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O tema mobilidade é corriqueiro no Recife. Não apenas por causa dos engarrafamentos que travam a cidade, mas também pelas obras viárias para a Copa do Mundo. O Corredor Leste-Oeste, que terá 12 km de extensão, abrangendo as zonas leste e oste da Região Metropolitana do Recife (RMR), é uma dessas obras. Porém, faltando pouco mais de um mês para a realização da Copa, esse sistema de mobilidade ainda causa dúvidas na população. Como vai funcionar? Qual o tempo de espera dos passageiros? As antigas linhas vão funcionar? Em meio a essas dúvidas, existe uma "certeza" no quesito empregabilidade. O Corredor, que terá o Bus Rapid Transit (BRT) operando no novo Sistema de Transportes Público de Passageiros (STPP/RMR), não deve gerar demissões de motoristas e cobradores, porém, também não há especulações de geração de empregos.  

A empresa Rodoviária Metropolitana ganhou a licitação do BRT, devendo atender diariamente 155 mil passageiros. Ao todo, serão 213 veículos e 95 BRTs. Elaine Aguiar, gerente de Recursos Humanos da Metropolitana, explica que para conduzir os BRTs, houve recrutamento interno e externo. “Convidamos os funcionários interessados que tinham, no mínimo, um ano de empresa. A partir daí realizamos capacitações, treinamento e avaliações para observar o perfil de cada um”, diz. De acordo com a gerente, foram realocados 221 rodoviários para os BRTs (entre motoristas, cobradores e fiscais) e contratados 170 para conduzir algumas linhas.

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Para atender os passageiros, o diretor executivo da Rodoviária Metropolitana, Alexandre Barros (foto à direita), acredita que os desafios são inúmeros. “A expectativa é grande tanto para o público, quanto para a empresa! A Metropolitana iniciará as operações sem os Terminais Integrados prontos e com muitas estações sem funcionar”, desabafa o executivo.

Ainda segundo Barros, a operadora está investindo em campanhas publicitárias e no treinamento dos colaboradores. “Além de capacitar os profissionais, a empresa vai criar também campanhas publicitárias. As peças serão voltadas aos colaboradores, passageiros e ao público em geral", ressalta Barros.

 

Em entrevista ao Portal LeiaJá, Artur Ângelo, motorista e treinador dos condutores dos BRTS, relata as expectativas sobre o funcionamento do BRT. Confira o vídeo:

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Linhas perdidas

As operadores Caxangá e Transcol, como não participaram da disputa pela licitação do BRT, perderam três linhas para a Rodoviária Metropolitana. O percurso feito por elas não foi divulgado pelas empresas. Diante dessa redução linhas, ainda não há uma definição sobre a situação dos empregados da Caxangá e da Transcol. 

O gestor de operações da Rodoviária Caxangá, Marcelo Luna, informou que os colaboradores provavelmente serão realocados em outras linhas ou rotas. “Haverá mudança, porém ainda não temos nenhum planejamento. Consideramos que é cedo para prever e se posicionar sobre o assunto”, explica Luna. Valdemir Noé, responsável operacional da Transcol, acredita que a situação é imprecisa. “Não sabemos se os ônibus trafegarão no subúrbio ou farão outras rotas. Quanto aos colaboradores, eles não serão demitidos. Acredito que serão transferidos para outras funções ou atividades”, diz Noé.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, Patrício Magalhães, diz que não haverá demissão em massa, com a adesão do BRT. Já Roberto Carlos Torres, líder de oposição do sindicato pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), revela que já existem rumores sobre a redução de linhas e consequente demissões. “Tudo está em fase de estudo, mas os motoristas, cobradores e fiscais já conversam acerca disso”, conta.  

Em relação aos veículos que atualmente trafegam na Avenida Caxangá, uma das principais vias do Corredor Leste-Oeste, a assessoria de imprensa da Grande Recife Consórcio de Transportes explica que o destino das linhas e a situação dos colaboradores é de responsabilidade das empresas. Porém, alguns Terminais não estão prontos, tendo os BRTs que circular, em determinados trechos, na zona mista, junto com carros, motos, pedestres, bicicletas e os ônibus tradicionais.











 

 

Parentes de vários líderes do alto escalão do governo chinês, incluindo o presidente Xi Jinping e o ex-primeiro-ministro Wen Jiabao, esconderam verdadeiras fortunas em paraísos fiscais, segundo uma investigação jornalística que coloca em xeque a campanha anticorrupção lançada por Pequim.

De acordo com documentos financeiros obtidos pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), com sede em Washington, quase 22.000 clientes originários da China ou de Hong Kong estão envolvidos com companhias "offshore".

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Sinal da sensibilidade do assunto, o site do ICIJ estava inacessível nesta quarta-feira na China, bem como todos os sites de meios de comunicação que colaboraram nas investigações, entre eles o jornal britânico The Guardian, o francês Le Monde, o espanhol El Pais e o de Hong Kong Ming Pao.

Entre as fortunas chinesas envolvidas no escândalo, estão as de milionários do mundo dos negócios, incluindo Yang Huiyan, a mulher mais rica da China, ou Pony Ma e Zhang Zhidong, fundadores da gigante Tencent.

Mas os 2,5 milhões de dados confidenciais recolhidos pelo ICIJ revelam também um verdadeiro "quem é quem" da elite política da segunda economia mundial.

A riqueza dos líderes comunistas continua a ser um assunto tabu na China e os principais dirigentes do regime devem, oficialmente, servir ao povo desinteressadamente.

Há membros do Congresso Nacional do Povo (CNP), do Parlamento chinês, bem como parentes do ex-presidente Hu Jintao, do ex-primeiro-ministro Li Peng e de Deng Xiaoping, que supervisionou a abertura da economia chinesa em 1980.

Também estão envolvidos parentes de Xi Jinping, o atual chefe de Estado, e de Wen Jiabao, primeiro-ministro entre 2003 e 2013, que já haviam sido investigados em 2012 pela Bloomberg e pelo New York Times sobre as fortunas colossais de suas famílias.

Segundo o ICIJ, Deng Jiagui, um rico empreendedor imobiliário e investidor que, em 2006, casou-se com a irmã mais velha de Xi Jinping, detém 50% de uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, sob o nome Excellence Effort Property Development.

Por sua vez, Wen Yunsong - filho de Wen Jiabao - abriu em 2006 no mesmo paraíso fiscal uma empresa da qual ele era o único acionista.

Embora tais empresas e fundos "possam não ser ilegais", elas muitas vezes escondem "conflitos de interesse e servem para manter relações no centro do governo", indicou ao ICIJ Minxin Pei, professor do Claremont McKenna College.

Por coincidência, nesta quarta-feira em Pequim acontece o julgamento do advogado Xu Zhiyong, um ativista detido por exigir insistentemente mais transparência por parte dos líderes políticos, pedindo-lhes para divulgar seus ativos.

Essas revelações também ocorrem poucos dias após a publicação de uma carta de Wen Jiabao, clamando a sua "inocência" e se defendendo de qualquer delito após as recentes denúncias contra a sua filha.

Em novembro, o New York Times informou que o banco americano JPMorgan Chase havia empregado como sua consultora Wen Ruchun, a filha de Wen, possivelmente para obter contratos lucrativos na China.

A JPMorgan, cuja política de contratação de parentes de vários líderes chineses é investigada pelas autoridades dos Estados Unidos, pagou um total de US$ 1,8 milhão em taxas de consultoria para Wen entre 2006 e 2008.

Os documentos revelados nesta quarta-feira pelo ICIJ mostram de que maneira Wen Ruchun, que operava sob o pseudônimo de "Lily Chang", conseguiu apagar seus rastros para ocultar qualquer ligação entre seu pai e sua companhia.

Batizada de Fullmark Consultants, a empresa foi criada nas Ilhas Virgens Britânicas em 2004 por seu marido Liu Chunhang. Ele foi o único diretor e acionista até 2006, ano em que o sistema de regulação bancária chinês lhe ofereceu um cargo.

Segundo o ICIJ, 90% dos clientes da China continental representaram entidades "off-shore" nas Ilhas Virgens Britânicas, muitas vezes com a ajuda de empresas ocidentais, incluindo as instituições helvéticas UBS e Credit Suisse, mas também a consultora PricewaterhouseCoopers (PwC).

Cerca de 7% deles se instalaram nas ilhas Samoa, e 3% em outras áreas. Os documentos obtidos pela organização também citam 16.000 clientes de Taiwan em paraísos fiscais.

"A lógica do artigo (do ICIJ) não é convincente, o que provoca questões sobre os seus motivos", respondeu Qin Gang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, nesta quinta-feira (19), que 36 pessoas já foram indiciadas por envolvimento em fraudes no vestibular de medicina em faculdades particulares mineiras e fluminenses. A instituição também apontou que houve aplicação do golpe no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano.

De acordo com a polícia, pelo menos na cidade de Barbacena, no Centro de Minas Gerais, os integrantes da quadrilha repassaram os gabaritos com o resultado das provas do caderno amarelo, visando garantir a aprovação de “feras” no exame. Segundo o delegado que repassou a informações para a imprensa, Fernando José Barbosa Lima, que também presidiu o inquérito, um dos coordenadores do grupo criminoso é José Cláudio de Oliveira, 41. O acusado subornou um fiscal que ainda não foi identificado, em Barbacena.

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O delegado explicou que José Cláudio pagou R$ 10 mil ao fiscal para receber os dois cadernos de prova amarela, referente aos dois dias de aplicação do Enem. O coordenador da quadrilha, segundo a Polícia Civil, passava as questões para as pessoas responsáveis por resolver os quesitos, identificadas como pilotos, que retornavam as informações, normalmente via internet, com o gabarito. Em seguida, os dados informativos eram replicados aos candidatos por mensagem de celular ou ponto eletrônico. A polícia ainda informou que os preços pagos pelos candidatos aos fraudadores variavam de R$ 70 mil a R$ 100mil.

A PCMG passou algumas informações e documentos para a Polícia Federal (PF), entre eles, dois cadernos amarelos que foram apreendidos com José Cláudio em Barbacena, durante a Operação Hemostase, no dia 3 de dezembro. Também estão com a PF cerca de 30 gravações de conversas entre o José e o aposentado Quintino Ribeiro Neto, de 63 anos, que também liderava o grupo criminoso. De acordo com a Polícia Civil, existem ainda mensagens de SMS contendo parte dos gabaritos e outras em que eles comemoram o índice de acerto das provas.

Depois de nove meses de investigação, o inquérito da Polícia Civil chega a aproximadamente 3 mil páginas. O delegado federal Paulo Henrique elogiou o trabalho da PCMG e destacou que a PF iniciará um trabalho para confirmar o crime e identificar os beneficiados.

Operação – a ação que resultou no esclarecimento de fraude foi chamada de “Hemostase” por causa dos procedimentos realizados nos processos cirúrgicos destinados a estancar hemorragia.

Suspensos por 120 dias pela Controladoria-Geral do Município (CGM) por suposto envolvimento na quadrilha que fraudava impostos na capital paulista, os quatro auditores fiscais que chegaram a ser presos no fim de outubro vão receber, juntos, cerca de R$ 215 mil em salários da Prefeitura de São Paulo para ficar sem trabalhar até março.

Isso ocorre porque o Estatuto dos Funcionários Públicos da capital prevê que, durante a suspensão preventiva, o servidor perde apenas 1/3 dos vencimentos, tendo o direito de receber a diferença e à contagem de tempo de serviço relativo ao período afastado - se o processo administrativo aberto contra ele não resultar em punição.

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Luís Alexandre Cardoso Magalhães, o primeiro a aceitar a delação premiada, foi suspenso no dia 5. No dia 9, a CGM publicou o afastamento de Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral, Eduardo Horle Barcellos e Ronilson Bezerra Rodrigues, apontado como chefe da quadrilha acusada de cobrar propina para dar descontos em Imposto sobre Serviços (ISS) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).

Concursados

Todos são funcionários concursados viraram alvo de processos administrativos disciplinares instaurados pela CGM, que podem resultar na demissão a bem do serviço público. Além disso, o grupo é investigado pelo Ministério Público Estadual (MPE) por enriquecimento ilícito, corrupção, concussão (tirar vantagem pela função), formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

O afastamento do grupo foi necessário para não atrapalhar as investigações, que começaram em março. Mesmo em casa, Rodrigues vai receber cerca de R$ 16 mil do salário de R$ 24 mil. Neste mês, contudo, antes da suspensão, ele recebeu uma remuneração adicional de R$ 13 mil, somando R$ 37,1 mil, acima do salário do prefeito Fernando Haddad (PT), de R$ 24,1 mil, teto municipal.

Com base nos vencimentos disponíveis no site da Prefeitura, Lallo, que tem salário de R$ 18,8 mil, deve receber R$ 12,5 mil mensais até março de 2014, e Barcellos, R$ 13,1 mil. Já Magalhães tem uma decisão judicial que impede a divulgação de seu salário pela Prefeitura. Mas, segundo a investigação, recebe cerca de R$ 18 mil, o que resultará em vencimentos de R$ 12 mil por quatro meses.

Não à toa, os fiscais demonstraram preocupação em manter seus empregos na Secretaria Municipal de Finanças, após descobrirem que estavam sendo investigados pela CGM. Em conversa com Rodrigues e Lallo gravada em um bar no Tatuapé, na zona leste da capital, semanas antes da prisão da quadrilha, Magalhães fala em parar de cobrar propina e atuar dentro da lei. "Eu vou dizer o que vai acontecer. Eu paro de fazer negócio. Já tenho 40 anos. Eu sou inteligente, sei fazer muita coisa. Eu tenho dinheiro, sei o que vai acontecer: ninguém vai mexer no meu patrimônio, que ser bandido também é difícil. Mas eu vou preservar o meu emprego", disse o fiscal.

Suspeitos

Dos outros 11 envolvidos nas denúncias do esquema, apenas Antonio Donato (PT), ex-secretário do Governo, Antonio Grasso (PV), ex-chefe de gabinete da Subprefeitura de Pinheiros, e Tony Nagy, ex-assessor especial da Secretaria Municipal do Trabalho, foram exonerados em definitivo pela gestão Haddad por não serem funcionários concursados.

Os demais perderam os cargos de confiança que ocupavam, como Fábio Camargo Remesso, que foi indicado pelo vereador Nelo Rodolfo (PMDB) para ser assessor da Secretaria de Relações Governamentais. Mas continuam na administração recebendo salário integral porque são servidores de carreira, segundo informação da própria Prefeitura. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues disse em uma conversa gravada com outros dois acusados de desviar impostos em São Paulo que passou a integrar o grupo político de Gilberto Kassab (PSD) nas eleições municipais de 2004, quando o ex-prefeito foi eleito vice na chapa de José Serra (PSDB). Em 2006, o tucano deixou o cargo para disputar o governo paulista e Kassab assumiu a Prefeitura.

No diálogo, ao qual o Estado teve acesso, Rodrigues relata o episódio na mesa de um bar no Tatuapé, na zona leste, para os fiscais Luis Alexandre Cardoso Magalhães e Carlos Augusto di Lallo Leite do Amaral, acusados de integrar a quadrilha. Ele diz aos colegas que não seria capaz de traí-los.

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Rodrigues afirma que ele e o auditor Arnaldo Augusto Pereira, também investigado por enriquecimento ilícito, foram apresentados ao comitê da campanha de José Serra na Vila Mariana, zona sul, por um homem que havia coordenado na década de 1990 a campanha de Kassab a vereador na zona leste. "Ele apresenta nós (sic) para o comitê da Vila Mariana e o Kassab põe nós dois (Rodrigues e Pereira) junto com um cara que fazia a campanha do Serra em 2004: o Felipe Soutello. Fizemos uma reunião e falamos das ações", disse Rodrigues. "Quando o Serra assume, só o Arnaldo ganhou cargo", afirmou.

Apontado como chefe da quadrilha acusada de desfalcar a Prefeitura em R$ 500 milhões, Rodrigues relatou ainda que seguiu para Santo André com Pereira, que havia sido nomeado em 2009 secretário de Planejamento de Aidan Ravin (PTB), então prefeito da cidade. E disse que só voltou à capital a pedido de Walter Aluisio Morais Rodrigues, secretário municipal de Finanças entre 2008 e 2011, na gestão Kassab.

"Eu não ia para Santo André (mas foi por fidelidade a Pereira). Em quatro meses o Walter me liga para retornar como subsecretário. Eu nunca traí ninguém. Isso não é da minha índole", desabafou Rodrigues. Magalhães gravou a conversa.

Conforme o Estado revelou nesta sexta, Walter Aluisio frequentava o escritório alugado pela quadrilha no centro da capital, chamado de "ninho", segundo o depoimento de uma testemunha protegida pelo Ministério Público Estadual (MPE), dado em 6 de novembro. Ela também disse que o secretário adjunto à época, Silvio Dias, frequentava o lugar. Por fim, afirmou que havia troca de favores entre Rodrigues e a dupla.

Em um telefonema gravado pelo Ministério Público, Rodrigues reclama à auditora Paula Sayuri Nagamati que estava sendo investigado pela Controladoria-Geral do Município e afirma que "o secretário e o prefeito com quem trabalhei" também deveriam prestar esclarecimentos porque "tinham ciência de tudo". A assessoria de Kassab foi procurada, mas ele não quis se manifestar. O ex-prefeito já disse que as afirmações contra ele são "falsas". Walter Aluisio e Silvio Dias não foram localizados ontem pela reportagem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FORTALEZA - A partir desta quarta-feira (10), auxiliares fiscais da Secretaria do Centro recebem capacitação da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), através do Pelotão de Ciclo patrulhamento e a Assessoria de Capacitação Permanente (ACP). A medida acontece para que sejam amenizados os problemas da área com a realização de projeto.

Segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, o curso segue nos dias 11 e 12, das 8h às 17h, na sede da GMF (Rua Delmiro de Farias, nº1.900 - Rodolfo Teófilo), contando com a participação de dez auxiliares de fiscais, que atuarão nas ruas da cidade em bicicletas, para ouvir e orientar a população sobre serviços de limpeza urbana, buracos, bueiros e outras demandas.

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Ainda segundo a Prefeitura, a ação proporcionará aos participantes aulas de defesa pessoal; orientações sobre a mecânica e a condução de bicicletas nas ruas; além de explicações para a correta utilização de equipamentos de proteção individual. Onde o objetivo maior é o de ouvir a população sobre os problemas que afetam a cidade. As solicitações da população serão encaminhadas para as regionais e setores responsáveis, para que as devidas providências sejam tomadas.

O presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Agropecuários (ANFFA Sindical), Wilson Roberto Sá, acusou nesta quarta-feira interferência nos procedimentos do serviço brasileiro de defesa agropecuária para retardar o anúncio da confirmação da presença do agente patogênico da "doença da vaca louca" na fêmea bovina que morreu em dezembro de 2010 no Paraná. Wilson Sá defendeu a categoria que representa, dizendo que o serviço de defesa, ao detectar a presença da proteína responsável pela doença, "cumpriu seu papel de guardião da saúde". Mas enfatizou que é preciso apurar a responsabilidade pela demora de 14 meses na divulgação dos resultados.

O dirigente explicou que, pelos protolocos da defesa agropecuária, os resultados deveriam ter sido divulgados rapidamente, pois na sequência do exame obrigatório sobre raiva bovina são realizados outros para detectar enfermidades como a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), nome científico da "vaca louca". "Para isso dispomos de uma rede de laboratórios", diz ele.

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Ao ser questionado sobre quem seria o responsável pela demora na divulgação dos resultados, Wilson Sá disse que, "com certeza, não foram os técnicos", sem responder se houve interesses econômicos ou políticos. Ele lembra que o problema surgiu numa época conturbada no Ministério da Agricultura, durante a gestão do ex-ministro Wagner Rossi, que deixou o cargo em meio a denúncias de irregularidades na pasta.

Wilson Sá diz que para o sistema de defesa sanitária brasileiro se tornar ainda mais eficiente é necessário aumentar o quadro de funcionários, a fim de manter "o Brasil seguro diante das ameaças". Ele também defende a melhoria das estruturas nas unidades da federação, liberação de recursos e condições favoráveis e dignas de trabalho para os fiscais agropecuários federais.

Outro lado

Nas justificativas para a demora na divulgação dos resultados as autoridades sanitárias têm explicado que existem diversos fatores que explicam por que o caso não foi tratado como emergência, entre eles a idade do animal, que tinha 13 anos e que teve morte súbita, sem apresentar sintomas degenerativos da EEB. O primeiro exame deu negativo para a raiva e os dois seguintes deram resultado contraditório para EEB. A demora seria explicada pelo fato de os laboratórios terem realizado outros testes. A confirmação da EEB só ocorreu na semana passada, após os técnicos terem recebido o resultado dos testes feitos por um laboratório de referência da enfermidade localizado em Weybgidge, na Inglaterra.

Apesar de o Ministério da Educação afirmar que o Enem tem uma equipe de fiscais cadastrados e previamente treinados, a realização do primeiro dia do exame contou com "voluntários" escolhidos sem critério, na porta do local do exame.

Pelo menos foi assim na manhã de ontem na Unip da Água Funda, zona oeste de São Paulo, onde cerca de 30 pessoas foram selecionadas em uma repescagem em que o único critério foi apresentar o documento original de identificação. O repórter Paulo Saldaña, do jornal O Estado de S. Paulo, foi um dos que, com RG na mão, entrou na fila e garantiu uma vaga para a fiscalização. No local, havia 8 mil candidatos inscritos.

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Por volta de 8 horas as portas da universidade já estavam cheias. Muitos estavam lá a pedido de amigos, primos, tias e conhecidos que trabalhariam ou trabalharam na organização da prova. Elas receberam e-mail com recomendações sobre horários e tipo de vestuário: camisa branca e, caso estivesse frio, agasalho branco ou preto - o que pouca gente respeitou.

Primeiro entrou quem já tinha nome para a fiscalização. Quase meia hora depois, os organizadores da unidade voltaram para a portaria e recrutaram os não cadastrados e desconhecidos.

Um segurança anotou nomes e documentos. Alguns diziam que haviam tentado se cadastrar sem obter sucesso. Para o repórter, só perguntaram se tinha o nome na lista. Ele disse que não e foi prontamente contratado. Por cada dia de trabalho, os fiscais recebem R$ 65, além de alimentação com suco, mini goiabada e um salgado de presunto e queijo - muito criticado ontem na Unip.

Os recrutados foram levados às pressas para o anfiteatro, onde o treinamento já havia começado. Faltavam menos de duas horas para a abertura dos portões e centenas de fiscais deveriam dominar como aplicar a prova.

No palco, uma coordenadora detalhou como se portar em caso de cola, o que é ou não é permitido na sala, na mesa, embaixo da cadeira, a cor da caneta. Depois da palestra, respondeu a dúvidas e mostrou um filme com orientações sobre os procedimentos de entrega das provas, com informações como onde assinar os cadernos, o que orientar ao inscrito, como distribuir as provas. Apesar da qualidade do vídeo, havia rostos de dúvidas tão agudas quanto as do repórter. Era de fato muita informação.

Antes de indicar quem seriam os responsáveis por cada sala, a palestrante fez uma advertência importante. "Pessoal, já chegaram cinco fiscais embriagados. Se tiver alguém que foi para balada, que não está bem, por favor avise."

Muitos dos chamados não apareceram e assim que todos os pré-selecionados presentes tomaram seus postos, a coordenadora apontou uma pessoa da primeira fileira. Perguntou se ela tinha experiência em aplicação de concursos ou vestibulares. A mulher disse que não e, questionado, o repórter também confirmou sua inexperiência. A coordenadora fez mais duas tentativas, voltou a apontar o repórter e disse "vai você. Sala 563, bloco B".

A 563B tinha 76 inscritos, por isso eram três fiscais - apenas 49 fizeram o exame. Ali, apenas um dos três havia atuado em edições anteriores.

Pouco antes do meio dia, horário da abertura dos portões, havia salas com carteiras amontoadas - em uma delas, duas mulheres estavam desesperadas para organizar tudo. Alguns fiscais, também debutantes, ainda não entendiam bem se os candidatos deveriam assinar a lista de presença ao chegar ou ao sair. E se a lista ficava na porta ou na mesa no centro da sala.

Depois começou a busca pelo giz para as orientações na lousa. Os fiscais conseguiram um pequeno pedaço azul. A guerra seguinte foi para conseguir uma caneta - ao longo da prova, é necessário preencher uma série de informações sobre o exame. Os fiscais revezaram uma única caneta com duas salas.

Assim que os inscritos começaram a entrar, um candidato surge com um RG xerocado. O repórter recorreu ao coordenador do corredor, que autoriza sua participação caso o papel seja confiável. Coube ao repórter a decisão e ele fez o exame. O manual com as instruções previa um toque de sirene para o início das provas. O sino tocou e os fiscais ainda distribuíam os cadernos. Ninguém consultado pela reportagem naquele corredor assinou o Termo de Compromisso sobre confidencialidade e frequência, o que, em tese, seria obrigatório. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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