mas acho que os BRICS vão continuar liderando a crescimento da economia mundial", disse.

Marcelo Neri, ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), disse nesta quarta-feira (22), em Davos, que o Brasil talvez esteja "numa situação bipolar", com excesso de otimismo da população e excesso de pessimismo dos empresários.

O excesso de otimismo da população pode reduzir a poupança e o esforço educacional, enquanto o excesso de pessimismo dos empresários reduz o investimento. Neri participou do Fórum Econômico Mundial, de um debate sobre a ascensão da classe média no mundo, apresentando números sobre o fenômeno no Brasil.

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De 2003 até novembro de 2013, segundo seus dados, 54 milhões de brasileiros ascenderam às classes A, B e C, cujo total saiu de 67 milhões para mais de 120 milhões. Notando que 54 milhões formariam o 23º país mais populoso do mundo, Neri disse que se tratava de uma "transformação gigantesca".

Com dados até novembro de 2013, ele observou que o crescimento anual do PIB per capita está em 1,5%, enquanto a mediana da renda real domiciliar per capita da PME (pesquisa que abrange as seis principais regiões metropolitanas) cresceu 5,2%. Em 2012, o mesmo indicador cresceu 7%, e o PIB per capita teve zero de expansão.

Segundo Neri, o Brasil é uma exceção no mundo, já que dois terços dos países vêm sofrendo aumento da desigualdade (ao contrário do Brasil, em que ela vem caindo) e tem a renda medida pelas pesquisas domiciliares, como a PME e Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), crescendo menos que o PIB per capita.

O presidente do Ipea acha que existe uma assimetria entre a avaliação dos economistas sobre a economia brasileira, baseada no PIB, e a avaliação popular, mais relacionada à renda medida pelas pesquisas domiciliares. Ele indicou que a apresentação da presidente Dilma Rousseff em Davos poderia abordar essa "assimetria".

Quanto ao otimismo da população, Neri citou pesquisas de satisfação com a vida do Gallup, que mostraram o País na 18º posição do mundo em dezembro de 2012, sofrendo uma queda em seguida, e depois uma recuperação, que colocou o Brasil num nível ainda mais alto de otimismo em outubro de 2013, na terceira posição.

O ministro da SAE notou que o descolamento entre o PIB per capita e renda das pesquisas domiciliares tem cerca de dez anos. De 2003 a 2012, o PIB per capita cresceu 27,8% e a renda média pela Pnad subiu 51%. No mesmo período, a renda mediana da Pnad cresceu 78%, e a dos 10% mais pobres aumentou 106%.

A diferença entre o PIB per capita e a média da Pnad é quase totalmente explicada, segundo Neri, pelo fato de que o "deflator implícito" (a inflação do PIB) ficou 24 pontos porcentuais acima do IPCA naquele período. "Todo mundo reclama da inflação, mas o IPCA está barato", ele disse.

Neri manifestou preocupação com a sustentabilidade do crescimento da renda domiciliar no País, citando a agenda de produtividade da SAE, que está cuidando da importação de trabalhadores e trabalhando num programa de estímulo à poupança junto com o Banco Central.

Mas ele notou que, em 2012, com o "pibinho", houve a impressão de que o modelo de crescimento de renda brasileiro havia "batido no teto", o que depois foi desmentido pelos dados da Pnad. "Talvez agora estejamos batendo com a cabeça no teto, há coisas preocupantes, temos de pensar na agenda de longo prazo, mas eu não faria apostas de antemão (sobre a interrupção do processo de forte alta da renda real)".

Rolezinho

Neri comentou os rolezinhos, dizendo que o fenômeno está ligado ao fato de que o Brasil está no pico da sua população jovem, que agora conta com 51 milhões de pessoas. Ele lembrou que a geração do baby boom nos Estados Unidos e na Europa fez os protestos de 1968 quando chegou à juventude. No Brasil, o equivalente aos boomers estaria por trás dos protestos de junho de 2013 e dos rolezinhos.

Neri acrescentou que o problema não é exclusivo do Brasil, com manifestações da juventude atingindo outros países emergentes, como a África do Sul. "Manifestações estão estourando em toda a parte, e as pessoas não têm agenda", disse o ministro-chefe da SAE.

Ele associou o movimento no Brasil também à fase estável de dez anos de crescimento com queda da desigualdade. "Depois de dez anos, as pessoas querem outra agenda, agenda de serviço público, de cidade melhor - a casa das pessoas melhorou, mas, fora de casa, a infraestrutura e a aparência externa não acompanharam".

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse nesta quarta-feira (22), em debate no Fórum Econômico Mundial de Davos que a companhia vai dobrar a produção até 2020 e triplicar até 2035, chegando à produção de 6 milhões de barris por dia.

O Brasil deve se tornar o sexto maior produtor de petróleo do mundo, depois da Arábia Saudita, dos Estados Unidos, da Rússia, do Iraque e Canadá. Ela lembrou que 68 empresas privadas também participam da exploração do petróleo no Brasil, citando entre elas Chevron, BP, BG e Total.

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O fato de que 95% do investimento da Petrobras é feito no Brasil está ligado ao aumento do consumo no País, pelo processo de inclusão social, e pelas grandes descobertas do pré-sal, disse a executiva.

O Blog do Planalto, mantido pela Presidência da República, divulgou nesta quarta-feira (22), uma entrevista com o fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab. No texto, ele diz que os quase 2,5 mil líderes globais e empresários que estão reunidos em Davos, na Suíça, estão ansiosos pelo discurso que a presidente Dilma Rousseff fará nesta sexta-feira (24).

Segundo o Blog do Planalto, Schwab disse que o Brasil tem um futuro bastante promissor e espera ouvir de Dilma como o País vai assumir seu papel como uma grande potência no mundo. "Nós também estamos ansiosos para ouvir dela sobre suas políticas futuras, que precisam relançar objetivos e, ao mesmo tempo, garantir que todos os pobres que hoje são deixados à margem do desenvolvimento econômico serão integrados ao sistema de bem-estar social", comentou o presidente do Fórum.

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O blog da Presidência da República relata ainda que Schwab mostrou interesse em conhecer as políticas de inclusão social desenvolvidas no Brasil. "2014 é um ano muito importante para o Brasil. É o ano da Copa do Mundo, o ano da presidência brasileira () e, claro, também é ano das eleições. Estamos ávidos para ouvir a presidente sobre suas políticas de inclusão social, porque a inclusão social é o problema que está em mente para os participantes do fórum anual em Davos", concluiu.

O aumento de consumo de combustíveis e derivados de petróleo, por causa da inclusão social, e as grandes descobertas do pré-sal, justificam o gigantesco investimento da Petrobras no Brasil, de US$ 236 bilhões em cinco anos. Esta foi a mensagem da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, durante debate sobre o panorama global do setor energético, na manhã desta quarta-feira, 22, no Fórum Econômico Mundial de Davos.

Graça Foster traçou um panorama otimista do setor de petróleo e gás no Brasil, considerando "fantástico" o break-even (custo a partir do qual há lucratividade) de US$ 54 do pré-sal, dizendo que o arcabouço regulatório é muito claro, enfatizando a participação de dezenas de empresas estrangeiras e afirmando que as regras de conteúdo local são um desafio, mas que vem sendo enfrentado com flexibilidade.

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Ela mencionou também dificuldades, como atrasos em portos que afetam a entrega de plataformas construídas fora do País. A presidente da Petrobras disse que a empresa está aberta a ganhar dinheiro com fontes renováveis e etanol, mas que esta não é a prioridade.

Preço do petróleo

No debate, que contou com a participação de especialistas e executivos do setor energético, como Fatih Birol, economista chefe da Agência Internacional de Energia, e Ulrich Spiesshpfer, principal executivo do grupo ABB, houve concordância em que o preço do petróleo deve ficar relativamente estável em torno de US$ 100 o barril a curto e médio prazo.

O principal executivo da empresa chinesa de energia solar Trina, Geo Jifan, mencionou a queda de mais de 80% no custo dessa fonte energética, que deve subir de 9% para 15% da energia consumida na China até 2020.

Outros temas da discussão foram os problemas regulatórios que encarecem a energia na Europa (inclusive as exigências sobre fontes renováveis), a projetada virada dos Estados Unidos de importador para exportador de petróleo e gás, o desvio de grande parte da demanda mundial para a Ásia, e os esforços japoneses em termos de eficiência energética e novas tecnologias em reação ao desastre de Fukushima.

O papa Francisco conclamou a elite política e financeira do mundo, reunida na cidade suíça de Davos para o Fórum Econômico Mundial, a colocar seus conhecimentos e sua ingenuidade a serviço dos mais pobres, para que estes sejam capazes de superar não apenas a fome e a pobreza e não sejam mais dependentes de ajuda.

"Peço a vocês que assegurem que a humanidade passe a ser servida pelo dinheiro, e não governada por ele", conclamou o papa na mensagem divulgada nesta terça-feira (21).

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Francisco elogiou o "papel fundamental" dos negócios modernos na melhora dos cuidados com a saúde, da educação e das comunicações, mas esse progresso na maior parte das vezes foi obtido simultaneamente à exclusão social dos mais pobres. Fonte: Associated Press.

A presidente Dilma Rousseff (PT) vai passar parte desta semana em viagens nacionais e internacionais. A petista iniciará o roteiro passando por Natal, no Rio Grande do Norte, onde fará a inauguração da Arena Dunas, na quarta-feira (22). No mesmo dia ela seguirá para a Suíça, para participar do Fórum Econômico de Davos e de reunião na sede da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e encerra com a participação no  encontro da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (Celac), em Cuba. 

Em Natal, a presidente deverá ser acompanhada pela governadora, Rosalba Ciarlini (DEM), o prefeito potiguar Carlos Eduardo (PDT) e o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke. Após a inauguração, que está marcada para às 16h, a petista segue para Zurique, na Suíça. Na quinta (23) Dilma tem uma reunião com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e na sexta (24) fará uma palestra no Fórum Econômico Mundial de Davos. 

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Segundo a assessoria de imprensa da Presidência, a petista deve voltar na sexta para Zurique, onde passará a noite. De lá, Dilma viaja para Havana, em Cuba, ainda não se sabe se ela irá no sábado (25) ou no domingo (26).

 

O Fórum Econômico Mundial iniciou nesta terça-feira seu encontro anual em Davos com a entrega dos prêmios Cristal para a atriz sul-africana Charlize Theron, o artista plástico brasileiro Vik Muniz e a cineasta paquistanesa Sharmeen Obaid Chinoy, por seu trabalho social.

Os três premiados usam seu trabalho e seus nomes para dar a palavra aos que não têm voz em seus respectivos países e tentar mudar as coisas, lembraram os organizadores.

"Temos que ter uma visão se quisermos ser líderes", disse o fundador do fórum, o professor Klaus Schwab na abertura desta 43ª edição do evento anual reunindo os principais nomes da economia e da política na estação de inverno suíça, que terminará no domingo.

A atriz sul-africana, visivelmente emocionada com o prêmio, promove um projeto para erradicar a Aids entre os jovens no continente africano, o mais atingido pela pandemia.

"Não é tarde demais para mudar o futuro", lembrou a protagonista do filme "Monster - Desejo Assassino" (2003), que valeu a ela um Oscar de melhor atriz.

O mesmo sentimento move o artista plástico brasileiro. "Como pessoa, muitas vezes me disseram que não podia viver das ideias ou da criatividade e, como artista, me disseram que as ideias artísticas não levam a mudanças sociais", lembrou Vik Muniz com sarcasmo diante da plateia, que tinha entre outros os príncipes herdeiros da Bélgica.

O artista brasileiro Vicente José de Oliveira Muniz, é o autor de um projeto artístico, mostrado no documentário "Lixo extraordinário", realizado durante três anos com catadores de lixo do lixão de Jardim Gramacho.

Com o lixo recolhido, os catadores prepararam instalações artísticas, mudando o conceito que tinham de si mesmos e, consequentemente, suas vidas.

Já a documentarista paquistanesa Sharmeen Obaid Chinoy considera que o cinema dá a oportunidade para que as pessoas tenham as duas vozes ouvidas.

De acordo com um relatório da organização não-governamental Oxfam publicado em ocasião do Fórum, os rendimentos líquidos das 100 pessoas mais ricas do planeta chegavam em 2012 a 240 bilhões de dólares, o que bastaria para erradicar quatro vezes a extrema pobreza.

Com o lema "O custo da desigualdade: como a riqueza e os ganhos extremos prejudicam a todos nós", a organização exorta os líderes mundiais a limitarem os seus ganhos e se comprometerem a reduzir as desigualdades ao nível de 1990.

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