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O secretário estadual da Fazenda, Décio Padilha, se comprometeu nesta terça-feira (28), em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe), a quitar os restos a pagar referentes aos fornecedores de medicamentos especiais e excepcionais, fornecidos pelo programa de assistência farmacêutica estadual, além de executar por completo o orçamento da ação para as novas compras, referentes ao ano corrente.

 Somando os R$ 75,6 milhões dos restos a pagar (compras realizadas e não pagas dos anos anteriores) aos R$ 70 milhões do tesouro estadual reservados na Lei Orçamentária de 2019, são R$ 145,6 milhões. O valor é 811% acima do realizado em 2018, quando houve um corte de 96,5%, por parte do governo Paulo Câmara, no programa – naquele exercício, foram pagos apenas R$ 15,97 milhões dessa ação.

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 O posicionamento do secretário veio em resposta a um questionamento da deputada estadual Priscila Krause (DEM), que lembrou o fato da crise de desabastecimento da Farmácia do Estado ter sido justificada principalmente pela não liberação de recursos, por parte da Secretaria da Fazenda, para que o Fundo Estadual de Saúde fizesse os pagamentos.

 O TCE, através da sua Primeira Câmara, em votação da auditoria especial sobre o programa de fornecimento de remédios, recomendou que se “envidasse esforços junto ao Governo do Estado e respectiva Secretaria da Fazenda, no sentido da elevação do repasse de recursos, com vistas a eliminar o endividamento da Secretaria de Saúde junto aos fornecedores de medicamentos padronizados e de insumos”.

 De acordo Priscila Krause, o mais importante é que se paguem as dívidas, mas não se deixe de lado os pagamentos referentes às novas compras. “Eu falo em cento e quarenta milhões de reais porque não adianta fechar um buraco antigo e abrir um novo. Esse fluxo de entrega, pelos laboratórios e distribuidores, só vai se normalizar se as compras desse ano, as compras novas, não entrem novamente em restos a pagar”, registrou.

 Por sua vez, o secretário contou ter assinado acordo, acompanhado do secretário de Saúde, André Longo, e do procurador-geral do Estado, Ernani Varjal, parcelando as dívidas com fornecedores. “Esse acordo, assinado por escrito, preserva o pagamento do corrente. Pago cinco milhões por mês do corrente e a parcela referente aos setenta e cinco milhões da dívida”, explicou.

A deputada Clarissa Tércio (PSC) anunciou que realizará uma audiência pública sobre o desabastecimento nas Farmácias do Estado no próximo dia 15 de maio. Fruto de requerimento do deputado William Brigido (PRB), o debate foi aprovado na Comissão de Cidadania da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

A parlamentar lembrou que um pedido para discutir o tema já havia sido apresentado pela colega Priscila Krause (DEM) e rejeitado em Plenário. “Vamos configurá-la como co-autora dessa solicitação”, informou. “Lemos notícias repercutindo as queixas frequentes das pessoas que necessitam de medicamentos. Também tenho recebido uma grande demanda de solicitações”, complementou.

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De acordo com ela, constatou-se a falta de 139 dos 231 medicamentos que deveriam ser ofertados pelas Farmácias do Estado. “A Secretaria de Saúde emitiu nota informando que está em processo de aquisição dos remédios ou que o fornecedor atrasou a entrega. Mas, na ‘blitz da Oposição’, comprovamos que a saúde no nosso Estado está um caos”, observou.

A deputada finalizou dizendo que o debate será realizado por uma questão de respeito. “Vamos fazer o debate em respeito ao povo Pernambucano, aos pacientes que necessitam dessas medicações”, concluiu Tércio.

Alegando falta de pagamento, os terceirizados da farmácia do Estado de Pernambuco ameaçam paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir da segunda (24). A categoria garante estar sem receber salário, vale-transporte e tíquete alimentação há mais de um mês.

Em nota, os profissionais afirmaram que aguardam o pagamento até esta sexta-feira (21); caso contrário, eles cruzam os braços na próxima semana. "Se não tiver pagamento, segunda-feira não tem funcionário", explicou Rinaldo Lima, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação de Pernambuco (Stealmoaic-PE). 

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Na manhã de hoje, 110 funcionários terceirizados da farmácia promoveram uma paralisação como forma de advertência. Após as 9h30, os trabalhadores retornam as atividades. Essa foi a segunda paralisação da categoria esta semana.

De acordo com Rinaldo, o sindicato patronal informou que o Governo do Estado deve R$ 200 milhões às empresas terceirizadas com que tem contrato e elas não têm condições de pagar as folhas de julho ou agosto.

Com informações da assessoria

Ainda prejudicados pela falta de Insulina Lantus na Farmácia do Estado, pacientes diabéticos terão que aguardar ainda mais pela reposição do estoque do medicamento, em falta há mais de quatro meses. Segundo portadores da doença, a Lantus tem papel fundamental na regulação do nível de glicose no organismo, mas o alto custo do medicamento em farmácias tradicionais leva os pacientes a contarem com a distribuição gratuita do Estado. 

A respeito da falta de distribuição da Lantus, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou, em setembro, que o remédio estaria em falta por questões burocráticas de licitação e o estoque seria reposto no início de outubro. 

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Passado o prazo, o Portal LeiaJá entrou novamente em contato com a SES. Em nota, o órgão informou que o medicamento já foi comprado e é necessário esperar apenas a entrega da insulina pelo fornecedor, o que deve acontecer na segunda quinzena do mês de outubro. 

Essencial para o tratamento de pacientes diabéticos, a Insulina Lantus – tipo especial e moderno do medicamento – está há cerca de três meses em falta na Farmácia do Estado. A burocracia que envolve a compra do produto pela Secretaria de Saúde faz com que muitos dos que têm a doença precisem se desdobrar para conseguir comprar o medicamento em farmácias convencionais, muitas vezes fazendo dívidas ou pedindo apoio financeiro a amigos e familiares. 

De acordo com a Drª Elcy Aragão, médica da Associação Pernambucana do Diabético Jovem (APDJ), a Glargina (comercialmente conhecida como Lantus) é importante para manter os níveis de glicose durante um dia inteiro. “A Lantus regula o nível de glicose do paciente e evita hipoglicemia – em casos de baixa da glicose – ou problemas oculares e renais, geralmente ocasionados pela alta de açúcar no sangue”, explica a médica. Com a dose adequada da Lantus, o paciente pode passar um dia com as taxas em equilíbrio. Apesar de existirem outros tipos de insulina no mercado, como a NPH, os pacientes afirmam se sentirem melhores após a injeção do medicamento.

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Gabriel é um dos diabéticos beneficiados pela Farmácia do Estado, mas há três meses, sua mãe não encontra outra alternativa a não ser adquirir a insulina nas farmácias convencionais. “Meu filho precisa de três refis de Lantus por mês e cada um custa cerca de 95 reais. Já fiz dívidas no cartão de crédito e pedi dinheiro a amigos e familiares. Cheguei ao ponto de não conseguir comprar e ele ficou uns quatro dias sem tomar essa insulina”, lamenta Lucicleide. “Já recebemos doações, mas não são suficientes porque existem outras famílias carentes que precisam do medicamento”, explica a mãe do jovem de 14 anos. "Sem essa insulina, sinto muitas dores de cabeça, cansaço e minha visão fica embaçada. Na época, fui ao oculista, mas ele disse que o problema era por causa da taxa de glicose no sangue", conta o adolescente.

Além de Lucicleide e Gabriel, muitas outras famílias precisam dos medicamentos. Pedro Paulo é professor e diz que a distribuição da Lantus pela Farmácia do Estado tornou-se irregular há cerca de quatro meses. "Desde junho que não recebemos a Lantus com frequência. Julho foi o último mês que a Farmácia nos entregou, mas desde então eles dizem que o medicamento está em falta e não dão previsão de entrega. Minha filha e minha esposa são diabéticas, então o custo é dobrado. A Lantus é a insulina mais eficaz, mas também é a mais cara do mercado. Passo por apertos, mas tenho condições de comprar, mas a ajuda da Secretaria de Saúde é muito importante para a minha e para outras famílias mais precisadas do que a minha. Todo período político é a mesma coisa", reclama. 

Segundo a APDJ, os custos do tratamento de um paciente diabético não envolvem somente a insulina. Com a compra de lancetas para medir o nível de glicose no sangue, de doses de insulina de ação rápida e agulhas para injetar o medicamento, o valor pode chegar a cerca de 800 reais mensais, caso os medicamentos não sejam fornecidos pelo Estado. “No início, gastei mais ou menos mil reais para comprar todas as coisas que o meu filho precisa”, conta Lucicleide. 

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a Lantus está entre os cinco tipos de insulina distribuídos pelo Estado, apesar de estar em falta há cerca de três meses. Ainda segundo a SES, o  processo de compra do medicamento sofreu atrasos devido à burocracia de licitações, mas a expectativa é que o estoque seja abastecido no início de outubro.  Ao todo, foram adquiridas 20.704 unidades da solução injetável pelo valor de mais de R$ 1,2 milhão. 

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