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Dados da décima edição do Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), mostram que 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos de idade têm diabetes no mundo, alta de 16% em dois anos. Os especialistas da IDF projetam que o número de adultos com a doença pode chegar a 643 milhões em 2030 e a 784 milhões em 2045. A prevalência global da doença atingiu 10,5%, com quase metade (44,7%) sem diagnóstico.

O levantamento, feito a cada dois anos, revela que o número de pessoas com diabetes aumentou de tal maneira que superou, proporcionalmente, a expansão da população global. Segundo afirmou à Agência Brasil a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes - Regional do Rio de Janeiro (SBD-RJ), a endocrinologista Rosane Kupfer, o diabetes está em evolução crescente “e não foi contido, até agora, por nenhuma tomada de ação, de decisão, em relação à doença”.

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Para a médica, isso significa que continua havendo falta de divulgação, de informação, de acesso ao conhecimento, ao diagnóstico e a um tratamento de qualidade. Rosane ressaltou que além da covid-19, outras doenças têm matado muito em todo o mundo. Uma delas é o diabetes. O Atlas do IDF diz que, só neste ano, 6,7 milhões de pessoas morreram em decorrência da doença.

A presidente da SBD-RJ informou que a proporção de pessoas com diabetes, que era de uma a cada 11, caiu agora para uma a cada dez pessoas. “E grande parte delas está em países de baixa renda”. O Atlas do Diabetes indica que 81% dos adultos com a doença vivem em países em desenvolvimento. Na América Latina e na América Central, estima-se que o número de diabéticos alcance 32 milhões.

Causas

No próximo domingo (14), quando se comemora o Dia Mundial do Diabetes, Rosane Kupfer alertou que as causas da doença são diversas. “As péssimas escolhas alimentares que o mundo está fazendo, principalmente esse estilo de vida ocidental, onde se vê que está crescendo muito a obesidade, muita gente com sobrepeso, muita gente com pré-diabetes, que é uma categoria de altíssimo risco para ficar diabética”.

Pessoas que não têm nenhum fator de risco devem fazer uma glicemia anual após os 45 anos. “Tem que fazer exame de sangue porque diabetes é uma doença que não apresenta sintomas, pelo menos no início. Isso não quer dizer que ela não esteja fazendo mal por dentro (do organismo)”. As pessoas que fazem exames de rotina todo ano percebem quando ocorre aumento da glicose e se preocupam, salientou. O problema, disse Rosane, são as pessoas que não se cuidam, não fazem exame para verificar se são diabéticas. Alertou que indivíduos com alto risco para diabetes, que têm casos da doença na família, que são hipertensos, que têm sobrepeso ou obesidade, e mulheres que tiveram diabetes na gestação, devem fazer exame anual acima dos 35 anos de idade.

Por essas razões, Rosane Kupfer analisou que não se pode mais restringir a mobilização de combate à doença ao mês de novembro e ao Dia Mundial do Diabetes. Ela acredita que é preciso ampliar as ações, mobilizar a sociedade e fazer campanhas fora de época, além de cobrar por mais políticas públicas que garantam o acesso à saúde e a um tratamento de qualidade. O tema da campanha de conscientização deste ano sobre a doença é “Acesso ao cuidado para o Diabetes”.

Segundo a  presidente da SBD-RJ, o diabetes não tem cura. “Por isso é tão importante fazer o diagnóstico precoce. Quanto mais precoce o diagnóstico e o controle, menos problemas a pessoa vai ter”. As consequências de um diabetes mal controlado incluem problemas cardiovasculares, principal causa de mortalidade na doença; problemas na retina, podendo levar até mesmo à cegueira; problemas renais, cuja maior causa de diálise entre adultos é o diabetes; problemas arteriais nos membros inferiores; amputações; neuropatias. “Então, tratando cedo, precocemente, dificilmente a pessoa vai ter essas complicações”, afirmou.

Rio de Janeiro

No Brasil, o número de pessoas com diabetes atingia 16,8 milhões, até 2019. “Essa não é uma estimativa de gente que está se tratando, mas de gente que tem diabetes”, destacou a endocrinologista. “É muita gente, quase 20 milhões”. No ranking mundial, o Brasil ocupa a quinta colocação em termos de pessoas com diabetes, depois da China, Índia, dos Estados Unidos e do Paquistão.

O Rio de Janeiro é a capital brasileira com maior índice de diagnósticos de diabetes no país, de acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2020, do Ministério da Saúde. A capital fluminense teve o maior percentual de indivíduos com a doença (11,2%), seguida por Maceió (11%) e Porto Alegre (10%). A doença é mais prevalente nas mulheres do que nos homens. O Rio de Janeiro também lidera nessa questão, com 12,4% de diagnósticos no sexo feminino, seguido do Recife (12,2%) e de Maceió (11,4%). Entre os homens, o Rio de Janeiro apresenta taxa de 9,8%, a quarta maior do país.

“O Rio de Janeiro vai mal”, definiu a endocrinologista. “Mas, espero que o Rio se reerga”, completou. Ela sugeriu que os pacientes que se descobrem diabéticos se cadastrem em uma unidade de saúde da família. Quando necessário, essas unidades encaminham para a atenção especializada. “É muito importante que haja investimento também na atenção especializada”.

Rosane é também chefe do Serviço de Diabetes do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luis Capriglione (Iede), que é referência para o estado do Rio de Janeiro na área de diabetes e endocrinologia. “A gente só recebe paciente que vem encaminhado com indicação pelo médico da Unidade Básica de Saúde (UBS). Esse é o caminho”. Cerca de 40% dos pacientes do Iede são de fora do Rio.

Custos

De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), a doença provocou um gasto mundial com saúde de US$ 966 bilhões, alta de 316% nos últimos 15 anos. O último Atlas da entidade mostra que o Brasil gasta em torno de US$ 52,3 bilhões por ano no tratamento de adultos de 20 a 79 anos, o que resulta em cerca de US$ 3 mil dólares por pessoa.

Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia verificaram que a diabetes induz uma inflamação nas células circulantes do sistema imunológico com aumento da expressão dos genes ACE2 e ALOX5, tornando-as mais propensas à invasão do novo coronavírus, o Sars-CoV-2.

“Os pesquisadores também observaram o aumento do leucotrieno B4 (LTB4) nas células sanguíneas desses pacientes, um mediador lipídico associado a alterações como inflamação e comprometimento da cicatrização na diabetes, indicando que o LTB4 pode ser um mediador que aumenta o risco de covid-19 grave em indivíduos com a comorbidade e um dos causadores da resposta inflamatória sistêmica mais pronunciada. Estes pacientes requerem cuidados intensivos com mais frequência devido à lesão pulmonar”, diz a Fiocruz.

Os resultados da pesquisa foram publicados na Diabetes, uma das revistas científicas mais importantes do mundo sobre o tema.

No estudo, as taxas de mortalidade foram semelhantes entre pacientes com covid-19 com ou sem diabetes, mas a gravidade foi maior nos indivíduos com a doença, assim como a redução da saturação de oxigênio e o aumento significativo da duração da covid-19.

Para avaliar o papel da inflamação crônica de baixo grau no agravamento da covid-19 em pessoas com diabetes, os pesquisadores analisaram dados clínicos e amostras de sangue de pacientes com e sem diabetes internados com o Sars-CoV-2. Segundo a instituição de pesquisa, embora se saiba que a diabetes é um fator de risco para covid-19, ainda se desconhecem os mecanismos envolvidos na evolução da doença em indivíduos com esta comorbidade.

Os cientistas da Fiocruz ressaltaram que, levando em conta que cerca de 463 milhões no mundo vivem com a diabetes e que a covid-19 é altamente transmissível, é urgente a necessidade de identificação de mecanismos que previnam a infecção nesse grupo de pessoas.

No país mais próspero do mundo, há pessoas que não são ricas, nem pobres, fazendo trocas sorrateiras de insulina em estacionamentos. O medicamento é quase tão importante quanto o oxigênio para os diabéticos, mas seu preço nas farmácias é cada vez mais exorbitante.

Em uma fria manhã de janeiro, em um subúrbio de Minneapolis, Abigail Hansmeyer desce do carro e entrega a uma mulher uma sacola de papel com sete canetas de aplicação e uma ampola de insulina.

"Muitíssimo obrigada", disse a mulher, Annette Gentile, de 52 anos, enquanto revisa marcas e doses de conteúdos do pacote. "Esses últimos dias foram uma montanha-russa".

Annette, mãe de um adolescente de 17 anos, não é pobre. Ela tem uma pensão por deficiência de 1.200 dólares e tem acesso à cobertura pública de saúde, mas ela não cobre o custo dos medicamentos. A bolsa que recebeu, suficiente para quase um mês, custaria cerca de mil dólares em uma farmácia. "Dependo exclusivamente das doações", diz Annette.

Abigail, que lhe entregou a insulina, está desempregada e também tem diabetes do tipo 1. Esta doença autoimune obriga os afetados por ela a injetarem insulina várias vezes ao dia, pelo resto da vida.

Ela faz parte de uma rede informal de diabéticos que se contactam por Facebook. Abigail troca a insulina vinda, quase toda, de pessoas que morreram e não utilizaram, doada por seus familiares.

Para os rivais democratas de Donald Trump, em campanha pelas primárias que começam nesta segunda-feira, em Iowa, existem poucos escândalos piores que o preço da insulina - simbólica da desigualdade no sistema de saúde americano.

"Não somos pobres", explica Abigail. Seu marido trabalha e fundou uma microempresa. O casal mora numa casa, tem carro, cachorros e coelhos.

Mas o empregador de seu marido não oferece cobertura médica. Essa situação lhes deixa em uma espécie de vácuo: não são pobres o bastante para ter a cobertura pública, nem ricos o suficiente para pagar um plano privado.

"Durante toda minha vida adulta, em um momento ou outro, racionei insulina", conta Abigail, de 29 anos, em sua sala de estar.

Há alguns anos, após uma batalha com seu seguro da época, Abigail recebeu uma bomba de insulina, um dispositivo portátil que administra a substância ao paciente de forma contínua. Nesse dia, se lembra, chorou de emoção.

- Perder um filho -

Em Minneapolis, se Abigail é uma "dealer" (ou traficante), Nicole Smith-Holt é varejista. No subsolo de sua casa, abre um refrigerador com dezenas de frascos de insulina. Segundo seus cálculos, esses frascos e as provisões como seringas, gaze e aparatos para medir a glicose, devem valer o equivalente a 50.000 dólares.

"É rigorosamente ilegal", diz Nicole sobre seu esconderijo.

Questionada sobre os motivos para fazer isso, sua resposta é simples: "Porque estou salvando vidas".

Ela poderia sorrir, se não tivesse vivido uma tragédia. "Não precisamos de outro Alex", afirma Nicole, que perdeu seu filho Alec Raeshawn Smith em 2017.

"Não tinha nenhuma gota de insulina no seu apartamento", lembra a mãe de outros três filhos.

A reforma do governo de Barack Obama, conhecida como Obamacare, concedia a Alec cobertura pelo plano de sua mãe até os 26 anos.

Mas, depois de chegar a essa idade, com o salário baixo de funcionário de um restaurante, não conseguia pagar seu próprio seguro de saúde. Nicole está convencida de que, pouco antes de morrer, seu filho não conseguiu pagar os 1.300 dólares que a insulina que precisava custava.

À época, ele estava há cerca de 27 dias sem seguro. Causa da morte: cetoacidose diabética por falta de insulina.

"Até o dia da minha morte vou sentir culpa", lamenta. "Talvez, se tivesse insistido, se tivesse feito as perguntas certas, talvez se tivesse pedido ajuda".

A morte de Alec, que tinha um filho, transformou Nicole em militante. Num dia, aparece na televisão, no outro está com autoridades locais, ou diante de um grande laboratório. Os diabéticos da região podem entrar em contato pelo Facebook, e ela responde rapidamente.

- Passando a fronteira -

Mais ao norte, os diabéticos têm acesso a seus medicamentos dentro da lei, mas fora das fronteiras, nas farmácias do Canadá.

Diferentemente dos Estados Unidos, ali o preço da insulina é regulado. A cada três ou quatro meses, Travis Paulson, de 47 anos, dirige por duas horas de Eveleth, Minnesota, até Fort Frances, na província de Ontario. Ali, compra sua insulina sem receita. Os inspetores na fronteira não implicam, desde que as doses não superem o necessário para três meses.

O seguro de saúde de Travis conta com médicos excelentes, mas só cobre 50% do preço dos medicamentos.

Sobre uma mesa, Travis apoia dois frascos praticamente idênticos de insulina: um é da NovoLog, vendido nos Estados Unidos a 345 dólares; o outro é da NovoRapid, que no Canadá custa 25 dólares.

"Se tivesse que trazer de mochila em uma canoa, faria isso", afirma Travis. "Simplesmente não vou pagar o que estão pedindo. É ganância farmacêutica".

Sobre sua geladeira, um adesivo do candidato Bernie Sanders lembra da revolução prometida pelo senador socialista, que pretende reduzir à metade os preços dos medicamentos.

Nesta quinta-feira (14) é o Dia Mundial de Combate ao Diabetes, uma doença que afeta milhares de pessoas desde crianças até idosos. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 13 milhões de brasileiros são vítimas da doença, o que representa 7% da população do país. Um dos maiores cuidados que os diabéticos precisam ter é na hora das refeições, pois não podem ficar muito tempo sem se alimentar e não podem comer grandes quantidades de uma vez.

O café da manhã costuma ser a refeição que exige um pouco mais de cautela entre os diabéticos, já que a maioria dos alimentos presentes na mesa dos brasileiros contém trigo e açúcar, que estão entre os maiores "vilões" para quem tem a doença. “Alguns diabéticos acreditam que somente o açúcar refinado é o mais prejudicial. No entanto, vale lembrar que o açúcar está embutido nos alimentos e faz tão mal quanto”, afirma a nutricionista Fernanda Peres Silva Souza.

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Os alimentos que melhor se adaptam a dieta dos diabéticos são os integrais, além de fibras que ajudam a regular o nível de açúcar no sangue, assim como o colesterol. “A farinha de semente de uva, a farinha de banana verde e a canela em pó, são três alimentos que merecem destaque. Vale muito acrescentar esses alimentos, seja em sucos, vitaminas, na fruta, ou até na comida. Isso ajuda muito no equilíbrio da glicose” orienta Fernanda.

Segundo a nutricionista, o cromo é um dos minerais que também auxilia no tratamento dos diabéticos e as maiores fontes desse mineral são alimentos como o feijão, ovos, cacau em pó sem açúcar e a cebola. Como os diabéticos não podem ficar muitas horas sem se alimentar, as frutas são uma excelente opção de consumo entre as refeições.

A causa do diabetes ainda é desconhecida, porém, a melhor maneira de prevenir a doença é com práticas saudáveis como uma boa alimentação, atividades físicas e evitar o consumo de álcool e tabaco.

Um estudo realizado pelo EndoDebate em parceria com a Revista Saúde, mostrou que 80% das pessoas com diabetes tipo 2 apresentam indícios de comprometimento cardiovascular. Mais da metade (52%) indicam pelo menos dois destes sintomas: tontura, dores no peito e nas pernas, falta de ar e palpitações.

Intitulado “Quando o Diabetes Toca o Coração”, o estudo foi lançado em junho pelo laboratório Novo Nordisk e divulgado nesta semana. A pesquisa entrevistou 1.439 pessoas com e sem diabetes tipo 2, com idade entre 47 e 55 anos.

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O levantamento mostrou que 64% dos diabéticos não seguem rigorosamente o tratamento e apenas 48% dos pacientes consideram a doença muito grave. O diabetes aparece atrás do câncer (92%), do acidente vascular cerebral (79%), do infarto (75%), do mal de Alzheimer (74%), da insuficiência renal (70%) e da insuficiência cardíaca (56%).

“A atenção ao coração é um dos grandes desafios no segmento do paciente com diabetes. Temos objetivos desafiadores no século 21 que vão além do controle da glicose no sangue, fundamental para o tratamento do diabetes tipo 2. Tudo isso passa também por reduzir o peso e o risco de hipoglicemia e umentar a segurança do ponto de vista cardiovascular”, disse o médico endocrinologista e fundador do EndoDebate, evento que ocorre até hoje (20) na capital paulista, Carlos Eduardo Barra Couri.

Desconhecimento

Sobre a primeira palavra lembrada ao pensarem em problemas do coração, 662 entrevistados mencionaram infarto; 159 disseram morte; 39, hipertensão; 25, AVC. O diabetes ficou em último. Entre os diabéticos, 61% disseram acreditar que a doença está entre os fatores de risco para problemas cardiovasculares, contra 42% entre os não diabéticos. Nos dois grupos, a pressão alta aparece em primeiro lugar, seguida do colesterol e dos triglicérides altos.

Para 60% das pessoas com diabetes tipo 2, o médico transmitiu informações insatisfatórias ou nem mencionou as questões relacionadas ao coração na última consulta para controlar o diabetes. Embora 62% desses pacientes tenham sido diagnosticados há pelo menos cinco anos, 90% dizem ainda sentirem falta de mais informações durante o tratamento.

“O tempo é determinante. É muita informação que o médico tem que passar. Eu acredito que há uma mistura de falta de informação e desconhecimento de como abordar direito esse paciente. Como falar em um tom acolhedor humano e ao mesmo tempo incisivo, informativo? Muitos médicos não sabem como fazer isso”, comenta Couri.

Percepção limitada

Apesar da gravidade da doença, a pesquisa também revelou uma percepção limitada sobre os riscos do diabetes tipo 2. Ao todo, 64% das pessoas com diabetes entrevistadas não seguem o tratamento à risca. “A adesão ao tratamento começa quando o médico abre a porta do consultório, quando o médico levanta para atender o paciente, quando o paciente tem uma consulta digna, quando o médico ouve o paciente. Adesão é muito mais do que explicar como toma o remédio, é acolher o paciente e ser humano na consulta”, explica Couri.

Segundo o laboratório parceiro da pesquisa, 13 milhões de pessoas vivem com o diabetes tipo 1 ou tipo 2 no Brasil. Desse total, estima-se que 90% tenham diabetes tipo 2, no qual o pâncreas produz a insulina insuficiente ou não age de forma adequada para diminuir a glicemia. Ele é mais comum em adultos com obesidade e em pessoas com histórico familiar de diabetes tipo 2. Quase metade das pessoas com diabetes tipo 2 não sabem ter a doença. Além disso, duas a cada três mortes de pessoas com diabetes são ocasionadas por doenças cardiovasculares.

No Dia Mundial da Diabetes, comemorado nesta quarta-feira (14), um dado reflete a importância dos diabéticos estarem atentos à saúde dos olhos. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a diabetes é uma das principais causas de cegueira em adultos jovens. No Brasil, estima-se que cerca de 19 milhões de pessoas possuem a doença.

De acordo com o Instituto de Olhos do Recife (IOR), a retinopatia diabética é uma das principais complicações relacionadas à diabetes. Apesar de grave, a retinopatia diabética é muitas vezes assintomática. “Ou seja, não apresenta sintomas na fase inicial podendo ter visão normal, por isso a importância de realizar o exame de retina, exame de fundo de olho, pelo menos, uma vez no ano”, alerta ooftalmologista do IOR, Marcelo Valença. 

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Segundo o médico, a retinopatia diabética é uma das causas mais frequentes de cegueira irreversível em adultos entre 20 e 74 anos. "A OMS mostra um dado preocupante: após 20 anos com a diabetes, 100% dos pacientes do tipo 1 e mais de 60% daqueles portadores do tipo 2 terão algum grau de retinopatia diabética", explicou. 

“Nos estágios mais avançados da doença, o paciente pode ter sintomas como: manchas na visão e baixa acentuada na acuidade visual, muitas vezes o levando a cegueira. O diabetes mal controlado também pode provocar lesão nos vasos sanguíneos, causando Edema Macular Diabético, Hemorragia Vítrea, Descolamento de Retina Tracional e Glaucoma Neovascular”, detalhou Valença. 

Para evitar que a doença cause a perda da visão, alguns cuidados devem ser tomados. O principal deles é a realização do exame oftalmológico, anualmente, podendo ser até mais frequente de acordo com o estágio da retinopatia diabética. “Além disso, o controle da glicemia, da pressão arterial, dos níveis de colesterol e a prática de hábitos de vida saudável contribuem para um maior cuidado com a saúde dos olhos da população”, finalizou. 

De forma geral, o mau controle clínico com altos níveis de glicemia, descontrole da pressão arterial, hiperlipidemia associado ao não acompanhamento oftalmológico podem levar a cegueira em diabéticos.

Limitações alimentares, dificuldade de cicatrização e, consequentemente, sofrimento, os diabéticos vivem essa realidade diariamente. Enxergando isso, a biotecnologia foi um caminho encontrado pela BeOne, negócio social que visa tratar com fototerapia as feridas desses portadores em risco de amputação. 

Encabeçado por Caio Guimarães, empreendedor e pesquisador da área, a ideia pretende ajudar os diabéticos, que já somam cerca de 100 milhões no mundo, de forma simples e de baixo custo através de onda de luz. Em pesquisa realizada fora do Brasil, quando se especializou em tecnologias para área médica, o resultado utilizando o método foi positivo, inclusive, curando feridas que nem antibióticos muito potentes eram capazes de cicatrizar. Inicialmente as aplicações se baseavam em esterilizar feridas de soldados do exército americano, no entanto, dentre as possibilidades existiam para este fim. “A cura das feridas dos diabéticos foi o primeiro passo para expandir as aplicações dessa tecnologia”. 

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Na equipe, além de Guimarães, estão mais três pesquisadores, Bruno Carvalho, Luciana Rezende Bandeira de Mello e Patricia Moura, todos pernambucanos que somam conhecimento às técnicas adotadas para cuidar dessas feridas. Para arrecadar dinheiro com a finalidade de investir no projeto e ampliá-lo, foi criado um crowdfunding através do site Eco do Bem

Foram desenvolvidos equipamentos capazes de entregar essa luz aos tecidos infectados, pois alguns comprimentos possuem propriedades curativas, então, para esses casos são utilizados dois comprimentos, um com propriedade bactericida e outro que é cicatrizante e anti-inflamatório. De acordo com o pesquisador este método é eficiente e de baixo custo - 30 dólares - e juntamente a isto, será usado o InsuGel, um gel criado pelos cientistas da UNICAMP que consegue acelerar o fechamento das feridas em diabéticos. “No espectro visível de 400 a 750 nanometros algumas faixas tem propriedades de cura e nos EUA usávamos no comprimento de onda de luz, ou seja, não tinha nenhum efeito colateral para o corpo humano. Esses comprimentos de onda de luz tem o poder de matar essas bactérias multi resistentes – possui resistência a quase todos os antibióticos”, detalha Guimarães. 

“Através de estudos que já existem sobre o tema, nós propusemos o primeiro tratamento para pé de diabético do mundo, mas ainda não testamos em humanos, mas já existem brasileiros utilizando a fototerapia e as feridas cicatrizaram em 15 dias, porém esses testes foram realizados de forma bem empírica. Em resumo, já é comprovado que o método funciona, só que ninguém protocolou o tratamento e realizou o teste em larga escala para que seja utilizado a fototerapia”, para que seja possível protocolar, o crowdfunding foi criado.

Desde que foi lançado, 48 pessoas doaram valores em apoio ao projeto, sendo 20 delas sem pedirem recompesa que, no neste caso, se baseia no envio de camisetas aos apoiadores. Ao todo, já se somam R$ 30.535 conquistados nessa modalidade de doção de investimentos, no entanto, a meta esperada pelos pesquisadores é de R$ 80 mil. De acordo com o sistema de arrecadação, há 42 dias restantes para o fechamento do crowdfunding. 

Espera que após seis meses da conquista da arrecadação, seja possível oferecer o tratamento para o público voluntário. É esperado que no final do primeiro semestre de 2017 a tecnologia já esteja disponível para toda a população. O Hospital Agamenon Magalhães já é parceiro, na iniciativa de testes desse método, através do especialista em diabetes, o doutor Francisco Bandeira. 

O grupo Nutrindo Sabores iniciará no próximo dia 8 suas atividades do semestre 2015.2. Extensão acadêmica ligada à coordenação do curso de nutrição da Faculdade Maurício de Nassau em Campina Grande, o projeto promete produzir um livro de receitas culinárias para atender às necessidades específicas para públicos especiais como celíacos, intolerantes, diabéticos, hipertensos e nefropatas.

“No processo de seleção, abrimos apenas seis vagas para os estudantes, mas, devido à grande procura e aos bons resultados nas provas e entrevistas, percebemos que poderíamos acolher um número maior de interessados no projeto. Portanto, decidimos integrar os doze melhores resultados”, comenta a coordenadora de nutrição, Janemary Malheir, conforme informações da assessoria de imprensa.

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O encontro inicial está marcado para a unidade Estação Velha. De acordo com a Maurício de Nassau, ao final do projeto, os participantes receberão certificados.

Ainda segundo a instituição de ensino, o livro será disponibilizado na biblioteca da Maurício Nassau, disponível para consulta pública, porém, ainda não foi divulgada a data do lançamento. Mais informações sobre o projeto podem ser conseguidas pelo telefone (83) 2101-8917.

Essencial para o tratamento de pacientes diabéticos, a Insulina Lantus – tipo especial e moderno do medicamento – está há cerca de três meses em falta na Farmácia do Estado. A burocracia que envolve a compra do produto pela Secretaria de Saúde faz com que muitos dos que têm a doença precisem se desdobrar para conseguir comprar o medicamento em farmácias convencionais, muitas vezes fazendo dívidas ou pedindo apoio financeiro a amigos e familiares. 

De acordo com a Drª Elcy Aragão, médica da Associação Pernambucana do Diabético Jovem (APDJ), a Glargina (comercialmente conhecida como Lantus) é importante para manter os níveis de glicose durante um dia inteiro. “A Lantus regula o nível de glicose do paciente e evita hipoglicemia – em casos de baixa da glicose – ou problemas oculares e renais, geralmente ocasionados pela alta de açúcar no sangue”, explica a médica. Com a dose adequada da Lantus, o paciente pode passar um dia com as taxas em equilíbrio. Apesar de existirem outros tipos de insulina no mercado, como a NPH, os pacientes afirmam se sentirem melhores após a injeção do medicamento.

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Gabriel é um dos diabéticos beneficiados pela Farmácia do Estado, mas há três meses, sua mãe não encontra outra alternativa a não ser adquirir a insulina nas farmácias convencionais. “Meu filho precisa de três refis de Lantus por mês e cada um custa cerca de 95 reais. Já fiz dívidas no cartão de crédito e pedi dinheiro a amigos e familiares. Cheguei ao ponto de não conseguir comprar e ele ficou uns quatro dias sem tomar essa insulina”, lamenta Lucicleide. “Já recebemos doações, mas não são suficientes porque existem outras famílias carentes que precisam do medicamento”, explica a mãe do jovem de 14 anos. "Sem essa insulina, sinto muitas dores de cabeça, cansaço e minha visão fica embaçada. Na época, fui ao oculista, mas ele disse que o problema era por causa da taxa de glicose no sangue", conta o adolescente.

Além de Lucicleide e Gabriel, muitas outras famílias precisam dos medicamentos. Pedro Paulo é professor e diz que a distribuição da Lantus pela Farmácia do Estado tornou-se irregular há cerca de quatro meses. "Desde junho que não recebemos a Lantus com frequência. Julho foi o último mês que a Farmácia nos entregou, mas desde então eles dizem que o medicamento está em falta e não dão previsão de entrega. Minha filha e minha esposa são diabéticas, então o custo é dobrado. A Lantus é a insulina mais eficaz, mas também é a mais cara do mercado. Passo por apertos, mas tenho condições de comprar, mas a ajuda da Secretaria de Saúde é muito importante para a minha e para outras famílias mais precisadas do que a minha. Todo período político é a mesma coisa", reclama. 

Segundo a APDJ, os custos do tratamento de um paciente diabético não envolvem somente a insulina. Com a compra de lancetas para medir o nível de glicose no sangue, de doses de insulina de ação rápida e agulhas para injetar o medicamento, o valor pode chegar a cerca de 800 reais mensais, caso os medicamentos não sejam fornecidos pelo Estado. “No início, gastei mais ou menos mil reais para comprar todas as coisas que o meu filho precisa”, conta Lucicleide. 

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que a Lantus está entre os cinco tipos de insulina distribuídos pelo Estado, apesar de estar em falta há cerca de três meses. Ainda segundo a SES, o  processo de compra do medicamento sofreu atrasos devido à burocracia de licitações, mas a expectativa é que o estoque seja abastecido no início de outubro.  Ao todo, foram adquiridas 20.704 unidades da solução injetável pelo valor de mais de R$ 1,2 milhão. 

Ser diabético não é nada fácil. Ficar em dia com a saúde sem deixar de comer chocolates, sobremesas e afins, já é uma realidade palpável. E se a pessoa for diabético, tudo piora. Mas, é pensando nisso que alguns restaurantes estão investindo nesse ramo. O Villa Cozinha de Bistrô, La Vague e Ponte Nova oferecem, no cardápio, pratos específicos sem açúcar, como o Crepe Diet au Chocolat, feito com ganache de chocolate diet, banana, sorvete de creme light, coulis de frutas vermelhas e amêndoas laminadas e o Papaya Diet, que leva mamão batido com sorvete de creme light e lâminas de amêndoas torradas.

Serviço

Villa Cozinha de Bistrô (Rua da Hora, 330 – Espinheiro)

3426.2902 | 8889.5020

Ponte Nova (Rua do Cupim, 172 – Graças)

3327.7226 | 8814.0313

La Vague (Rua Dona Ada Vieira, 33 – Casa Forte)

3441.7938 | 8601.5423

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Se para quem pode comer sem restrições, o excesso de comida na ceia de fim de ano causa problemas de saúde, para quem é diabético ou hipertenso, os cuidados devem ser ainda maiores.

O excesso de sal e açúcar pode fazer com que a taxa de açúcar no sangue e a pressão arterial se elevem, por isso, o cuidado deve ser redobrado, quanto ao preparo das tradicionais ceias. “Resumindo tudo, a dica é não se exceder. Caso ocorra, o essencial tomar líquido, evitar massas, sal, e voltar tudo para uma alimentação saudável, devendo evitar açúcar, guloseimas. O hipertenso deve evitar comidas gordurosas e salgadas”, afirma a nutricionista da Clínica Prodieta, Sylvia Lobo.

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Ainda de acordo com Lobo, os diabéticos podem trocar o chocolate por coberturas ou outros doces similares light. “O diabético geralmente gosta muito do doce. Pela proibição, a vontade é maior e as pessoas podem se prejudicar muito com isso. Hoje em dia, eles podem trocar os ingredientes normais por outros sem teor de açúcar ou com pouco”, conta.

Quem vai receber convidados em casa, também deve se preocupar, pois a prevenção é importante para que as outras pessoas possam comer também. Muita gente precisa dessa atenção. Um exemplo é colocar pouco sal na comida, ou temperar com ervas, que auxilia não só quem é hipertenso ou diabético, como a todos.

O cuidado com o álcool é extremamente necessário. “A bebida alcoólica deve ter restrições maiores. Não pode exagerar na bebida, podendo tomar até três doses. O diabético deve evitar o vinho”, completa Sylvia.

Veja abaixo algumas receitas:

Refresco de melancia (para compensar no dia seguinte)

Para cada 100 gramas de melancia (uma fatia com a espessura de “dois dedos”), adicionar dois copos de 200ml de água e bater no liquidificador. Pode beber à vontade durante todo o dia. Ideal para hidratar e combater o apetite.

Salpicão de frango defumado (ou de peru)

Ingredientes:

Peito de frango defumado desfiado – 60 gramas

1 colher de sopa de ervilha fresca

1 colher de sopa de ketchup light

1 colher de sobremesa de milho (congelado, sem conservantes)

1 colher de sopa de passas sem caroço

2 colheres de sopa de cebola ralada

1 colher de sobremesa de maionese light

Modo de preparo:

Pegue o peito de frango defumado, coloque as ervilhas, milho, cebola e passas. Em seguida, acrescente o ketchup light e a maionese light e misture bem. Pronto para servir.

Batatinha dourada com orégano

Ingredientes:

Batata inglesa para aperitivo – 80g (10 unidades de batatinhas)

Azeite – 2 colheres de chá

Orégano a gosto

1 colher de sopa de molho shoyo light

Modo de preparo:

Misture as batas com o molho shoyo light, azeite e orégano e leve ao forno por 15 minutos.

Arroz integral à grega

Ingredientes:

2 colheres de sopa de Arroz integral

1 colher de chá de azeite

1 colher de sopa de cenoura picada em cubos

1 colher de sopa de vargem picada

1 colher de sopa de passas sem caroço

1 colher de sopa milho (congelado, sem conservantes)

1 colher de sobremesa de ervilhas frescas

¼ de caldo de galinha light

½ do dente de alho

Modo de preparo:

Coloque na panela o alho, azeite, caldo de galinha, cenoura, vargem, milho, ervilhas e o arroz. Refogue e, em seguida, adicione 1 xícara de água, deixando cozinhar em fogo brando. O tempo médio de cozimento é de 18 minutos. Retire do fogo e está pronto para servir.

 

Um técnica experimental que utiliza a fototerapia para tratar pés diabéticos tem se mostrado eficaz para evitar amputações. Cerca de 90 pacientes já passaram pelo tratamento no Hospital de Ensino Anchieta, em São Bernardo do Campo. A iniciativa é resultado de um projeto do médico João Paulo Tardivo, autor da técnica, em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC.

Tardivo, que já desenvolvia trabalhos com fototerapia, teve a ideia de aplicá-la em diabéticos ao atender pacientes que não tinham alternativa além da amputação. Por apresentar uma diminuição da sensibilidade dos pés por causa da neuropatia periférica, o diabético não sente dor e, portanto, não percebe quando o membro inferior sofre lesões. Além disso, a deficiência circulatória e a baixa imunidade associadas à doença fazem com que o ferimento não se cure naturalmente.

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Dos 18 pacientes atendidos por Tardivo que já apresentavam osteomielite - quando a infecção atinge os ossos e existe a indicação de amputação - 17 puderam manter o membro. Nesses casos, o antibiótico não é eficaz, pois não chega às bactérias instaladas nos ossos.

No tratamento em teste, a luz tem o papel de provocar uma reação fotoquímica com o oxigênio presente nos micro-organismos, levando à produção de radicais livres, que destroem mesmo as bactéria resistentes.

Para chegar ao centro da infecção, Tardivo introduz um cabo de fibra ótica dentro da ferida. Para conduzir a luz ao interior das bactérias, é utilizada uma substância fotossensível: o azul de metileno.

Para começar a aplicar a técnica, o pesquisador submeteu à Faculdade de Medicina do ABC um projeto de criação do Centro de Tratamento do Pé Diabético no Hospital Anchieta. A proposta foi aceita pela faculdade. Ele já havia publicado um artigo na revista Photomedicine and Laser Surgery em 2009 sobre a experiência da utilização da fototerapia. Com o resultado positivo observado nos 90 pacientes já atendidos no centro, o objetivo é propor a exportação do método para o SUS.

Tardivo destaca a vantagem financeira da fototerapia em relação ao tratamento convencional. "É mais barato cuidar com esse método do que com cirurgia. Dessa forma, preserva-se a qualidade de vida e diminuem os custos."

Depois da instalação do centro, que ocupa uma sala do ambulatório, as enfermeiras começaram a se capacitar para aplicar a técnica. Hoje, pacientes com outras condições, como ferimento ortopédico ou úlcera por pressão, também começam a ser tratados com o princípio da fototerapia. "Quando o paciente diabético chega, muitas vezes já tem indicação para ser amputado porque já se investiram vários recursos. Veja a importância de se oferecer uma alternativa", ressalta. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Um projeto piloto, lançado no Rio para prevenir a cegueira entre jovens diabéticos, mostrou que é grande o número de pacientes que desconhecem ter a lesão inicial. Se tratada essa lesão, a doença pode ser reversível. Dos 124 jovens testados, em seis meses, 26% precisavam de tratamento. Nenhum tinha conhecimento do problema. O programa Oftalmologista Amigo do Jovem Diabético está prestes a ser lançado em São Paulo.

"Nossa intenção é reduzir a perda visual relacionada a diabete. A retinopatia é assintomática, silenciosa e tem a ver com a falta de controle da diabete", afirma a endocrinologista Solange Travassos, presidente da União das Associações de Diabéticos do Estado do Rio (Uaderj) e coordenadora do projeto.

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O nível alto de açúcar no sangue causa lesões nos vasos sanguíneos que nutrem a retina. São lesões pequenas, que provocam visão desfocada, e podem ser identificada por um exame de fundo de olho, feito com a pupila dilatada. Se não forem tratadas, o paciente pode ter um sangramento repentino, com descolamento da retina. "Se isso ocorre com paciente de plano de saúde, ele corre para o hospital e faz cirurgia a laser. Na rede pública de saúde, a fila tem 300 pessoas e até ser atendido, o jovem ficará cego", diz Solange.

A retinopatia costuma aparecer a partir da adolescência e causa problemas de visão para mais de 90% após 20 anos de doença. A recomendação é que o paciente faça um exame de fundo de olho anual a partir da adolescência. Já as crianças devem começar a ser examinadas entre 3 e 5 anos depois dos primeiros sintomas.

Numa parceria entre a Uaderj e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), com apoio da Sanofi Diabetes, oftalmologistas de todo o Estado foram convidados a participar da campanha. Eles deveriam se comprometer a atender dois pacientes carentes por mês. Se identificado o problema no início, fariam o acompanhamento. A lesão grave é encaminhada para a Uaderj, que busca a cirurgia na rede pública. "Isso é o mais difícil. O nosso foco é identificar os casos leves, que podem ser revertidos".

Em seis meses, 50 médicos aderiram à campanha. O objetivo, agora, é expandir a rede para o interior do Estado. "Já estamos em conversas com São Paulo e queremos que esse seja um projeto nacional", afirmou Solange.

O aposentado Rodolfo Mutzembecher Júnior, de 67 anos, é diabético há 46. Um acompanhamento minucioso, com controle da glicemia, garante que ele viva sem nenhum tipo de sequela. "Diabete não é doença, é uma disfunção. É preciso aprender a conviver com essa disfunção do pâncreas para ter boa saúde", afirma ele, que faz o exame anual de fundo de olho.

O ator João Fernandes, de 12 anos, que atuou na novela Cordel Encantado, foi diagnosticado aos 4 anos. Ele também já faz o acompanhamento com oftalmologista. "Logo que fiquei diabético tinha um preconceito, algumas pessoas não me convidavam para festa porque não sabiam o que eu podia comer. Eu levo uma vida normal: estudo, faço handball, vôlei, danço hip hop e gravo a novela. É só fazer o controle da glicemia", afirmou.

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