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O dólar teve um dia de forte queda, ajudado pelo cenário externo mais positivo, diante da retomada das economias e certo alívio na política doméstica, com profissionais das mesas de câmbio relatando que a busca pelo presidente Jair Bolsonaro de alianças no Congresso traz otimismo sobre sua governabilidade e chance de aprovar reformas. Nesse ambiente, o real teve o melhor desempenho nesta terça-feira, 2, ante o dólar no mercado internacional, considerando uma cesta de 34 moedas, dia em que o risco-País, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos caiu para 245 pontos, o menor valor desde 26 de março e o Ibovespa superou os 90 mil pontos.

No mercado à vista, o dólar fechou com queda de 3,34%, a maior desde 8 de junho de 2018. O dólar terminou a sessão de hoje cotado em R$ 5,2086, o patamar mais baixo desde 14 de abril. No mercado futuro, o dólar para julho era negociado em baixa de 3%, a R$ 5,2130, às 17h, em dia marcado por maior volume de negócios.

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O chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, destaca que há otimismo no mercado externo com a reabertura das economia e a retomada de operações de alguns setores, o que tem ajudado os ativos de risco. A China, por exemplo, começou a demandar mais commodities, o que é positivo para o Brasil, não só para as exportações, mas também para a entrada de mais dólares no País, ressalta ela. Uma das evidências hoje do maior apetite por risco é que o ouro e a prata, que costumam ser vistos como um porto seguro caíram. O dólar também recuou ante emergentes.

No mercado doméstico, Velloni destaca que o governo começou a fazer algumas alianças no Congresso, o que sinaliza que o Planalto pode avançar com algumas medidas. "Em abril e maio, visão era de que governo não ia passar nada, mas agora o governo começa a construir alguma base para conseguir passar alguma reforma." Apesar da melhora hoje, o executivo destaca que não é possível falar de tendência para o câmbio neste momento e a volatilidade deve prosseguir em nível elevado. "Há ainda muito incerteza sobre a pandemia do coronavírus, uma incógnita muito grande."

O economista-chefe do ING para América Latina, Gustavo Rangel, observa que o real parece ter encontrado um piso após o Banco Central mostrar maior disposição para intervir no mercado. Foram não só intervenções na prática, mas também declarações dos dirigentes do BC sinalizando mais atenção ao câmbio. Ao mesmo tempo, Rangel ressalta em relatório que a perspectiva de mais cortes de juros limita a melhora da moeda brasileira. O ING prevê corte de 0,75 ponto na taxa básica, a Selic, este mês.

Além do juro baixo, o economista do ING alerta que os investidores ainda estão preocupados com danos persistentes nas contas fiscais brasileiras em meio ao aumento do ruído político nas últimas semanas. Para o dólar, Rangel prevê a divisa dos EUA em R$ 5,25 nos próximos 30 dias e R$ 5,10 em 3 meses.

O otimismo externo após a China afirmar que continua comprando soja dos EUA embala a queda do dólar no exterior e no mercado doméstico. Nesta segunda-feira (1°), o dólar subiu ante o real, contrariando a queda lá fora, com investidores reforçando posições defensivas em meio a tensões políticas locais após os protestos a favor da democracia e contra o governo Bolsonaro no domingo, em São Paulo.

A melhora do ambiente nesta terça antecede "as expectativas do mercado de uma brutal queda mensal da produção da indústria em abril", que será conhecido amanhã", diz a Renascença DTVM. A agenda econômica do dia é fraca e a cena política interna permanece no radar.

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A pauta do Congresso será monitorada. O plenário do Senado deve votar nesta terça-feira o PL que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, já chamada de Lei das Fake News. E a Câmara dos Deputados realiza sessão virtual, a partir das 15h, para apreciar a MP 944, que libera crédito para pagamentos de salários e foca em micro e pequenas empresas.

Além disso, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, marcou para o dia 10 o julgamento sobre a continuidade ou não das apurações do inquérito das fake news. E a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai avalizar pedido da Polícia Federal (PF) para prorrogar por 30 dias as investigações sobre a suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro de interferir politicamente na corporação. O procurador-geral da República, Augusto Aras, também vai pedir que Bolsonaro preste depoimento por escrito.

Em entrevista ontem à GloboNews, Aras disse que Bolsonaro esqueceu de "combinar" com ele sobre o arquivamento do inquérito que apura se houve interferência política na Polícia Federal. O presidente disse recentemente acreditar no "arquivamento natural" do caso. Cabe a Aras decidir se denuncia ou não Bolsonaro. O Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, apurou que a tendência é que Aras peça o arquivamento do caso.

Mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou deflação em todas as sete capitais que compõem a amostra no fechamento de maio. No mês, o indicador cheio caiu 0,54% e ficou 0,36 ponto porcentual abaixo da taxa de abril (-0,18%), segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Às 9h23 desta terça, o dólar à vista caía 1,22%, a R$ 5,3226. O dólar futuro para julho recuava 0,80%, a R$ 5,3320.

O mercado de câmbio começou junho agitado, após alguns dias de relativa calmaria no final de maio. Com o real na contramão de outras moedas emergentes, que hoje ganharam força perante o dólar, o Banco Central fez na parte da tarde desta segunda-feira, 1º, dois leilões de dólares à vista, tipo de operação que não fazia desde o dia 14 do mês recém-terminado, mesmo dia em que a moeda americana bateu em R$ 5,97. Profissionais de câmbio relatam que o cenário político conturbado segue pesando, provocando saída de capital estrangeiro do Brasil.

O dólar à vista fechou em alta de 0,93%, a R$ 5,3884. No mercado futuro, o dólar para julho fechou em R$ 5,3750 (+0,59%).

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Em dois leilões na tarde desta segunda, o BC vendeu US$ 530 milhões, ambos no mercado à vista. Com isso, o dólar fechou abaixo das máximas do dia, a R$ 5,42. A última intervenção do BC oferecendo recursos novos ao mercado foi em 19 de maio, com oferta de swap cambial. Desde então, tem se concentrado em operações de rolagens de swap e de linha. Hoje, durante audiência pública virtual, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que o câmbio é flutuante e que a autarquia realiza intervenções quando há "gap (lacuna) de liquidez". Na mesma audiência, alertou que a atividade pode encolher mais que o previsto este ano.

O economista e operador da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello, avalia que o dia até começou bem, mas a permanente tensão entre Estados Unidos e China e, no mercado doméstico, os conflitos entre os poderes, principalmente entre Executivo e Judiciário, ajudaram a pressionar o câmbio.

Para os analistas da SulAmérica Investimentos, os atritos recorrentes entre os poderes, em meio ao avanço da pandemia, permanecem como um foco de instabilidade, alimentando a aversão ao risco. No final da tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que "criticar é legítimo", mas outra coisa é pedir pra fechar Supremo e Parlamento. Se Jair Bolsonaro prosseguir com esse tipo de atitude, vai gerar "insegurança e aprofunda própria crise econômica", disse o parlamentar.

Um ponto na disputa entre China e EUA pode até ser positivo para mercado de câmbio brasileiro, relatam operadores. Pequim determinou que grandes estatais do país suspendam importações de produtos agrícolas dos EUA, incluindo as de soja, o que pode ajudar as vendas da commodity pelo Brasil. Mas hoje nem dados positivos da balança comercial de maio ajudaram a animar o câmbio, com superávit de US$ 4,548 bilhões, queda de 19% ante igual mês de 2019, mas um pouco acima do esperado pelo mercado, que previa US$ 4,4 bilhões, de acordo mediana das estimativas captadas pelo Projeções Broadcast.

O dólar caiu 1,83% em maio, o primeiro mês de 2020 que fecha em queda. A última baixa mensal havia sido em dezembro de 2019. A moeda americana também acumulou a segunda semana seguida de desvalorização. Na sessão desta sexta, 29, houve dois movimentos distintos. Pela manhã, fatores técnicos predominaram e o dólar operou em alta, por conta da disputa entre investidores pela formação do referencial Ptax de maio, usado em contratos cambiais e balanços corporativos.

Nos negócios da tarde, a divisa americana caiu após a entrevista de Donald Trump sobre a China, que havia gerado apreensão desde a tarde de ontem, não trazer maiores novidades sobre medidas de retaliação da Casa Branca ao país asiático. Nas mesas de câmbio persiste ainda a cautela com o ambiente político. O dólar à vista fechou a sexta-feira em queda de 0,82%, a R$ 5,3389. O dólar futuro para julho recuava 1,53%, a R$ 5,3345 às 17h.

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Um dos temores ontem era de que Trump fosse anunciar nova rodada de aumento de tarifas ou alterasse o acordo comercial fase 1, o que pioraria ainda mais a relação entre Washington e Pequim. Mas na entrevista as medidas se limitaram a cidadãos chinesas e a retirada do tratamento diferencial dos EUA a Hong Kong. "Não houve nenhuma notícia bombástica de Trump", avalia a diretora em Nova York de moedas da BK Asset Management, Kathy Lien. A coletiva de imprensa não revelou nada excepcionalmente prejudicial para a relação entre China e EUA e ainda não houve menção de tarifas ou de mudanças no acordo comercial fase 1 assinado entre os dois países, completa a analista.

Apesar da queda no mês, o dólar fechou maio acumulando valorização de 33% em 2020, com o real ainda mantendo o pior desempenho ante o dólar nos principais mercados emergentes. O sócio da Ibiuna Investimentos, Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central, ressalta que o dólar chegou a subir 45% este ano, mais do que as maxidesvalorizações dos anos 80 ou 90, quando a disparada chegava ao redor dos 30%, disse durante live hoje do Credit Suisse.

Para Azevedo, os juros têm espaços para cair mais, como mostram os canais do crédito, de câmbio e das expectativas, mas o processo precisa ser conduzido com cuidado. "Se vai testar o limite para baixo da taxa de juros vai testar para cima o limite da taxa de câmbio", disse ele. Para o ex-diretor do BC, o câmbio pode até ir se depreciando, "mas temos que ter cuidado com níveis excessivos". "O câmbio ainda é termômetro de confiança", comentou.

Na mesma live, o ex-diretor do BC, Daniel Gleizer, atualmente pesquisador na Universidade de Columbia, em Nova York, disse que o Brasil tem uma "tempestade perfeita", com uma crise sanitária, uma econômica e uma política. "Não tem ninguém que está tento uma crise política desta magnitude", afirmou. "Diferenças sempre existem no mundo político, aqui estamos em situação de falta de coordenação e pressão dos Estados para perdão de dívida", completou.

O dólar voltou a subir após fechar em queda por seis pregões seguidos. O noticiário político interno pesou nesta quinta-feira, 28, de acordo com profissionais das mesas de câmbio. O embate entre Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) fez o real ir na contramão de outras moedas emergentes, que ganharam força ante o dólar. No final desta tarde, notícias de que o presidente Donald Trump fará uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (29) para falar sobre as tensões com a China fizeram a moeda americana acelerar a alta e bater máximas. O real teve o pior desempenho nesta quinta-feira no mercado internacional, considerando uma cesta de 34 moedas. No mercado à vista, o dólar fechou com valorização de 1,97%, cotado em R$ 5,3832. No mercado futuro, o dólar para junho foi a R$ 5,3975.

Bolsonaro pediu um "basta" ao Supremo e disse que "ordens absurdas não se cumprem, temos que botar um limite", sobre as ações recentes do STF, no inquérito das fake news. Na tarde de hoje, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que as declarações de Bolsonaro "são muito ruins" e vão no "caminho contrário contra tudo o que começamos a construir com todos os poderes", além de gerarem insegurança.

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"O fator político pesou, essa guerra entre STF e governo está ficando pesada, investidores estão vendo com preocupação", afirma o responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagen. "O exterior também não ajudou." Nesse ambiente, os investidores aproveitaram para realizar lucros das quedas recentes, ressalta ele. No mês, o dólar ainda acumula queda de 1%.

No exterior, o dólar caiu ante divisas fortes e emergentes, em meio a nova rodada de indicadores ruins da economia americana e aumento da tensão com a China, que hoje aprovou uma lei de segurança nacional para Hong Kong. Após a notícia da entrevista de Trump amanhã sobre a China, os ativos de risco pioraram e o dólar reduziu a queda ante emergentes.

Os estrategistas do banco NatWest avaliam que Trump pode optar por uma resposta mais "simbólica" para retaliar a decisão chinesa sobre a Hong Kong, como sanções contra indivíduos, mas também pode adotar medidas mais duras, como elevar novamente tarifas sobre produtos chineses. Qualquer que seja a alternativa da Casa Branca, pode haver impacto nos ativos de risco, sobretudo em um momento de otimismo alto dos mercados com o processo de reabertura das economias europeias e dos estados americanos, ressaltam eles.

Sobre o real, o coordenador do centro de estudos monetários do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), José Julio Senna, disse em vídeo hoje que as últimas semanas têm sido marcadas por forte depreciação do real e o BC tem procurado agir "sem muita agressividade", tendo injetado ao redor de US$ 40 bilhões este ano no mercado de câmbio. "Tirar a mão do câmbio totalmente não é recomendável, porque não sabemos a velocidade com que a moeda nacional se depreciará. É um território desconhecido, como nos juros perto de zero."

Nesta terça-feira, 26, o dólar teve novo dia de baixa e zerou a alta acumulada em maio, passando agora a registrar queda de 1,48%. O real ganhou força hoje influenciado pela queda generalizada da moeda americana no exterior e pelo cenário político um pouco mais ameno, embora ainda monitorado de perto pelas mesas de câmbio. Nem mesmo a crescente aposta de corte mais intenso de juros em junho pesou nos negócios com dólar hoje. No mercado à vista, a moeda americana terminou o dia cotada em R$ 5,3578, na menor cotação desde 29 de abril, em baixa de 1,83%.

O índice DXY, que mede o dólar ante divisas fortes, foi negociado em forte queda na tarde de hoje. O analista sênior de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo, a continuidade de reaberturas de economias europeias e progressos no desenvolvimento de uma vacina para o coronavírus ajudam a fortalecer o euro e também as moedas de emergentes.

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Mas apesar desse otimismo, a elevação da tensão entre a China e os Estados Unidos, segue no radar. Hoje Washington voltou a atacar Pequim e, em entrevista à rede de TV Fox Business, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que é "um grande erro" da China impor uma lei de segurança nacional sobre Hong Kong e que Donald Trump já não considera mais um acordo comercial com o país asiático tão importante como achava antes da pandemia.

No mercado doméstico, o noticiário político foi monitorado, mas ficou em segundo plano hoje. Nem mesmo a crescente aposta do mercado de corte de 0,75 ponto porcentual da taxa básica de juros, na reunião de junho do BC hoje no mercado futuro de juros, foi suficiente para segurar a queda da moeda americana. O analista de moedas do Canadian Imperial Bank of Commerce (CIBC), Luis Hurtado, revisou sua projeção e espera que a Selic caia para 2% ou 2,25% ao final do ano. Se não afetou hoje, ele acredita que no curto prazo o BC mais propenso a cortar juros vai pressionar o câmbio.

Sobre o cenário político, Hurtado acredita que o tema ainda vai continuar dominando o noticiário, na medida em que prosseguem as investigações de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal e hoje ainda teve depoimento de mais de seis horas do empresário Paulo Marinho no Rio. Com juro menor e maior ruído político, o CIBC elevou a projeção de dólar para R$ 5,50 ao final do segundo trimestre.

Os estrategistas em Nova York do Citibank destacam que o vídeo da reunião ministerial de Bolsonaro não trouxe maiores surpresas, o que ajuda a reduzir "riscos de cauda". Ao mesmo tempo, o banco americano alerta que o cenário político ainda é muito sensível no Brasil, especialmente em um contexto de escalada dos casos de covid-19 e potencial efeito nas taxas de aprovação do presidente. O Citi projeta que o dólar vai seguir acima de R$ 5,00, terminando o ano em R$ 5,54 e encerrando 2021 em R$ 5,15. O banco hoje cortou a projeção de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano, de contração de 4,5% para queda de 6,5%.

O dólar operou em baixa durante toda a segunda-feira, 25, e fechou com a menor cotação desde 30 de abril, cotado a R$ 5,4579, em queda de 2,18%. Em dia de fraco volume de negócios, por conta dos feriados em São Paulo, nos Estados Unidos e na Inglaterra, a visão nas mesas de câmbio foi de que o vídeo da reunião ministerial de Jair Bolsonaro, divulgado no final da tarde de sexta-feira, não eleva as chances de impeachment do presidente, o que diminui por ora o risco político e fez a Bolsa disparar. A queda da moeda americana no exterior, em meio ao processo de reaberturas de economias europeias, também ajudou a retirar pressão dos negócios domésticos.

Logo pela manhã o dólar já caiu abaixo de R$ 5,50. Leilões de rolagens do Banco Central também ajudaram a dar certo alívio. Foram duas operações, um leilão de swap, de US$ 600 milhões, e outra de linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra), de US$ 2 bilhões. Na mínima do dia, a divisa dos EUA chegou a cair a R$ 5,44, enquanto o Ibovespa subiu mais de 4%.

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Com a queda de hoje, o dólar reduziu a alta em maio, que já superou os 4%, para apenas 0,35%. No ano, porém, a moeda americana ainda sobe 36% e o real segue com o pior desempenho em uma cesta de 34 divisas. O dólar futuro para junho recuava 1,73%, a R$ 5,4445 às 17h30.

Na sexta-feira, houve apenas um efeito limitado da divulgação do vídeo da reunião ministerial, que saiu no final da tarde, com o mercado à vista já fechado e o futuro perto de encerrar. Mesmo assim, o dólar futuro passou a cair. Mas a maior parte do efeito das avaliações do conteúdo foi nesta segunda-feira. "O vídeo não trouxe nenhuma prova indiscutivelmente robusta para incriminar Bolsonaro nas investigações quanto à sua potencial ingerência sobre a PF", afirmam os analistas da consultoria política americana Eurasia.

"Parece que no curto prazo podemos ter arrefecimento do risco político. Obviamente não podemos dizer que a situação está tranquila, o país está polarizado", afirma o estrategista e sócio da TAG Investimentos, Dan Kawa. Havia o temor do mercado de que o conteúdo fosse trazer provas claras de que teria tido tentativa de interferência do presidente na PF, ressaltou Kawa. Mas isso não aconteceu. "Não tiveram informações novas além do que já havia sido dito", disse ele, ressaltando que o conteúdo não piorou a situação do governo em termos de apoio popular ou político.

Kawa diz esperar que a situação política continue turbulenta no Brasil, pois o país está polarizado, mas nas últimas semanas o cenário estava "excessivamente turbulento", tendo impacto importante nos preços dos ativos.

Os juros futuros operam em baixa nesta quinta-feira (20) nas mínimas da sessão, acompanhando a desvalorização mais acentuada do dólar. Na abertura, chegaram a ensaiar alta, em meio a liquidez bastante reduzida - ambiente que favorece oscilações bruscas a partir de fluxos pontuais. Ainda, nos primeiros negócios, os investidores levaram em conta fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ficou em boa medida a percepção de que a Selic deve cair, mas não muito mais.

Segundo Campos Neto, há atualmente no Copom "pessoas com visões diferentes sobre o limite da política monetária". Ele afirmou ainda que os países com dívidas maiores encerram o processo de corte de juros com taxas "um pouco maiores também".

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O exterior também influencia os movimentos. Às 10h12 desta quinta, o DI para janeiro de 2027 apontava 7,52%, de 7,61% no ajuste de ontem. No trecho curto da curva a termo, o DI para janeiro de 2022 indicava 3,41%, de 3,42% no ajuste de quarta-feira.

Em dia de baixo volume de negócios, o dólar teve uma sessão volátil nesta terça-feira, 19, com as mesas de câmbio monitorando o cenário político, o exterior, onde a moeda americana operou em baixa, e se haveria ou não funcionamento do mercado nos próximos dias por conta da decisão do governo paulistano de antecipar feriados. Com a comunicação do Banco Central e da B3 de que os mercados funcionarão normalmente, o dólar chegou até a ensaiar uma queda, mas voltou a subir em seguida e acelerou a valorização perto do fechamento, com piora no exterior por conta de dúvidas sobre a eficácia de uma vacina contra o coronavírus.

No final do dia, no mercado à vista, terminou em alta de 0,63%, a R$ 5,7564. Na máxima do dia, o dólar à vista foi a R$ 5,76, pouco antes do Banco Central se pronunciar sobre o funcionamento do mercado nos próximos dias. A alta levou o próprio BC a agir e anunciou um leilão extraordinário de swap cambial, de US$ 500 milhões.

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O diretor da Mirae Asset, Pablo Spyer, ressalta que desde a manhã de hoje havia cautela nas mesas sobre se o mercado funcionaria ou não nos próximos dias, pois lá fora continuaria aberto. Com isso, investidores anteciparam mais cedo compras de dólares e adiantaram fluxos de saída de recursos do País. Após o anúncio de funcionamento normal, a pressão cedeu, ressalta ele.

Já no exterior, o dólar teve queda generalizada, reduzida no final da tarde. Segundo os estrategistas de moeda do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH), prosseguiu hoje a melhora da confiança dos investidores, que ganhou força ontem após a farmacêutica Moderna anunciar resultados favoráveis de uma vacina contra o coronavírus. Na tarde de hoje, o site Stat, voltado para notícias de saúde, publicou reportagem com a avaliação de especialistas de que a companhia não produziu dados críticos para avaliar a vacina, o que ajudou a piorar um pouco o clima.

Pesquisa feita este mês pelo Bank of America com investidores de América Latina mostra que aumentou o pessimismo com o Brasil nas últimas semanas. Para 56% dos entrevistados, o maior risco para o País é uma piora fiscal descontrolada. No câmbio, a maioria dos gestores espera que a moeda americana termine o ano acima de R$ 5,00. Mas apenas 28% dos ouvidos na pesquisa veem o dólar acima do nível de R$ 5,90 em dezembro.

Na tarde de hoje, o Goldman Sachs voltou a cortar sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020 e espera contração de 7,4% este ano. Os crescentes riscos políticos e fiscais contribuem para agravar a recessão no País causada pela pandemia do coronavírus, alerta relatório do banco americano nesta terça-feira. Para 2021, a estimativa é de crescimento de 4% do PIB.

Contato: altamiro.junior@estadao.com

Influenciado pelo mercado internacional, o dólar fechou a segunda-feira, 18, com a maior queda porcentual desde 29 de abril, recuando 2,03%, a R$ 5,7206. Notícias positivas sobre o desenvolvimento de uma vacina para combater o coronavírus e a reabertura de economias contribuíram para renovar o apetite por risco. As bolsas subiram forte em Nova York e na Europa, o petróleo disparou e o índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de divisas fortes, caiu abaixo do nível de 100 pontos. O real, que sempre vem tendo o pior desempenho ante o dólar no mercado internacional, hoje teve a melhor performance, considerando uma lista de 34 moedas.

O dólar chegou a cair abaixo de R$ 5,70 no começo da tarde, mas não se sustentou neste nível. Como ressalta um diretor de tesouraria, no atual cenário, a moeda americana abaixo desse porcentual atrai compradores, na medida em que a cautela com o cenário político doméstico prossegue e bancos continuam elevando suas projeções para o dólar.

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Hoje foi a vez do Santander, que aumentou sua estimativa para a moeda americana no final do ano de R$ 4,90 para R$ 5,80, e também revisou a do fim de 2021, de R$ 4,05 para R$ 5,50. A economista-chefe do banco espanhol, ex-secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, ressalta em relatório que não há indícios de que fatores responsáveis pelo desempenho ruim do real - turbulências políticas, dúvidas acerca das diretrizes da política econômica do governo e incertezas quanto à trajetória fiscal - serão resolvidos no curto prazo.

Hoje, porém, predominou o otimismo externo. O analista-sênior de mercados do Western Union, banco especializado em transferências internacionais, Joe Manimbo, ressalta que o dólar operou em queda com as notícias da farmacêutica americana Moderna, de testes bem sucedidos de uma vacina contra o coronavírus em oito pessoas, que acabaram estimulando a busca por ativos de risco.

Os estrategistas do Citi observam que a melhora do mercado internacional pode seguir sendo positiva para moedas emergentes, incluindo o real, mas o conturbado ambiente político doméstico, responsável por boa parte da piora da moeda brasileira, pode seguir limitando uma maior valorização da divisa, na medida em que levanta dúvidas sobre o ajuste fiscal e a agenda de reformas. Por isso, projetam a moeda brasileira na casa dos R$ 5,70 nos próximos três meses e, em um prazo maior (6 a 12 meses), o Citi vê o real na casa dos R$ 5,50.

O dólar opera em queda na manhã desta segunda-feira (18) sob influência do apetite por ativos de risco predominante no exterior. Os índices futuros das bolsas em Nova York e os mercados acionários da Europa ampliaram ganhos por volta das 9h, após a empresa farmacêutica americana Moderna anunciar que teve avanços em testes de sua vacina contra o novo coronavírus.

O petróleo WTI também sustentava ganhos de mais de 8% em NY e o Brent, de mais de 6%, em meio a apostas em retomada da demanda com a reabertura de algumas economias nos EUA e Europa. Às 9h17, o índice DXY, que compara o dólar ante seis divisas fortes, caía 0,19%, a 100,215 pontos.

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No mercado de câmbio doméstico, a percepção de que o Banco Central está disposto a defender a barreira dos R$ 6,00 reduz um pouco o ímpeto da demanda por posições defensivas, afirma o economista Sidnei Nehme, da corretora NGO. Para ele, no entanto, a prevalência da dicotomia entre saúde e economia no governo brasileiro, ancorada no desalinhamento de condutas e atitudes, só faz crescer as incertezas em torno do País, que ganha destaque mundial negativo.

Às, 9h25 desta segunda, o dólar à vista recuava 0,76%, a R$ 5,7921. O dólar futuro para junho caía 1,11%, a R$ 5,7960.

O pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, e a nova rodada de indicadores ruins, principalmente nos Estados Unidos, que registrou em abril a pior queda da história nas vendas do varejo, provocaram um dia de volatilidade no câmbio. O dólar acabou fechando a sexta-feira, 15, com valorização e acumulou alta de 1,70% na semana, terminando o dia em R$ 5,8390.

Pela manhã, a moeda americana caía e chegou, na mínima, a recuar para R$ 5,76. Com a saída de Teich, que aumentou a já grande incerteza política no País, o dólar passou a subir. No mês, a moeda acumula valorização de 7,36% e no ano, de 45%, com o real registrando o pior desempenho internacional ante a moeda americana nos dois períodos.

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Um dos temores dos agentes é que o crescente risco político dificulte ainda mais a retomada da fraca atividade econômica. Hoje, o Banco Central divulgou que o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) teve queda 5,90% no mês passado, quando os efeitos da covid-19 sobre a economia se intensificaram. .

"É difícil ver o risco político diminuindo no curto prazo", avalia o economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson, ao falar da saída de Teich. Para ele, o ministro sai em meio à visão "amplamente criticada" de Bolsonaro sobre como lidar com a pandemia do coronavírus.

Neste ambiente, Jakcson ressalta que os ativos locais acabam embutindo um prêmio pela turbulência política. Além da saída de Teich, continua a causar cautela nas mesas de operação o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. "Preocupações sobre a crise política não param de crescer", acrescenta Jackson. A Capital Economics projeta queda de 5,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano.

Para a consultoria americana de risco político Eurasia, a saída de Teich vai aumentar a percepção na opinião pública de má gestão do Planalto da crise do coronavírus. Do ponto de vista político, os níveis de aprovação do governo podem ser muito mais afetados pelo colapso do sistema de saúde do que pela investigação de interferência política na Polícia Federal, afirmam os analistas de Brasil da consultoria. "A demissão de Teich reforça nossa visão de riscos crescentes vindos da fraca resposta do governo à pandemia."

No exterior, o dólar subiu ante a maioria dos emergentes, após dados fracos do varejo e da produção industrial americana em abril, além de preocupações com as relações entre a Casa Branca e Pequim e ainda o avanço da pandemia de coronavírus no país, que segundo o jornal The Wall Street Journal já é uma das principais causas de morte por lá. "A esperança de uma recuperação em V da economia americana está diminuindo", afirmam os economistas da LPL Financial. As vendas no varejo caíram 16,4% em abril, enquanto Wall Street esperava recuo de 12%.

O dólar opera em alta conduzida pela piora externa com o embate entre EUA e China no radar e cautela sobre o cenário político e fiscal interno. O investidor monitora o IBC-BR em meio à perspectiva de que os números de abril devem ser piores, reforçando as previsões de corte adicional da taxa Selic.

O IBC-BR caiu 5,90% em março ante fevereiro, com ajuste, ficando perto da mediana de -6% das projeções (-8,63% a -3,6%) O IBC-BR interanual de 1,52% também foi menos negativo que a mediana de -2,1% das projeções (-5,1% a -0,7%).

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Os investidores repercutem ainda a intenção do presidente Jair Bolsonaro de discutir com governadores e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um compromisso no tocante a possível veto ou não de artigos do projeto que prevê congelamento de salários de servidores até o fim de 2021. Bolsonaro encontrou-se com Maia na quinta-feira, coroando a sua reaproximação com o Centrão.

Nesta sexta-feira, 15, o ministro Celso de Mello, do STF, pode anunciar ainda sua decisão sobre o levantamento do sigilo e a exibição do conteúdo, integral ou parcial, do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Ontem à noite, a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou manifestação ao STF em que informa que o presidente Jair Bolsonaro mencionou as palavras "família" e "PF" na reunião ocorrida no mês passado no Palácio do Planalto, que durou mais de duas horas. Bolsonaro havia afirmado à imprensa que não tinha feito menção à família nem à Polícia Federal no encontro.

Mais cedo, os índices de confiança de consumidores e de empresários mostraram acomodação em maio. O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 7,7 pontos na prévia de maio ante o resultado fechado do mês de abril, para 63,5 pontos. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) aumentou 6,5 pontos, para 64,7 pontos.

Às 9h22 desta sexta, o dólar à vista subia 0,57%, a R$ 5,8522. O dólar futuro de junho avançava 0,54%, a R$ 5,8560.

Embora trabalhasse a maior parte do tempo em Brasília durante o ano passado, o diplomata Alberto Luiz Pinto Coelho Fonseca recebeu o salário em dólar e o auxílio-moradia em Paris, na França. Ele é amigo do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o gabinete informou que os pagamentos foram de acordo com a lei vigente.

Por mês, Coelho Fonseca recebia o salário de 12 mil dólares (cerca de R$ 66 mil), auxílio-moradia anual de 48,6 mil euros - que custa mais de R$ 310 mil -, além de diárias de R$ 36,6 mil para morar no Brasil por mais de oito meses, de acordo com a Lei de Acesso à Informação (LAI). Somando todos os gastos, o diplomata custou aproximadamente R$ 1 milhão aos cofres públicos, aponta O Globo.

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Fontes do Itamaraty informara que Coelho Fonseca teria estendido seu tempo na França para completar formalmente seu período de experiência no exterior, necessárioa para que fosse promovido. Esse foi o motivo da demora para que fosse transferido difinitivamente ao Brasil, em janeiro de 2020.

O dólar engatou a terceira alta seguida e operou boa parte desta quarta, 13, acima dos R$ 5,90. Dos oito pregões de maio, a moeda americana caiu em apenas um e já acumula valorização de 8,5% no mês e de 47% no ano, com o real ficando com o pior desempenho entre as principais moedas de mercados emergentes. O alerta do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, do risco da falta de liquidez se transformar em problema de solvência para empresas e bancos ajudou a piorar os mercados e fazer o investidor buscar refúgio no dólar. No mercado doméstico, novamente questões políticas pesaram, contribuindo para ampliar o ritmo de alta e fazer a divisa dos Estados Unidos fechar em novo nível recorde.

O dólar à vista encerrou com valorização de 0,55%, a R$ 5,9008. No mercado futuro, o dólar para junho era negociado em R$ 5,91 às 17h40. No final da tarde, o Banco Central fez o segundo leilão de swap cambial do dia, ofertando US$ 500 milhões, conseguindo arrefecer a alta da moeda americana, que antes do anúncio operava na casa dos R$ 5,94. Este foi o quarto leilão de swap da semana, com injeção no mercado de US$ 1,835 bilhão.

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Desde a segunda-feira, 11, havia enorme expectativa pelas declarações de Powell. O dirigente descartou juros negativos nos EUA, disse que o governo precisa de mais estímulos fiscais e ainda alertou que a recuperação da economia americana pode demorar algum tempo, o que amplia os riscos de que problemas de liquidez se transformem em uma crise de solvência. "O cenário econômico é altamente incerto", disse Powell. Nas palavras dos analistas do ING, o discurso de Powell trouxe um "choque de realidade" para os mercados, que estavam nos últimos dias animados com a perspectiva de reabertura das atividades.

No mercado doméstico, o noticiário político segue o principal foco de atenção das mesas de câmbio. O estrategista e sócio da TAG Investimentos, Dan Kawa, observa que, além de um "cenário externo desafiador", o cenário local é turbulento, com a saída de Sergio Moro do governo continuando a gerar ruídos e ainda a relação tensa entre os três poderes. Sem uma mudança do ambiente político, Kawa avalia que o curto prazo vai seguir desafiador por aqui.

Bancos continuam a revisar para baixo suas projeções de Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e para cima a do dólar. Hoje foi a vez do Bank of America, que vê o PIB caindo 7,7% este ano e chance "fácil" de o dólar superar o nível de R$ 6,00 no curto prazo. O banco revisou para cima a estimativa de dólar ao final do ano de R$ 5,20 para R$ 5,85, por conta da deterioração do cenário político e econômico. O Commerzbank também elevou sua projeção para o dólar e vê a moeda americana batendo em R$ 6,05 no mês que vem.

O dólar operou boa parte desta terça, 12, em queda, mas a direção mudou no meio da tarde e a moeda americana atingiu novos recordes no mercado local, levando o Banco Central a intervir com leilão extraordinário de US$ 500 milhões de swap. Primeiro foi a ameaça de senadores republicanos de impor sanções à China, um dia depois de Donald Trump dizer que não tem interesse em reabrir negociações comerciais com Pequim. Logo depois foi a declaração do advogado do ex-ministro Sergio Moro, de que o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril "confirma integralmente" as declarações do ex-juiz contra o presidente Jair Bolsonaro.

Nesse ambiente, o dólar zerou rapidamente a queda e passou a subir, com o real novamente ficando entre as dividas com o pior desempenho no mercado internacional, hoje junto com o peso mexicano. O dólar à vista terminou em novo nível recorde, cotado em R$ 5,8686, em alta de 0,82%. No mercado futuro, o dólar para junho era negociado em R$ 5,88 no final da tarde.

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Desde o início dos negócios, mesmo com o dólar em queda no exterior, havia cautela com o ambiente político, em meio aos depoimentos para investigar interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Além disso, havia expectativa sobre a exibição do vídeo da reunião ministerial ocorrida em 22 de abril no Palácio do Planalto. Por isso, quando saiu a declaração do advogado de Moro, Rodrigo Sánchez Rios, o dólar passou rapidamente a subir.

Investigadores que acompanharam a exibição do vídeo avaliam que o conteúdo da gravação é 'devastador' para o presidente, segundo relatou o repórter Fausto Macedo. Bolsonaro minimizou o conteúdo do vídeo e disse que não existe nele a palavra "polícia federal" e que pode retirar o sigilo do vídeo a qualquer momento, permitindo sua divulgação. Mas a reação no câmbio seguiu de busca por proteção no dólar.

"Esse noticiário ajudou a estressar o mercado", disse o diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer. O Ibovespa, que subia, passou a cair e, na renda fixa, a ponta longa da curva a termo de juros passou a subir em ritmo mais forte.

"Apesar da crescente crise de saúde gerada pelo coronavírus e do colapso na economia mundial, é a política que vem dominando o noticiário no Brasil", afirma o economista-chefe para mercados emergentes da consultoria Capital Economics, William Jackson. Para ele, os ativos brasileiros devem seguir pressionados pela frente, porque o ruído político gerado pela saída de Moro ainda terá mais desdobramentos, além também de eventuais problemas a serem monitorados no ministério da Economia.

O dólar começou a semana em alta, refletindo um cenário de cautela tanto externo como interno. No exterior, a moeda americana subiu ante divisas fortes e emergentes após relatos de novos casos de coronavírus na Ásia e na Alemanha, o que aumentou o temor de uma segunda onda de contaminação da doença, colocando em risco as reaberturas das economias. No mercado doméstico, preocupações com o cenário político e com a piora da atividade pesaram, contribuindo para o real ter novamente o pior desempenho no mercado internacional ante o dólar, considerando uma cesta de 34 moedas. No ano, o dólar já sobe 45%.

No final da tarde, o Banco Central fez o único leilão extraordinário do dia, vendendo US$ 500 milhões de contratos de swap cambial (venda de dólar no mercado futuro), ajudando a reduzir um pouco o ritmo de valorização. No fechamento, o dólar à vista terminou com valorização de 1,37%, cotado em R$ 5,8206. No mercado futuro, o dólar junho era negociado em R$ 5,8365, em alta de 1,50%, às 17h40.

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Nas mesas de câmbio, não faltaram relatos de preocupações em várias frentes. Na política, a expectativa é pelo veto do presidente Jair Bolsonaro aos reajustes de categorias do funcionalismo público, como quer o ministro da Economia, Paulo Guedes. Há ainda depoimentos no inquérito que investiga interferência de Bolsonaro na Polícia Federal e as primeiras informações da oitiva do delegado Maurício Valeixo, ex-chefe da PF, são de que ele afirmou que Bolsonaro lhe disse que queria um diretor-geral com quem tivesse mais "afinidade". Há ainda relatos de paralisações de caminhoneiros em alguns locais, como na cidade de São Paulo.

"Estamos cada vez mais pessimistas sobre as perspectivas com o Brasil", afirma o economista sênior para América Latina da consultoria inglesa Pantheon Macroeconimics, Andres Abadia. Para ele, a forma como Bolsonaro está lidando com a pandemia, minimizando seus riscos, e o aumento dos conflitos políticos gerados pelo presidente, só vão tornar o cenário de recuperação ainda mais difícil após o pico do coronavírus passar. "As condições econômicas no Brasil estão se deteriorando rapidamente."

Com o avanço da economia e o cenário político conturbado, a expectativa é de economia em forte contração. O JPMorgan revisou sua projeção e passou a prever contração de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano. O Itaú Unibanco também revisou sua estimativa e projeta o PIB encolhendo 4,5% este ano. O risco de contas públicas ainda piores, a contração mais intensa da atividade e os juros mais baixos fizeram o banco revisar o cenário para a taxa de câmbio, prevendo uma moeda americana ainda mais forte. Para 2020, a projeção do dólar foi elevada de R$ 4,60 para R$ 5,75. Em 2021, a estimativa subiu para R$ 4,50, ante R$ 4,15.

O dólar opera em alta no mercado doméstico, alinhado ao sinal predominante no exterior em meio à cautela com a crise política interna. Na máxima, o dólar à vista atingiu R$ 5,80 na manhã desta segunda-feira (11). Lá fora, as bolsas recuam com investidores atentos a sinais de uma segunda onda de infecções por Covid-19 em partes da Ásia, como China e Coreia do Sul.

No Brasil, o Relatório de Mercado Focus mostra que a projeção para o PIB de 2020 passou de queda de 3,76% para -4,11%. A mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,97% para 1,76%. Há um mês, estava em 2,52%. A mediana das previsões para a Selic neste ano passou de 2,75% para 2,50% ao ano.

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E apesar do País ter ultrapassado 11 mil mortes pela Covid-19 no domingo, o presidente Jair Bolsonaro pretende ampliar o rol de atividades essenciais autorizadas a funcionar a despeito das medidas de distanciamento social e "lockdown" (bloqueio) adotados por alguns Estados e municípios por causa da pandemia.

O mercado espera que Bolsonaro cumpra sua promessa de vetar a brecha para reajuste de servidores públicos, prevista na lei de auxílio aos Estados e municípios. Também estão no radar os gastos com cartão corporativo da Presidência da República, de R$ 3,76 milhões, que dobraram nos quatro primeiros meses de 2020 na comparação com a média dos últimos cinco anos, mas o detalhamento é trancado a sete chaves pelo Palácio do Planalto.

As atenções ficam ainda nas oitivas do inquérito que investiga a acusação do ex-ministro Sérgio Moro de tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Hoje, devem ser ouvidos o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo e o delegado Alexandre Ramagem, indicado para substituir Valeixo, mas que não assumiu o cargo por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes.

Também é aguardada a definição de uma data em que o procurador-geral da República Augusto Aras, o advogado-geral da União e o ex-ministro Moro terão acesso integral à gravação da reunião ministerial de 22 abril, na qual o ex-juiz afirma que Bolsonaro teria cobrado a substituição do diretor-geral da PF e do superintendente no Rio.

Em entrevista à Band na madrugada desta segunda, Aras, afirmou que apenas os diálogos entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro Sérgio Moro nessa reunião devem ser divulgados, porque a revelação integral poderia vir a criar embaraços não só internos, mas também nas relações internacionais. Esse assunto poderá ser mencionado nesta manhã em uma videoconferência com a participação da ministra Rosa Weber e os ministros Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, do STF.

A participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de reunião promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) fica ainda no radar dos investidores, além de reunião de Campos Neto com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.

Mais cedo, o Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) despencou 42,9 pontos na passagem de março para abril, para 39,7 pontos, menor nível da série histórica iniciada em 2008. A queda mensal foi recorde.

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) desacelerou em seis das sete capitais analisadas do fechamento de abril para a primeira quadrissemana de maio. No período, o indicador intensificou a deflação, de 0,18% para 0,34%.

Às 9h22 desta segunda, dólar à vista registrava máxima a R$ 5,8003, em alta de 1,02%. O futuro teve máxima em R$ 5,8070, alta de 0,98.

O dólar teve um dia de queda, após subir por cinco pregões consecutivos, período em que acumulou alta de 9%. O movimento de realização de ganhos nesta sexta-feira, 6, foi sustentado pelo exterior, onde a moeda norte-americana perdeu força, em meio à expectativa de reforço no diálogo comercial dos Estados Unidos com a China, após as críticas da Casa Branca responsabilizando Pequim pela pandemia de coronavírus.

No mercado doméstico, segue pesando a cautela com a atividade econômica e o cenário político, tanto que o ritmo de queda perdeu um pouco de força nos negócios da tarde. Na semana, o dólar subiu 5,5% e, no ano avança, 43%.

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O dólar a vista terminou a sexta-feira cotado em R$ 5,7418, em baixa de 1,70%. No mercado futuro, o dólar junho era negociado a R$ 5,75 no final da tarde. Na mínima do dia, a moeda bateu na casa dos R$ 5,72, pouco depois do meio-dia.

O indicador mais aguardado da semana, o relatório de emprego dos Estados Unidos, chamado de payroll, mostrou fechamento de 20,5 milhões de vagas em abril. Como o número veio pouco abaixo do previsto por Wall Street (22 milhões), ajudou a reforçar a busca por ativos de risco, enfraquecendo o dólar.

Apesar de ficarem abaixo do esperado, a economista sênior do TD Bank, Leslie Preston, reforça que os dados do emprego vieram muito ruins e reforçam a visão de que o Produto Interno Bruto (PIB) americano deve ter contração de 41% neste segundo trimestre.

"O que não sabemos ainda é o quão rápido a atividade vai se recuperar", ressalta ela, destacando que muito dos postos fechados são temporários, mas tudo vai depender do combate ao coronavírus.

Ainda ajudou a reforçar a queda do dólar no mercado doméstico a promessa de Jair Bolsonaro de vetar aumentos de salários do funcionalismo dentro do pacote de socorro a Estados e municípios. Na quinta, quando Bolsonaro declarou que ia seguir "a cartilha" do ministro Paulo Guedes, as cotações do dólar desaceleraram o ritmo de alta. Os estrategistas do Citi ressaltam que, inicialmente, o presidente estava se posicionando contra o ministro.

A expectativa é que Bolsonaro assine o veto nesta sexta.

Os estrategistas do BNP Paribas, Gabriel Gersztein e Samuel Castro, comentam que a dinâmica do câmbio brasileiro está dificultando qualquer tipo de previsão de curto prazo e alertam para o risco de o real muito desvalorizado provocar uma fuga "desordenada" de capital de investidores locais. Além disso, o dólar muito alto pode ter impacto negativo nas condições financeiras de empresas e bancos, ressaltam em relatório.

O dólar opera em baixa no mercado doméstico na manhã desta sexta-feira (8), em linha com a queda predominante no exterior e diante de uma realização de ganhos, após a moeda ter fechado ontem no recorde nominal, a R$ 5,8409 no mercado à vista. Lá fora, a redução de posições cambiais ocorre em meio ao alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Os investidores monitoram ainda a queda das taxas de juros, na esteira da deflação de 0,31% do IPCA em abril, ante alta de 0,07% em março. O tombo do indicador no mês passado é maior que a mediana esperada pelo Projeções Broadcast (-0,25%) e dentro do intervalo (de -0,12% a -0,47%).

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Os ajustes por enquanto são moderados, com investidores à espera do relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos em abril. O documento deve mostrar eliminação de 21 milhões de empregos e um salto na taxa de desemprego de 4,4% para 15%, refletindo impacto severo da pandemia do coronavírus na economia, segundo as medianas das estimativas do Projeções Broadcast. Está no radar ainda o conturbado cenário político local, que pode exercer alguma pressão mais tarde em meio à chegada do fim de semana.

Mais cedo, o IGP-DI de abril mostrou alta de 0,05%, com forte desaceleração ante o avanço de 1,64% em março, ficando abaixo do piso das estimativas (+0,08% a 0,76%). Já o IPC-S teve deflação de 0,34%, de -0,18% em abril.

Às 9h26 desta sexta-feira, o dólar à vista caía 1,30%, a R$ 5,7651. O dólar para junho recuava 1,21%, a R$ 5,7755 (-0,90%).

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