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Mesmo ainda sendo considerado um tabu para parcela da população, o número de pessoas com plano funerário tem crescido em Pernambuco. Só o Grupo Vila, detentora do Cemitério Morada da Paz, registrou um aumento de 5% nos planos fechados. Atuando na Paraíba e no Rio Grande do Norte, são 1,2 milhão de pessoas com um plano funerário do grupo - só em Pernambuco são 288 mil.

"O serviço funerário é caro e, quando as pessoas passam por esse desembolso, percebem a necessidade de adquirir um produto preventivo. As pessoas estão bem mais abertas a falar sobre o assunto morte e prevenção. Sabemos que ainda existe um longo caminho pela frente, mas sentimos maior abertura da população", explica Viviane Guimarães, diretora de mercado do Grupo Vila. 

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A estrela do basquete Kobe Bryant e sua filha Gianna, que morreram em 26 de janeiro em um acidente de helicóptero com outras sete pessoas, foram enterrados no fim de semana passado em uma cerimônia privada, perto de Los Angeles, informou a imprensa americana nesta quarta-feira (12).

Segundo veículos como o Los Angeles Times, o funeral do ex-astro dos Lakers e de sua filha ocorreu no Pacific View Memorial Park, em Corona del Mar, na Califórnia.

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A cerimônia privada provavelmente foi organizada em sigilo.

Uma celebração pública em memória de Bryant e das outras vítimas do acidente de helicóptero está programada para 24 de fevereiro no Staples Center de Los Angeles, um estádio de 20.000 lugares onde a lenda dos Lakers fez história ao longo de sua carreira na NBA.

A data de 24 de fevereiro (24/02) é simbólica: Kobe Bryant usava na camiseta dos Lakers o número 24 durante a segunda metade de sua carreira, e Gianna, sua filha de 13 anos que também jogava basquete, trajava o número 2.

Kobe e Gianna Bryant perderam a vida em 26 de janeiro, quando seu helicóptero caiu em uma colina perto de Los Angeles, por razões ainda desconhecidas.

As outras vítimas são um treinador de beisebol, John Altobelli, sua mulher Keri e sua filha Alyssa, que jogava basquete no mesmo time de Gianna; Christina Mauser, treinadora adjunta do time; Sarah e Payton Chester, mãe e filha; e o piloto Ara Zobayan.

Agora, as bonecas sexuais podem ser submetidas a rituais funerários, liderados por monges japoneses e atrizes no ramo pornográfico, antes mesmo de serem enviadas para uma empresa de eliminação de resíduos industriais.

Como as bonecas sexuais muitas vezes se tornam o foco de afeto de pessoas solitárias ao redor do mundo, uma empresa no Japão agora oferece aos donos a oportunidade de colocar suas queridas companheiras artificiais para "descansar em paz" através de uma cerimônia funerária real, relata SoraNews24.

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No Japão há uma série de santuários e templos que realizam serviços para bonecas, devido à crença de que elas realmente têm almas como os humanos. Mesmo assim, elas não recebem o mesmo tratamento de humanos devido ao estigma que as envolve, de acordo com a mídia.

A empresa Human Love Doll comenta que "as bonecas de amor nascem para ser amadas", e oferecem uma variedade de planos funerários completos com rituais funerários "liderados por monge japonês e atriz AV [que trabalha no ramo pornográfico] Rei Kato".

O plano padrão, que custa 50.000 ienes (R$ 1.930), inclui um funeral e um serviço fúnebre, com o proprietário recebendo um certificado funerário e "uma foto ou vídeo comemorativo da cerimônia".

Após a realização de todos os rituais, a boneca seria então enviada para ser processada por uma empresa de eliminação de resíduos industriais, que é parceira da empresa citada.

Os serviços fúnebres também estão disponíveis para bonecas normais, animais de pelúcia e estatuetas, acrescenta a mídia.

Da Sputnik Brasil

Uma empresa funerária resolveu inovar e oferece opções extravagantes para a chegada do descanso eterno. Os clientes que desejam dar o último adeus com estilo e luxo podem recorrer aos caixões e urnas da Glitter Coffin Company. Coloridos e brilhantes, as opções confeccionadas com glitter se estendem aos pets.

Com cerca de 16 opções de cores, as versões purpurinadas atendem aos futuros enterrados e aos que passarão pelo processo de cremação. Os animais de estimação não ficaram de foram e também poderão 'carnavalizar' em um sepultamento estiloso.

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A empresa britânica recomenda que os caixões metalizados sejam usados para enterros em dias ensolarados e convida os interessados a experimentar o produto ainda em vida. O valor dos caixões não foi informado, mas as urnas para armazenar as cinzas custam o equivalente a R$ 807.

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Sob um clima de tristeza, foram enterradas nesta quarta-feira (25), no Recife, seis das sete vítimas que morreram na madrugada da véspera de Natal (24), em decorrência do deslizamento de uma barreira no bairro de Dois Unidos, na zona norte da capital pernambucana.

Daffyne Kauane, 9 anos, e sua avó Lucimar Alves, 50, e Cláudia Bezerra, 45 e Emanuel Henrique de França, 25, foram sepultados no Cemitério de Santo Amaro, no centro da cidade.

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Já a mulher de Emanuel, Érika Virgínia, 19, e seu filho, o pequeno Érick Júnior, foram sepultados no município de Palmares, na Zona da Mata Sul. A sétima vítima, Lia de Oliveira, 45, será enterrada no Maranhão.

 

Antes de morrer na última quarta-feira (4), em decorrência de pancreatite, um professor de engenharia civil deixou uma carta com instruções de como deveria ser seu velório, em Jundiaí, interior de São Paulo. O último pedido de José Dias Ferreira Neto, conhecido por Zé Dias, determinava que o enterro deveria ser alegre e regado à whisky e músicas de rock.

O documento 'Procedimentos para meu Velório' foi redigido antes mesmo deles descobrir a doença e conta com cinco determinações. Além de solicitar cremação e a doação dos órgãos, o professor pede "o tempo todo, música, whisky e alegria, para comemorar uma vida cheia dela", durante o velório.

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Dentre a trilha sonora estão as músicas 'Canção da América' de Milton Nascimento, 'Wish you were here' e 'Comfortably numb' do Pink Floyd, além de Aerosmith e Enya. No fim da carta, o professor deixa um recado bem-humorado. "Quero me sintam sempre em suas vidas a presença deste amigo, que espera encontrá-los um dia para comemorarmos!! Não sei se Lá terá Whisky, mas comemoraremos!!", se despediu Zé Dias.

Conhecido pela irreverência, os parentes e amigos cumpriram os pedidos e levaram duas garrafas de whisky para agitar o funeral, junto com as músicas escolhidas. "Ele sempre foi alegre e feliz. Sei que fazer isso o deixou bem feliz”, declarou o filho Rodrigo Dias ao G1.

Aparecida Liberato, irmã de Gugu, numeróloga famosa na televisão na década de 90, falou - de maneira pública - pela primeira vez desde a morte do apresentador. No Instagram, ela fez um texto emocionante, lembrando o adeus ao irmão.

"Paz, em cada lenço branco que era abanado durante o cortejo. Amor, em cada lágrima derramada nos rostos tristes. Solidariedade, na presença inabalável das pessoas. Alegria, em cada salva de palmas. Generosidade, em cada aceno de adeus. Respeito, em cada silêncio. Esses lindos gestos e sentimentos que fizeram a despedida de Gugu foram os praticados por meu amado irmão durante toda a sua vida neste mundo físico. E esse é o legado que ele nos deixou, a nós, sua família e a seu público", escreveu.

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E continuou: "Ele amava as pessoas. Tudo o que ele queria era que todos estivessem felizes. Viver, para ele, tinha que ser desse jeito. Ser iluminado aqui na Terra, que inspirou tanta gente, deixa saudades e um enorme vazio em meu coração. Mas sua luz é gigante e agora brilha muito mais forte! Gugu continua a motivar em nós os bons e dignos sentimentos. Minha família e eu agradecemos o carinho e as palavras de conforto de milhares de pessoas, seu público, amigos, colegas, familiares! Que todos estejam em paz!"

Gugu não resistiu a uma queda dentro de sua casa em Orlando, Flórida, nos Estados Unidos, e morreu aos 60 anos de idade.

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O corpo de Gugu Liberato já está na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, na zona sul da capital paulista, onde irá ocorrer o velório aberto ao público entre o meio dia desta quinta-feira (28) e às 10 horas de sexta (29).

Segundo informações do R7, o corpo de Gugu chegou ao Brasil às seis horas da manhã desta quinta-feira, num voo da Azul Linhas Aéreas com origem de Orlando. A família estava embarcada no mesmo voo. A liberação aconteceu as 8h36 no aeroporto de Viracopos, em Campinas, e chegou por volta das 10h20 na Alesp. 

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O enterro acontecerá no Cemitério Gethsêmani, no bairro do Morumbi. Diferente do que havia sido informado anteriormente, a família do apresentador mudou de ideia e anunciou que o enterro poderá ser acompanhado pelo público também. O cortejo do velório para o enterro acontecerá em carro do Corpo de Bombeiros. Conforme informado pela assessoria de imprensa de Gugu, o caminho foi definido pela Polícia Militar e poderá sofrer alterações de acordo com o trânsito da cidade.

De acordo com a revista Marie Claire, uma triste coincidência marcará a família de Gugu. O apresentador será velado no mesmo dia da morte de seu pai, dez anos atrás, e enterrado na mesma data que ele. Augusto Claudino Liberato morreu no dia 28 de novembro de 2009, após enfrentar por anos o Alzheimer. Ele foi enterrado no dia 29 de novembro o cemitério Gethsêmani, no Morumbi. Exatamente uma década depois, Gugu também será sepultado no dia 29 de novembro no mesmo local.

Gugu Liberato sofreu um acidente em sua casa em Orlando, nos Estados Unidos, no dia 20 de novembro. Ele caiu quando fazia um reparo no ar condicionado no sótão de sua casa e bateu a cabeça na quina de um móvel. Ele teve a morte cerebral decretada na sexta-feira (22), aos 60 anos de idade.

Uma professora de 23 anos foi enterrada, na sexta-feira (1º), usando seu vestido de noiva. O sepultamento ocorreu às 9h, no mesmo horário em que estaria se casando. Milena Toschi de Andrade morreu atropelada por uma moto na manhã da quinta-feira (31) a caminho do trabalho em Francisco Morato, na Região Metropolitana de São Paulo.

 A família da vítima reclamou da ausência de sinalização da via onde houve o atropelamento. Um protesto de familiares e amigos foi feito no local no dia do ocorrido.

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 Segundo relatos, Milena atravessa a rodovia para pegar um ônibus, mas o motoqueiro não parou. Ele sofreu ferimentos leves, compareceu à delegacia, prestou depoimento e vai responder em liberdade.

 A professora estava morando há seis dias com o noivo em um apartamento que haviam comprado na zona oeste de São Paulo. Na lua de mel, viajariam ao Peru.

 Em nota, a Prefeitura de Francisco Morato lamentou a morte da jovem e disse que o Corpo de Bombeiros chegou ao local em oito minutos. Sobre a sinalização, o município disse reconhecer a gravidade da situação, mas aguarda repasse do Governo do Estado para iniciar as obras.

 Nas redes sociais, o primo de Milena, Gustavo Toschi, rebateu a resposta da prefeitura. "O resgate chegou após uns 40 minutos, somente com o motorista na ambulância, sem ninguém prontamente preparado para atender", ele relatou.

 Também nas redes, o noivo Ivan Viana publicou um texto em homenagem à professora. "Me dói tanto saber que ontem estávamos tão felizes por nossas conquistas, por nosso amor ser tão grande, por saber que amanhã iríamos realizar o nosso maior sonho que era nos casar, felizes por nossa casinha estar prontinha para começarmos nossa vida juntinhos como você sempre dizia", escreveu Viana.

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Como já diz a sabedoria popular, a única certeza que temos nesta existência é de que um dia vamos morrer. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, cerca de 3.500 pessoas morrem diariamente no Brasil e, ainda de acordo com o órgão, dentro de 28 anos o país terá mais mortes do que nascimentos anualmente. Esses números garantem a manutenção de um segmento que desconhece o significado da palavra crise - o funerário -, que fatura até R$ 7 bilhões por ano, segundo o Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep).

Com clientela permanente - e numerosa - este mercado precisa estar atento às demandas e necessidades de quem atende. Os modelos de funerária com caixões, ou melhor, urnas, simplórias, e cemitérios 'gelados' e cavernosos estão ultrapassados. A tendência atual do segmento é humanizar ao máximo o processo de luto dos que ficam, prestando um serviço cada vez mais personalizado, leve e, em alguns casos, bastante luxuoso.

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Para dar conta das novidades, o mercado funerário conta com uma grande quantidade de feiras e exposições dentro e fora do Brasil, relacionadas a esse universo. Nelas, empresários e profissionais do ramo se atualizam acerca dos novos modelos, estilos e formatos existentes para velórios e sepultamentos e os importam a partir da compatibilidade com a cultura de cada país. Nesses eventos, é possível encontrar opções das mais variadas e inusitadas, como urnas com glitter, produzidas pela empresa inglesa The Glitter Cofin Company; e as cerimônias que velam o morto como se ainda estivessem vivos, como os realizados pela Funerária Marín, de Porto Rico. 

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No Brasil, a tendência que está dominando o mercado é a do 'menos é mais'. As empresas estão buscando maior leveza para velórios e sepultamentos, sem contar na busca pela personalização dos serviços. Os cemitérios, sobretudo os particulares, também estão buscando tornar-se locais mais agradáveis oferecendo paisagens de muito verde em um ambiente de bastante tranquilidade.

Esse é o conceito de 'cemitério parque', empregado no Morada da Paz, cemitério do Grupo Vila, localizado em Paulista, Região Metropolitana do Recife. O lugar conta com 150.000 m², nos quais estão espalhados jardins, árvores e fontes que compõem o que eles chamam de “Campo Santo”, o local onde são sepultados os corpos. Os jazigos são sinalizados com pedras de mármore para que tenham maior leveza e elegância. Além disso, o espaço é pet friendly e é possível visitar os seus acompanhado pelo animalzinho de estimação. 

Paulyana Beltrão é supervisora administrativa do cemitério e há 11 anos trabalha no segmento. Ela começou como cerimonialista fúnebre e já acompanhou muitas mudanças no que diz respeito a velar e sepultar. "Eu comecei em 2008, quando eu botava no Google: 'cerimonialista fúnebre', não aparecia nada, era uma coisa nova. Fui a primeira no Grupo Vila, era tudo novo, a gente foi construindo (o trabalho)  de acordo com as necessidades das famílias". 

Ela explica que de lá para cá, a função do cerimonial se tornou quase indispensável e são esses profissionais que cuidam de todos os detalhes na hora de organizar e realizar as cerimônias de despedida. A personalização do serviço, formatando os velórios de acordo com o que cada cliente deseja, é o que pede o mercado atual. "A gente sabe que em uma cerimônia fúnebre preparada de acordo com o que a família pediu, a gente vai ser um facilitador do processo de luto. O feedback dessas famílias é algo maravilhoso", diz Paulyana. 

Paulyana trabalha no mercado funerário há 11 anos. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

A humanização na despedida dos entes queridos é buscada nos menores detalhes e ao longo de todo o processo. Para isso, são criados ambientes com tons neutros, mobília confortável e espaço de convivência para os visitantes, onde pode ser servido um coffee break. No Morada da Paz, uma sala específica, com banheiros privativos, área de integração e de estar, além de espaço mais reservado para a colocação da urna, foi criada pensando em oferecer maior privacidade e comodidade aos clientes. Segundo Paulyana, essa tendência é recente e foi trazida da Europa. "Querendo ou não, é um encontro social, é um momento de se amparar, mas também há muito papo colocado em dia, as pessoas se reencontram e conversam", explica. A sala não tem qualquer paramentação religiosa mas isso pode ser revertido caso seja do desejo da família.

No Grupo Baptista, localizado no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, as salas de velório seguem modelo parecido. Pintadas em cores claras, com sofás confortáveis e climatização, elas também contam com telões que podem exibir mensagens espirituais ou fotos do falecido, tudo acompanhado por música neutra ou religiosa. “A gente procura montar sempre um ambiente leve para que as pessoas fiquem mais tranquilas e confortáveis, é a tendência do mercado. O menos nessa hora ele se torna mais”, explica Herton Viana, proprietário da empresa. 

O grupo é remanescente da Casa Baptista, funerária com mais de 100 anos que funcionou na capital e acabou se desmembrando. Herton tem mais de duas décadas atuando no segmento funerário: "Quando eu cheguei, há uns 22 anos, a gente ainda fazia aquelas urnas roxa, preta, branca - eram no máximo quatro cores. Não tinha a variedade que a gente tem hoje", diz em referência à diversidade do mercado atual. 

Essa variedade pode ser encontrada não só nos serviços oferecidos como também nos produtos. As urnas funerárias, os caixões, vão do mais simples ao mais luxuoso, acompanhados pelos valores que podem ir de R$ 1.500 a R$ 17 mil, em diante. Elas vêm em cores e formatos variados, podendo ter escudo de time de futebol, bandeira LGBT, pinturas perolizadas, brilhantes cravados, tamanhos especiais para pessoas obesas  e interior confortável revestido de veludo, rendas e cetim. Sem esquecer do acolchoamento no fundo e o travesseiro. Em algumas indústrias, os modelos são desenvolvidos a partir de conceitos que vão do “glamour” ao “requinte francês” com destino a pessoas que foram “símbolo de liderança”, que “transcenderam” ou ainda as que tiveram uma “trajetória de proteção e união” em vida. 

Herton está há mais de 20 anos no segmento. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Para quem opta pela cremação, o mercado também dispõe de grande variedade de modelos. As urnas podem ser biodegradáveis - podendo ser cultivadas em vasos e jardins -, de madeira, de bronze, e até assinadas por renomados artistas plásticos, como as desenhadas pelo pernambucano Ricardo Brennand para o Morada da Paz. Também é possível guardar as cinzas de um ente querido em pequenos pingentes em formatos diversos que podem ser levados em colares ou pulseiras. Essas urnas podem ser mais acessíveis, com preços começando em R$ 500. Já as desenvolvidas por Brennand saem pelo valor de R$ 4.000. 

A cremação também é uma tendência que vem crescendo no país. Nos últimos 20 anos, o número de crematórios aumentou em 1.000 %. Os motivos que levam uma família a cremar o seu falecido são os mais diversos, os custos, um pouco menores que os de um sepultamento tradicional, costumam pesar na hora da escolha. Os donos de pet já contam com o serviço em alguns lugares do Brasil e para os animaizinhos também há pompas e circunstâncias na hora do adeus final. 

No entanto, o Nordeste ainda não prioriza essa opção. Segundo Paulyana Beltrão, no cemitério em que ela trabalha apenas 27% dos serviços são os de cremação. Apesar disso, já há uma preocupação em atender de forma confortável os clientes que escolhem essa maneira de se despedir. No Morada da Paz, a cerimônia de cremação envolve homenagens ao falecido com projeções de vídeos e música, chuva de pétalas  e na hora da entrega das cinzas uma sala especial é usada para que a família possa reviver a emoção da despedida. 

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Funeral personalizado

A personalização de velórios e sepultamentos é tendência absoluta no mercado atualmente. O objetivo dos chamados profissionais do luto - pessoas que trabalham em função dos que já se foram e seus familiares - é transformar cada despedida em um momento especial, realizada exatamente como deseja cada cliente. Para isso, agentes funerários e cerimonialistas precisam estar atentos às necessidades de cada família para transformar o momento do adeus em algo marcante e o menos doloroso possível.

"Antigamente se vendia o caixão, botava o corpo e ia pro cemitério, hoje não, hoje a gente faz uma homenagem a quem está partindo e aos familiares. A mudança do nosso segmento foi bem considerável", diz Herton Viana, que relembra de uma vez em que precisou mandar fabricar em uma indústria do Rio Grande do Sul uma urna roxa para atender ao último pedido de uma cliente.  

Os cerimonialistas ficam responsáveis por todo o processo do funeral, do começo ao fim. Eles preparam discursos, ornamentam salas e capelas e, em alguns casos, até mandam produzir camisas em homenagem ao morto, posts em redes sociais e o que mais a família pedir. Tudo é feito de acordo com os gostos e preferências que o falecido tinha em vida para que o último contato dos familiares seja percebido como uma celebração de sua passagem nesta existência.

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Os profissionais que fazem a necromaquiagem também se esforçam para dar ao momento um outro colorido. Eles fazem escova nos cabelos, reconstroem partes do rosto se preciso e colocam o perfume preferido do morto no corpo. As estratégias, na verdade, são voltadas para os vivos, que a partir delas acabam passando pelo momento de forma mais confortável e acolhedora. 

"Preparar uma cerimônia fúnebre é uma caixinha de surpresa. Quando a  gente pensa que já viu tudo a família vem e pede coisas que a gente nunca pensou", diz Paulyana. Ela conta que, certa vez, a irmã de um artista plástico falecido pediu que fossem misturadas às suas cinzas um pouco de glitter. A purpurina e a cinza seriam colocadas em um quadro feito pelo morto como última homenagem. 

Profissionais do luto

Cerimonialistas e agentes funerários trabalham para atender todos os pedidos dos familiares. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Entender o luto com um processo maior e mais profundo é importante para que agentes, cerimonialistas, atendendentes e demais profissionais do ramo possam oferecer um melhor serviço. A partir dessa compreensão, o mercado vem adequando seus produtos e serviços para que despedir-se torne-se uma experiência menos traumática e dolorosa. "Nós somos a extensão de cada família, nós precisamos fazer uma leitura da dor dela para atender suas necessidades", diz Herton. 

Apesar do tabu que ainda existe na sociedade em relação a esses lugares, como cemitério e funerária, e serviços, as pessoas que se dedicam a esse ramo, no entanto, não se detém a isso. Eles se vêem como "servidores" e entendem a importância do seu ofício como sendo ferramentas de apoio aos que estão passando por um momento de sofrimento. "A gente tem a guarda de pessoas muito especiais para os seus, é uma responsabilidade e é muito importante. É entender a dor do outro e fazer o possível para que aquilo se torne mais leve", sintetiza Paulyana.  

 

O incêndio que deixou três mortos na uisqueria Quatro por Quatro, no centro do Rio, pode ter começado em um depósito de materiais descartáveis, indicam os depoimentos de testemunhas ouvidas pelo delegado José Luiz Duarte, da 1ª DP do Rio, responsável pela investigação do caso. Os bombeiros mortos durante o combate ao fogo estão sendo sepultados na tarde deste sábado (19) com honras militares. Um quarto agente ferido continua internado em estado gravíssimo.

A perícia iniciada pela Polícia Civil no local, na manhã deste sábado, teve que ser interrompida por questões de segurança. "Ainda existe um pequeno foco de fogo, a temperatura está muito alta e o ambiente tem muita fumaça ainda", disse o delegado Duarte a jornalistas ao deixar a boate neste sábado. O trabalho dos peritos será retomado amanhã, às 9h. Por enquanto, as causas do incêndio e da morte dos três bombeiros continuam sem resposta.

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"Pelo depoimento das testemunhas que ouvimos ontem (sexta-feira), o incêndio teria começado em um depósito de descartáveis, onde havia papéis e talheres de plástico - sem gás ou alguma outra coisa que poderia ter dado início às chamas", explicou o delegado. Ele foi da perícia para o Instituto Médico Legal (IML), onde teria acesso à conclusão dos laudos com a causa da morte das vítimas.

De acordo com a corporação, as vítimas são o 2º sargento Geraldo Ribeiro e os cabos José Pereira e Klerton de Araújo. O vice-governador do Rio, Claudio Castro, e o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Roberto Robadey, estiveram nos velórios das vítimas, neste sábado, em cemitérios das zonas oeste e central do Rio.

O comandante voltou a dizer que os equipamentos usados pela equipe que atuou no incêndio eram novos e modernos, mas revelou que as vítimas tinham as vias aéreas queimadas, embora carregassem máscaras.

"Todos estavam com a máscara. Vamos apurar se estavam com a máscara colocada no rosto, pelo fato de estarem com as vias aéreas queimadas. Provavelmente eles estavam sem máscara em algum momento para chegar a esse ponto. Isso será objeto da apuração mais para frente", disse Robadey.

Na sexta-feira, o comandante Robadey explicou que os bombeiros mortos e feridos inalaram muita fumaça. Os militares, segundo ele, teriam sido sufocados porque o imóvel, antigo, tinha muitas divisórias, o que dificultou a saída rápida.

Questionado se houve erro no procedimento de segurança, o vice-governador Cláudio Castro disse ser incomum que quatro ou cinco profissionais tenham errado o protocolo ao mesmo tempo. "Qualquer coisa (que se diga) antes de sair o resultado da sindicância, da autópsia, é suposição", afirmou Castro.

Mais cedo o Corpo de Bombeiros confirmou que dos outros três integrantes da corporação que precisaram de socorro médico, dois continuam hospitalizados: o capitão Davi Mont’Serrat e o sargento Magalhães, que está em estado gravíssimo. Ambos estão no Hospital Central Aristarcho Pessoa, hospital da corporação. O capitão Thiago Agostinho Dias recebeu alta hoje pela manhã.

"O Magalhães nos preocupa ainda, mas está no nosso hospital, aos nossos cuidados", disse Robadey.

O fogo começou por volta das 11h30 de sexta-feira, 18. O antigo casarão onde funcionava a Quatro por Quatro - que se apresentava como "spa para homens" e tinha muitas funcionárias mulheres -, estava vazio, e o fogo foi rapidamente controlado num primeiro momento. A Rua Buenos Aires, no trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua da Quitanda, foi interditada pelos bombeiros, e os prédios ao lado, evacuados. A fumaça tomou a Avenida Rio Branco, e ruas próximas.

O incêndio envolveu a região em fumaça, que chegou à Igreja da Candelária. O tráfego do VLT chegou a ser parcialmente interrompido.

Na manhã deste sábado a área continuava interditada pela Defesa Civil na altura da Quatro por Quatro, no número 44. Dois carros do Corpo de Bombeiros e uma ambulância permaneciam posicionados no local. Responsável por apurar as condições estruturais do imóvel, a Defesa Civil também montou uma tenda no local.

"Começou um pouco antes do meio-dia. Só via fumaça, o pessoal saindo correndo e depois os bombeiros chegando. Eles chegaram rápido. Mais tarde vimos alguns bombeiros saindo chorando, outros passando mal. Foi bem triste", afirmou João Batista, que trabalha como porteiro em um prédio vizinho à boate há cinco anos.

O Corpo de Bombeiros abriu uma sindicância em paralelo à investigação da Polícia Civil para tentar esclarecer o caso. Cerca de 70 militares de 14 unidades participaram do combate às chamas e evacuação das vítimas, com apoio de 30 viaturas.

Extraoficialmente, em grupos de bombeiros em redes sociais, circulou a versão de que o fogo já estava controlado, na fase de rescaldo e, por isso, os soldados circulavam no prédio sem equipamento de proteção. Segundo essa versão, teria havido uma explosão por gás, o que o Corpo de Bombeiros não mencionou. Nas proximidades, não foi ouvido barulho de detonação ao longo do dia. Outra versão destacava que a queima de material de isolamento acústico teria gerado gases tóxicos.

Trabalhadores das empresas que funcionavam nas imediações permaneceram no local para acompanhar o trabalho dos agentes contras as chamas. Quatro caminhões e outros três veículos dos Bombeiros foram mobilizados para apagar o incêndio. Depois do incidente que resultou nas mortes, a fumaça negra aumentou, indicando que o fogo aumentara.

O Corpo de Bombeiros informou que a boate tinha alvará de funcionamento e estava com a documentação em dia.

O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), decretou luto de três dias no Estado. "Quero manifestar meu pesar. Foram heróis que perderam suas vidas cumprindo o seu dever. Ordenei rigorosa apuração de todos os fatos que ocorreram durante o combate ao incêndio e que resultaram nesta tragédia. Presto solidariedade às famílias das vítimas. Que Deus os receba e abençoe", disse o governador em nota oficial.

O enterro do estudante Kelvin Gomes Cavalcante, de 17 anos, morto na quinta-feira (10) enquanto cortava o cabelo na favela Para-Pedro, em Colégio (zona norte do Rio), terminou em confusão e tiros, nesta sexta-feira (11), em frente ao cemitério de Irajá, também na zona norte.

Policiais militares acompanharam o enterro "por medida de segurança", segundo nota divulgada pela Polícia Militar. "Após o enterro, um grupo que participava do cortejo obstruiu a via e depredou um ônibus que passava pela Avenida Monsenhor Felix", afirma a PM. "Policiais intervieram e resgataram o motorista do ônibus. Houve um princípio de tumulto, momento em que um dos policiais se descontrolou e realizou disparos de arma de fogo."

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Segundo a PM, o militar foi preso em flagrante e encaminhado à 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. "Ele será avaliado e acompanhado pelo setor de psicologia", diz a nota.

Imagens registradas por participantes do enterro mostram um policial dando chute em uma pessoa. Em seguida o mesmo PM atira pelo menos duas vezes para o alto com seu fuzil.

"Os vídeos que circulam nas redes sociais estão sendo analisados e serão utilizados na apuração da Corregedoria", afirmou a PM. "O comando da Polícia Militar reitera que a conduta do policial não é condizente com os protocolos de atuação instruídos e empregados pela Corporação. A PM reafirma ainda seu compromisso em não tolerar ações descabidas de seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos em tais incidentes", conclui a nota da PM.

O caso

Cavalcante estava no cabeleireiro quando foi atingido. A PM afirma que ele foi vítima de bala perdida. A família da vítima nega, diz que naquele momento não havia confronto entre policiais e criminosos e que o adolescente foi atingido por seis tiros. Outra pessoa que estava no cabeleireiro também foi baleada, mas sobreviveu e está internado em estado "estável", segundo a polícia.

Os franceses prestam, neste domingo (29), uma homenagem popular a seu ex-presidente Jacques Chirac, figura política do país durante quatro décadas, que faleceu na quinta-feira (26) e foi reconhecido como "profundamente francês", tanto por suas qualidades quanto por seus defeitos.

O tributo popular será organizado no Palácio dos Inválidos, em Paris, um dia antes de um dia de luto nacional e uma cerimônia oficial na presença de inúmeras personalidades estrangeiras.

A morte de Chirac, "o humanista", uma figura mítica da direita francesa que estava doente há anos e que pouco aparecia em público, comoveu o país que presidiu por 12 anos (1995-2007), depois de ter sido prefeito de Paris entre 1977 e 1995.

Desde quinta-feira, cerca de 5.000 franceses, alguns deles muito jovens, assinaram os livros de condolências no Palácio do Eliseu, onde deixaram elogios fervorosos e expressaram sua "ternura" e admiração por Chirac.

O ex-presidente será sempre lembrado por ter se oposto à guerra do Iraque em 2003, por ter reconhecido a responsabilidade da França na deportação judeus durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial e por sua frase "nossa casa está queimando", um alerta sobre a situação climática lançado em 2002.

Segundo uma pesquisa publicada no Journal du Dimanche, Chirac, cuja popularidade não parou de crescer desde que deixou o Eliseu em 2007, tornou-se o presidente da Quinta República mais amado pelos franceses, empatado com Charles de Gaulle .

Muitos preferem não mencionar as questões judiciais de quem, em 2011, se tornou o primeiro ex-presidente francês a ser condenado (dois anos de prisão com suspensão da pena, por um caso de empregos fantasmas na prefeitura de Paris).

"Ele tinha um lado humano que nem todo mundo tem atualmente na política [...] Não era alguém perfeito, mas é por isso que gosto tanto dele", disse no sábado à AFP Thibaud, 23 anos.

A afeição demonstrada por seus concidadãos se deve "mais" ao "que era" do que "ao que fez", considerou o jornal conservador Le Figaro.

"Ele se ajustou às contradições de um país", acrescentou o jornal, para o qual o ex-chefe de Estado "era profundamente francês, com suas virtudes e fraquezas".

O pátio do Palácio dos Inválidos, um monumento que abriga, entre outros, o túmulo de Napoleão, será aberto ao público a partir das 14h00 (9h00 de Brasília) para quem quiser se despedir do ex-presidente.

O caixão estará na entrada da catedral Saint-Louis-des-Invalides.

- Líderes estrangeiros -

Na segunda-feira, dia de luto nacional, uma cerimônia reservada à família será realizada pela manhã antes das honras militares, na presença do atual chefe de Estado francês, Emmanuel Macron.

Ao meio-dia, um serviço solene presidido por Macron será realizado na igreja de São Sulpício, em Paris.

A presença de numerosas personalidades estrangeiras é esperada, com cerca de 30 chefes de Estado e de governo anunciados.

Entre eles, o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, o da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o russo Vladimir Putin, o italiano Sergio Mattarella e os primeiros-ministros do Líbano, Saad Hariri, e da Hungria, Viktor Orban. Também estarão presentes líderes da época em que Chirac esteve no poder, como o ex-presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero e o ex-chanceler alemão Gerhard Schröder.

Ás 15h00, um minuto de silêncio será observado nas escolas e repartições públicas.

Além de seus dois mandatos como presidente da República e três como prefeito de Paris, Jacques Chirac também foi primeiro-ministro duas vezes (1974-1976 e 1986-1988), fundou dois partidos conservadores - RPR e UMP -, ministro em várias ocasiões desde os 34 anos e deputado de Corrèze (centro).

Ao longo de sua carreira, o falecido ex-presidente permaneceu fiel à sua rejeição à extrema direita, sua preocupação com a coesão nacional e sua visão gaullista da política internacional da França, considerada uma potência equilibrada que dialogava com todos os atores.

O enterro do corpo da menina Agatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, foi marcado por indignação e comoção, na tarde deste domingo, 22, no cemitério de Inhaúma, zona norte do Rio.

Agatha foi atingida nas costas por um tiro de fuzil dentro da Kombi em que viajava, no Complexo do Alemão, na noite de sexta-feira, 20.

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"Ela está no céu, que é o lugar que ela merece", disse o avô da menina, ao lado de outros parentes, todos inconsoláveis.

O cortejo até o cemitério reuniu uma pequena multidão.

"A polícia matou um inocente. Não teve tiroteio nenhum. Foi dois disparos que ele deu. É mentira!", gritava, muito abalado, um homem que seria o motorista da Kombi. Ele teria visto um policial atirando e ajudado a socorrer a menina.

No velório, outras pessoas contestaram a versão oficial da Polícia Militar, de que Agatha teria sido ferida num confronto entre policiais e criminosos.

"Quem matou foi o Estado", dirigiu-se um homem a jornalistas, sem se identificar.

"Não houve confronto", completou outro.

Manifestação

Moradores e ativistas convocaram nova manifestação neste domingo, pedindo o fim da violência policial no conjunto de favelas em que a menina foi atingida. A concentração de manifestantes foi marcada para 13h, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Itararé. Depois, os participantes seguiram juntos para o velório da menina.

"Eu tenho uma filha de oito anos, ela fica desesperada quando tem operação na comunidade. É muito tiro, parece que o tiro é dentro de casa", disse Marcos Henrique Nascimento Lopes, de 39 anos, líder de um grupo de mototaxistas que participaram do protesto. "Somos moradores, não temos culpa dessa política de segurança pública que não funciona na comunidade. Reconhecer o erro não é vergonha, vergonha é insistir no erro", completou.

Também pai de uma menina de oito anos de idade, o ator Fábio Assunção participou da manifestação.

"Vim prestar minha solidariedade, o luto, não dá pra ir mais pra baixo do que isso", disse o ator. "Não é só o caso da Agatha, diariamente a gente está vendo coisas que são impensáveis. A sociedade tem que se pronunciar, se colocar", acrescentou.

Perícia

A Polícia Civil informou que enviará para perícia as armas dos policiais militares que estavam em patrulhamento na noite de sexta-feira no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, no momento em que Agatha foi atingida.

"A gente vai acompanhar o inquérito. Já acompanhamos a primeira testemunha ontem do caso, que é o motorista da Kombi que viu que foram os policiais que atiraram em direção à Kombi, que vitimou a Agatha. E vamos procurar, essa semana vamos na localidade procurar testemunhas, conversar com as testemunhas. Quando o autor do fato é um agente de Estado as pessoas têm medo. Então a gente vai conversar com eles, tentar convencer, apresentar os programas de testemunhas que existem, pra poder garantir que essas testemunhas falem", contou o advogado Rodrigo Mondego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), que está acompanhando o caso.

Após ser alvejada, Agatha foi levada para o hospital, mas não resistiu ao ferimento e morreu na madrugada deste sábado, 21. A Polícia Militar alega que os agentes que atuavam no local tinham sido alvo de criminosos, mas parentes da menina e testemunhas relataram que não houve confronto e que os policiais teriam atirado contra uma motocicleta que passava na hora, com dois homens a bordo.

As armas dos policiais militares passarão por confronto balístico com o projétil retirado do corpo da vítima no Instituto Médico Legal. De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), familiares de Agatha Félix já prestaram depoimento neste sábado, e novas testemunhas serão ouvidas a partir desta segunda-feira.

No decorrer dessa semana, a polícia determinará a data para a reconstituição do disparo que vitimou Agatha.

Witzel

A morte de Agatha causou comoção e motivou críticas de entidades à política de segurança pública do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). A Defensoria Pública do Estado condenou a "opção pelo confronto", enquanto a seção Rio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) destacou o "recorde macabro" de 1.249 pessoas mortas pela polícia no Estado de janeiro a agosto.

O assunto também mobilizou a internet. A hashtag a "A culpa é do Witzel" figurou entre as mais citadas no ranking do Twitter Brasil ao longo do dia de sábado.

Moradores, parentes e amigos da família de Agatha participaram no sábado de um protesto contra a violência policial nas comunidades que formam o Complexo do Alemão. Em vídeos postados nas redes sociais pelo jornal comunitário Voz das Comunidades, era possível ver os manifestantes carregando faixas com nomes de algumas das vítimas de confrontos e mensagens como "Parem de nos matar", "Chega de morte" e "Não quero enterrar meu filho". Os líderes do protesto pediam um basta à violência e ao uso de helicópteros da polícia que têm sobrevoado as comunidades fazendo disparos contra a favela.

Em nota, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro informou que lamentava "profundamente a morte da pequena Agatha no Complexo do Alemão" e manteve a versão de que os agentes apenas revidaram a uma agressão de criminosos "quando foram atacados de várias localidades da comunidade de forma simultânea". No entanto, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) comunicou que abrirá "um procedimento apuratório para verificar todas as circunstâncias da ação".

O corpo do ex-governador de São Paulo Alberto Goldman (PSDB) foi sepultado às 16h no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo. Antes do sepultamento, Flávio, um dos cinco filhos do ex-governador, disse que Goldman demonstrava indignação com os retrocessos políticos no Brasil até os últimos dias de vida. Ele tinha 81 anos e estava internado no hospital Sírio-Libanês, onde passou por cirurgia em função de uma hemorragia no cérebro, mas não resistiu.

"Ele se indignava e se revoltava inclusive com a situação trágica de retrocessos que vivemos hoje no Brasil", disse Flávio ao se despedir do pai. A pedido da família, o enterro teve uma cerimônia breve conduzida pelo rabino Yossi Alpern.

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O corpo estava cercado por amigos e parentes. O senador José Serra (PSDB-SP), os ex-vereadores Andrea Matarazzo (PSD), Nabil Bondouki (PT) e o vereador José Rolim (PSDB) eram os únicos políticos presentes. A maior parte das autoridades se despediu do ex-governador mais cedo, no velório.

Serra ressaltou que a ausência de Goldman é ainda mais sentida no momento em que o PSDB passa por mudanças radicais sob o comando do governador João Doria, desafeto do ex-governador. "Ele foi um grande homem público, um batalhador na luta pela redemocratização e por um novo desenvolvimento do Brasil. Neste momento do PSDB e do Brasil, vai fazer mais falta ainda", disse Serra.

Velório

Mais cedo, o velório reuniu lideranças políticas de diversos partidos na Assembleia Legislativa de São Paulo. A grande ausência foi o governador João Doria, desafeto do tucano. O atual governador paulista decretou luto de três dias e ofereceu o Palácio dos Bandeirantes para a família velar o corpo. Os familiares, porém, optaram pela Assembleia.

Presente ao velório, ex-governador Geraldo Alckmin exaltou o papel de Goldman como referência para os tucanos: "Ele é uma bela luz para orientar os novos tempos do PSDB. Sempre foi muito coerente, com uma linha só: olhar para social, defesa da democracia".

Depois de apoiar Paulo Skaf na disputa pelo governo paulista no ano passado, o ex-governador foi alvo de um pedido de expulsão do PSDB por parte do grupo do governador João Doria. "Goldman foi muito generoso comigo. No ano passado, quando fui candidato a governador, ele abertamente me apoiou apesar de estar no PSDB. Guardo com muito carinho essa atitude", disse Skaf ao chegar ao velório.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, lembrou que esteve ao lado de Goldman no período da democratização e classificou o ex-governador como um homem "correto e sério". O vereador e ex-senador Eduardo Suplicy, do PT, contou que entrou no MDB nos fim dos 70 incentivado por Goldman. "Ele era uma voz progressista no PSDB", afirmou o petista.

O ex-presidenciável Eduardo Jorge, da Rede, chamou Goldman de "porto seguro" no PSDB. "Essa polarização infernal que o Brasil copiou da Argentina está destruindo o PSDB. A perda de Goldman acelera mais esse processo. Goldman era um porto seguro de pessoas sensatas e fiéis ao ideário social-democrata do PSDB".

Goldman morreu no início da tarde de ontem. Ele tinha 81 anos e estava internado desde 19 de agosto no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após passar mal e ser submetido a uma cirurgia no cérebro.

Cerca de 50 pessoas acompanharam, na tarde desta quarta-feira, 21, o enterro de William Augusto da Silva, de 20 anos, que na terça-feira, 20, sequestrou, na ponte Rio-Niterói, um ônibus com 39 pessoas que seguia de São Gonçalo (Região Metropolitana do Rio) para o Rio de Janeiro. Ele foi morto por um atirador de elite da Polícia Militar, após manter reféns por cerca de quatro horas. Ninguém mais se feriu.

Silva foi enterrado às 17h25, no cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo. Nenhum familiar nem amigo da família quis conversar com a imprensa. O velório e o enterro transcorreram sob muita comoção. A mãe e uma tia dele choravam compulsivamente, e a mãe precisou ser medicada. Após o enterro, a tia insistia em permanecer ao lado da sepultura: "Ele tem que ir embora comigo. Eu vou cuidar melhor dele", repetia a mulher.

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Segundo os reféns, o homem dizia apenas que queria "entrar para a história". A ação toda, no entanto, parecia planejada, segundo as testemunhas. O sequestrador havia levado os potinhos de garrafa PET para colocar gasolina, barbante para amarrar os passageiros, coquetel molotov, além de uma faca, uma arma falsa e teaser.

"Ele só falava que queria entrar para a história, que a gente ia entrar para a história e que teria muita história pra contar", disse o professor de Geografia Hans Miller, de 34 anos, que estava no ônibus. Segundo Miller, embora ele tenha pendurado os potes com gasolina por todo o ônibus, em nenhum momento ele ameaçou botar fogo no veículo.

Daniele Farias, de 38 anos, mulher de um outro refém, com quem manteve contato por mensagem durante todo o sequestro, contou uma história parecida. "Meu marido falou comigo o tempo todo, dizendo que estava tudo bem, que ele não estava ameaçando ninguém, que estava calmo e que o que ele queria era parar a cidade, botar o terror", declarou Daniele.

Centenas de pessoas assistiram na sexta-feira (16) ao funeral de uma mulher que mal conheciam, vítima do tiroteio em El Paso no início deste mês, depois que seu marido abriu a cerimônia para público.

Quando Margie Reckard, de 63 anos, morreu baleada no ataque que matou 22 pessoas em uma loja da rede Walmart na cidade fronteiriça do Texas em 3 de agosto, seu marido, Antonio Basco, pensou que teria de enterrá-la sozinho, relata a imprensa local.

O agora viúvo, de 61 anos, casado com Margie por mais de duas décadas, decidiu que "todos eram bem-vindos" à cerimônia. Seu desejo foi publicado no site da funerária.

Antonio e Margie não tiveram filhos, mas ela, sim, de um casamento anterior. Eles também foram se despedir.

O resultado foi comovente. Antonio recebeu uma avalanche de mais de 10.000 mensagens e mais de 900 arranjos de flores, alguns de lugares tão distantes quanto a Ásia, noticiou o jornal "The New York Times".

Na sexta-feira, cerca de 700 pessoas esperaram na fila, sob um calor de quase 38°C, para manifestar seus pêsames.

Diante da inesperada resposta, o funeral, que incluia uma banda de "mariachis" e canto, precisou ser transferido para uma instalação maior.

"Isso é incrível", disse Basco, que chorava ao agradecer a cada um dos presentes, segundo um vídeo publicado on-line pela imprensa local.

"Tínhamos um vínculo que não se pode imaginar", disse Basco na quinta-feira ao jornal local "El Paso Times".

"Ela foi meu primeiro amor", contou.

Todos os dias, o viúvo tem deixado flores no memorial improvisado em homenagem às vítimas na frente da loja da Walmart, onde aconteceu a tragédia.

Alguns dos presentes viajaram de outros municípios e até estados para a cerimônia. E muitos são membros da comunidade abalada por esse ato de violência que pôs a cidade no centro da atenção nacional.

O enterro acontece hoje, no cemitério Restlawn, em El Paso.

Antes do ataque, o agressor, de 21 anos, havia publicado na Internet um manifesto supremacista branco, no qual denunciava uma "invasão hispânica" ao Texas.

El Paso está às margens do rio Grande, que marca a fronteira dos Estados Unidos com o México. Pelo menos 83% de seus 680.000 habitantes são de ascendência hispânica.

Este triste episódio aconteceu horas antes de outro ataque similar em Dayton, no estado de Ohio. Neste último, um homem atirou e matou nove pessoas, reavivando os pedidos por melhores controles sobre a venda e porte de armas nos Estados Unidos.

Com muita emoção e homenagens, foi velado na manhã desta segunda-feira (29) o corpo da atriz Ruth de Souza, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que fica na Cinelândia, centro da cidade. Chamada de primeira dama negra do teatro brasileiro, Ruth morreu ontem, aos 98 anos, no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, onde estava internada no Centro de Tratamento Intensivo desde a última segunda-feira (22) para tratar de uma pneumonia.

A irmã de Ruth, Maria Pinto de Souza, de 94 anos, não conteve as lágrimas ao conversar com a imprensa. “Não tenho nem palavras. Perdi uma amiga, perdia uma irmã, perdi a metade da minha vida”.

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Sobrinha da atriz, Glória Maria de Souza Bastos destacou que, apesar de não ter tido filhos, Ruth era a matriarca da família.

“Foram 98 anos muito bem vividos, ela com certeza realizou todos os sonhos que ela teve para ela e para a família. Ela sempre nos preservou muito, sempre esteve presente em todos os momentos, sempre nos ajudou bastante. Era uma matriarcona da família”.

O ator Tony Tornado lembrou que interpretou o filho de Ruth na novela Sinhá Moça, de 1986, no qual ela fez uma participação especial. Ruth integrou também o elenco do filme Sinhá Moça, de 1953, trabalho pelo qual foi a primeira brasileira indicada para um prêmio internacional, no Festival de Veneza.

Para Tornado, a atriz foi uma diva e sua partida “enfraquece o batalhão” dos atores negros brasileiros, caminho que ela ajudou a abrir para os demais trilharem.

“Enfraquece muito as nossas raízes, a nossa existência. Mas nós vamos continuar essa luta. A gente sabe que é difícil, muito difícil, mas, como ela dizia, a luta continua e a vitória é certa. Ela foi um referencial para todos nós. Aliás, a situação precursora é sempre muito difícil, porque ninguém nunca fez nada antes, ela foi a primeira. Ela é a razão de tudo isso estar acontecendo com a gente, com a raça, com a nossa profissão, principalmente”.

A jornalista e escritora Susana Maria Fernandes destaca que Ruth de Souza é um ícone para o movimento negro brasileiro. “Ela é um exemplo pra gente, porque quando ela estava no auge, havia racismo no Brasil e era muito difícil. E hoje existe racismo no Brasil e é difícil. Então, a Ruth de Souza é um exemplo de que a gente não pode fraquejar por causa de racismo ou outras coisas mais. Nós temos que ter força e a força que ela teve fica pra gente”.

Para a atriz Nathalia Timberg, Ruth de Souza foi fundamental no papel de construir o lugar nas artes cênicas brasileiras para o ator negro.

“Eu conheço a Ruth desde 1948, eu estava no teatro universitário e ela estava sendo a alma do Teatro Experimental do Negro, junto com o Abdias Nascimento. Foi quando eles começaram a batalhar para trazer o ator negro no Brasil para a posição que ele tem por direito pelo que ele é. Não pela etnia em si, mas pelo grande talento que tem e pelo muito que tem para contribuir na formação da nossa cultura”.

Ao meio-dia, foi celebrada uma missa no hall do Theatro, encerrada por volta de 12h30 com muitos aplausos em homenagem à Ruth. O enterro será 16h30, no Cemitério da Penitência, no Caju, em cerimônia fechada para a família.

 

Milhares de tunisianos acompanharam, neste sábado, o cortejo fúnebre do presidente Beji Caid Essebsi, que morreu aos 92 anos, em um momento comovente de unidade nacional.

Agitando bandeiras e entoando o hino nacional sob um sol escaldante, a multidão saudou a procissão fúnebre ao longo de seu percurso de vinte quilômetros, do Palácio de Cartago ao cemitério de Djellaz, em Túnis.

"Vim aqui para prestar homenagem ao seu trabalho em favor das mulheres", disse Farah, uma arquiteta no meio da multidão.

A polícia organizou um forte esquema de segurança para esse funeral na presença de vários líderes estrangeiros. Um helicóptero sobrevoou a área.

Primeiro presidente democraticamente eleito por sufrágio universal na Tunísia, que morreu alguns meses antes do final do seu mandato, Beji Caïd Essebsi foi enterrado ao lado de membros de sua família.

Uma cerimônia oficial reuniu sua família, altos funcionários tunisianos e líderes estrangeiros, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente palestino Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro líbio Fayez El Sarraj e o presidente argelino Abdelkader Bensalah.

Os presidentes maltês e português, o emir do Catar, o rei da Espanha, o príncipe Moulay Rachid, do Marrocos, também estiveram presentes.

"Ele era um estadista por excelência", disse o presidente da Tunísia, Mohammed Ennaceur, de 85 anos, que foi empossado imediatamente após a morte do presidente na quinta-feira.

Ele estava "ansioso pelo sucesso da transição democrática", acrescentou.

"Em tempos difíceis, quando o obscurantismo ameaçava (...) ele esteve entre aqueles que corajosamente defenderam uma Tunísia iluminada, aberta e tolerante", disse Macron.

- "Pertencia ao povo" -

O caixão, coberto com as cores da bandeira da Tunísia, deixou o palácio presidencial cercado por cerca de vinte cavaleiros do Exército. Foi colocado em um caminhão militar, precedido por motociclistas. Centenas de carros seguiram na procissão fúnebre.

Nos muitos cafés da avenida Bourguiba, clientes assistiram pela televisão a cerimônia transmitida ao vivo.

Aviões da força aérea sobrevoaram o local, deixando uma rastro de fumaça vermelha e branca, as cores da Tunísia.

"Sinto imenso pesar pela perda de uma pessoa muito querida que nos unia. A História se lembrará dele", disse Amira, uma expectadora.

Primeiro presidente tunisiano a morrer durante o exercício de suas funções, Essebsi foi enterrado no jazigo da família no meio da tarde.

"Beji Caid Essebsi pertence ao povo e todo tunisiano tem o direito de assistir ao seu funeral", escreveu seu filho Hafedh, no Facebook.

Ele deixa para trás importantes assuntos inacabados, incluindo a consolidação das instituições que garantem a democracia.

Mohamed Ennaceur atuará como presidente por um período máximo de 90 dias, até o final de outubro.

A autoridade superior independente responsável pela organização das eleições (Isie) anunciou uma eleição presidencial a partir de 15 de setembro. As eleições legislativas estão, em princípio, marcadas para 6 de outubro.

A Tunísia é o único país árabe que viveu a Primavera Árabe a continuar no caminho da democratização, apesar da turbulência política, lentidão econômica e ataques jihadistas.

Depois de brigar por causa de uma pipa, o adolescente Gabriel Finatti Natlini, de 16 anos, foi morto com dois tiros. O jovem chegou a ser socorrido pelos moradores do bairro Jardim Danúbio, no município de Agudos, São Paulo, mas não resistiu. O crime aconteceu na última segunda-feira (24). O suspeito está sendo procurado.

A polícia afirma que a briga foi motivada porque a pipa caiu na casa do vizinho que, irritado, efetuou os disparos fatais. De acordo com publicação do G1, Gabriel foi enterrado no Velório Municipal de Agudos nesta última terça-feira (25).

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