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A contração na economia do Brasil no segundo trimestre ressalta desafios importantes que o próximo governo do País enfrentará, após a eleição presidencial de outubro, afirmou a agência de classificação de riscos Fitch, em relatório. As perspectivas econômicas de médio prazo dependerão muito das medidas tomadas pela próxima administração para restaurar a confiança, reduzir o custo de fazer negócios e facilitar uma transição mais rápida em direção ao crescimento liderado pelo investimento, disse.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 0,60% no segundo trimestre em relação ao primeiro trimestre deste ano, informou na manhã desta sexta-feira (29) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A agência ressaltou que a queda em investimento foi o principal fator para a contração econômica no período. Além disso, o IBGE revisou a variação no primeiro trimestre deste ano. O recuo foi de 0,2% na comparação com o quarto trimestre de 2013. Inicialmente, o instituto havia apurado um avanço de 0,2%, como divulgado em maio.

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"A leitura do segundo trimestre e a revisão do primeiro trimestre significam que o Brasil está em recessão técnica e que a desaceleração em 2014 será mais acentuada do que o previsto em nossa previsão do ano inteiro, de crescimento real do PIB de 1,5% (contra 2,5% no ano passado). Vamos, portanto, reduzir a nossa previsão de crescimento em 2014 na próxima atualização do nosso relatório trimestral 'Perspectivas da Economia Global', que será publicado em setembro", afirmou a agência.

Segundo a Fitch, o Brasil está passando por uma "desaceleração prolongada". "O crescimento médio em 2011 a 2013 foi de 2,1%, menos da metade da média de 4,5% no período de 2006 a 2010", afirmou. "O impacto do aperto monetário e do potencial aperto fiscal no próximo ano no crescimento significam que qualquer recuperação durante nosso período de previsão de ratings deve ser gradual." O declínio acentuado dos indicadores de confiança nos últimos meses, que pode refletir a "erosão" na formulação de políticas, a incerteza pré-eleitoral e competitividade fraca também apontam para uma recuperação lenta, diz a Fitch.

O espaço para estímulo da demanda do Brasil no curto prazo é limitado pela inflação elevada e dívida pública, disse a agência, ao ressaltar que a inflação anual do IPCA continua a pairar perto do limite superior do intervalo de tolerância de 2 pontos porcentuais para cima ou para baixo do Banco Central do Brasil, cujo centro da meta é 4,5%. "Nossas projeções básicas veem a dívida bruta do governo geral se estabilizando um pouco abaixo de 60% do PIB (o que é acima da média dos ratings 'BBB'). Estas presumem que algum ajuste fiscal ocorra no próximo ano e que o crescimento se recupere", afirmou.

"O principal risco para a trajetória da dívida seria mais quedas nos superávits primários e desempenhos fracos" contínuos no crescimento. Segundo a agência, o fraco crescimento do PIB já está afetando as finanças públicas através do crescimento da receita mais fraco. Em 12 meses até julho, o superávit do governo central ficou em 1,22% do PIB, o que ressalta os desafios crescentes para atingir a meta de crescimento de 1,9% do PIB para este ano, afirmou. A dependência de receitas não recorrentes vai continuar neste ano, o que reduz a previsibilidade das finanças públicas.

"A queda dos indicadores de confiança sugerem que os agentes econômicos querem ver ajustes adicionais de política para além dos já realizados, que incluem o aperto monetário, alguma flexibilidade da taxa de câmbio e tentativas para aumentar o investimento privado em infraestrutura." Para a agência, restaurar a confiança, fortalecer a credibilidade da política fiscal e econômica e reduzir os gargalos estruturais em áreas como infraestrutura e ambiente de negócios seriam favoráveis para o perfil de crédito soberano do Brasil se resultarem em um crescimento mais rápido sustentável. A capacidade das autoridades para ajustar a política de modo a corrigir os desequilíbrios econômicos e fiscais, portanto, "continua a ser um foco importante de nossa avaliação de ratings soberanos".

As medidas complementares do Banco Central anunciadas nesta quarta-feira (20) para estimular o crédito podem não ser suficientes para ofuscar as preocupações de diversos bancos com a qualidade do crédito diante da desaceleração na economia, disse em nota a Fitch Ratings.

Nesta quarta, o BC anunciou mudanças no compulsório que liberam mais R$ 10 bilhões para os bancos, além de outras medidas técnicas, como a redução do requerimento de capital para os bancos. Em julho, o BC já havia liberado R$ 45 bilhões por meio de mudanças nos compulsórios e outras regras.

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A Fitch considerou que os "desafios macroeconômicos brasileiros não mostram sinais de diminuição". A agência ressalta que a equipe de avaliação de dívida soberana projeta que o crescimento do Brasil deve ficar em torno de 2% na média entre 2014 e 2016 e ainda cita que a inflação segue acima da meta.

Sobre os bancos públicos, a Fitch afirma que as medidas do BC devem ajudar a dar suporte a agenda de crescimento do crédito. "Os bancos públicos permanecem como os principais contribuidores para o crescimento do crédito e podem continuar assim no curto prazo", diz o texto.

"A Fitch acredita que forte crescimento do crédito que não seja suportado por crescimento similar na atividade econômica pode resultar em pressão na qualidade dos ativos para os credores, especialmente se a atividade permanecer fraca", diz a agência em comentário assinado por Eduardo Ribas e Matthew Noll.

Já sobre os bancos privados, a Fitch acredita que o BC está indo contra o apetite fraco para oferta de crédito. A agência lembra que um sinal de crescente conservadorismo dos bancos é a tendência para aumentar oferta de crédito de menor risco.

Os preços mais baixos das commodities, a desaceleração da China e a demanda doméstica mais fraca prejudicam as perspectivas de curto prazo para a América Latina, segundo a agência de classificação de risco Fitch Ratings. A Fitch projeta que a região vai crescer 1,9% este ano, de 2,6% em 2013, com o desempenho mais fraco de Brasil e México, que devem também apresentar déficits orçamentários mais altos. Para 2015, a expectativa é de uma modesta recuperação.

Em relatório, a agência afirma que o Brasil deve crescer somente 1,5% em 2014, enquanto no México o crescimento não deve superar 3%. Para a Fitch, só deve haver aceleração da atividade na Colômbia e na República Dominicana. Já a Argentina e a Venezuela devem enfrentar uma recessão.

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"Restrições estruturais, incluindo baixas taxas de investimento e problemas de infraestrutura, prejudicam alguns países e destacam a necessidade de um amplo esforço de reforma para melhorar a trajetória de crescimento no médio prazo", avalia Shelly Shetty, analista da Fitch responsável pela América Latina.

Segundo o relatório, porém, a Fitch não prevê uma ampla ação de rebaixamento de ratings soberanos de países da região, uma vez que eles têm liquidez adequada e políticas confiáveis para enfrentar uma potencial volatilidade internacional mais forte. A agência aponta ainda que o acesso ao mercado permanece robusto na maioria dos países.

O relatório aponta que a inflação continua elevada no Brasil e no Uruguai, mas que as maiores altas nos preços ainda são vistas na Argentina e na Venezuela. "O Brasil interrompeu seu ciclo de aperto monetário, argumentando que o impacto das elevações da taxa de juros é cumulativo e sentido com atraso", diz a agência.

Eleições

A Fitch destaca o calendário recheado de eleições na América Latina em 2014 e afirma que, segundo pesquisas de opinião, as chances de um segundo turno cresceram no Brasil. "Independentemente do resultado eleitoral, o próximo governo vai enfrentar o desafio de fazer ajustes para reduzir os desequilíbrios macroeconômicos existentes e tomar medidas para aumentar a confiança e a competitividade da economia", diz.

A agência afirma ainda que as reformas estruturais para impulsionar a produtividade na região não tiveram sucesso significativo e aponta o México como a única exceção, uma vez que o governo tem progredido em questões importantes.

A Fitch Ratings elevou a perspectiva do rating da Itália para estável, de negativa. Ao mesmo tempo, a agência de classificação de risco manteve a nota de longo prazo em moeda local e estrangeira em BBB+.

Em comunicado, a agência explicou que a revisão reflete o fim da recessão na Itália, a significativa melhora nas condições financeiras desde meados de 2012, o fortalecimento dos grandes bancos italianos e o superávit em conta corrente em 2013, o primeiro desde o início da crise financeira.

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Para este ano, a Fitch espera que o saldo positivo na conta corrente da Itália aumente, na esteira de uma demanda mais forte por exportações, enquanto as importações permanecerão limitadas pelo enfraquecimento na demanda doméstica.

Mesmo assim, a Fitch lembrou que os indicadores de inflação e no mercado de trabalho reforçam a fragilidade da economia. O desemprego subiu para 13% em fevereiro e a inflação anualizada desacelerou para 0,3% em março.

A agência de classificação de risco também lembrou que a economia italiana contraiu 4,1% desde meados de 2011, em uma das piores posições entre os membros da zona do euro. O desempenho médio do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos cinco anos é de -1,5%, contra uma média de +3,2% dos países avaliados em BBB. A dívida externa líquida, aos 56% do PIB no fim de 2013, também destoa dos pares, cuja média é de 9%.

A Fitch explicou que o rating é sustentado por uma economia diversificada, rica, de alto valor agregado e com níveis moderados de inadimplência no setor privado.

Se a população na Escócia decidir pela independência, a Fitch Ratings irá revisar o rating AA+ do Reino Unido, informou a agência de classificação de risco. A resposta da Fitch dependeria do acordo entre escoceses e britânicos.

Em relatório, a Fitch esclareceu que a separação da Escócia traria implicações sobre o restante do Reino Unido. Ainda que esse evento traga riscos apenas moderados para a dívida pública, as finanças externas, o câmbio e o setor bancário, é um assunto que mereceria uma análise mais próxima, disse.

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"O voto 'sim' seria seguido por um período de transição, no qual muitos detalhes precisariam ser acertados, desde questões políticas e legais a econômicas, financeiras e comerciais. Nós esperaríamos que essa transição seria gerenciada cautelosamente, evitando deslocamentos financeiros", afirmou.

Em uma avaliação preliminar, em outubro de 2012, a Fitch disse que a independência escocesa seria neutra para o rating do Reino Unido. No entanto, na época a agência assumiu que não haveria impacto na dívida bruta pública, "algo que agora parece muito improvável".

Recentemente, o governo britânico declarou que no caso da independência da Escócia ele continuará a honrar as emissões de dívida, o que levaria a um aumento de 9,5% na dívida pública bruta sobre o Produto Interno Bruto (PIB). "Como enfatizamos anteriormente, a dívida bruta do Reino Unido teria que ser menor que o nível atual e em queda estável antes de qualquer retorno ao 'AAA', um prospecto que seria adiado por tal choque na dívida", alertou.

Ainda assim, a Fitch Ratings esclareceu que a expectativa da agência, com base nas últimas pesquisas de opinião, é de que a população da Escócia rejeite o pedido de independência no referendo de setembro.

A Fitch Ratings manteve o rating soberano de Portugal em BB+, mas elevou a perspectiva da nota para positiva, de negativa. "Portugal está fazendo um bom progresso na redução do déficit orçamentário", afirmou a agência de classificação de risco.

A Fitch disse que a performance fiscal de 2013 superou as expectativas, colocando a economia do país em uma posição mais forte para alcançar a meta de déficit fiscal de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

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A agência também notou que a economia portuguesa está se recuperando e elevou as projeções de crescimento. Agora, espera-se uma alta de 1,3% no PIB real de 2014 e de 1,5% em 2015, significativamente acima das estimativas anteriores, de crescimentos de 0,2% e 1%, respectivamente. "As condições no mercado de trabalho, demanda reprimida por investimento e melhores indicadores de confiança irão apoiar a demanda doméstica. A recuperação na zona do euro deve ajudar as exportações", disse, em comunicado.

Com a melhora nas condições desde a última revisão do rating de Portugal, em outubro de 2013, a Fitch lembrou que as autoridades podem optar por uma "saída limpa" do programa de ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia ou pedir uma linha de crédito preventiva.

Para a agência, a segunda opção seria mais benéfica para Portugal se proteger contra riscos, mas esclareceu que essa não é a expectativa nem é um fator importante para a decisão do rating. A Fitch explicou que apesar da redução no déficit, Portugal terá elevadas necessidades de financiamento nos próximos anos e as condições impostas na linha de crédito aumentariam a confiança de que o governo continuará a adotar as políticas fiscais necessárias para reduzir a dívida pública, independentemente de quem estiver no poder.

O crescimento baixo é um problema "sério" para o Brasil, diz o diretor da Fitch Rafael Guedes. Segundo ele, esse é um dos pontos para se observar à frente. A agência de risco tem até julho para apresentar uma revisão da nota do Brasil, o que não significa que terá mudança da nota. "A perspectiva estável indica que a probabilidade de o Brasil ter alteração é menor do que 70%", explica Guedes. "Mas o comitê que define as notas precisa se reunir pelo menos uma vez por ano, até julho", diz.

Segundo ele, quando o rating do Brasil foi afirmado no ano passado, já havia uma deterioração na economia, mas ele diz contar, de outro lado, com uma série de passos para a melhora do ambiente.

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Entre os pontos positivos, ele citou a comunicação do BC, que era errática, mas "melhorou significativamente"; o câmbio, que mostra uma movimentação mais próxima das condições de mercado; e as intervenções do BC, via swap.

Apesar de dizer que um dos pontos fracos na classificação são as finanças públicas - o setor externo é positivo -, o superávit fiscal anunciado, que ele ressalta que "talvez seja mais baixo" do que seria necessário, é suficiente "para manter a trajetória da dívida estável ou levemente em queda", diz. Ele citou ainda como positivo os benefícios fiscais não estendidos para 2014 e que alguns deles estão sendo retirados.

Entre os pontos negativos, ele citou o nível de investimento baixo. "O Brasil tem problemas de investimentos muito grave", disse. E isso se reflete, entre outras coisas, no baixo crescimento. Segundo ele, por conta disso, o balanço para a questão macroeconômica é levemente negativo no Brasil, mas ainda "não o suficiente para que haja alteração na nota", completa. Ele falou durante evento do EMTA, na sede do HSBC, em são Paulo.

A Bovespa abriu em queda leve nesta quinta-feira, 10, mas virou para o terreno positivo pouco depois, embora sem grande convicção. No exterior, dados ruins sobre a balança comercial da China pressionam as bolsas europeias e os futuros de Nova York, apesar de indicadores divulgados hoje sobre a economia dos EUA terem melhorado o sentimento dos investidores.

Além disso, a agência de classificação de risco Fitch disse hoje que os fundamentos do Brasil são compatíveis com o rating BBB e a perspectiva estável. A empresa afirmou que vai observar o próximo governo, em 2015, para analisar a adoção das diretrizes econômicas, dando a entender que uma mudança na nota soberana não deve acontecer este ano.

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Por volta das 10h25 o Ibovespa subia 0,27%, aos 51.323,42 pontos. Entre os destaques de queda estavam Oi (-2,73%), Anhanguera (-2,16%) e Klabin (-2,05%). Já no campo positivo apareciam Prumo (+11,30%), Braskem (+3,14%) e ALL (+3,05%). As ações da Sabesp tinham valorização de 0,01%, enquanto os investidores aguardam a decisão da Arsesp sobre a revisão nas tarifas da companhia. Nos EUA, o Dow Jones subia 0,04%, o Nasdaq recuava 0,03% e o S&P 500 tinha queda de 0,36%.

Na noite de quarta-feira, 9, a Administração Geral das Alfândegas da China informou que o país teve superávit comercial de US$ 7,71 bilhões em março, bem acima da previsão de US$ 1,75 bilhão. Entretanto, o saldo positivo foi resultado de uma queda de 6,6% nas exportações, quando se esperava alta de 4,2%, e um recuo de 11,3% nas importações, ante estimativa de alta de 2,8%.

Nos EUA, porém, as notícias foram animadoras. Os pedidos semanais de auxílio-desemprego caíram para 300 mil, o menor nível desde maio de 2007. Já o índice de preços das importações subiu 0,6% em março, acima da alta esperada, de 0,2%.

O Tesouro Nacional aproveitou a reunião Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para manter encontros de rotina com representantes das agências de risco. Neste sábado (29), as reuniões foram com Fitch e Moody's.

Esses encontros são rotineiros e os contatos do Tesouro com as agências são praticamente semanais. As conversas mantidas neste evento são, portanto informais, diferentemente das reuniões anuais com representantes do País.

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As bolsas norte-americanas devem abrir o pregão desta sexta-feira, 21, em alta, sinalizam os índices futuros. As atenções estão voltadas para as apresentações de dirigentes regionais do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) na tarde de hoje, com os investidores em busca de avaliações sobre a alta de juros no país. Às 10h20 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 0,29%, o S&P 500 ganhava 0,35% e o Nasdaq tinha alta de 0,35%.

A manutenção do rating soberano dos EUA com perspectiva estável pela Fitch ajuda a animar os mercados nesta manhã, dia sem agenda de indicadores econômicos. No ano passado, as agências de classificação de risco ameaçaram um rebaixamento da nota do país, em meio aos problemas fiscais e ao embate político no Congresso.

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A sexta-feira tem quatro apresentações previstas de dirigentes do Fed, dos quais três têm poder de voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). Além disso, o ex-presidente Ben Bernanke participa de um debate em Washington sobre a política monetária do Japão.

Um dos dirigentes regionais que falam hoje é o presidente da sucursal de Mineápolis do BC, Narayana Kocherlakota, que foi voto dissidente na reunião que terminou quarta-feira. Ele é conhecido por sua postura "dovish", ou seja, favorável a juros mais baixos e o documento da reunião mostrou um Fed mais propenso a subir juros. O dirigente se apresenta às 17h30 (de Brasília), mas já divulgou um comunicado explicando seu voto dissidente e destacando que a nova diretriz do Fed aumenta a incerteza por dar pouca informação quantitativa sobre o que caracterizaria o máximo emprego.

Antes de Kocherlakota, outro dirigente que deve atrair atenção é o presidente do Fed de Dalas, Richard Fisher. Alguns economistas esperavam que ele fosse ser o voto dissidente na reunião desta semana. Fisher chegou a defender uma redução mais rápida do ritmo de compras de ativos. A dúvida agora é como ele vê a questão dos juros voltarem a subir. Ele se apresenta às 14h45 (de Brasília) em um evento em Londres.

Para o analista de renda variável da Schaeffer's Investment Research, Joe Bell, a reunião do Fed e a declaração de Yellen adicionaram uma nova preocupação ao mercado, que é quando os juros vão ser elevados e em qual montante. Por isso, as apresentações dos dirigentes hoje devem ser monitoradas com lupa. O desenrolar na crise na Ucrânia também pode influenciar os preços, destaca ele. Ontem, a Casa Branca anunciou novas sanções aos russos, que rebateram com outras medidas de retaliação aos norte-americanos. O líder dos democratas no Senado, Harry Reid, e o presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, John Boehner, foram impedidos de entrar na Rússia.

No noticiário corporativo, as ações dos grandes bancos dos EUA operavam em alta no pré-mercado. O Fed divulgou ontem à tarde o resultado do teste anual de saúde financeira das maiores instituições bancárias do país. De 30 bancos, 29 tiveram nível de capital considerado adequado, ou seja, suportariam, por exemplo, passar por um cenário adverso, como uma crise financeira. O papel do Citigroup subia 1,19% e o do Wells Fargo ganhava 0,90%.

Entre as empresas que divulgaram resultados, o papel da joalheria Tiffany & Co. chegou a cair 2,05% no pré-mercado, após a empresa anunciar que passou do lucro para prejuízo de US$ 103 milhões em seu quarto trimestre. A Tiffany também divulgou projeções de lucro abaixo do previsto.

A agência de classificação de risco Fitch começou o processo de reavaliação do rating soberano do Brasil. A expectativa é de que o resultado final seja divulgado em julho, de acordo com fontes com conhecimento do assunto.

Os analistas da Fitch estão no Brasil esta semana para uma série de encontros reservados com o governo em Brasília e também para reuniões com o setor privado. Eles devem permanecer no País até o próximo dia 23. A Fitch não dá detalhes desse processo de revisão. A agência diz apenas que, pela regulação, precisa fazer uma reavaliação completa das notas de classificação de risco a cada ano.

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O Brasil tem atualmente a classificação grau de investimento na Fitch, com a nota "BBB". A perspectiva é "estável", ou seja, a probabilidade é que o rating não seja alterado. Mas, no processo de revisão que começou agora, essa perspectiva pode ser alterada para "positiva" (indicando possível melhora da nota no futuro) ou "negativa" (sinalizando uma piora). Outra agência de classificação de risco, a Standard & Poor’s, tem perspectiva negativa para o Brasil.

No relatório da revisão do rating do Brasil no ano passado, que manteve a nota e a perspectiva, a Fitch citou uma piora da confiança dos agentes na economia e a deterioração de indicadores fiscais e das contas externas no País, mas destacou na época que isso estava "dentro do nível de tolerância" da classificação de risco do País. Ao mesmo tempo, a agência elogiou o aperto na política monetária com a elevação dos juros e a capacidade de o País absorver choques externos.

Sem revisão

Na visão do economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, seja qual for a conclusão a que os analistas da Fitch chegarem após análise das variáveis econômicas do País, uma revisão do rating dificilmente será feita - pelo menos antes das eleições, que ocorrem em outubro. "A Fitch e a Moody’s já sinalizaram que nada farão antes das eleições", disse. Colaborou Francisco Carlos de Assis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As novas medidas anunciadas pelo governo brasileiro para apoiar as distribuidoras de energia elétrica são um sinal de intensificação do risco regulatório no setor energético do País e são mais uma medida heterodoxa adotada para ajudar o setor a lidar com uma situação difícil, afirmou a agência de classificação de risco Fitch.

Segundo a Fitch, apesar de ser positiva para a necessidade de caixa das empresas, essa nova medida é outro indicador do crescente intervencionismo do governo no setor que vai gerar obrigações para o governo e pressão sobre as tarifas das companhias nos próximos anos.

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A injeção de capital de até R$ 21 bilhões em 2014 visa prevenir pressões sobre a liquidez nas distribuidoras e o repasse dos custos com energia por meio dos mecanismos de ajustes anuais. A maior parte do dinheiro, R$ 8 bilhões, virá de um financiamento bancário à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), onde é negociada diariamente a energia disponível das geradoras às Distribuidoras. Outros R$ 4 bilhões do pacote virão dos cofres públicos - serão aportados pelo Tesouro Nacional no principal fundo setorial, a Conta de Desenvolvimento de Energia (CDE), que já havia sido financiado em R$ 9 bilhões para 2014. Finalmente, o governo vai realizar um leilão de energia nova, mais barata, no fim de abril, para ampliar a oferta às distribuidoras.

"Em 2014, o setor elétrico brasileiro estará em uma posição difícil, pois os níveis de principais reservatórios hídricos do país estão próximos aos níveis observados durante o racionamento de energia de 2001. Esta situação é agravada pelo fato de que o fim da estação das chuvas está se aproximando, em abril", afirmou a agência.

Segundo a Fitch, até janeiro de 2014, a Light, CPFL, Eletropaulo, Cemig e Copel eram as empresas com maior exposição negativa à elevação de preços à vista. "Até essa data, as empresas tinham contas a pagar de energia no valor de R$ 127 milhões, R$ 106 milhões, R$ 83 milhões, R$ 75 milhões e R$ 74 milhões, respectivamente. Em fevereiro de 2014, a Fitch projeta que essas obrigações terão, no mínimo, dobrado para cada empresa, tendo em vista o preço médio mensal à vista de R$ 822,83/MWh é mais do que o dobro da taxa de R$ 383,67/MWh em janeiro", afirmou.

A Fitch manteve a nota de crédito de longo prazo da Irlanda em BBB+, com perspectiva estável, à medida que a economia irlandesa manteve as forças estruturais ao longo da crise. "É uma economia rica e flexível, e sua renda nacional bruta per capita era de US$ 35.100 em 2013, mais que o dobro da mediana dos países 'BBB'", afirmou, em comunicado.

A agência de classificação de risco destacou que a Irlanda completou com sucesso o programa de ajuste e foi aprovada em todas as metas fiscais estabelecidas pela troica - Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu. O país também conseguiu retornar ao financiamento do mercado.

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A Fitch projetou um déficit orçamentário de 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, mas alertou que será necessário uma consolidação de mais 2 bilhões de euros no próximo ano para alcançar a meta de déficit orçamentário abaixo de 3% do PIB.

O cenário traçado pela agência de classificação de risco assume que a Irlanda deixará o Procedimento de Déficit Excessivo da União Europeia em 2015, em linha com o programa de estabilidade do governo. A Fitch também projeta que a integração fiscal e financeira com a zona do euro continuará e que o risco de fragmentação do bloco permanece baixo.

A Fitch confirmou nesta sexta-feira (24) o rating de dívida de longo prazo em moeda local e estrangeira em "AAA", com perspectiva estável. Além disso, a agência de classificação de risco também manteve o rating alemão de emissão de títulos não garantidos em moeda local e estrangeira em "AAA".

A decisão da Fitch foi determinada porque a dívida das administrações públicas já começou a cair em relação ao produto interno bruto (PIB), movimento diferente do visto nos Estados Unidos, na França e no Reino Unido, que também tem o rating de dívida em "AAA". A proporção da dívida em relação ao PIB teria passado de 81% em 2012 para 79,4% em 2013, de acordo com estimativas da agência de classificação de risco.

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Também contribuiu para a manutenção do rating o fato de o governo continuar dentro das metas fiscais de médio prazo com uma margem. Segundo a agência de classificação de risco, a economia alemã está crescendo e o novo governo de coalizão está empenhado em reduzir a dívida. Estes fatores também contribuíram para a decisão da Fitch de manter o rating da dívida do país.

A Fitch manteve a perspectiva estável, pois não prevê uma alta probabilidade para realizar uma alteração de classificação.

A Índia terá que depender do seu orçamento para o ano fiscal que se encerra em março de 2015 para financiar parte dos subsídios ao petróleo no atual ano fiscal, alertou a Fitch Ratings. O governo alocou 650 bilhões de rupias indianas (US$ 10,4 bilhões) para subsídios ao petróleo no ano fiscal de 2014, sendo que deste valor o governo destinou 450 bilhões de rupias indianas para o pagamento do subsídio incorrido no último ano fiscal e 200 bilhões de rupias indianas para fechar a diferença entre o preço subsidiado e o preço de mercado no atual ano fiscal.

No entanto, a Fitch vê esse nível como insuficiente, o que provavelmente obrigará o governo a utilizar cerca de 450 bilhões de rupias indianas do orçamento do próximo ano. Pelas contas da agência de classificação de risco, os subsídios totalizaram 609 bilhões de rupias indianas na primeira metade do ano e devem alcançar 1,4 bilhão no ano fiscal de 2014, de 1,610 bilhão no ano fiscal de 2013.

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O modo como o subsídio ao setor será dividido entre o governo, as empresas de exploração e as refinarias ainda é incerto, afirmou a Fitch Ratings. "Com eleições gerais no começo de 2014, a habilidade do governo em passar grandes aumentos de preço do petróleo aos consumidores no topo dos pequenos aumentos mensais será limitado", disse, em comunicado. Ao mesmo tempo, o governo tenta reduzir o déficit orçamentário, en grande parte influenciado pelo subsídio ao petróleo.

Em janeiro deste ano o governo já tomou medidas para desregular o setor, permitindo que o diesel para uso industrial siga o preço de mercado e que as refinarias aumentem os preços do diesel no varejo em 0,5 rupia indiana por mês.

Pela avaliação da Fitch, as exploradores deverão pagar uma porção maior dos subsídios. No primeiro semestre, a ONGC e a Oil India pagaram 52,5% da diferença de preços, ante menos de 40% nos anos anteriores.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings atribuiu rating BBB à emissão de US$ 3,25 bilhões em bônus para 2025 feita pelo governo brasileiro. "O rating está em linha com o rating soberano BBB do Brasil, que tem perspectiva estável", afirmou a Fitch.

Embora o valor captado tenha sido maior dos que os US$ 2 bilhões esperados, o Tesouro Nacional pagou mais para vender seus papéis. A taxa de retorno ao investidor, de 4,305%, foi a maior desde julho de 2010. O spread do papel também ficou mais salgado, em 180 pontos-base acima dos títulos norte-americanos, o maior valor desde maio de 2009. Fonte: Dow Jones Newswires.

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A agência de classificação de risco de crédito Fitch Ratings manteve o rating soberano da Turquia em BBB-, com perspectiva estável. Para a agência, o país continua resistente a choques, apesar de sua forte dependência do fluxo de capital.

"Apesar dessa fraqueza deixar a Turquia vulnerável a mudanças no sentimento do investidor, isso é mitigado pelos fundamentos de crédito do país: um perfil mais forte de dívida, um robusto sistema bancário, um mercado de capital doméstico relativamente profundo e um setor privado dinâmico", afirmou a Fitch.

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A agência estima crescimento de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2014, abaixo de 3,7% previsto anteriormente, na medida em que a economia se ajusta às novas avaliações sobre o risco turco e os empréstimos bancários desaceleram. Fonte: Dow Jones Newswires.

A agência de classificação de risco de crédito Fitch manteve os ratings de longo prazo em moeda estrangeira e local da Finlândia em AAA, com perspectiva estável. O rating de curto prazo em moeda estrangeira também foi mantido em F1+ e o teto-país permaneceu em AAA.

Segundo a Fitch, os ratings são sustentados "por uma combinação de governança forte, alta renda per capita, posição de investimento internacional líquida positiva e impecável histórico de serviço da dívida". A agência também destacou que a Finlândia não possui desequilíbrios macroeconômicos e tem um sólido histórico de gerenciamento fiscal.

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"Uma relação entre dívida geral do governo e PIB de 53,6% em 2012 está em linha com um rating AAA e dá à Finlândia espaço para absorver choques inesperados", comentou a Fitch em um comunicado. O fato de o setor bancário finlandês não ter precisado de qualquer suporte financeiro durante a crise europeia também foi mencionado pela Fitch, que observou ainda que os riscos para o país gerados pela crise vêm diminuindo. Fonte: Dow Jones Newswires.

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings (notas) em moeda estrangeira e local da Oi de BBB para BBB- e o em escala nacional de AAA(bra) para AA+(bra), incluindo emissões de notas seniores e debêntures locais. A perspectiva dos ratings permaneceu negativa. Num comunicado, a Fitch afirmou que os rebaixamentos refletem os fracos resultados operacionais e a maior alavancagem líquida. Diante desses fatores, a agência passou a prever que a alavancagem líquida permanecerá mais alta do que o esperado anteriormente para os próximos trimestres.

"Os resultados operacionais da companhia no segundo trimestre deste ano foram mais fracos que o esperado, em parte por causa de custos mais altos, alguns deles não recorrentes", afirmou a agência, acrescentando que considera altamente improvável a projeção da empresa de alcançar em 2013 um Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na faixa de R$ 9 bilhões a R$ 9,8 bilhões.

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A Fitch afirmou que a perspectiva negativa se deve à preocupação com a capacidade da Oi de reduzir a alavancagem líquida. "Uma ação negativa de rating pode ser provocada se a alavancagem líquida da companhia permanecer consistentemente nos níveis atuais", afirmou a agência. Por outro lado, a perspectiva pode ser elevada para "estável" se a alavancagem líquida diminuir para ou ficar abaixo de três vezes a atual em razão de uma melhora nos resultados operacionais e menores endividamento e alavancagem. Fonte: Dow Jones Newswires.

A agência de classificação de risco Fitch reafirmou nesta quinta-feira, 17, o rating da dívida de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira e em moeda local em BBB, com perspectiva estável. A Fitch também reafirmou o teto para os ratings de bônus brasileiros em BBB+.

Na sua decisão, a Fitch equilibrou a diversidade econômica do Brasil, sua forte capacidade de absorção de choques, o suporte do robusto balanço de pagamentos externo e sistema bancário capitalizado adequadamente com o enfraquecimento estrutural das finanças públicas, endividamento do governo relativamente elevado, baixa poupança e taxa de investimentos e a falta de reformas substanciais para melhorar a competitividade e flexibilidade fiscal.

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Segundo a Fitch, "apesar da dificuldade no ambiente econômico doméstico e erros políticos cometidos por autoridades nos últimos meses, acreditamos que existem sinais de correções na política que, se sustentados, podem ajudar a restaurar a confiança e melhorar a consistência das políticas econômicas. Entretanto, a deterioração observada nas métricas fiscais e de crédito fiscal está dentro do nível de tolerância de seu rating atual".

A agência de classificação de risco afirmou também que apesar da "incerteza política que corroeu a confiança dos negócios e dos mercados nos últimos meses, notamos que os ajustes recentes na política incluindo a aceleração no ritmo de aperto monetário, maior flexibilidade na taxa de câmbio, renovado ênfase na disciplina fiscal e passos para promover o investimento privado em infraestrutura e no setor de petróleo são passos na direção correta e salientam o compromisso das autoridades em manter a estabilidade.

A Fitch prevê que a inflação brasileira continuará próxima de 6% até o final do ano e o crescimento econômico será menos dinâmico do que a média de 4,5% durante os anos de 2006 a 2010. "A combinação de fatores cíclicos e estruturais fundamenta o desempenho baixo do Brasil", afirmou a agência.

A Fitch prevê que o crescimento deve se recuperar para 2,5% em 2013 e aumentar para 3,2% em 2014, com o investimento se recuperando gradualmente e o consumo com o suporte do baixo desemprego, disponibilidade de crédito e inflação mais baixa. "Entretanto, os riscos adversos aos crescimento persistem." Fonte: Dow Jones Newswires.

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