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A 54ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro começa nesta terça-feira (7) e vai até o dia 14 de dezembro. Por causa da pandemia de Covid-19, todas as atividades serão realizadas virtualmente, assim como no ano passado. 

A cerimônia de abertura será transmitida a partir das 20h, com apresentação da atriz Maria Paula Fidalgo, na plataforma de streaming InnSaei.TV. Na plataforma, estão disponíveis gratuitamente os 63 títulos programados pelo festival até o dia 14. Os longas da mostra competitiva nacional também serão apresentados no Canal Brasil.

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Participam da cerimônia o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, os curadores Silvio Tendler e Tania Montoro, assim como a cineasta e gestora cultural Olga Futemma e a diretora do filme de abertura, Ana Maria Magalhães.

Ana Maria Magalhães apresenta Já que Ninguém me Tira pra Dançar, que homenageia Leila Diniz e fica disponível até o fim do festival. A programação completa está disponível no site www.festcinebrasilia.com.br.

O Festival de Brasília recebeu este ano inscrições de maior número de filmes dirigidos por negros e conta com nova premiação, específica para contemplar a temática negra no cinema. O Prêmio Zózimo Bulbul foi anunciado durante a apresentação dos selecionados para a edição deste ano, que acontece entre os dias 14 e 23 de setembro na capital federal.

“O prêmio vai destacar um filme dentro da programação, a partir de critérios da presença e força da representação das personagens, da história e de uma série de questões que serão discutidas pelo júri para buscar esse destaque do filme a partir das questões negras, presentes na tela das produções que serão exibidas”, anunciou o diretor artístico do festival, Eduardo Valente, na última quarta-feira (8).

Este ano foram inscritos mais filmes sobre a temática ,e eles aparecem também com um percentual maior entre os filmes selecionados, segundo o diretor. Dos filmes inscritos para esta edição do festival, 68% foram dirigidos por brancos e 11% por negros. Com relação aos filmes selecionados para a mostra competitiva, os percentuais ficam em 61% de brancos, 28% de negros e 9% que não quiseram declarar.

Debate

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A edição anterior  do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi marcada por forte discussão sobre a representação de pessoas negras nas telas de cinema, assim como sua participação nas diferentes etapas da realização de uma obra audiovisual, em especial no roteiro e direção.

O debate aumentou com o longa-metragem Vazante, de Daniela Thomas, criticado pelo papel secundário atribuído aos personagens negros, em uma trama com recorte histórico que aborda o período da escravidão no Brasil.

Valente acredita que a discussão específica sobre o filme de Thomas ganhou dimensão maior por uma série de circunstâncias, mas considera que o debate dessa questão já se desenhava pelo menos desde a edição anterior, de 2016, que contou com uma mesa de discussão sobre a produção das minorias étnicas e raciais.

“A dimensão principal, que nos chamou a atenção positivamente e que acho que teve a ver um pouco com o que aconteceu no ano passado - não quero superdimensionar por entender que aquilo é parte de um processo -, foi o aumento realmente percentual, a força e de qualidade inclusive da produção apresentada por profissionais negros atrás das câmeras”, afirmou Valente.

Prêmios

O diretor artístico relaciona o aumento das produções inscritas por diretores negros este ano ao fato de filmes com essa temática terem sido premiados na edição do ano anterior e considera essencial que esses trabalhos estejam em primeiro plano nos festivais de cinema.

“A gente acha que isso tem uma força simbólica de representação da autoimagem, de possibilidade de quebrar esse quadro histórico de invisibilidade.O festival não pode estar distante dessa dimensão essencial, que é uma demanda do próprio criador negro, interessado em mudar essa capacidade de se perceber capaz ou em igualdade de condições no sentido criativo”, acrescentou.

O diretor Marcos Carvalho acredita que a nova premiação proporciona maior confiança aos profissionais negros e incentiva a inscrição desses filmes nos festivais. “Isso aumenta a crença no realizador negro, de que é possível inscrever e ver seu filme selecionado, porque sempre existe uma desconfiança muito grande de eventuais panelas. É uma iniciativa que combina com o atual contexto, tanto de filmes que estão sendo exibidos em Brasília, o debate que aconteceu no ano passado, e essa efervescência do cinema e da cultura negra de forma geral”.

Ao lado de seu irmão gêmeo Eduardo Carvalho, ele recebeu o prêmio de melhor direção no ano anterior com o curta-metragem Chico (2016-RJ). Os irmãos Carvalho participam novamente desta edição com outro curta, o filme Eu, Minha Mãe e Wallace.

“A gente participou no ano passado e saiu de lá extremamente animado, foi uma experiência muito enriquecedora. A gente estava sem nenhum projeto, e desenvolvemos esse curta com o objetivo de tentar chegar em Brasília novamente, vimos as datas e traçamos esse objetivo com a equipe”, contou Marcos Carvalho à Agência Brasil.

A exibição de Chico na mostra competitiva do ano anterior marcou a estreia dos irmãos Carvalho no Festival de Brasília. Com 25 anos, eles  estão começando a trajetória nos festivais de cinema. “A gente tá começando a entender esse clima agora, vai ser interessante entender melhor as reverberações do que aconteceu no ano passado. Estamos começando a entender esse circuito de festivais”, disse Carvalho.

Momento atual

Para a diretora Glenda Nicácio, as discussões que ocorreram na edição anterior do festival eram urgentes e representam o momento atual dos negros no país, com políticas públicas de acesso a universidades e de regionalização da produção cinematográfica, assim com o barateamento dos equipamentos e acesso às tecnologias digitais.

“São vários fatores que fizeram com que esse público fosse se modificando e mudando de lugar. Quem antes era apenas público, hoje também é produtor, também pensa cinema, tem acesso e pode fazer. Isso é transformador, porque faz com que coisas que aparentemente eram muito naturais comecem a ser questionadas”, afirmou à Agência Brasil.

Ela acredita que esses fatores possibilitam uma diversidade de voz e conteúdo na produção audiovisual brasileira e que o prêmio Zózimo Bulbul demarca esse momento de discussão sobre o papel do negro no cinema brasileiro, além da discussão que permeou a última edição do festival.

“É um posicionamento político do festival e das pessoas que, de certa forma, passam por ele e o cercam. Esses temas não podem ficar como discussões de um filme ou demarcadas por um debate específico. Eles precisam ser cotidianos, incorporados em nossa prática de pensar cinema, questionar, fazer curadoria, assistir e avaliar os filmes, seja você espectador, produtor ou jornalista”, observou.

Café com Canela

Ao lado de  Ary Rosa, Nicácio dirigiu o longa-metragem Café com Canela, escolhido o melhor longa-metragem pelo júri popular na edição de 2017. O filme tem, além da diretora, todo o elenco formado por negros. Eles estão de volta este ano na mostra competitiva, com um novo longa-metragem, Ilha, que já estava sendo filmado durante o festival passado.

A equipe, parte dela presente em Café com Canela, esperou no set de filmagem, no interior da Bahia, o retorno dos diretores que estavam em Brasília participando do festival para concluir as gravações. Para a diretora, a estreia em Brasília, com uma premiação do júri popular, deu mais segurança à equipe e contagiou as filmagens do novo longa.

“Estar em Brasília com Café era uma possibilidade de reconhecimento e, por estar em processo de outro filme, uma possibilidade também de segurança e de generosidade com a equipe. A gravação do Ilha ficou contagiada por esse espírito de muita celebração e certeza de que caminhamos juntos em uma direção e sendo vistos”, afirmou Glenda.

Formados em cinema pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, os diretores fundaram a produtora independente Rosza Filmes, em Cachoeira (BA), em 2011, e estrearam na direção de longa-metragem com Café com Canela. A primeira exibição nacional do filme ocorreu no Festival de Brasília.

“Partindo de uma produtora do interior da Bahia, totalmente fora do eixo principal, participar do festival nos deu um ânimo com certeza. Brasília trouxe esse recorte de com que público a gente dialoga. Esse cinema que nós estamos fazendo não funciona com todo mundo, funciona pra quem, com quem, quem é que se interessa, quem é que é tocado?. Eu acho que essa é a maior coisa que Brasília trouxe nesse processo do Ilha”, afirmou Glenda.

Apan

Viviane Ferreira, presidente da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (Apan), considera que houve muito esforço em discutir os equívocos de Vazante, em detrimento de outras produções como Café com Canela (BA) e Nó do Diabo (PB), de  Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuz, que apresentaram contribuições positivas sobre o papel do negro no cinema.

“É nítido que tratar as personagens negras da forma como o Vazante tratou, sem profundidade, já não cabe no tempo histórico que a gente vive. Hoje, vivemos um momento muito especial de estar compartilhando com uma geração que tem produzido de maneira estética e narrativa, com muita qualidade e sem disposição de dar um passo atrás. São coisas que deixam a gente muito feliz, na perspectiva de integrantes do movimento de cinema negro’, disse ela.

A Apan e o Centro Afrocarioca de Cinema foram as entidades que propuseram ao Festival de Brasília a criação do prêmio Zózimo Bulbul. “No curso dos debates, no ao passado, sobre ações afirmativas e representatividade, o Festival de Brasília se mostrou como um palco potente e corajoso para o enfrentamento dos debates raciais no audiovisual”, acrescentou Viviane.

A Apan surgiu em 2016, após uma série de diálogos e debates entre realizadores que frequentavam o Encontro de Cinema Negro, África Brasil e Caribe - criado por Zózimo Bulbul em 2007 no Rio de Janeiro - para atuar frente à desigualdade racial no setor audiovisual brasileiro.

“Zózimo foi um pioneiro nessa história toda, nesse movimento que está acontecendo hoje da juventude negra e dessa necessidade que, não só essa juventude, mas acho que o povo brasileiro está tendo de ver o negro representado na tela, ele por ele mesmo”, considerou Biza Vianna, companheira de Zózimo.

Diretora do Centro Afro Carioca de Cinema, ela lembrou que as principais referências de Zózimo eram os diretores do Cinema Novo, todos brancos, e considera que a militância do cineasta pelo cinema negro deixou como legado um referencial para as novas gerações. “Essa geração tem uma referência que não é a partir do olhar eurocêntrico, é a partir da valorização do seu próprio olhar. Então fico muito feliz com esse prêmio porque é a própria juventude reconhecendo esse protagonismo dele nele mesmo e por eles mesmos’, afirma.

Zózimo Bulbul (1937-2013) é autor de filmes como Alma no Olho (1973) - sua estréia como diretor -  e Abolição (1988), ganhador dos prêmio de melhor roteiro e fotografia do Festival de Brasília daquele ano. O produtor atuou em mais de 30 filmes incluindo Cinco Vezes Favela (1962) e Terra em Transe (1968), dirigiu nove, sendo o último deles Renascimento Africano, feito a convite do governo do Senegal por ocasião dos 50 anos de independência daquele país. O Encontro do Cinema Negro Brasil, África e Caribe, criado por Zózimo, completou 10 anos no ano passado, com mais de 80 produções brasileiras e internacionais de cineastas negros premiados e de jovens revelações.

A partir desta sexta (7), o filme pernambucano Eles voltam entra em cartaz no Recife, com sessões no Cinema da Fundação e São Luiz. Com direção e roteiro de Marcelo Lordello, o longa já foi exibido em 12 países da América, Ásia e África e venceu o Festival de Brasília de 2012, ao lado de Era uma vez eu, Verônica.

O filme conta a história de Cris (Maria Luíza Tavares) e Peu (Georgio Kokkosi), irmãos que são deixados na beira de uma estrada pelos pais. Eles foram castigados por brigar durante uma viagem à praia. Depois de algum tempo, Peu sai em busca de um posto de gasolina. Enquanto isso, Cris permanece no local e, sem notícias dos pais e do irmão, ela decide percorrer sozinha o caminho de volta para casa.

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No Cinema da Fundação, o filme ganha três sessões nesta sexta: às 16h30, 18h30 e 20h30. No São Luiz, a sessão é às 17h30 na sexta, sábado, domingo, terça e quarta-feira. A programação completa do Cinema da Fundação pode ser conferida no site da Fundaj

No São Luiz, a programação ainda tem Somos o que somos, às 15h30, também na sexta, sábado, domingo, terça e quarta-feira. O filme pernambucano Tatuagem segue em cartaz com sessões às 19h30.

Os ingressos do Cinema da Fundação custam R$ 10 inteira e R$ 5 meia. No São Luiz, R$ 4 inteira e R$ 2 meia.

Foi uma surpresa - o último longa exibido, Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán, recebeu o principal prêmio do 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Um tanto hermético para o público em geral, o filme de Paula é vagamente inspirado no romance Sobre a Neblina, de Christiane Tassis. O enredo é desidratado ao ser transposto para a tela, e o que se vê é um trabalho sensorial, de muita força nas imagens e nos sons. Recebeu também o candango de melhor som, para Fábio Andrade e Edson Secco.

O resto da premiação foi pulverizado. Todos os concorrentes de ficção foram contemplados, com exceção de Os Pobres Diabos, de Rosemberg Cariry, que ficou apenas com o prêmio do público.

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A maior injustiça foi cometida contra Riocorrente, obra de impacto de Paulo Sacramento, que recebeu apenas troféus de montagem e fotografia. Foi a oportunidade perdida pelo festival de apontar o trabalho mais intenso e plugado com mundo contemporâneo.

O júri, que andou com a cabeça nas nuvens, produziu alguns acertos. Entre eles, os troféus de atriz (Maeve Jinkings) e atriz coadjuvante (Nash Laila), ambas de Amor, Plástico e Barulho. Deu um troféu póstumo ao fotógrafo Aloysio Raulino por Riocorrente, seu último trabalho em ficção e de fato a melhor imagem do festival. Em gesto populista, concedeu o também póstumo candango de ator coadjuvante para Carlos Reichenbach, falecido ano passado.

Carlão foi imenso diretor e uma das pessoas mais queridas do cinema brasileiro. Mas, ator? E o que dizer do prêmio de diretor para Michael Wahrmann, de Avanti Popolo, obra em que atua Carlão? Uma premiação no mínimo confusa. Já o júri de documentários andou bem ao dar o prêmio para o polêmico e bem-humorado O Mestre e o Divino, de Tiago Campos, sobre as relações entre xavantes e um exótico padre alemão salesiano.

Em resumo: o festival foi bom, atravancado pelo excesso de filmes e atrações secundárias. Mais enxuto e com júris de pés fincados no chão, talvez pudesse fazer jus à fama de mais importante e politizado dos festivais brasileiros. Neste último quesito, ficou devendo em 2013.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cerimônia de entrega dos troféus do 46º Festival de Brasília aconteceu na noite desta terça (24), no Cine Brasília. Ao todo, foram R$ 700 mil oferecidos aos produtores na premiação oficial, sendo R$ 250 mil para o longa de ficção e R$ 100 mil para o melhor longa de documentário. Durante os oito dias de evento foram exibidos 6 longas de documentários, 6 curtas de documentários, 6 longas de ficção e 6 curtas de ficção. Pernambuco levou 10 prêmios no total com os longas Amor, plástico e barulho, O mestre e o divino e o curta Au revoir.

O filme Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán, foi o grande vencedor da mostra competitiva. A produção recebeu o prêmio de melhor longa-metragem de ficção e ainda levou o troféu de Melhor Som. Foi o último filme exibido na mostra competitiva e contou a história de uma mulher que salva de um incêndio diversas fotos e um diário com frases escritas à mão. Ela cruza montanhas e estradas para tentar refazer o caminho percorrido pelo homem que um dia ela conheceu e amou.

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Os Pobres Diabos, de Rosemberg Cariry, arrebatou o Prêmio TV Brasil e o prêmio do júri popular. Os prêmios de melhor ator comprovaram a qualidade dos novos talentos do país. O adolescente Pedro Maia ganhou o de melhor ator por Depois da Chuva e o jovem Miguel Arraes, de 14 anos, faturou o troféu de melhor ator entre os curtas. O prêmio de melhor ator coadjuvante, foi póstumo, para o veterano Carlos Reichenbach, de Avanti Popolo.

Amor, Plástico e Barulho, de Renata Pinheiro, levou os dois prêmios de melhor atriz de longa-metragem. Maeve Jinkings foi coroada com o troféu de atriz principal e Nash Laila levou o de coadjuvante. "Estamos todos muito emocionados ainda. Tenho muito orgulho de ter feito o filme com a Renata. É uma reafirmação para continuar o caminho", declarou Maeve ao Leiajá. A atriz participa também do elenco do longa O som ao redor, indicado recentemente ao Oscar de 2014." Não imaginávamos a trajetória que o filme fez. É uma honra participar deste momento, representar o Brasil e estar entre os cinco concorrentes", comentou a atriz.

Tiago Campos ganhou do Cine Brasília o troféu de melhor longa-metragem documentário, por O Mestre e o Divino. Entre os curtas, o grande vencedor da categoria ficção foi Lição de Esqui, de Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro. Entre os documentários, Contos da Maré, de Douglas Soares, superou os concorrentes com lendas contadas por antigos moradores de uma comunidade do Rio de Janeiro. Na categoria Melhor Direção de longa-metragem, o vencedor foi Michael Wahmann, pelo filme Avanti Popolo.

O Festival de Brasília é a mais antiga mostra competitiva do gênero no país. Nesta edição, a organização recebeu 480 inscrições. Ao todo, foram 63 documentários em longa-metragem, 39 longas de ficção, 240 curtas de ficção, 103 documentários em curta-metragem e 35 curtas de animação. Além da exibição dos filmes participantes da mostra competitiva, o festival promoveu debates com as equipes dos filmes e um seminário sobre a representatividade de entidades da sociedade civil no cinema brasileiro.

Confira os filmes premiados:

Longa-metragem - ficção

Melhor longa ficção: Exilados do Vulcão, de Paula Gaitán

Melhor direção: Michael Wahrmann, por Avanti Popolo

Melhor ator: Pedro Maia, por Depois da Chuva

Melhor atriz: Maeve Jinkings, por Amor, Plástico e Barulho

Melhor ator coadjuvante: Calos Reichenbach, por Avanti Popolo

Melhor atriz coadjuvante: Nash Laila, por Amor, Plástico e Barulho

Melhor roteiro: Claudio Marques, por Depois da Chuva

Melhor fotografia: Aloysio Raulino, por Riocorrente

Melhor direção de arte: Dani Vilela, por Amor, Plástico e Barulho

Melhor trilha sonora: Mateus Dantas, Nancy Viegas, Bandas Crac! e Dever de Classe, por Depois da Chuva

Melhor som: Fábio Andrade e Edson Secco, por Exilados do Vulcão

Melhor montagem: Idê Lacreta e Paulo Sacramento, por Riocorrente

Curta-metragem - ficção

Melhor curta ficção: Lição de Esqui, de Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro

Melhor direção: Ricardo Alves Jr.,  por Tremor

Melhor ator: Miguel Arraes, por Todos Esses Dias em que sou Estrangeiro

Melhor atriz: Rita Carelli, por Au Revoir

Melhor roteiro: Leonardo Mouramateus, por Lição de Esqui

Melhor fotografia: Matheus Rocha, por Tremor

Melhor direção de arte: Thales Junqueira, por Au Revoir

Melhor trilha sonora: Gustavo Fioravante e O Grivo, por Fernando Que Ganhou Um Pássaro do Mar

Melhor som:  Bruno Bergamo, por Sylvia

Melhor montagem: Frederico Benevides, por Tremor

Curta-metragem - animação

Melhor filme animação: Faroeste – Um Autêntico Western”, de Wesley Rodrigues

Longa-metragem documentário: 

Melhor filme: O Mestre e o Divino, de Tiago Campos

Melhor direção: Maria Augusta Ramos, por Morro dos Prazeres

Melhor fotografia: Leo Bittencourt e Gui Gonçalves, por Morro dos Prazeres

Melhor trilha sonora: O Mestre e o Divino

Melhor som: Felippe Mussel, por Morro dos Prazeres

Melhor montagem: Amandine Goisbault, por O Mestre e o Divino

Prêmio especial do júri – documentário

Pesquisa do filme Outro Sertão, de Adriana Jacobsen e Soraia Vilela

Curta-metragem - documentário

Melhor filme: Contos da Maré, de Douglas Soares

Melhor direção: Rafael Urban e Terence Keller, por A que deve a honra da ilustre visita este simples marquês?

Melhor fotografia: André Moncaio, por O canto da lona

Melhor trilha sonora: Fabio Baldo, por Contos da Maré

Melhor som: Samuel Gambini, por O canto da lona

Melhor montagem:Ivan Costa e Dácia Ibiapina, por O gigante nunca dorme

Prêmio do júri popular

Melhor filme de longa metragem: Os Pobres Diabos, de Rosemberg Cariry

Melhor filme de curta metragem: Faroeste - Um Autêntico Western, de Wesley Rodrigues

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Produzido pelo Busca Vida Filmes, o longa Elena aporta na capital pernambucana nesta terça (28) e quarta (29), no Cinemark RioMar, às 22h15. Vencedor dos prêmios de melhor documentário (júri popular), melhor direção, melhor direção de arte e melhor montagem no 45º Festival de Brasília, o filme trata sobre as lembranças, a irreversibilidade da perda e o impacto causado em uma menina de sete anos pela sólida ausência da irmã – a quem a diretora Petra chama de sua "memória inconsolável".

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Concebido como um documentário de fundo psicológico, o primeiro longa da diretora e atriz Petra Costa acompanha a jornada percorrida por ela para resgatar as frustrações e angústias que arrastaram a vida de Elena a um desfecho trágico. No filme, a personagem Elena viaja para Nova York com o sonho de ser atriz de cinema. Aos 20 anos, encontra uma realidade que a obriga a abdicar do sonho e a tomar decisões extremas. Duas décadas depois, é sua irmã Petra, 13 anos mais nova, quem vai para a mesma cidade em busca das memórias de Elena.

Em 80 minutos, o espectador é convidado a mergulhar num passado ainda pungente para, junto com Petra e suas recordações, emergir da dor e se emancipar. Além disso, o filme narra sobre o Brasil, o rescaldo da ditadura militar, a geração que cresceu nos anos 1980 com a árdua tarefa de batalhar por seus sonhos quando a maioria a acusava de não ter bandeiras ou ideais. 

Confira o trailer oficial:

Serviço

Filme 'Elena'

Terça (28) e Quarta (29) l 22h15

Cinemark RioMar (RioMar Shopping)

A partir desta terça (18), 30 filmes inéditos disputam as atenções do público e dos jurados da 45ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. As mostras competitivas começam a ser exibidas às 19h na Sala Villa Lobos, do Teatro Nacional, até o próximo dia 24.

A disputa pelo melhor longa-metragem documentário começa com Um Filme para Dirceu. Dirigido pela roteirista e documentarista Ana Johan, o filme conta a história de um gaiteiro que sonhava em viver da música e aos 17 anos ficou paraplégico. Ana Johan acompanhou a vida de Dirceu por três anos para concluir a obra.

Na categoria longa-metragem de ficção, o diretor Marcelo Lordello abre a disputa com Eles Voltam, que relata a trajetória de dois irmãos deixados à beira da estrada como castigo de seus pais, que começam uma jornada de volta ao lar.

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Serão exibidas também mostras de curtas-metragens de ficção, de animação e de documentário. Os filmes que disputam as mostras competitivas foram selecionados entre mais de 600 inscritos e vão disputar prêmios que totalizam R$ 635 mil, distribuídos nas cinco categorias.

Para Vítor Ortiz, secretário executivo do Ministério da Cultura, os festivais de cinema do país são referências importantes para a população. Ele acrescentou que, no caso do Festival de Brasília, esse significado produz reflexos ainda maiores sobre a produção audiovisual do país.

“O Festival de Brasília não é apenas tradicional, mas tradicional e inovador, o que faz com que seja um dos mais importantes do Brasil, pela grande participação e repercussão que sempre alcança. É um espaço importante que dá visibilidade à produção audiovisual brasileira”, avaliou

Ortiz, que representou a ministra da Cultura, Marta Suplicy, na abertura oficial do evento, na noite de ontem (17), acrescentou que hoje o país comemora a aprovação da Lei 12.485, sancionada no ano passado, apontada como uma conquista para a produção audiovisual. “A lei abriu o sistema de TV por assinatura, com a exigência de que tenha cota para o cinema nacional. Essa cota resultou no incremento do Fundo Setorial do Audiovisual, de quase R$ 1 bilhão [recursos de 2012 e 2013], o que representará grande transformação na produção audiovisual brasileira”, disse.

Segundo ele, o incremento vai estimular tanto as produções para a televisão quanto para o cinema. “A abertura desse mercado significa o fortalecimento das produtoras que trabalham com TV, cinema e outras formas de audiovisual”.

A organização do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro anunciou que "Rock Brasília – Era de Ouro", o mais recente documentário do cineasta radicado em Brasília Vladimir Carvalho, vai ser exibido na abertura do evento como hours concours (fora da disputa).

Vencedor na categoria documentário do Festival de Paulínia de Cinema deste ano, que rendeu a Carvalho o prêmio de R$ 100 mil, Rock Brasília foi idealizado a partir de imagens registradas pelo cineasta durante o período em que Brasília ficou conhecida como a capital do rock nacional. O rock candango ganhou o país graças ao sucesso de bandas como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude e de artistas que, no começo da carreira, moraram em Brasília, como o paraibano Herbert Vianna e o carioca Bi Ribeiro, dos Paralamas do Sucesso, e a também carioca Cássia Eller.

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O documentário de 111 minutos é um dos três filmes ambientados na capital federal que têm o rock nacional dos anos 1980 como fio condutor e que devem chegar às salas de cinema ainda este ano. Faroeste Caboclo, de René Sampaio, e Somos Tão Jovens, de Antonio Carlos da Fontoura, estão em fase de finalização.

Entre as muitas cenas históricas que Carvalho garimpou para Rock Brasília – Era de Ouro estão imagens inéditas do último show da banda Legião Urbana, liderada por Renato Russo, em Brasília, no dia 18 de junho de 1988, no Estádio Mané Garrincha. O concerto ficou marcado por um grande quebra-quebra na plateia, que deixou centenas de feridos.

Festival de cinema mais antigo do país, o certame de Brasília chega este ano a 44ª edição com algumas mudanças conceituais e estruturais. Pela primeira vez serão aceitos filmes não inéditos, já exibidos em outros festivais. Foi criada ainda a mostra competitiva de filmes de animação. Para aproveitar os dias quentes e secos, a data do festival foi antecipada para o período entre 26 de setembro e 3 de outubro.

Com orçamento de R$ 4 milhões (R$ 1 milhão a mais que o de 2010), a organização aumentou o valor dos prêmios para cada categoria. Nas categorias de melhor longa-metragem, curta-metragem e animação serão pagos prêmios de, respectivamente, R$ 250 mil, R$ 20 mil e R$ 20 mil. Também há prêmios para os melhores ator e atriz (protagonistas e coadjuvantes), roteiro, fotografia, direção de arte, trilha sonora, som e montagem.

Ao todo, 624 produções foram inscritas no festival, sendo 110 longas (56 inéditos), 415 curtas e 99 animações. Foram selecionados seis longas, 12 curtas e 12 curtas de animação.

Os longa-metragem selecionados são As Hipermulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e Takumã Kuikuro; Hoje, de Tata Amaral; Meu País, de André Ristum; O Homem que Não Dormia, de Edgard Navarro; Trabalhar Cansa, de Juliana Rojas e Marco Dutra e Vou Rifar Meu Coração, de Ana Rieper.

Na categoria curta-metragem, vão disputar os troféus Candango de Ouro A Casa da Vó Neyde, de Caio Cavechini; A Fábrica, de Aly Muritiba; De Lá Pra Cá, de Frederico Pinto; Elogio da Graça, de Joel Pizzini; Imperfeito, de Gui Campos; L, de Thais Fujinaga; Ovos de Dinossauro na Sala de Estar, de Rafael Urban; Premonição, de Pedro Abib; Ser Tão Cinzento, de Henrique Dantas; Sobre o Menino do Rio, de Felipe Joffily; Três Vezes por Semana, de Cris Reque e Um Pouco de Dois, de Danielle Araújo e Jackeline Salomão.

Para a mostra competitiva dos filmes de animação foram selecionados 2004, de Edgard Paiva; A Mala, de Fabiannie Bergh; Bomtempo, de Alexandre Dubiela; Cafeka, de Natália Cristine; Céu, Inferno e Outras Partes do Corpo, de Rodrigo John; Ciclo, de Lucas Marques Sampaio; Media Training, de Eloar Guazzelli e Rodrigo Silveira; Menina da Chuva, de Rosária Moreira; Moby Dick, de Alessandro Corrêa; Quindins, de David Mussel e Giuliana Danza; Rái Sossaith, de Thomate e Sambatown, de Cadu Macedo.

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