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Citando preocupações com o exterior, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manteve inalterada a taxa básica de juros entre 0% e 0,25%. A decisão teve 9 votos a favor e 1 contra. Apesar de não deixar claro quando vai haver a primeira alta dos juros nos EUA, os dirigentes da instituição acreditam que ela vai ocorrer ainda este ano.

"Desenvolvimentos econômicos e financeiros globais recentes podem restringir um pouco a atividade econômica e são susceptíveis de colocar ainda mais pressão descendente sobre a inflação no curto prazo", diz o comunicado do Fed. O texto cita ainda que os dirigentes vão "acompanhar os acontecimentos no exterior", em um sinal de elevada preocupação de que o crescimento lento fora no exterior pode prejudicar a economia dos EUA.

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A decisão mostrou que 13 dos 17 dirigentes acreditam que vai haver uma elevação de juros em dezembro, embora sem citar quando isso vai ocorrer. Na reunião de junho, 15 apostavam em uma alta até o final do ano. As duas próximas reuniões da instituição são em outubro e dezembro.

Os juros estão na faixa entre 0% e 0,25% desde dezembro de 2008. A última vez que o BC norte-americano iniciou um período de aperto monetário foi em junho de 2004.

O único voto dissidente nesta reunião foi o do dirigente da distrital de Richmond, Jeffrey Lacker. Ele queria elevar a taxa de juros em um quarto de ponto porcentual, o que não é propriamente uma surpresa. No começo do mês, ele afirmou que havia forte motivos para elevar a taxa de juros agora. "Eu não estou argumentando que essa economia é perfeita, de jeito nenhum, mas também não está mal, fazendo com que a elevação dos juros necessite voltar à cena", disse Lacker em um discurso no dia 4 de setembro.

Em um tom ponderado, a presidente da instituição, Janet Yellen, afirmou que a queda dos preços do petróleo e a valorização do dólar colocaram pressão maior sobre a inflação. No entanto, "os efeitos da alta do dólar e da queda no petróleo sobre a inflação devem ser transitórios", sinalizando para que o aperto monetário comece até o final do ano.

Apesar disso, alguns analistas comentaram que o tom do comunicado do banco central dos EUA e da presidente da instituição, Janet Yellen, sugere que uma elevação pode não vir neste ano. "Eu acho que o sentimento suave nos comentários e o aumento no número de dirigentes que adiaram suas expectativas [para a elevação] sugerem que o primeiro trimestre [de 2016] também está em jogo", disse George Zivic, da Oppenheimer. Fonte: Dow Jones Newswires.

Os dirigentes do Federal Reserve norte-americano tiveram em janeiro discussões mais detalhadas sobre o momento de começar a elevar as taxas de juro e o ritmo do aperto monetário, mas não chegaram a um acordo sobre um plano específico. É o que mostra a ata da reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc) realizada em 27 e 28 de janeiro.

Como parte dessas discussões, os técnicos do Fed fizeram uma apresentação no qual detalhavam os prós e contras de adiar o aperto monetário e de apressá-lo. Sem revelar a escala de tempo em detalhes, os dirigentes do Fed disseram que uma demora poderia levar a uma aceleração da inflação ou a riscos à estabilidade financeira, enquanto apressar poderia prejudicar a recuperação econômica. Durante a discussão, muitos participantes disseram estar inclinados a esperar, embora alguns tenham notado que o Fed já esperou bastante "e que poderia ser apropriado começar a firmar a política monetária no curto prazo".

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Os dirigentes do Fed também tiveram uma discussão acalorada sobre como remover do comunicado do Fomc a promessa de que serão "pacientes" antes de passar a elevar as taxas de juro. A presidente do Fed, Janet Yellen, já declarou que enquanto a promessa de ser paciente estiver incluída no comunicado, a instituição não deverá apertar a política nas duas reuniões seguintes.

"Alguns dirigentes manifestaram a preocupação de que os mercados financeiros possam reagir exageradamente, resultando em condições financeiras indesejavelmente apertadas", diz a ata.

O documento sugere que os dirigentes do Fed entraram em um novo período de debates e planejamento para começar a elevar as taxas de juro mais tarde neste ano, mas ele não indica claramente que os participantes da reunião chegaram a um acordo sobre um cronograma, sobre quão rapidamente as taxas de juro vão subir ou sobre qual é a melhor maneira de comunicar seus planos ao público.

O cenário econômico é um desafio: a inflação está abaixo da meta do Fed, de 2%, e a economia global está mostrando debilidade - acontecimentos que os participantes da reunião discutiram extensivamente. Ao mesmo tempo, o mercado de mão de obra nos EUA está melhorando e os dirigentes do Fed acreditam que a capacidade ociosa na economia está diminuindo.

A ata também mostra discussões detalhadas sobre a mecânica das elevações das taxas de juro. Entre as considerações relatadas está a ideia de expandir o programa de recompra reversa de títulos (reverse repos), pelo qual o Fed administra os juros. "A maioria dos participantes da reunião indicou que um teto elevado para as operações de reverse repo pode ser apropriado para apoiar a implementação da política no momento do início do aperto monetário", diz a ata. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente da unidade de Minneapolis do Federal Reserve, Narayana Kocherlakota, afirmou nesta quinta-feira que seria uma "má ideia" elevar as taxas de juros dos Estados Unidos em 2015, como espera boa parte dos agentes do mercado financeiro e maioria dos membros do conselho de política monetária do Fed. Para ele, o índice de preços ao consumidor ainda está muito baixo para que esta medida seja tomada. "O banco central não tem oferecido estímulos suficientes para que a meta de inflação (de 2% ao ano) seja atingida", disse.

Em novembro do ano passado, os preços tiveram alta de 1,3% nos EUA, em comparação com igual mês de 2013. Em relação a outubro, houve queda de 0,3%. Kocherlakota observou que, há dois anos e meio, a inflção norte-americana não atinge sua meta e alertou para a possibilidade do público perder confiança na disposição do Fed em adotar as medidas necessárias para gerar pressões sobre os preços.

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"Desvios persistentes da meta de 2% pode enfraquecer a crença de que o Fed realmente quer atingir essa taxa", disse. O Fed, ele afirmou, está correndo um grande risco de ter sua credibilidade manchada.

Kocherlakota, que não participará das votações do comitê de política monetária do banco central neste ano, é um conhecido defensor de uma política monetária mais acomodatícia, que estimule o crescimento econômico e o avanço da inflação. No ano passado, quando era um dos votantes, votou contra a maioria dos membros em três oportunidades, sempre temendo que uma possível elevação das taxas de juros nos EUA, hoje próximas de zero, estivesse fora de sintonia com a conjuntura macroeconômica.

"Levando em consideração minhas perspectivas para a inflação, o Fed pode atingir suas metas macroeconômicas se não elevar os juros neste ano", declarou. "Ainda vai legar alguns anos até que o índice de preços volte ao patamar de 2% ao ano", acrescentou. "Elevar os juros agora apenas retardaria o processo de recuperação da inflação", disse. Com informações da Dow Jones Newswires

O Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) está tentando equilibrar seus mandatos de empregos e inflação, e alguma vezes, ele pode ter de favorecer um em relação ao outro, dependendo sobre como a economia está reagindo, afirmou o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Narayana Kocherlakota.

Kocherlakota afirmou, em comentários de um discurso realizado pelo Fed de Boston, que o banco central "busca mitigar os desvios" da inflação e do desemprego em relação a suas metas, e acrescentou que "esses objetivos são geralmente complementares".

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Kocherlakota disse que "sob circunstâncias nas quais o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed julga que os objetivos não são complementares, ele segue uma abordagem equilibrada na promoção deles", e tem como alvo um ou outro lado, dependendo de quão longe a variável está de onde o Fed gostaria que estivesse. As informações são da Dow Jones.

O derretimento dos mercados financeiros globais em reação às declarações sombrias do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) ontem provoca efeitos catastróficos na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) hoje, com a redução da exposição ao risco testando importantes níveis de suporte. A onda de reprecificação atinge, principalmente, as ações ligadas às matérias-primas, já que as commodities passam por uma intensa onda vendedora no exterior em meio ao dado fraco sobre a atividade na China. Às 10h09, o índice Bovespa (Ibovespa) caía 2,42%, aos 54.625,65 pontos.

Segundo análise gráfica do analista da XP Investimentos Gilberto Coelho, depois de o Ibovespa perder o suporte em torno dos 56 mil pontos no pregão de ontem, o índice à vista passou a formar uma "estrela cadente", na qual há maior probabilidade de baixa, levando a uma realização de lucros em direção aos suportes em 54,1 mil pontos ou até mesmo ao 51,8 mil pontos.

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E essa pressão negativa vem totalmente do exterior, onde os índices acionários norte-americanos e europeus imprimem fortes perdas. O motivo para tamanha retração passa pela frustração dos investidores com a decisão de política monetária do Fed, na tarde desta quarta-feira.

Apesar de o banco central norte-americano ter confirmado as expectativas e lançado a Operação Twist - que alcançará um total de US$ 400 bilhões até junho de 2012 -, a visão sombria sobre os riscos e as perspectivas para a economia dos EUA que acompanhou a decisão fere o sentimento entre os investidores e promove uma corrida por segurança. Mas, há dúvidas sobre a eficácia da troca de títulos de curto prazo pelos de longo prazo na carteira do Fed sobre a atividade real.

Somado à isso, as commodities desabam por causa da piora na leitura preliminar do índice PMI de atividade industrial na China em setembro, que acentuou a desaceleração para aquém da linha divisória de 50. O dado cedeu à mínima em dois meses, a 49,4 neste início de mês, de 49,9 no dado final de agosto.

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